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Setembro Amarelo reforça a importância dos cuidados já nos primeiros
sinais
O suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em
todo o mundo, segundo as mais recentes estimativas da Organização Mundial da
Saúde (OMS).
A entidade acaba de publicar o relatório “Suicide worldwide in
2019” e o documento registra que, todos os anos, mais pessoas morrem como
resultado de suicídio do que HIV, malária, câncer de mama, guerras ou
homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas em todo mundo tiraram a própria
vida: uma em cada 100 mortes.
"Não podemos e não devemos ignorar o suicídio", afirmou
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Nossa atenção à prevenção é
ainda mais importante agora, depois de muitos meses convivendo com a pandemia
de Covid-19, com vários dos fatores de risco para suicídio - perda de emprego,
estresse financeiro e isolamento social - ainda presentes”.
Primeiros sinais
Para o escritor Odil Campos - cujo ato de retirar a própria vida é abordado no livro “O Renascimento” (Editora Flor de Lis, 248 págs., R$ 45,00), à venda nas livrarias e marketplaces - a depressão e o declínio emocional são os primeiros indicativos que exigem atenção.
“O distanciamento social por tempo prolongado causa danos
emocionais. Mas precisamos encontrar alternativas para ocupar a mente; tais
como a leitura de um livro, ver bons filmes, fazer exercícios físicos e usar a
tecnologia para diminuir o isolamento afetivo”, explica.
Segundo o autor, as relações humanas se fundamentam nos vínculos
sociais e emocionais que permitem os movimentos da vida - desde o ato de
pensar, sentir, doar, trabalhar. Dessa forma, o crescimento torna-se integral.
Não é frescura!
De acordo com o documento da OMS, o suicídio foi a quarta causa de
morte entre os jovens de 15 a 29 anos – vindo depois de acidentes no trânsito,
tuberculose e violência interpessoal. Outro estudo da OMS também demonstra que
a ansiedade atinge mais de 260 milhões de pessoas no mundo. O Brasil, em 2019,
era o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população.
Ciente da importância que o assunto exige, desde 2014 a Associação
Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina
(CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 de setembro é o Dia
Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.
Segundo a ABP, estudos indicam que cada caso de suicídio tem
impacto na vida de outras seis pessoas de forma direta. “Aqueles que pensam em
tirar a própria vida – mediante as dificuldades que surgem - devem ser
acolhidos com amor e afeto para que esses atos não aconteçam. Certamente é uma
situação muito delicada. Contudo, não podemos desistir. Os desafios ao longo da
vida aparecem para que tenhamos novos aprendizados e possamos melhorar como um
todo”, completa Odil Campos.
Fique atento
Para apoiar os esforços na prevenção ao suicídio, a OMS lançou uma
orientação abrangente e com quatro estratégias principais.
A primeira dela é para limitar o acesso aos métodos de suicídio,
como pesticidas e armas de fogo altamente perigosos. Em seguida, a entidade recomenda educar a mídia sobre a
cobertura responsável do suicídio, pois o trabalho da imprensa pode levar a um aumento nos casos devido à
imitação - especialmente se for uma celebridade ou se descrever métodos de
suicídio.
A terceira estratégia é promover habilidades socioemocionais para
a vida em adolescentes, principalmente porque metade dos problemas de saúde
mental aparecem antes dos 14 anos. A orientação incentiva programas
anti-bullying, entre outros. Por fim, a identificação precoce, avaliação, gestão
e acompanhamento de qualquer pessoa afetada por pensamentos e comportamentos
suicidas.
“O acolhimento, a doação e o respeito ajudam a pessoa que está em
crise. Com essas atitudes, o amor penetra no coração de quem está mal e mostra
a ela o quanto o apoio é importante, pois o indivíduo não se encontrará só”,
completa o escritor Odil Campos.
Centro de Apoio
Um dos centros de apoio emocional mais atuantes no Brasil é o Centro de Valorização da Vida (CVV). Nele existe o serviço de escuta 24 horas por dia. Basta ligar para 188 e solicitar o atendimento. O serviço também está disponível via internet pelo www.cvv.org.br e-mail, chat e Skype.
Brasil é campeão mundial de ansiedade; Suicídio é um dos temas
abordados no livro “O Renascimento”, do escritor Odil Campos.
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