Novo
coronavírus já foi detectado por pesquisadores
em
células de vários outros órgãos além dos pulmões
Conforme a pandemia
do novo coronavírus avança, uma série de novos sintomas entram no radar das
equipes de saúde. Os mais comuns, de acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS) continuam a ser febre, coriza, tosse e falta de ar, mas essa lista vem aumentando,
com relatos de pacientes que passaram a apresentar diarreia, vômitos, perda do
olfato e do paladar, dores de garganta e cabeça. Relatos e estudos médicos
realizados ao redor do mundo têm apontado agora outras complicações
relacionadas ao Covid-19, como os AVCs, doenças cardíacas, urinárias e lesões
renais agudas, podendo evoluir para a insuficiência e falência dos rins.
Ainda não se sabe bem a explicação para isso.
Duas hipóteses são avaliadas pelos cientistas: se é um efeito direto da ação do
vírus ou indireto. Receptores do coronavírus já foram detectados nas células
das membranas que envolvem os vasos sanguíneos, o intestino, o coração e os
rins. A outra hipótese considera uma reação exagerada do sistema imunológico do
organismo a essa invasão ou a medicamentos usados no tratamento.
De acordo com o médico nefrologista Bruno P.
Biluca, da Fenix Alphaville, os pacientes renais crônicos fazem parte do grupo
de risco de contágio pelo Covid-19. Além disso, a doença acomete principalmente
idosos, que são maioria entre os infectados pelo novo coronavírus. Outro fator
que deixa essas pessoas mais suscetíveis é o fato de boa parte delas terem
problemas associados, como o diabetes mellitus e a hipertensão grave, o que
também agrava o prognóstico na pandemia, como alerta a OMS.
Dados divulgados este mês na revista Pesquisa
Fapesp apontam que entre 14% e 30% das pessoas com quadros graves da Covid-19
em UTIs tiveram falência renal, com necessidade de hemodiálise, tratamento em
que máquinas fazem a filtração das impurezas do sangue quando os rins deixam de
funcionar. Mas, mesmo nos casos moderados já foram detectadas lesões renais.
Os rins são fundamentais para o funcionamento do
organismo. Eles são responsáveis por filtrar as toxinas do sangue para que
sejam eliminadas pela urina. Também têm papel importante na regulação de
líquidos e sais no corpo, na produção de hormônios e no controle da pressão
arterial.
A evolução da doença renal crônica é lenta e, na
maior parte do tempo, assintomática. Uma pessoa pode conviver anos sem notar o
problema. Quando é descoberta, em geral, as funções do órgão já estão bastante
comprometidas, precisando da diálise. Já a doença renal aguda se desenvolve
rapidamente, podendo ser revertida ou não com tratamento.
“Os cientistas ainda têm muito a aprender sobre a Covid-19, a ação
do vírus e como pode comprometer o organismo, e ainda não há uma vacina ou
medicamento específico para tratar a doença. Portanto, a melhor atitude neste
momento de crescimento do número de pessoas infectadas e de mortes no Brasil é
a prevenção, com o isolamento de pessoas com sintomas, distanciamento social,
correta e frequente higienização das mãos e o uso de máscaras”, recomenda
Biluca.
Fenix Alphaville
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