Especialista destaca importância de
ressignificar a data para entender efetivamente o significado do processo de
independênciaDom João Carioca - A corte portuguesa chega ao Brasil
divulgação
Todo
ano, em setembro, na chamada Semana da Pátria, que abrange o feriado de 7 de
setembro, data da Proclamação da Independência do Brasil, é bastante comum
escolas promoverem atividades abordando o tema e ajudando a estimular o
conhecimento histórico por trás do feriado. De acordo com o coordenador
editorial do Sistema Positivo de Ensino, Norton Frehse Nicolazzi Junior, essa
não é uma data apenas para ser comemorada com um feriado. "É importante
entender efetivamente o significado histórico dessa data, o que ela representou
para a época em termos de transformações e rupturas e também em termos de
permanência do pensamento colonial", explica.
Para
o educador, um papel importante da escola e do professor como mediador desse
conhecimento é combater a tradicionalidade da história que vem desde a década
de 1930, com a construção de um nacionalismo que atendia a interesses políticos
e se perpetuou por muito tempo. "Atualmente, quando pensamos nessas comemorações
do 7 de setembro, é preciso destacar que não se trata apenas do desfile, da
aula sobre a independência, mas entender o que há de relevante nisso
tudo". Segundo Nicolazzi, esse trabalho pode ser realizado de forma
remota. "Nas aulas on-line, é possível potencializar essas reflexões com o
uso de objetos educacionais digitais, já que os professores têm maiores
possibilidades de trazer vídeos, jogos e outros tantos recursos para ajudar
nessa ressignificação do processo de independência", sugere.
E
para explorar um pouco mais o tema em casa, uma dica do coordenador é a obra em
quadrinhos "Dom João Carioca - A corte portuguesa chega ao Brasil",
que traz uma perspectiva interessante, animada e descontraída, que atrai mais
facilmente as crianças e pode ser aproveitada como uma leitura em família, além
de proporcionar a ideia da independência como um processo, iniciado anos antes.
A obra ganhou uma versão em série animada, disponível no YouTube do Canal
Futura. Outra indicação é o livro 1822, de Laurentino Gomes, que segundo
Nicolazzi, não se trata de uma obra de historiografia, portanto, deve ser
problematizada posteriormente em sala de aula, mas é um primeiro contato
inicial para os jovens dos anos finais do Ensino Fundamental e também do Ensino
Médio.
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