Uso de máscaras nos jovens e crianças em tratamento
oncológico exige atenção redobrada para garantir a segurança contra a
contaminação pelo coronavírus
Apesar da recomendação
do uso de máscaras nos jovens e crianças em tratamento oncológico ser semelhante
à recomendação para o uso da população em geral, o paciente oncológico, por ter
maior risco de desenvolver infecção grave, precisa de atenção redobrada ao
utilizar o equipamento.
Oferecidas aos pacientes
e acompanhantes, a adoção do uso de máscaras por jovens e crianças que precisam
de seu uso constante é um desafio a mais. “É muito difícil para as crianças se
acostumarem ao uso das máscaras de pano em seu dia a dia, pois elas não
entendem que não podem tocar o equipamento enquanto ele está no rosto”, explica
a infectologista pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia
Pediátrica (SOBOPE), Dra. Fabianne Carlesse.
Como os jovens e
crianças não estão acostumados a essa nova realidade, eles tendem a ter um
comportamento inadequado, colocando a mão na máscara o tempo todo, ajeitando no
nariz, na boca, no rosto para ficar menos incômodo e desta forma acabam se
expondo ao risco de contaminação. “Estima-se que o individuo toque o rosto em
torno de 3.500 vezes por dia. Com a máscara, se não forem tomados os cuidados
necessários, esse número pode aumentar significativamente, elevando o risco de
contaminação em vez de proteger”, afirma a infectologista.
De acordo com a Dra.
Fabianne, existem pelo menos dois principais fatores que precisam ser observados
no uso destas máscaras pelas crianças: em primeiro lugar ensinar esse cuidado
de não tocar a frente da máscara enquanto estiver usando. Em segundo, é preciso
ficar atento ao tamanho das máscaras, pois as crianças têm dificuldade em se
adaptar aos diferentes tamanhos disponíveis.
Além disso, a máscara só
funciona se ela estiver ajustada corretamente ao rosto. “Temos que começar uma
nova cultura de ensinar a importância de usar a máscara. A criança aprende pelo
exemplo. Se todo mundo usar, a criança também vai querer usar. Se ninguém usar,
ela não vai querer usar”, explica.
Um fator importante que
não pode ser esquecido é com relação ao prazo de validade das máscaras. Quem
faz uso constante, como os pacientes oncológicos, precisa trocar pelo menos em
torno de quatro vezes por dia.
Outro ponto de atenção é
com relação às crianças que não conseguem retirar a máscara sozinhas devido ao
risco de sufocamento. Crianças menores de dois anos de idade e com algum
déficit cognitivo devem ser acompanhadas de perto. Caso a utilização seja
imprescindível é necessário atenção redobrada pelos responsáveis.
Ambiente
hospitalar
Quando o paciente é
admitido no ambiente hospitalar a recomendação é usar a máscara cirúrgica.
Nesse ambiente a máscara de pano é uma barreira, mas não faz a filtragem
necessária que somente a máscara cirúrgica é capaz de fazer.
“A criança tem uma
dificuldade enorme em usar esse tipo de máscaras, pois para ela é uma agressão
ter que ficar com o equipamento no rosto”, conclui a especialista.
O problema é que nesse caso é ainda mais
difícil encontrar o tamanho infantil e por isso é preciso adaptar o tamanho
adulto para o rosto das crianças, o que acaba se tornando mais uma barreira.
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