O mundo está mudando. Mais do que nunca é preciso rever nossa maneira de
viver, nosso modo de enxergar as relações humanas e, claro, nossa forma de
fazer negócios.
Para uma empresa manter-se relevante e ter destaque
em seu mercado de atuação, sempre foi necessário entender o que se passa a sua
volta e mudar junto com o mundo. Porém, em tempos de pandemia, mudar virou
sinônimo de “não quebrar”. E, convenhamos, ninguém sabe exatamente o que fazer,
simplesmente porque nunca houve um momento semelhante na história da
humanidade. Mas, uma coisa é certa: a velha fórmula de criar novas opções,
novas maneiras de vender nossos produtos e, mais do que nunca, inovar será
fundamental agora. E, neste caso, meus trinta anos de experiência comercial
podem me dar certa vantagem, que tentarei compartilhar agora com vocês.
Inovar não significa, obrigatoriamente, criar
coisas inéditas e revolucionárias. Significa fazer COISAS DIFERENTES do que
você vinha fazendo. Talvez ações que já tenham sido executadas no passado ou
que são utilizadas hoje por outros ramos de atividade, mas que possam ajudar
sua empresa, serão super bem-vindas.
Quer um exemplo simples? Antigamente era comum a
figura do “leiteiro” que entregava seu produto de porta em porta ou do
“padeiro” que passava na rua com um carrinho cheio de pães. Por conta da
pandemia, as padarias “ressuscitaram” estes serviços, fazendo delivery de todos
os seus produtos. E nem precisaram contratar mais gente para tal. A maioria
realocou um colaborador que, em último caso, seria demitido pela baixa no
movimento. Ou seja, dois “problemas” foram resolvidos reativando uma ação comum
décadas atrás e que estava em desuso nos dias de hoje.
Por falar em inovar, um exemplo muito interessante
aconteceu comigo dias atrás. Tenho um filho pequeno e compro muitos gibis para
ele em uma determinada banca de jornal aqui da minha cidade. Faço isso
semanalmente, pois acho importante cultivar o hábito de leitura logo cedo nas
crianças. Pois bem, nesta quarentena nossa movimentação pela cidade ficou muito
reduzida e limitada a saídas essenciais, então, acabei deixando este hábito de
lado sem perceber. Foi então que recebi, na semana passada, um WhatsApp com
fotos de CAPAS DE GIBIS vindos de um número desconhecido. Até que, enfim, veio
uma mensagem: “Sr. Mauro, muito bom dia. Aqui é o Fulano, da Banca de Jornais
da Padaria X. Gostaria de saber se o senhor e sua família estão bem de saúde? O
senhor me deixou seu número de celular muito tempo atrás, quando encomendou uma
revista comigo e, como sei que seu filho gosta de gibis e o senhor deve estar
sem poder sair de casa, resolvi lhe mandar fotos das últimas edições que
recebemos. Caso haja interesse, podemos entregar em sua residência, sem custo
adicional”.
Agora, DEPOIS DE FEITO, parece algo simples e óbvio
de se pensar em fazer, né? Mas não é. Depois de feito, tudo – ou quase tudo –
parece fácil, mas esta foi uma verdadeira aula de processo de vendas clássico.
Veja: o jornaleiro lembrou que tinha o meu número de celular (contato do cliente),
recordou que meu filho gosta de gibis (hábito de consumo/necessidades
específicas), fotografou as capas das revistas (escolher a oferta/forma de
abordagem) e me mandou um WhatsApp (fazer contato) oferecendo uma vantagem
(entrega sem custo). Clássico, eficiente e simples ao mesmo tempo. Isso é
INOVAR sem complicação.
O mínimo que o Sr. Fulano conseguiria com essa ação
seria a minha simpatia e gratidão por lembrar-se de mim neste momento. E isso,
por si só, já seria uma vantagem competitiva para ele no momento em que eu
fosse comprar revistas futuramente. Mas, conseguiu mais do que isso: comprei
OITO REVISTAS que foram entregues de bicicleta pelo FILHO DELE (e usando
máscara). E não, não foi piedade ou algo assim, foi necessidade: meu filho está
sem aulas (como todas as crianças) e preciso mantê-lo ocupado criativamente.
Inovar, na prática, significa isso: enxergar novas
soluções para os problemas. Amplie seu olhar para os outros segmentos de
atuação que existem, para as soluções que eles adotam, verifique se servem para
os seus clientes e adote-os ou descarte-os, mas movimente-se. Em dias de
isolamento social, ficar parado pode ser o pior para o seu negócio.
www.maurolongo.com
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