3% dos
entrevistados ou seja 55 pessoas declararam "achar estranho" o
atendimento e 18% assumiu pelo menos uma vez ter tido uma atitude racista
Às vésperas de comemorarmos 132 anos
da abolição da escravatura, ainda nos deparamos com situações que nos
chocam, dados que são no mínimo preocupantes, principalmente quando falamos de
varejo em uma época onde a inteligência artificial, autoatendimento, tecnologia
e outros sistemas ligados à evolução do varejo, deixam de lado a humanização e
valorização do "ser humano". Deparamo-nos com um
"retrocesso", ainda que velado na sua maioria.
Através de uma pesquisa quantitativa, o Grupo Croma entrevistou 1814 pessoas, de diversas regiões do país, classes sociais (ABC), idade de 16 anos acima e opções sexuais variadas. O estudo Oldiversity tem a intenção de investigar como as marcas estão ligadas à longevidade e diversidade de orientação sexual, gênero, raça e pessoas com deficiência, e mostrar como elas estão se adequando a novos anseios e realidades sociais.
Através de uma pesquisa quantitativa, o Grupo Croma entrevistou 1814 pessoas, de diversas regiões do país, classes sociais (ABC), idade de 16 anos acima e opções sexuais variadas. O estudo Oldiversity tem a intenção de investigar como as marcas estão ligadas à longevidade e diversidade de orientação sexual, gênero, raça e pessoas com deficiência, e mostrar como elas estão se adequando a novos anseios e realidades sociais.
Um dos indicadores que mais chamou a atenção na
pesquisa, é que 18% dos entrevistados deste estudo assumiram
ter feito pelo menos uma vez, ou seja, ter atitudes racistas.
Apesar de questionável, pelo fato desse percentual ser potencialmente
maior, reconhecer o preconceito racial é ponto de partida para alguma
mudança. Nesse sentido, 37% concordam que a propaganda no Brasil ainda é
racista. Com o passar dos anos, depois do avanço das redes sociais, as marcas
começaram a dar mais atenção não só aos negros, mas ao público LGBTI em
comerciais e propagandas.
Ao mesmo tempo, outros indicadores também
chocam: 3% ou 55 pessoas do estudo declararam achar estranho ser atendido
por um negro. Outros 56% assumem que as empresas têm
preconceito ao contratar negros e 32% dizem que as marcas presentes no
Brasil reproduzem comportamentos preconceituosos. Além disso, 16%
acreditam que as marcas correm risco ao associar sua imagem a negros.
Se o preconceito racial explícito existe, o velado
parece ser igualmente presente, já que 70% acreditam que a diversidade
deve fazer parte das empresas e marcas. Esse paradoxo cria uma
gestão absolutamente complexa para as marcas, que são atacadas ou
criticadas quando assumem ou não uma posição.
Um fato inegável e triste é que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil, sendo a população que mais morre com índices de mortes violentas maiores que a guerra da Síria, por exemplo.
Em 2018, dos cerca de 33.590 jovens de 15 a 29 anos
que foram assassinados no país, 77% eram negros. Talvez esses dados possam
servir como mais um alerta para a quebra de padrões estéticos racistas
e promover uma verdadeira inclusão social, ampliando a presença
dos negros na publicidade e no quadro de funcionários das empresas.
Edmar Bulla - fundador do Grupo Croma, que oferece design de inovação. Graduado pela ESPM possui especializações em Neurociência e Comportamento pela PUCRS e em Marketing Digital por Harvard, além de formações em Música e Filosofia. Atuou em empresas como Nokia, PepsiCo e WPP, ocupando posições regionais e globais. Coautor do livro Líderes de Marketing é professor e palestrante convidado em eventos no Brasil e exterior. Bulla é apaixonado por conduzir processos de transformação em grandes empresas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário