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terça-feira, 2 de março de 2021

Cuidar da saúde mental de pais de recém-nascido é essencial na pandemia

 Pediatra dá dicas de como lidar com o bebê recém-nascido em tempos de isolamento social


A necessidade de isolamento social mudou a dinâmica das famílias em todo o mundo e também trouxe alterações expressivas em um momento singular da vida de qualquer pessoa: o nascimento do filho.

Antes da pandemia, a chegada do bebê era acompanhada e celebrada por amigos e familiares que lotavam a maternidade. Os pais, orgulhosos, recebiam visitas e presentes no ambiente hospitalar e, depois, em casa.

Com a necessidade de quarentena, tudo isso mudou e, segundo a médica pediatra Dra. Francielle Tosatti, da Sociedade Brasileira de Pediatria e especialista em emergências pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein, esse isolamento forçado é até protetivo para o bebê, uma vez que fica menos exposto a variados patógenos, como o vírus influenza e o bacilo da coqueluche.

"Temos que lembrar que o bebê acabou de nascer e ainda não tem a imunidade bem formada. Dessa forma, qualquer pessoa que for visitá-lo, mesmo que próxima da família, deve cumprir a etiqueta de visita do recém-nascido", diz a pediatra.

Essa etiqueta é composta por alguns comportamentos simples, como:

- Perguntar se os pais estão recebendo visitas e nunca chegar de surpresa;

- Ser breve;

- Ir direto de casa, sem pausas pelo caminho para reduzir as chances de contaminação nas roupas;

- Reforçar a higienização das mãos;

- Manter o distanciamento social e o uso de máscara;

- Evitar pegar o bebê;

- Jamais beijar o bebê, mesmo que nas mãos, pés ou cabeça;

- Adiar a visita se estiver doente.

Dra. Francielle lembra ainda que a saúde menal dos pais também demanda atenção especial nesta época. "Compartilhem seus sentimentos, sejam eles de angústia, alegria ou tristeza, com amigos, um com o outro, escrevendo etc. É preciso estar bem para passar bem-estar ao bebê", recomenda.

A rede de apoio também precisou de adaptações neste período, mas não precisa deixar de existir. A pediatra lembra que mesmo sem a presença física, os avós podem acolher, ensinar, acalmar e acompanhar o desenvolvimento do bebê à distância, por meio de chamadas de vídeo.

"Às vezes, precisamos ter um olhar positivo para o momento passageiro. Abuse da tecnologia para tornar sua rotina mais fácil, seja por ligações de vídeo ou pedidos por delivery. Cada família deve ter consciência e viabilizar a sua ‘bolha’, assumindo cuidados um pelo outro e minimizando os encontros pessoais ao máximo", conclui a médica.

 


Dra. Francielle Tosatti - - Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande - RS. - Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Grande - RS.- Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria.  Especialista em Emergências Pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein.  Médica Emergencista da equipe do pronto-socorro e enfermaria do Hospital Infantil Sabará.


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