Dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país com maior
número de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo. Para ajudar essa
população, o psicólogo Fábio Camilo, doutorando em Psicologia da Saúde e mestre
em Avaliação Psicológica, separou seis tópicos principais.
De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior número de pessoas com transtornos de
ansiedade no mundo. Esse turbilhão de emoções combinado com a necessidade de
isolamento social atual, é a receita para uma bomba-relógio. Para ajudar essa
população, o psicólogo Fábio Camilo, mestre em Avaliação Psicológica e Gerente
de Educação da Vetor Editora, editora referência em soluções para psicologia há
mais de 50 anos, preparou uma lista de seis dicas para ajudar a manter a saúde
mental;
1) É preciso reconhecer e acolher seu medo
O medo tem um fator importante em nossas vidas, no sentido
de evitar a exposição a situações de risco, por exemplo. Por outro lado, também
existe a questão biológica e suas consequências, como um possível estresse ou
ansiedade maior do que o comum. Quando racional, podemos ter medo de
caminhar por uma determinada rua que sabemos ser perigosa no período da noite e
evitar isso. Mas em determinadas situações, o medo pode ser irracional, se
fazendo presente em situações que não fariam sentido.
Em uma situação
como a que vivemos, é importante lembrar que existem diversas variáveis
envolvidas e vivenciadas de forma diferente por cada pessoa. Uns têm medo da
contaminação, outros que convivem com idosos temem contaminá-los. Há ainda
profissionais com medo de perder o emprego diante da crise inevitável e
empreendedores que estão assustados em se vão ou não ter como suprir suas
necessidades básicas e o sustento de sua família.
O objetivo aqui é
você não deixar o seu medo se tornar irracional e para isso, você precisa
reconhecer e entender do que tem medo. Nenhum de nós sabe ainda o que vai
acontecer ou as consequências dessa situação, por isso o segredo é manter o
medo sob controle, tentando se preocupar menos com o futuro e mais com o
presente. Pergunte-se: esse medo é do presente ou é somente uma preocupação com
o futuro? No momento, faça o que pode para o momento atual. Um dia de cada vez.
Fique em casa, siga procedimentos de segurança de saúde e higiene e reduza as
despesas extras. E, acima de tudo, converse com alguém próximo, exponha o que
sente, busque ajuda. Se chegar a um ponto difícil demais para lidar sozinho,
procure apoio psicológico antes de chegar a um ponto que lhe faça mal.
2) Como lidar com
a ansiedade?
Se a pessoa já
está em tratamento, ela deve buscar formas de não alterar tanto sua rotina,
verificando quando é sua próxima consulta ao psiquiatra, por exemplo, e até uma
necessidade de alteração desta em função da manutenção do medicamento. Por
outro lado, para aqueles que não se tratam e estão se sentido ansiosos ou com
muito medo, é importante buscar apoio o quanto antes, não deixar a situação
sair de controle e iniciar um acompanhamento psicológico.
Considerando a
necessidade de nos mantermos em quarentena, hoje existe a possibilidade de
fazer terapia online, que pode ser uma ótima saída para ajudar a lidar melhor
com suas demandas. É o caso da empresa Vittude, por exemplo, que conecta psicólogos e pacientes de qualquer lugar do
mundo, permitindo o acesso à terapia de qualquer lugar. Se houver dificuldade
com acesso à internet ou qualquer outro problema, ocupe sua mente. Não veja
notícias que aumentem seu estado de ansiedade, mas mantenha-se informado dentro
do seu limite. Aproveite para terminar aquele livro que deixou de ler há algum
tempo. Reveja um filme que gosta. Ouça música. Só não fique imerso em
pensamentos que não lhe façam bem.
3) Incentive os
idosos a resgatarem hobbies
Encontrar
alternativas para manter os idosos ocupados durante esse período é fundamental
pois estão no grupo de maior risco. Aos que se exercitam, por exemplo, podemos
ensinar exercícios físicos simples que podem ser feitos em sua própria casa.
