Considerada uma das principais causas
de infertilidade em mulheres, a doença pode ter sintomas bastante evidentes.
Saiba mais!
É muito comum que surjam no consultório médico
algumas questões que são comuns a quem pesquisou sobre a endometriose ou
conversou com alguém que tenha feito algum tipo de tratamento ou cirurgia.
Abaixo, o ginecologista e obstetra, Dr. Marcos Tcherniakovsky, especialista no
tratamento da doença, responde algumas destas dúvidas que são comuns em seus
atendimentos. Confira!
Existem sintomas da doença?
Isso varia caso a caso. Existem mulheres que não
apresentam sintomas e que chamamos assintomáticas, outras com sinais
inespecíficos e aquelas com sintomas bastante evidentes. Tal diferença nem
sempre está associada com a gravidade da doença. Hoje, sabe-se que o problema
acomete 10% das mulheres em idade reprodutiva, mas estudos
apontam que a taxa pode ser muito maior, com diagnósticos ainda não realizados.
Entre os sinais mais comuns estão cólicas menstruais, dor na relação sexual,
dor pélvica crônica diária e infertilidade. Sintomas menos comuns
incluem sangramento uterino anormal, dor lombar, fadiga crônica e disfunção
intestinal.
Como a mulher sabe que tem endometriose?
Além dos sintomas que podem surgir acenderem um
alerta, o diagnóstico definitivo costuma ser
estabelecido após a visualização de lesões durante a laparoscopia e a biópsia.
Mas, atualmente existem equipamentos de imagem e médicos especializados capazes
de suspeitar fortemente, sem um procedimento cirúrgico.
É possível engravidar após desenvolver a
doença?
Sim, porém, estima-se que 30% a 50% das mulheres
com endometriose apresentam infertilidade. Muitas pacientes engravidam
espontaneamente durante o tratamento, outras necessitam passar por cirurgia e
algumas realizam tratamentos específicos com especialistas em fertilização.
Gravidez pode ser a cura da endometriose?
Não, o que ocorre é que os sintomas da doença são
amenizados ou somem durante a gestação, já que existe um bloqueio hormonal
nesse período. Porém, não se trata de cura, geralmente os sintomas ressurgem
algum tempo depois do parto.
Endometriose só melhora com cirurgia?
Não, a intervenção
cirúrgica é indicada apenas nos casos em que a dor é persistente e não melhora
com medicamentos ou quando os sintomas limitam alguma função da mulher. Cada
caso deve ser avaliado e individualizado.
Quem sofre com o problema pode praticar atividades
físicas?
Deve. Muitas pacientes relatam que não praticam
exercícios por conta da dor, mas a verdade é que a
atividade física libera endorfina, que funciona com um anti-inflamatório e
analgésico natural. Pacientes que se exercitam sentem uma melhora considerável,
por isso recomendo especialmente exercícios que envolvem a musculatura
abdominal e pélvica.
Os sintomas somem depois da menopausa?
Pode-se dizer que sim, mas não é regra.
Acontece que nesta fase não existe mais a produção hormonal pelos ovários
(falência hormonal) e com isso as possíveis lesões existentes tendem a diminuir
e/ou desaparecer e consequente redução ou eliminação dos sintomas.
A endometriose tem cura?
Existe o controle da doença. Algumas mulheres
apresentam regressão espontânea das lesões, outras melhoram com tratamento
hormonal e algumas fazem a cirurgia e não têm recidiva. Porém, há casos de
recidiva mesmo após a cirurgia.
É possível evitar a doença?
Após o diagnóstico, apenas com o tratamento é
possível controlar a doença, porém, é possível evitar
que o problema se agrave com exercícios físicos, alimentação saudável,
restrição de bebidas alcoólicas e cuidados com a saúde mental. Temos que ter em
mente que endometriose é a saída do tecido menstrual para fora do útero e para
dentro da cavidade pélvica, portanto quanto menos menstruar menor será a chance
de desenvolver a doença.
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra –
Especialista Vídeo-endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). É
Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose. Médico
Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade
de Medicina da Fundação do ABC. Médico Responsável na Clínica Ginelife. Membro
da Comissão de especialidade em Endometriose pela Federação Brasileira de
Ginecologia e Obstetricia (FEBRASGO). Instagram: @dr.marcostcher
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