Segundo o profissional, homens obesos têm aproximadamente níveis de testosterona total 30% mais baixos do que homens eutróficos e 40% têm níveis abaixo do limite inferior da normalidade.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, entre
os homens brasileiros acima de 20 anos, 60% estão obesos. Uma das armas na luta
contra a obesidade pode estar na terapia de reposição de
testosterona(TRT).
"Homens obesos têm aproximadamente níveis de
testosterona total 30% mais baixos do que homens eutróficos e 40% têm níveis
abaixo do limite inferior da normalidade. Nesses indivíduos, mudanças intensas
no estilo de vida, que incluem orientação nutricional e atividade física, são
capazes de reduzir o peso corporal e a resistência à insulina. A obesidade em
homens está associada a baixos níveis de testosterona (T) e existe uma relação
inversa entre a circunferência abdominal (CC) e as concentrações séricas de
testosterona. Além das causas clássicas de hipogonadismo, a testosterona também
é prescrita para esses casos", explica o médico Marcos Staak Jr.
O profissional apresentou uma pesquisa.
"184 homens obesos com síndrome metabólica e níveis
totais de testosterona <12 nmol /L foram randomizados para receber
Undecanoato de Testosterona parenteral ou placebo por 30 semanas. Durante o
acompanhamento, houve diminuições significativas no peso, IMC e CC no grupo de
intervenção em comparação com aqueles no grupo de placebo. A melhora do
controle metabólico e perda de peso na TRT provêm do aumento da massa corporal
magra, que aumenta o gasto energético de repouso. A T também regula
carboidratos e metabolismo de gordura. Nesse sentido, A TRT resulta na
normalização da utilização da glicose e aumento na queima de gordura.
Staak Jr destaca que também há o outro lado da moeda.
Embora a reposição de testosterona pareça ser atraente para obesos com baixa
testosterona, seus benefícios potenciais para perda de peso, melhora da função
sexual e morbidade relacionada à obesidade foram refutados por alguns estudos.
"Foram randomizados 100 homens obesos com níveis de
testosterona de 12 nmol/L para TRT e grupo de placebo. O grupo de intervenção
mostrou melhora significativa na pontuação da AMS (escala de sintomas de
envelhecimento masculino) e função erétil. Entretanto, o peso final foi o mesmo
entre os grupos", pontua.
O médico conclui que podemos ver que a TRT em obesos tem
sido controversa em termos de perda de peso e controle de doenças relacionadas
à obesidade.
"Alguns demonstraram benefícios e outros não
mostraram evidências de diferenças. Portanto, a perda de peso e as intervenções
no estilo de vida devem ser a primeira abordagem oferecida a esse grupo",
finaliza.
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