O hábito de lavar as mãos tem sido cada vez mais
disseminado nos dias de hoje, em virtude da pandemia, porque funciona como
prevenção contra o coronavírus e, consequentemente, evita a disseminação da
doença. Mas, não foi agora que percebemos que essa atitude pode salvar vidas. A
descoberta da relevância da higienização das mãos data do século XIX, como a
principal forma de prevenir outro grande problema de saúde pública: a infecção
hospitalar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as
infecções hospitalares atingem até 14% dos pacientes internados no Brasil,
podendo chegar a 100 mil mortes por ano. Trazer à luz um dado tão relevante, é
o objetivo do Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, lembrado em
15 de maio.
O tema é preocupação recorrente tanto da equipe de
um hospital, quanto do paciente, porque esse problema de saúde pode acontecer
em processos de internação ou em procedimentos cirúrgicos, ou até mesmo se
manifestar após a alta por diversos motivos e de diferentes formas.
Nesse sentido, podemos citar como exemplo, desde
procedimentos inadequados durante uma cirurgia até, eventualmente, questões
ligadas a ambiente ou predisposição do paciente que, ao ser internado ou ir ao
hospital com o quadro de saúde já um pouco debilitado, fica suscetível a
bactérias e vírus, que podem comprometer o quadro clínico, principalmente em
processos mais invasivos. Entre as condições que aumentam a propensão à
infecção hospitalar estão fatores como baixa imunidade, idade avançada ou o, em
casos de recém-nascidos, a fragilidade da fase inicial do bebê.
No entanto, independentemente da situação, prevenir
é sempre o melhor remédio. Por isso, a higienização frequente das mãos, tanto
dos pacientes e acompanhantes, quanto da equipe médica é de extrema
importância, já que elas costumam ser o principal meio de contágio. Isso
acontece porque as mãos ficam em contato direto com objetos e lugares que podem
estar contaminados por vírus, fungos e bactérias. Por isso é tão importante
disseminar a informação e fazer com que as pessoas tenham em mente que lavar as
mãos com água e sabonete comum pode prevenir cerca de 80% das doenças
transmissíveis por essa via.
E é por esta relevância que se faz tão necessário
transformar o dia 15 de maio em uma verdadeira campanha de conscientização
sobre a importância da higienização das mãos como forma de prevenção e controle
das infecções hospitalares em escala nacional. E assim, fazer com que esse tema
seja uma prioridade não só dos hospitais, mas também de estados e municípios,
para que a condição deixe de ser um empecilho na concretização efetiva do
direito à saúde de todo cidadão brasileiro.
Dr. Marcos Antonio Cyrillo - infectologista e
diretor clínico do Hospital Igesp
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