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quarta-feira, 31 de março de 2021

No Dia da Saúde e Nutrição, nutricionista explica a importância de uma dieta equilibrada para pessoas recuperadas do Covid-19

Professora da Unyleya conta como restabelecer o equilíbrio imunológico e suprir as carências nutricionais do organismo após recuperação


Pacientes em recuperação da Covid-19 precisam aumentar o consumo de energia e proteínas nos casos de carências nutricionais durante o processo de internação. Aqueles que apresentaram sintomas leves da doença também precisam de cuidados alimentares para restabelecer as condições de equilíbrio imunológico.

Em comemoração ao Dia da Saúde e Nutrição – 31 de março, Silmária Soeiro, nutricionista e professora de Pós-graduação da Unyleya, explica quais são os nutrientes e proteínas necessários para o restabelecimento do sistema de defesa, onde encontrá-los e qual a importância da dieta para pacientes recuperados da doença.

“A dieta equilibrada pós-infecção pela Covid-19 é importante até porque a grande maioria dos pacientes referem persistência dos sintomas de fadiga e de cansaço após a recuperação. Todos os grupos de alimentos são importantes e devem fazer parte da alimentação no pós-alta”, declara a nutricionista. Ela resume quais são os nutrientes energéticos e as fontes de reserva de tecido ativo (proteína) para restabelecimento do sistema imunológico.

  • Carboidratos: São os nutrientes que proporcionam energia e disposição. Podem ser encontrados no arroz, aveia, trigo e seus derivados (pães e massas), raízes e tubérculos (aipim, batatas e inhame)
  • Gorduras: Assim como os carboidratos, também fornecem energia. Vale ressaltar que algumas vitaminas só podem ser obtidas em alimentos que são fonte de gorduras. Azeite de oliva, abacate, óleos vegetais, gema de ovo, leite integral e derivados (queijo branco e manteiga, por exemplo) são alguns dos alimentos ricos em gorduras.
  • Proteínas: São essenciais para manter nossa massa muscular e um adequado sistema de defesa. É possível obter proteínas através das carnes em geral (de boi, frango, peixe e porco), leguminosas (feijão, ervilha e lentilha), leite e ovos.
  • Vitaminas e minerais: São substâncias fundamentais para diversas funções do corpo, inclusive a respiração. Estão presentes em frutas, verduras e legumes, principalmente se consumidos crus ou frescos.

Segundo a nutricionista, a alimentação pós-alta deve ser consumida em horários regulares para garantir a ingestão adequada de nutrientes essenciais para a recuperação. Estes nutrientes ajudam no fortalecimento do sistema imunológico no combate às infecções oportunistas e também na recuperação do estado nutricional, tão necessário para o restabelecimento da força e disposição. Para o bom funcionamento do sistema imunológico, é necessário a combinação de vários nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais), presentes em maior quantidade nas fontes naturais dos alimentos.

A especialista ressalta que cada paciente tem necessidades específicas para ingestão de calorias e demais nutrientes, dependendo também da idade, presença de outras doenças, necessidades apontadas por exames laboratoriais, prática de atividade física, entre outros fatores.


Vitaminas A, C, E, D e B6 são importantes aliadas

As principais vitaminas que estão envolvidas no sistema de defesa e combate às infecções são as vitaminas A, C, E, D e B6.

  • Vitamina A: Está presente no leite integral, ovos, peixes, batata doce e vegetais de cor amarelo-alaranjados, como abóbora e cenoura.
  • Vitamina C: Ela está presente de forma natural nas verduras cruas e frutas, como mexerica, caju, goiaba, acerola, laranja e limão. O ideal é consumi-la preferencialmente a partir dos alimentos. A vitamina C também auxilia na absorção de ferro oriundo de fontes vegetais.
  • Vitamina D: As principais fontes alimentares são: peixes, gema de ovo, leite integral e derivados. A exposição solar é uma maneira eficiente de fazer com que o corpo produza vitamina D.
  • Vitamina B6: Está presente em alimentos como peixes, fígado, batata e frutas, e desempenha funções no organismo como manter o metabolismo e a produção de energia adequados, proteger os neurônios e produzir neurotransmissores, substâncias importantes para o bom funcionamento do sistema nervoso. A vitamina B6 ajuda a diminuir a falta de paladar e olfato nos casos pós-Covid-19.

