Segundo especialista, a cirurgia
bariátrica é indicada em casos extremos, em que o excesso de peso causa danos à
saúde
A Organização Mundial da Saúde aponta que a obesidade é um
dos maiores problemas de saúde pública no mundo, considerada a epidemia que
mais cresce no século 21, além de ser a segunda causa de morte evitável,
perdendo apenas para o tabagismo. A projeção, de acordo com estudos da OMS, é
que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700
milhões, obesos.
De acordo com Bráulio Lessa, Cirurgião do Aparelho Digestivo
e médico responsável pela equipe multidisciplinar
de tratamento da obesidade do Hospital Dom Antonio de Alvarenga, a obesidade
gera transtornos psicológicos e sociais, como insatisfação com a própria
imagem, vergonha de expor o corpo em praias, academias e piscinas, dificuldade
de locomoção, de utilizar transportes públicos, e até para conseguir emprego.
“Quanto aos males físicos, o obeso tem maior incidência de doenças cardíacas,
circulatórias, pulmonares, diabetes e doenças articulares, como artroses dos
joelhos e hérnia de disco na coluna vertebral. Além disso, quanto maior o peso,
mais chance de apresentar roncos e apneia do sono, que são paradas
respiratórias enquanto o indivíduo dorme”, ressalta o especialista.
“A função sexual e reprodutiva de homens e mulheres também
pode ser afetada pelo excesso de peso, uma vez que os hormônios sexuais
dependem muito da porcentagem de gordura corporal.”, complementa. “Nas
gestantes, a presença de obesidade gera um maior risco de pressão alta e
complicações durante e depois do parto.”, enfatiza.
Os males da obesidade não são apenas estéticos e para os
graus mais leves, o tratamento consiste em exercícios físicos, reeducação
alimentar, psicoterapia e acompanhamento médico clínico. Entretanto, para as
situações de obesidade mórbida, já há um consenso de que a cirurgia bariátrica
é bem indicada, já que nesses casos o paciente apresenta excesso de gordura
muito acima da média, com aumento dos riscos de diabetes e doenças cardíacas.
Lessa explica que a intervenção é recomendada a pessoas com
Índice de Massa Corpórea (IMC) de 40 ou superior e, para pessoas com IMC de 35
ou superior com um ou mais problemas de saúde relacionados à obesidade. “A
cirurgia é indicada também em pacientes com idade entre 18 e 65 anos e história
de tratamentos clínicos, por pelo menos um ano, sem sucesso.”, destaca.
O procedimento pode ser feito por via tradicional (aberta) ou
vídeo-cirurgia, menos invasiva e com recuperação mais rápida. Outro ponto muito
importante é realizar atendimento antes, durante e depois da operação com uma
equipe multidisciplinar de tratamento da obesidade. “O grupo do HDAA é formado
por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, psicólogo,
fisioterapeuta e nutricionista, que acompanham o paciente desde as primeiras
consultas, no pré-operatório e pós-alta.”, afirma Lessa.
Além desse atendimento especializado, o Hospital Dom Antonio
de Alvarenga promove mensalmente uma palestra informativa sobre cirurgia
bariátrica, coordenada pelo Dr. Bráulio Lessa, Cirurgião do Aparelho Digestivo
e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Os
encontros são gratuitos, aberto ao público, sem necessidade de fazer inscrição.
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