Projeto TelePSI contará com uma central de atendimento que prestará
serviço de teleconsulta aos profissionais até setembro de 2020
Já está disponível o serviço de suporte psicológico para os
profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à COVID-19 em
todo o país. O projeto TelePSI, desenvolvido pelo Ministério da Saúde e
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), prestará serviços de teleconsulta
psicológica por meio de uma central de atendimento que funcionará de segunda a
sexta-feira, das 8h às 20h, pelo 0800 644 6543. A iniciativa é um
reconhecimento da necessidade de apoio a esses profissionais que, pelo trabalho
intenso, com riscos de contaminação elevados e condições adversas, podem
desenvolver quadros de ansiedade, depressão, irritabilidade, transtornos de
estresse agudo, entre outros problemas. O projeto deve funcionar até setembro e
conta com um investimento federal de R$ 2,3 milhões.
“Com esta iniciativa, vamos
prestar assistência a todos os profissionais de saúde que estão precisando de
apoio neste momento tão difícil, que é estar à frente do combate de uma
pandemia. É fato que houve aumento significativo de profissionais com sintomas
de estresse, ansiedade e depressão. Com o TelePSI, conseguiremos evitar que
esse sofrimento psíquico se agrave e se transforme em algo mais grave”, explica
a diretora substituta do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
do Ministério da Saúde, Maria Dilma Teodoro.
A central de atendimento para apoio psicológico é formada por 36
profissionais de Psicologia e Psiquiatria, que foram selecionados por edital e
capacitados para o projeto. O canal é destinado a todos os profissionais das 14
categorias da saúde que atuam nos atendimentos relacionados à COVID-19 e que
sintam a necessidade de suporte neste momento, como médicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas,
biomédicos e farmacêuticos.
O projeto-piloto de âmbito nacional prevê atendimento a pelo menos 10
mil profissionais de saúde, podendo ser expandido de acordo com a procura. É a
primeira vez que a psicoterapia será utilizada no teleatendimento em um
contexto de pandemia, por isso, a ação subsidiará pesquisas sobre a eficácia de
diferentes modalidades de psicoterapia. O projeto também irá disponibilizar
materiais como manuais, vídeos e sessões simuladas para que a experiência possa
ser replicada em outros locais. a proposta é também oferecer material
como manuais e vídeos produzidos para que a experiência possa ser replicada em
outros locais.
A iniciativa também conta com o apoio da Organização Pan-Americana de
Saúde (OPAS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sociedade
Brasileira de Psicologia (SBP), Universidade Federal de Ciência da Saúde de
Porto Alegre (UFCSPA), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUC-RS); Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Associação de
Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS), Universidade de São Paulo (USP),
Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP (HC-FMUSP).
COMO SERÁ FEITO O ATENDIMENTO
No primeiro contato, após uma avaliação, o profissional do projeto
selecionará a melhor abordagem e tratamento para o paciente naquele momento. A
teleconsulta será feita por videochamada, utilizando estratégias de intervenção
em situação de crise, por meio de psicoeducação, psicoterapia
cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal.
Os pacientes que forem identificados com potencial de risco ou
sintomatologia muito intensa serão encaminhados para avaliação psiquiátrica. Se
houver necessidade de medicação, o profissional será encaminhado para a rede de
saúde local.
Aqueles que tiverem indicação para intervenção psicoeducativa contarão
com materiais e vídeos produzidos pela equipe técnica responsável pelo projeto,
coordenada pelo médico e doutor em psiquiatria Giovanni Abrahão Salum,
professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
"Esperamos que os profissionais obtenham alívio para o seu
sofrimento utilizando o que já se sabe de intervenções que funcionam e que têm
base científica. O projeto testará também que tipo de técnica pode ser mais
adequada para essas situações de crise", reforçou o coordenador.
SUPORTE TÉCNICO
Para os especialistas que atuam no projeto serão disponibilizados
manuais com o modelo de atendimento terapêutico desenhado no projeto. Até o
momento, dois manuais sobre Telepsicoeducação foram lançados, além dos manuais
de Telepsicoterapia Cognitivo-Comportamental Breve e Telepsicoterapia
Interpessoal Breve. O projeto disponibiliza ainda vídeo-aulas sobre como
aplicar os manuais na prática e exemplos de sessões simuladas, com personagens
fictícios, para facilitar a disseminação das técnicas utilizadas no projeto.
Além deles, a versão preliminar de 28 vídeos sobre psicoeducação foram
elaborados e já estão disponíveis para ajudar nas psicoterapias. Todos os
materiais podem ser encontrados na plataforma do TelePSI.
O Ministério da Saúde já havia disponibilizado atendimento psiquiátrico
para profissionais de saúde da estratégia “O Brasil Conta Comigo”. Por meio do
programa, o Ministério da Saúde contratou 388 profissionais de saúde para
reforçar à assistência prestada à saúde da população do estado do Amazonas.
TeleSUS
O TelePSI faz parte da estratégia TeleSUS, que oferta teleatendimento
clínico para que a população não precise sair de casa para receber diagnósticos
e orientações sobre sinais e sintomas de infecção por coronavírus. Com os
serviços do TeleSUS - Disque Saúde 136, Chatbot disponível na página do
Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), ou pelo aplicativo Coronavírus SUS -
qualquer pessoa pode tirar dúvidas e até se consultar com um profissional de saúde.
Além disso, o Ministério da Saúde, por meio de busca ativa, entra em contato,
por telefone, para monitorar a saúde da população.
Até o momento, 28,1 milhões de pessoas já buscaram os serviços do
TeleSUS. Deste total, 3,4 milhões de pessoas permanecem em acompanhamento.
Nicole Beraldo e NUCOM SAPS
Agência Saúde
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