Confirmando a
lógica de que grandes problemas geram oportunidades para descobertas de
soluções proporcionalmente volumosas, existe uma chance no horizonte de que o
confinamento causado pela pandemia do Covid-19 possa funcionar como um
acelerador para uma revolução desejada há muito tempo no modelo educacional do
país.
A expectativa se
apoia no fato de que a educação presencial, hoje descartada, retornará, em
breve, contaminada pelas outras modalidades possíveis de serem desenvolvidas, o
que podemos chamar de Educação Presencial Mediada por Tecnologia.
Nela, o professor
está em um espaço e os alunos em outros. O docente, portanto, precisa ser
exato, cirúrgico, milimétrico para discorrer sobre o tema de maneira muito ágil
e não perder a atenção dos alunos conectados, mas sem todas as sensações
conectadas a ele.
Desta forma, a
escolha do tema, o planejamento das contextualizações e a proposta de permitir
que todos os alunos se comuniquem de maneira organizada demonstrando
aprendizado, com questões respondidas on line ou por chat, assegura a real
eficiência que deveria compor todas as aulas síncronas mediadas por tecnologia ou
não.
A Educação a
Distância – EaD está voltada a propor um modelo de aprendizado que estimule o
protagonismo do aluno, que o leve a níveis mais profundos da cognição, como a
análise, a crítica e até a criação. As atividades EaD não podem ser muito básicas,
simples, devem estimular e desafiar o aluno a chegar aos resultados esperados.
As modalidades não
substituem uma à outra, mas devem ser ofertadas de maneira integrada e
complementar. A escolha do tema aplicado presencialmente é importante, pois é
deste momento que se constroem os conceitos básicos e a fundamentação para
serem complementadas com as atividades presenciais síncronas mediadas por
tecnologia e contribuem para as atividades totalmente a distância que permitem
a diferenciação individual dos alunos em atividades desprendidas e motivadoras
para deixar cada aluno fluir a seu tempo.
A falta de uso de
recursos tecnológicos nunca esteve na dificuldade em se adaptar às ferramentas
computacionais, e sim na insistência dos mantenedores em procrastinar a
atualização deles mesmos à realidade e também dos docentes contratados de
buscarem diferentes estratégias lúdicas e motivadoras.
Neste sentido, o
tradicionalismo retrógrado aplicado no segmento da educação, que afastava o
EaD, agora se viu obrigado a recorrer a esta modalidade para reduzir a perda de
conteúdo dos alunos em tempos de confinamento.
Esse fato
desencadeou um movimento sem volta. Se é verdade que o mundo nunca mais será o
mesmo após a pandemia do novo coronavírus, o mundo da educação definitivamente
será um dos mais modificados. E essa é uma boa notícia pois todos os indícios
de mudança sugerem um ambiente de aprendizado muito melhor.
César Silva - diretor Presidente da
Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docente da Faculdade de Tecnologia de
São Paulo – FATEC-SP há mais de 30 anos. Foi vice-diretor superintendente
do Centro Paula Souza. É formado em Administração de Empresas, com
especialização em Gestão de Projetos, Processos Organizacionais e Sistemas de
Informação.
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