Você já
sentiu ou sente dor, cansaço, inchaço e/ou queimação nas pernas? Se passa por
isso, está na hora de procurar um angiologista para saber do que se trata.
Saiba que as varizes podem ser as responsáveis por esses sintomas. O Dr.
Raphael Gomes Morais do Instituto de Vascular e Laser responde sete perguntas
importantíssimas sobre esse assunto.
1) O que são varizes?
Não é uma patologia recente. Foi descrita
desde a Antiguidade, sendo o primeiro documento conhecido o Papiro de Ebers
(3.500 anos a.C). De lá para cá, o conceito e as implicações fisiopatológicas
da insuficiência venosa sofreram e têm passado por profundas modificações, em
especial na última década.
Entende-se, hoje, que as varizes são veias
superficiais anormais, dilatadas e tortuosas. Caracterizam-se por uma alteração
funcional da circulação venosa do organismo. Na prática, ocorre um aumento de
pressão dificultando o retorno do sangue para o coração.
2) Há tipos diferentes
de varizes?
Sim. Clinicamente, a doença venosa se divide
em 6 classes, sendo que a primeira é a mais amena, formada pelas
telangiectasias (microvarizes) e veias reticulares. A última é a forma mais
grave, caracterizada pela presença de feridas abertas.
Essa divisão explica o fato de algumas pessoas
terem varizes e não apresentarem sintomas, enquanto outras sentem incômodos e
dores sem ter varizes aparentes. Por isso, a importância de procurar um
especialista para diagnosticar o tipo e indicar o tratamento mais adequado.
3) Quem está mais
sujeito a ter varizes?
Pesquisas apontam que a prevalência de doença
venosa crônica na população adulta ocidental varia de 25 a 33% em mulheres, e
de 10 a 20% em homens, havendo um aumento com a idade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Angiologia e de Cirurgia Vascular, os principais fatores que levam as mulheres
a estarem mais propensas ao problema são:
·
ação dos hormônios femininos;
·
gravidez;
·
reposição hormonal.
4) Como é feito o
diagnóstico?
O diagnóstico ocorre por meio da história
clínica e do exame físico, ambos realizados pelo angiologista/cirurgião
vascular. Durante conversa no consultório, o médico questiona, por exemplo,
casos de pessoas na família com varizes, como é a rotina do paciente, se passa
muito tempo sentado ou em pé, como é a pratica de atividade física, tipo de
alimentação e possíveis sintomas apresentados, bem como a duração destes.
Em geral, as principais queixas clínicas são:
dor, queimação, sensação de peso, ardência e inchaço nas pernas. De acordo com
os relatos, os sintomas pioram nos períodos próximos ou durante a menstruação e
tendem a melhorar quando se eleva os membros inferiores.
Além dessa investigação, o especialista pode
solicitar exames complementares, como o Doppler Vascular. Eles são fundamentais
para concluir o diagnóstico e fazer o planejamento do tratamento das varizes.
5) Como é feito o
tratamento?
A forma de tratar as varizes depende,
fundamentalmente, da veia que necessita de cuidados. As telangiectasias (vênulas
intradérmicas) são resolvidas com uma solução esclerosante, injetada dentro
destes vasos. Já aqueles cordões varicosos, salientes e visíveis, que elevam a
pele, e aquelas pequenas veias de trajeto tortuoso ou retilíneo exigem,
geralmente, cirurgias.
Os pacientes, que não querem ou não podem
fazer nenhum dos tipos de tratamento citados, recebem prescrição de
medicamentos. Além disso, recomenda-se a elevação dos membros inferiores,
sempre que possível, e, fundamentalmente, o uso de meia elástica.
O ideal é conversar com seu médico
angiologista ou cirurgião vascular para que juntos escolham a melhor opção de
tratamento.
6) Deixar de tratar as
varizes pode trazer consequências?
Sim. As varizes e os sintomas que elas
provocam fazem parte de uma síndrome chamada de Insuficiência Venosa Crônica.
Esta doença apresenta caráter crônico e evolutivo. Ela pode levar, além da
piora dos sintomas, com o passar do tempo, à ocorrência de inflamações
(flebites), ao escurecimento da pele (dermatofibrose) e à formação de feridas
(úlceras). Por isso, o problema precisa ser levado a sério e tratado o quanto
antes.
7) Dá para prevenir?
A prevenção inclui uma rotina saudável:
·
invista em uma alimentação balanceada. A dieta rica em fibras evita a
constipação intestinal;
·
faça o controle do peso corporal. Quando o peso aumenta, a pressão
venosa também aumenta, favorecendo a formação das varizes;
·
pratique atividades físicas regularmente. De um modo geral, elas
promovem o aumento do tônus muscular, contribuem para o retorno venoso e
auxiliam na prevenção de varizes;
·
não fume. O cigarro é prejudicial à saúde e favorece o aparecimento de
varizes;
·
evite ficar muito tempo em pé ou sentado;
·
evite hormônios anticoncepcionais ou reposição hormonal sem orientação
médica;
·
consulte regularmente seu angiologista/cirurgião vascular. Não deixe
para procurá-lo apenas quando sentir algo.
Dr. Raphael Gomes Morais - Graduado
em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, em 2011. Fez Residência Médica
em Angiologia e em Cirurgia Vascular no Hospital Geral de Goiânia (HGG), em
2015. É membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular
(SBACV).
Atua nas seguintes áreas:
·
Angiologia
·
Cirurgia Vascular
·
Doppler
·
Flebologia Estética
Instituto de Vascular e LASER
Nenhum comentário:
Postar um comentário