Pode ser um bom momento para retomar hobbies, como escrever, fazer artesanato
ou qualquer outra atividade que tenha se perdido ao longo dos anos. Ao mesmo
tempo, alguns gostam de ler e nesse momento podem manter a mente focada em uma
boa história, assim como podemos indicar filmes, séries e discutir isso com
eles, ainda que por telefone. Muitos gostam de compartilhar suas histórias, então
pode ser um bom momento, ainda que por chamada de vídeo, de ouvi-los, perguntar
sobre a família, suas memórias, mostrar a eles que são história viva e de nosso
interesse em saber disso. Assim, todos podemos aprender juntos, manter o
vínculo emocional e ainda criar boas memórias.
4) Aproveite para
ficar mais próximo dos filhos
Se há algo
positivo na crise atual, é a possibilidade de que as pessoas possam conviver
mais com seus entes queridos. Inúmeras atividades podem ser feitas em grupo e
reunir a família neste momento. Crianças, por exemplo, muitas vezes gostam de
cozinhar com os pais. Que tal então fazer juntos aquela receita de família,
explicar sua história e depois saborearem juntos? Pais podem acompanhar seus
filhos em partidas de videogame. Também pode ser o momento de resgatar
brincadeiras de outrora, que não necessitavam de tecnologia e podem trazer à
geração de hoje em dia uma perspectiva diferente de como se divertir. Assistir
filmes em família, fazer um cinema em casa, colocando cortinas mais escuras,
fazendo uma pipoca e simulando um ambiente diferenciado. Além disso, seria um
bom momento para acompanhar as atividades escolares dos filhos com mais
cuidado, de ajudar em revisão de conteúdos, simular perguntas e ajudar no
desenvolvimento da percepção de que podemos extrair algo de positivo deste
momento.
5) Como explicar o
cancelamento da festa de aniversário para uma criança?
É importante não
esquecermos que praticamente nenhum de nós, independentemente da idade, passou
por uma situação parecida. Dessa forma, deixar claro às crianças ou mesmos aos
céticos o porquê determinados cuidados e providências, ainda que dolorosas, é
um bom caminho. Uma criança de 6 anos, por exemplo, pode ter mais dificuldade
em entender a gravidade da situação, mas os pais podem aproveitar esse momento
para entender como essa mesma criança vê isso e então explicar a ela o motivo
dessa decisão de não viajar ou de não fazer uma festa de aniversário, de
maneira a deixar claro que não foi uma escolha, castigo ou algo do tipo.
Estimular as
demais crianças que seriam convidadas para a festa a enviarem vídeos pelo
smartphone dos pais, parabenizando, expressando seu carinho, pode ser uma
maneira de manter certo contato entre eles nesse período. O importante é ajudar
na compreensão de que as medidas não afetam apenas aquela criança em si, mas o
mundo, e que ao aceitar e entender o cancelamento de sua festa ela também está
contribuindo para a crise.
6) Adote posturas
que podem ajudar a todos
Nesse momento, o fato
é que cada pessoa reage de maneira única a diferentes situações. Alguns podem
estar satisfeitos em realizar seu trabalho em home office, enquanto para outros
isso pode ser quase um castigo, pela interferência em seu convívio social. Da
mesma forma, temos uma população com os maiores índices de ansiedade no mundo e
uma previsão de que até o fim deste ano a depressão seja o maior causador de
afastamento no trabalho. Logo, algumas pessoas podem estar mais fragilizadas e
suscetíveis a sofrer de forma mais intensa as consequências dessa crise. Cabe
aos demais, um entendimento das condições dessas pessoas e mesmo uma análise de
como pode contribuir. No caso de psicólogos, acolhendo as novas demandas e os
protocolos de atuação em situações emergenciais. Se for alguém mais jovem e
saudável, que possa se disponibilizar a buscar alimentos os remédios aos seus
vizinhos que podem estar no grupo de risco. Para tomadores de decisão em
empresas, uma análise de quanto suas escolhas podem afetar não apenas o futuro
da empresa, como também a vida de seus colaboradores. Em síntese, todos podemos
contribuir de alguma forma para o enfrentamento dessa crise, começando pela
compreensão das diferenças individuais e da forma como cada um vai vivenciá-la.
Fábio
Camilo - psicólogo, mestre e doutorando em psicologia. Autor de testes
psicológicos, professor de cursos de pós graduação na área de avaliação
psicológica e gerente de educação da Vetor Editora.
Vou tentar fazer para ver se funciona mesmo...
ResponderExcluirArquiteto de Vidro Temperado Bronze, Sao Paulo - SP