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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Prescrição para o toque: experiências iniciais formam o cérebro dos bebês prematuros



 A prematuridade e a qualidade do toque determinam a extensão das respostas cerebrais atenuadas


Os bebês recém-nascidos experimentam o mundo através do toque. Agora, os pesquisadores que mediram as respostas cerebrais de 125 crianças - incluindo bebês que nasceram prematuramente e outros que nasceram a termo - mostram que as primeiras experiências de toque do bebê têm efeitos duradouros sobre o modo como seus cérebros respondem ao toque gentil, quando eles vão para casa.

Os resultados, relatados em Current Biology, são mais uma lembrança da importância do toque gentil para o desenvolvimento sensorial normal dos bebês. Eles têm implicações particulares para o cuidado recebido pelos 15 milhões de bebês nascidos prematuramente a cada ano, que, muitas vezes, devem passar longos períodos de tempo em unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs).

“Certificar-se de que os bebês prematuros recebam um contato positivo e de apoio, como o contato pele a pele dos pais, é essencial para ajudar seus cérebros a responderem ao toque gentil de maneira semelhante à dos bebês que nasceram a termo. Quando os pais não conseguem fazer isso, os hospitais podem determinar que terapeutas ocupacionais ou outros profissionais mantenham a experiência de toque cuidadosamente planejada aos prematuros”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores recrutaram 125 bebês nascidos prematuros com idade gestacional de 24 a 36 semanas e bebês nascidos de 38 a 42 semanas. Antes que esses bebês tivessem alta do hospital, os pesquisadores fizeram um eletroencefalograma  para medir as respostas cerebrais dos bebês a um sopro de ar em comparação com um sopro "falso".

De um modo geral, essas medidas mostraram que os bebês prematuros eram mais propensos que os bebês nascidos a termo a ter uma resposta cerebral reduzida ao toque suave. Outras análises mostraram que a resposta do cérebro ao toque foi mais forte quando os bebês das UTINs passaram mais tempo em contato gentil com seus pais ou prestadores de cuidados de saúde. Em contraste, bebês prematuros que foram submetidos a procedimentos médicos mais dolorosos, mostravam menos resposta ao toque suave mais tarde. Isso foi verdade, apesar do fato de os bebês terem recebido medicamentos contra a dor e açúcar para tornar esses procedimentos mais fáceis de suportar.

“Certamente, experiências de contato mais positivas no hospital ajudam os bebês a ter uma percepção de toque mais típica quando eles forem para casa. Mas, os pesquisadores ficaram muito surpresos ao descobrir que se os bebês experimentam procedimentos mais dolorosos no início da vida, sua reação ao toque suave pode ser afetada”, diz Chencinski.

Com base nas novas descobertas, os pesquisadores estão criando novas formas de proporcionar um contato positivo nas UTINs. Eles também estão investigando como a resposta cerebral do bebê ao toque interage com a resposta do cérebro ao som da voz de uma pessoa.

“Para os novos pais, incluindo aqueles cujos filhos pequenos devem sofrer procedimentos médicos difíceis, é importante saber: seu toque importa mais do que podemos pensar”, destaca o pediatra.





Moises Chencinski




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