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sábado, 23 de maio de 2020

Crises de ansiedade e ataques de pânico na quarentena: o que fazer?


Preocupações com a saúde financeira têm tirado o sono de muita gente: além do grande número de desempregados, tanto por conta da crise do novo coronavírus quanto pela situação econômica que o país já enfrentava, temos comércios fechados, salários diminuindo, contratos sendo finalizados.

Embora a renda básica emergencial, popularmente chamada de coronavoucher, tenha auxiliado um certo número de pessoas, há muitos que, apesar disso, ainda não têm conseguido fazer com que as contas fechem.

A preocupação com o bem-estar familiar, com a perda de qualidade de vida e, claro, com a situação geral da nação - o Brasil, infelizmente, é um dos países com maior número de mortos pelo novo coronavírus -, têm provocado, além de dificuldade para dormir, ansiedade profunda, mudança de hábitos alimentares e até crises de pânico.

O que podemos fazer para aliviar as sensações em questão? Como manter a saúde mental em épocas de isolamento, com os problemas que temos enfrentado e diante de uma pandemia? Falaremos mais sobre o assunto abaixo.

Ansiedade: problema do nosso tempo

Os transtornos de ansiedade têm ganhado espaço na mídia já há algum tempo. Frequentes em boa parte da população que trabalha, estuda e está sempre alerta, os transtornos têm sido relacionados ao frenesi da vida moderna, às cobranças nos âmbitos familiar e profissional e, acredite, até ao desenvolvimento das redes sociais.

Em sociedades cada vez mais competitivas e que estimulam “trabalhar enquanto os outros dormem” como forma de estar sempre na frente dos competidores, não é de surpreender que as doenças de ordem mental estejam dominando cada vez mais pessoas.

Durante o isolamento social e a quarentena, é possível desenvolver transtornos do gênero: o medo do que está lá fora, a aproximação do vírus do núcleo familiar, a incerteza acerca do futuro, as perdas profissionais e a ausência de contato social podem desestabilizar significativamente as pessoas.

Quem já enfrenta os transtornos deve ter cuidado redobrado, uma vez que as circunstâncias já citadas podem fazer com que o ansiedade fique descontrolada. Nesses casos, é fundamental continuar com a ajuda médica à distância e buscar, se possível, o atendimento de um psicólogo (também online).

Crises de pânico: o que são?

De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, pessoas que têm crises de ansiedade recorrentes podem ter transtorno de pânico (ou síndrome do pânico). O diagnóstico, lembramos, deve ser feito apenas por um profissional competente.

As crises de pânico têm frequência e duração variada e, geralmente, são bastante intensas. Para que uma pessoa tenha síndrome do pânico, é preciso que ela tenha crises recorrentes - ou seja, sim, é possível que uma pessoa, em situação atípica, tenha um quadro de crise de ansiedade sem ter, no entanto, o transtorno já citado.

Os sintomas da crise incluem: dores na região do peito, dificuldade para respirar, taquicardia, sensação de palpitação e medo de morrer. Há quem sinta mãos e pés gelados ou tenha um quadro de sudorese excessiva durante a crise, mas isso não é uma regra.

Como lidar com uma crise de ansiedade?

Ao perceber a aproximação dos sintomas já descritos, é importante que o indivíduo afetado tente permanecer calmo: não é uma tarefa fácil, é verdade, mas ter consciência sobre o fato faz com que seja menos doloroso ter que lidar com ele.

O ideal é que a pessoa afetada comece a trabalhar com a sua respiração: vale respirar fundo em cinco segundos, prender a respiração por mais cinco e soltar no mesmo tempo. Esse exercício, embora simples, ajuda a desviar a atenção da crise e promove calma e relaxamento físico.

Há quem diga que observar os elementos ao redor e listá-los em voz alta - “eu vejo uma mesa branca, um par de cadeiras azuis, três livros”, por exemplo - ajude. Vale a pena tentar, uma vez que os mecanismos de manutenção de bem-estar variam de pessoa para pessoa.

Se você estiver com alguém, peça para que a pessoa fique ao seu lado, para que segure a sua mão e respire com você. É importante que ela saiba que não é hora de falar alto ou de forma acelerada, nem de tentar “parar” a crise com comandos. A compreensão de outrem ajuda aquele que está tendo problemas.

Para diminuir a recorrência de crises, busque ajuda especializada, evite comer alimentos ricos em açúcar ou consumir bebidas com cafeína, tente manter horários para dormir e acordar, veja menos os noticiários, faça meditação, converse com amigos e familiares pela internet e, sempre que possível, pratique atividade física.

Mesmo em momentos de isolamento, quando não se pode sair para andar ou para fazer exercícios, é possível encontrar formas de distrair a mente e manter o corpo em pleno funcionamento.


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