Em
dezembro de 2019 foi identificado um novo Coronavírus, responsável pela
ocorrência de doença respiratória potencialmente grave em alguns indivíduos. Em
30/01/2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto da doença como
sendo Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, uma pandemia.
Isso fez com que toda a nossa rotina fosse modificada e junto com esse novo
cenário muitas angústias surgiram em relação aos cuidados com os filhos.
O
grupo pediátrico tem uma taxa menor de infecção com o Coronavírus em relação
aos adultos. Entretanto, isso não os exclui dos cuidados que devem ser
prestados a grupos vulneráveis, como pessoas com mais de 60 anos e com doenças
pré-existentes. “A transmissão parece ocorrer principalmente pelo contato com
uma pessoa infectada, através de gotículas respiratórias geradas quando a
pessoa tosse, espirra, ou por gotículas de saliva ou secreção nasal, “informa a
pediatra Loretta Campos .
A
médica reforça a importância de orientar as crianças sobre a forma
adequada de higienizar as mãos, a necessidade do uso do álcool gel com frequência,
como proceder durante tosse ou espirros, orientando o uso de lenços ou o
antebraço sobre a boca para evitar disseminar o vírus através das mãos ou
objetos contaminados.
“Tente
manter a rotina dentro do possível. Agora nesse período sem aulas, podemos
criar atividades que envolvam aprendizagem e organizar o nosso tempo para
alguns momentos em conjunto. Planejar a semana junto com a criança pode
ajudá-la a ficar menos ansiosa,” orienta Loretta.
Os
pais devem estimular as crianças a expressar os seus sentimentos, que podem ser
despertados pela pandemia, como medo e tristeza. Estimule desenhos,
brincadeiras. Esses momentos são muito ricos para podermos observar e trabalhar
muitas angústias, sentimentos de raiva e ansiedade que possam surgir nesse
período de quarentena.
“Aliás,
esse não é o momento ideal para lutar contra os eletrônicos. Não se cobre tanto
ou se angustie caso o seu pequeno esteja ficando na frente de uma tela mais que
o recomendado. Por outro lado, podemos tentar dosar esses momentos para garantir
o equilíbrio e aproveitarmos essa oportunidade atual para estreitar os laços
familiares e a conexão com os nossos filhos,” explica a pediatra.
Organizar
tarefas do lar para as crianças também é uma maneira de entretenimento e, ainda
mais, pode ajudar a desenvolver um senso de responsabilidade quanto ao
compromisso de manter a casa limpa e arrumada. Isso pode ser também divertido!
Usar a imaginação!!! Use e abuse da criatividade. Além disso, brincar com os
filhos é importante para a saúde física e mental dos adultos também. Isso faz
com que resgatemos parte da nossa história e da nossa criança interior.
A
criança deve ser mantida perto de seus pais ou familiares para facilitar a
adaptação nesse processo. Se a separação for inevitável, por exemplo, dos avós,
cuide para que o contato seja mantido com ligações via telefone ou vídeos. “Por
isso, converse, converse muito. É natural as crianças demandarem mais dos pais
em tempos de crises ou estresse. Converse sobre a nossa nova realidade, sobre o
vírus em linguagem apropriada à idade. Não esconder a situação diminui a
ansiedade. Crianças nos observam todo o tempo,” finaliza Dra. Loretta Campos.
Dra.
Loretta Campos - Pediatra e Consultora de Aleitamento Materno - CRM
10819 – GO | RQE 5373 - Pediatra pela Universidade de São Paulo
(USP), Consultora Internacional em Aleitamento Materno (IBCLC), Consultora do
sono, Educadora Parental pela Discipline Positive Association e membro
da Sociedade Goiana e Brasileira de Pediatria. A médica aborda temas sobre
aleitamento materno com ênfase na área comportamental da criança e
parentalidade positiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário