Dados do Ministério da Saúde apontam estabilidade
desse consumo na população geral e entre homens. A ingestão de bebidas
alcóolicas representa 1,4% do total de óbitos ocorridos em 2017
Dados inéditos do
Ministério da Saúde apontam que 17,9% da população adulta no Brasil fazem uso
abusivo de bebida alcoólica. O percentual é 14,7% a mais do que o registrado no
país em 2006 (15,6%). Mesmo com o percentual menor, as mulheres (11%)
apresentaram maior crescimento em relação aos homens (26%), no período de 2006
a 2018. Em 2006, o percentual entre as mulheres era de 7,7% e entre os homens,
24,8%.
Os dados são da
Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, divulgados nesta quinta-feira (25),
durante Reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em Brasília (DF).
A pesquisa apontou
ainda que o uso abusivo entre os homens é mais frequente na faixa etária de 25
a 34 anos, 34,2% e entre as mulheres nas idades de 18 a 24 anos (18%). O menor
percentual entre os homens e mulheres, foram observados em pessoas com 65 anos
e mais, sendo, 7,2% entre homens e 2% em mulheres. O percentual de consumo
abusivo entre os brasileiros tende a diminuir com o avanço da idade, em ambos
os sexos.
“O consumo abusivo
de álcool entre as mulheres teve um aumento significativo, em decorrência da mudança
de comportamento. Elas estão mais presentes no mercado de trabalho e com uma
vida social mais ativa. A estratégia do Ministério da Saúde para reduzir esse
aumento expressivo é melhorar a informação. Trabalhar a informação sobre os
malefícios do álcool, explicar sobre o consumo regular e social mais
sustentável. Entendemos que precisamos intensificar ainda mais a informação não
só para esse grupo, mas para toda a população”, ressaltou o secretário de
Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
É considerado ‘uso
abusivo de álcool’, a ingestão de quatro ou mais doses entre as mulheres e
cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas entre os homens, em uma mesma
ocasião, nos últimos 30 dias. O Ministério da Saúde alerta que o consumo de
qualquer tipo de bebida alcoólica pode trazer danos imediatos à saúde ou a
médio e longo prazo. O uso abusivo de álcool é uma pauta intersetorial e também
um fator de risco que influencia negativamente dois aspectos: aumento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs); e o aumento de agravos, como
acidentes e violência.
Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe volume seguro de álcool a ser
consumido, porque ele é tóxico para o organismo humano e pode provocar doenças
mentais, diversos cânceres, problemas hepático, como a cirrose, alterações
cardiovasculares, com riso de infarto e acidente vascular cerebral e a
diminuição de imunidade. Além de ser responsável por episódios de violência
física contra si ou contra outras pessoas.
MORTALIDADE
Dados inéditos de
mortalidade do Ministério da Saúde apontam que 1,45% do total de óbitos
ocorridos entre os anos de 2000 a 2017 estão totalmente atribuídos à ingestão
abusiva de bebidas, como doença hepática alcóolica. Quando verificado o número
de mortes entre os sexos, os homens morrem aproximadamente nove vezes mais do
que as mulheres por causas totalmente atribuídas ao álcool. Os óbitos excluem
acidentes e violências e outras causas parcialmente atribuídas.
De acordo com a
OMS, em todo o mundo, mais de 3 milhões de homens e mulheres morrem todos os
anos pelo uso nocivo de bebidas alcoólicas. Ao todo, 5% das doenças mundiais
são causadas pelo álcool.
AÇÕES
O Ministério da
Saúde por meio da Política Nacional de Saúde Mental oferta de forma gratuita, o
atendimento as pessoas que sofrem com a dependência alcoólica. Os serviços
disponíveis compreendem as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para
organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos
em saúde mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a
transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno
afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo etc, e pessoas com quadro de
uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas, como álcool, cocaína,
crack e outras drogas.
O acolhimento
dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia de atenção fundamental para a
identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e
planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, se e quando
necessárias, conforme cada caso. Os indivíduos em situações de crise podem ser
atendidos em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial, formada por
várias unidades com finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela
rede pública de saúde.
Os principais
atendimentos em saúde mental são realizados nos Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS) que existem no país, onde o paciente recebe atendimento próximo da
família com assistência multiprofissional e cuidado terapêutico conforme o
quadro de saúde de cada paciente. Nesses locais também há possibilidade de
acolhimento noturno e/ou cuidado contínuo em situações de maior complexidade.
Alexandre Penido
Agência Saúde
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