Silmária explica ainda que, de uma forma geral, a reposição de uma alimentação saudável pode ser realizada seguindo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. Nele, preconiza-se que a alimentação balanceada e saudável deva ser baseada em alimentos in natura, como arroz, feijão, ovos, carnes em geral, frutas, legumes e verduras, limitando o consumo de alimentos processados e evitar os ultraprocessados.

Para os pacientes portadores de outras morbidades prévias, é ainda mais importante um acompanhamento nutricional individualizado. Geralmente, essas pessoas apresentaram mais sintomas de fadiga e cansaço por terem passado mais tempo internados.

Outra restrição é da automedicação desses pacientes. A não recomendação inclui até mesmo os complementos vitamínicos vendidos em farmácias. Toda suplementação de minerais e vitaminas deve ser avaliada por nutricionista ou médico, especialmente para os idosos, que têm maior dificuldade de obtê-la via dieta.

Para saber quais nutrientes e vitaminas precisam ser repostos, os médicos costumam solicitar um hemograma completo, que engloba a avaliação de anemia; eletrólitos e glicose (investigação de alterações metabólicas); LDH (identificação de injúria pulmonar); Proteína C-reativa e ferritina (marcador de atividade inflamatória); AST/TGO, ALT/TGP, Bilirrubinas, Albumina (identificação de dano hepático); CK (avaliação de injúria muscular); Lipase (identificação de dano pancreático); uréia, creatinina (avaliação de dano renal) e Troponina I/T (identificação de injúria miocárdica).

Confira outras orientações da nutricionista.

De que maneira a alimentação ajuda no combate às doenças?

Existem minerais e vitaminas que estão envolvidos no sistema imunológico e que devem ser consumidos regularmente como forma de ajudar no combate às doenças, incluindo o novo coronavírus. O zinco pode ser encontrado nas carnes, peixes, frango, grãos integrais e feijões, atuando na linha de frente do combate às infecções e melhora do paladar. Já o selênio pode ser facilmente obtido com o consumo de uma unidade de Castanha do Pará por dia. Essa quantidade diária fornece 100% do selênio necessário.

Saiba quais os sintomas mais comuns do pós-Covid e orientações 

Alguns sintomas da Covid-19 ainda podem persistir após a recuperação. As queixas mais comuns são: redução do apetite, perda de peso e alterações no olfato e paladar, além de fraqueza e cansaço para mastigar os alimentos.

Para o restabelecimento do ganho de peso, é necessário consumir quantidades adequadas de calorias, assim como de proteínas, vitaminas e minerais. Mesmo que o paciente não sinta fome, ele não pode deixar de se alimentar, consumindo os alimentos em pequenas porções e em intervalos menores ao longo do dia. A apresentação do prato também é importante. Além de estimular o apetite, quanto mais colorida for a refeição, mais rica será em vitaminas e minerais.

A recuperação da massa muscular depende também da incorporação de exercícios físicos específicos na rotina do paciente. Então, o ideal, é conversar com o médico e o fisioterapeuta na alta sobre os exercícios mais adequados.

 



Silmária Costa Santos Soeiro - conselheira titular do Conselho Estadual dos Direitos do Idoso-CEDI/CE, responsável técnica da ILPI Casa São Vicente de Paulo, professora de Pós-graduação da Faculdade Unyleya e Bacharel em Nutrição pela Universidade Estadual do Ceará. Também é doutoranda em Biotecnologia pela RENORBIO, Pós-graduada em Biotecnologia Aplicada à área da saúde pela Universidade Estadual do Ceará e pós-graduada em Gerontologia e Saúde do Idoso pela Faculdade Unyleya.

 

Unyleya

https://unyleya.edu.br/


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