Constrangimento e insegurança são algumas
características de pessoas que sofrem com um sintoma conhecido popularmente,
como “bafo”. Segundo
dados da Associação Brasileira de Halitose (ABHA),
30% da população, ou seja, aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem com
este tipo de problema e as
causas podem ser diversas, desde doenças como diabetes, até higiene bucal
precária e estresse.
Hugo Rosin, diretor
executivo da DVI Radiologia Odontológica – empresa especializada em diagnóstico
por imagem em Odontologia –, aponta quais são os mitos e verdades mais comuns,
esclarecendo algumas dúvidas bastante corriqueiras sobre a halitose:
- O mau hálito vem do estômago?
Mito.
A crença
popular que halitose está ligada a problemas vindos do estômago, tem origem,
através do pensamento que as pessoas desenvolvem o problema devido à ingestão
de alimentos que alteram o hálito ou pelo jejum prolongado que desencadeia seu
aparecimento. A halitose vinda do estômago é uma condição bem rara na verdade,
apenas 1% dos casos vem de problemas estomacais.
2.
Toda pessoa que tem halitose tem higiene
bucal ruim.
Mito. Embora a falta de higiene bucal seja uma das
causas, o que ocorre é o contrário, uma vez que os pacientes que conhecem o
problema tem tanto ou mais cuidado para tentar deixar o hálito sob controle.
- Soprar entre as mãos e sentir o cheiro ou cheirar o fio dental após o uso são ações que ajudam a identificar uma possível halitose.
Mito. Se a pessoa tentar
sentir seu o próprio hálito, fazendo o formato de uma concha com suas mãos em
torno da sua boca e nariz, expirando e cheirando, na maioria dos casos, irá
sentir o próprio cheiro das mãos. A
explicação é a chamada fadiga olfatória, uma característica que impede as
pessoas que possuem mau hálito de identificar o problema, ou seja, nosso olfato
se acostuma com determinados odores, fazendo com que eles passem despercebidos
pelo nariz.
- Existem diferentes tipos de halitose.
Verdade. Existem quatro tipos de problemas que podem
desencadear o mau hálito:
1-
Esporádica,
que é passageira e aparece, por exemplo, ao acordar ou ficar muito tempo em
jejum.
2-
Crônica,
que apresenta um maior tempo presente no paciente. O problema tem maior
incidência nos idosos, devido a grande quantidade de remédios que são
ingeridos, que afetam a produção de saliva, causando o mau hálito.
3- Fisiológica, caracterizada pela falta de
higiene bucal, estando algumas vezes relacionada a sintomas de depressão.
4 – Patológica, causada pela doença
periodontal inflamatória crônica, que exige tratamento dentário e instrução de
higiene bucal para eliminar o problema.
- É possível medir a intensidade do hálito?
Verdade. Os consultórios odontológicos podem realizar
essa medição utilizando aparelhos, como Halimeter e OralChroma, que são
desenvolvidos para diagnosticar a halitose.
O dispositivo detecta a intensidade da halitose (esporádica, crônica,
fisiológica ou patológica), além de possíveis causas como higiene bucal
deficiente e saburra lingual, aquela camada
esbranquiçada na língua.
- Algumas pessoas podem apresentar halitofobia, medo de sofrer de mau hálito.
Verdade.
As pessoas que sofrem do problema, normalmente,
não possuem nenhum histórico ou problema relacionado à halitose. Mas esse medo
exagerado pode ser desencadeado após um episódio esporádico de mau hálito. A
partir disso, o indivíduo acha que convive com o problema. Em casos mais
graves, o paciente chega a ficar tão paranoico que pode ficar agressivo, além
de desenvolver depressão e bipolaridade. Nessa situação, é aconselhável
procurar a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.
7.
Balas e
chicletes disfarçam o mau hálito.
Mito. Essas guloseimas liberam odores e sabores que atuam como uma medida paliativa contra o
mau hálito, que depois de dispersos, não tem mais função. Além disso, o açúcar
existente nesses produtos pode agravar o problema, já que serve como “alimento”
para a proliferação de micro-organismos presentes na boca.
- A Halitose é hereditária.
Mito. O que acontece é que algumas doenças que provocam halitose têm um caráter
hereditário envolvido na sua manifestação, como o diabetes, por exemplo, e são
elas que, de fato, acabam desencadeando o problema.
- Estresse pode causar halitose.
Verdade. Uma rotina estressante
provoca uma redução na salivação, o que pode acarretar no surgimento de placa
bacteriana, mais conhecida como saburra, causador do mau hálito. Em muitos
casos, por conta do cotidiano turbulento, os pacientes tem uma alimentação desregulada,
permanecendo intervalos muito longos sem comer nada, o que pode agravar o
problema.
- A Halitose tem cura.
Verdade.
Porém,
para tratar a enfermidade é preciso entender o caso em questão, pois é muito
comum existirem causas associadas à saúde do paciente como um todo. O aspecto
emocional, por exemplo, tem muita influência, ou enfermidades, como a
hipoglicemia, baixo nível de açúcar no sangue, que potencializam a alteração no
odor do hálito. Portanto, não é possível tratar a halitose isoladamente, mas
sim atuar nas causas que desencadeiam o problema.
Hugo Rosin - diretor
executivo da DVI Radiologia Odontológica, cirurgião-dentista formado pela
FORP-USP, especialista em radiologia pela FOP-UNICAMP e especialista em
ortodontia pela FOAR-UNESP
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