Quando um cidadão brasileiro decide morar em Portugal, ou vice e versa, é preciso fazer diversos planos para que a sua qualidade de vida seja ainda melhor no país de destino. No entanto, raramente é colocado no papel um ponto de extrema importância, cujo desconhecimento pode jogar fora tudo o que foi construído durante sua carreira: a aposentadoria. Dessa forma, quem trabalhou para construir uma vida no exterior pode acabar perdendo uma ótima oportunidade de agregar esse período na previdência por mera falta de informação.
Brasil e Portugal são
países irmãos e têm acordo internacional bilateral de previdência. No entanto,
essa reciprocidade tem seus prós e contras. Ao optar por residir em Portugal
pelo acordo, você vai ter 25% de imposto recolhido na fonte, no benefício
concedido no Brasil, mais a conversão da moeda. Ou seja, a moeda Real será
convertida para Euro, achatando o benefício.
Além disso, o benefício
previdenciário só é meado em caso de utilizar o acordo internacional, cada país
pagará referente à cota parte que recebeu de contribuição. Já no caso da
aposentadoria concedida com tempo trabalhado 100% no Brasil, o valor da renda
mensal inicial não pode ser inferior ao salário mínimo. O que ocorre é no
recebimento deste benefício brasileiro em Portugal: o desconto é realizado na
fonte aqui no Brasil dos 25% a título de Imposto de Renda e a conversão da
moeda.
Mas a boa notícia é que
o acordo é facultativo e um advogado especializado no assunto vai poder ajudar
você no planejamento previdenciário internacional analisando se é viável aderir
ao acordo, com base no seu histórico profissional, idade e tempo de
contribuição. Existem diversos casos. Por exemplo, se você requerer o benefício
em Portugal usando o acordo vai receber parte do valor em Real e parte em Euro
na mesma proporção do período trabalhado nos dois países.
No caso de jovens, as
possiblidades são maiores pois podem recolher por mais tempo em Portugal e
ainda manter o recolhimento de forma facultativa no Brasil, garantindo os dois
benefícios autônomos.
Assim, um especialista
pode ajudar você a elaborar um planejamento previdenciário de acordo com cada
situação, incluindo todos os procedimentos necessários, como somar o tempo
trabalhado no Brasil, Portugal ou ainda um terceiro país, a conversão da moeda
em caso de opção por recebimento no exterior, e como isso vai impactar na hora
da aposentadoria. Somado a isso, ainda é importante conhecer os impostos
descontados em ambos os países e quais as coberturas previdenciárias
especificadas no acordo internacional, comparando assim as diferenças em
relação aos do Brasil, com um benefício 100% brasileiro.
Sabemos que começar a
vida em outro país não é fácil, e envolve muitas outras preocupações. Portanto,
ter alguém para orientar e nortear quando o assunto é previdência, além de
render uma enorme economia de tempo, permitindo que você foque em outras
preocupações, ainda evita o risco de ter deixado um detalhe importante passar
despercebido, comprometendo sua renda futura proveniente da aposentadoria e sua
qualidade de vida.
Dra. Priscila Rebanda -
advogada, especialista em Direito Previdenciário e Direito Previdenciário
Internacional Brasil – Portugal e Nacionalidade Portuguesa. É pós-graduada em
Direito Previdenciário e Direito e Processo do Trabalho e mentora no Curso Bora
Morar em Portugal, da Taíssa Souza, idealizadora do canal do YouTube Bora Morar
Fora.
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