Não é segredo para ninguém que a infância é parte essencial para a formação intelectual de uma pessoa. É nesta fase da vida em que o seu cérebro está trabalhando ativamente para formar conexões que serão essenciais para o futuro da pessoa. Só que esta não é uma tarefa simples, e requer uma participação primordial dos pais neste processo.
Durante
a infância, uma das fases mais comuns e lembrada por pais, familiares e
educadores é aquela dos “por quês”. A criança indaga a tudo e a todos, e por
isso precisa de respostas para essa série de perguntas. Com isso, seu cérebro
formará conexões neurais, e ela terá uma quantidade de neurônios que lhe será
vital.
Foi
pensando nesta formação que o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo
luso-brasileiro Fabiano de
Abreu escreveu um artigo científico que será publicado na revista
multidisciplinar de Portugal é tema de sua coluna no site Impala,
também daquele país. Ele explica que, "Nesta etapa da
vida, a criança está a fazer a plasticidade cerebral de forma intensa,
formatando novos engramas de memória e consolidando as informações como projeto
de personalidade."
Para
que esta construção seja feita com qualidade, Fabiano recomenda aos pais que
dediquem parte do tempo para ensinar os filhos. “A vida está cada vez mais
atribulada e é mais fácil entregar à criança um smartphone ou ligar a TV para
distraí-la. Porém, essa não é a conduta correta para esta situação”. Ao
entreter os filhos desta maneira equivocada, o neurocientista conta que isso
“vai aumentar a ansiedade, e, consequentemente, a secreção de dopamina, que é o
neurotransmissor da recompensa. O problema é que isso acontecerá de uma maneira
diferente do natural, e tal situação pode prejudicar o desenvolvimento do lobo
frontal, que é aquela região racional e da lógica no cérebro”.
Para
evitar transtornos como esses, Fabiano acredita que a interação dos pais com os
filhos pode ser feita de uma maneira muito simples: “Use desenhos no papel com
lápis ou caneta, leitura de historinhas, diversão com jogos não virtuais,
quebra-cabeças, ou uma prática esportiva. Além disso, boa alimentação e uma
educação de conhecimento são igualmente essenciais”.
Os
benefícios são tremendos: “Se atendermos a esta curiosidade, podemos formatar
uma personalidade curiosa, essencial para a vontade em adquirir conhecimento.
Ter paciência é a alma da boa educação. Explique, ensine, aguce o lado criativo
da criança. Faça com que seja atendida sobre as curiosidades. A fase do porquê
é tão boa e sentimos sempre falta dela depois que passar. Ajude à criança nessa
importância de saber sobre as questões da vida e, assim, ela vai sempre querer
buscar conhecimento e este, por sua vez, é a solução para uma vida melhor.
Quanto mais opções de escolhas temos, com base no conhecimento, mais soluções
encontramos”, finaliza Fabiano.
Créditos - Foto: Divulgação
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