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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Por que tratar a obesidade?




Segundo especialista, a cirurgia bariátrica é indicada em casos extremos, em que o excesso de peso causa danos à saúde


A Organização Mundial da Saúde aponta que a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, considerada a epidemia que mais cresce no século 21, além de ser a segunda causa de morte evitável, perdendo apenas para o tabagismo. A projeção, de acordo com estudos da OMS, é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos.

De acordo com Bráulio Lessa, Cirurgião do Aparelho Digestivo e médico responsável pela equipe multidisciplinar de tratamento da obesidade do Hospital Dom Antonio de Alvarenga, a obesidade gera transtornos psicológicos e sociais, como insatisfação com a própria imagem, vergonha de expor o corpo em praias, academias e piscinas, dificuldade de locomoção, de utilizar transportes públicos, e até para conseguir emprego. “Quanto aos males físicos, o obeso tem maior incidência de doenças cardíacas, circulatórias, pulmonares, diabetes e doenças articulares, como artroses dos joelhos e hérnia de disco na coluna vertebral. Além disso, quanto maior o peso, mais chance de apresentar roncos e apneia do sono, que são paradas respiratórias enquanto o indivíduo dorme”, ressalta o especialista.

“A função sexual e reprodutiva de homens e mulheres também pode ser afetada pelo excesso de peso, uma vez que os hormônios sexuais dependem muito da porcentagem de gordura corporal.”, complementa.  “Nas gestantes, a presença de obesidade gera um maior risco de pressão alta e complicações durante e depois do parto.”, enfatiza.

Os males da obesidade não são apenas estéticos e para os graus mais leves, o tratamento consiste em exercícios físicos, reeducação alimentar, psicoterapia e acompanhamento médico clínico. Entretanto, para as situações de obesidade mórbida, já há um consenso de que a cirurgia bariátrica é bem indicada, já que nesses casos o paciente apresenta excesso de gordura muito acima da média, com aumento dos riscos de diabetes e doenças cardíacas.

Lessa explica que a intervenção é recomendada a pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) de 40 ou superior e, para pessoas com IMC de 35 ou superior com um ou mais problemas de saúde relacionados à obesidade. “A cirurgia é indicada também em pacientes com idade entre 18 e 65 anos e história de tratamentos clínicos, por pelo menos um ano, sem sucesso.”, destaca.

O procedimento pode ser feito por via tradicional (aberta) ou vídeo-cirurgia, menos invasiva e com recuperação mais rápida. Outro ponto muito importante é realizar atendimento antes, durante e depois da operação com uma equipe multidisciplinar de tratamento da obesidade. “O grupo do HDAA é formado por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista, que acompanham o paciente desde as primeiras consultas, no pré-operatório e pós-alta.”, afirma Lessa.

Além desse atendimento especializado, o Hospital Dom Antonio de Alvarenga promove mensalmente uma palestra informativa sobre cirurgia bariátrica, coordenada pelo Dr. Bráulio Lessa, Cirurgião do Aparelho Digestivo e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Os encontros são gratuitos, aberto ao público, sem necessidade de fazer inscrição. 



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