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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A importância de ser um doador de sangue e medula óssea


A espera por um doador compatível de medula óssea pode levar meses, o que acaba por agravar a saúde do paciente. Embora o Brasil tenha o terceiro maior banco de doadores do mundo, com 4,7 milhões de cadastros, precisamos de rapidez para encontrar doadores compatíveis. Quanto mais o tempo passa, mais a saúde do paciente se agrava e suas chances de recuperação começam a diminuir.

O transplante consiste na substituição da medula óssea doente por células normais de um doador compatível, para que o paciente se recupere e volte a desempenhar as suas funções adequadamente.

Esse procedimento é indicado para casos de doenças do sangue, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, linfomas, anemias graves, hemoglobinoplatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, osteopetrose e talassemia major, entre outras.

Com a visibilidade do Dia Mundial do Doador de Medula Óssea no mês de dezembro, procuramos aproveitar para reforçar a conscientização sobre a doação e, também, sobre a importância de manter seu cadastro de doador sempre atualizado.

Parece uma coisa simples, mas uma grande preocupação que temos é com o cadastro de doadores. Não são raros os casos em que surge um paciente compatível, mas os dados do doador são antigos e não conseguimos mais encontrá-lo.

O processo para se tornar um doador é simples. A pessoa deve procurar um hemocentro especializado e agendar uma coleta de sangue para análise. Depois disso, é feito um cadastro do doador no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Nesse sentido, é fundamental que os dados estejam sempre atualizados, e o site, inclusive, permite alterar as informações, quando necessário.

Apenas quando encontramos um paciente compatível, entramos em contato com o doador para o procedimento de coleta. Esse processo pode ser feito de diversas formas, e todas são seguras e muito rápidas.

Atualmente, o aperfeiçoamento de uma técnica tem beneficiado muitos pacientes com dificuldade para encontrar doadores totalmente compatíveis. O procedimento nos permite utilizar células-tronco de pessoas parcialmente compatíveis, combinadas com o uso de medicações.

A compatibilidade entre doador e paciente é definida pelo HLA (antígeno leucocitário humano), uma proteína presente na superfície dos leucócitos (glóbulos brancos do sangue). Os tipos de HLA variam de acordo com o material genético herdado pelos pais, sendo metade da mãe e a outra metade do pai. Quando não há doadores compatíveis na família, busca-se um doador no REDOME.

Contudo, o pai ou a mãe tem, necessariamente, 50% de compatibilidade com o paciente. A grande vantagem deste método é que podemos ganhar tempo, sem depender de outros doadores.



Doação de sangue

Além da queda no cadastro de novos doadores de medula óssea, os bancos de sangue também tiveram uma redução das doações. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em junho, o número sofreu queda de 10% em todo o país, tendo como principal causa a pandemia de Covid-19.

Vale frisar que uma bolsa de sangue pode salvar a vida de até quatro pessoas. A doação é um procedimento totalmente seguro, pois o organismo repõe muito rapidamente a quantidade doada, além de serem utilizados apenas materiais descartáveis e a bolsa de sangue testada para HIV, hepatites B e C, chagas, sífilis e outras doenças.

Diante de tudo isso, precisamos reunir esforços para continuar promovendo o engajamento da população nesta causa tão nobre. Ser um doador de sangue e de medula é um ato de amor ao próximo!




Dr. Rodrigo Santucci - hematologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e diretor de Relações Institucionais do Hemocentro São Lucas, que atende a Instituição.


Empresária reconstrói aréolas em mulheres com mastectomia gratuitamente

Clínica estética localizada no bairro de Moema, São Paulo atende mensalmente mulheres carentes de todas as regiões.


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima-se que no Brasil sejam diagnosticados mais de 60.000 casos novos de câncer de mama todos os anos. Infelizmente grande parte dessas mulheres descobrem a doença em um estágio avançado e necessitam de cuidados especiais.

Aproximadamente 70% dos diagnósticos precisam fazer a mastectomia para dar andamento ao tratamento, segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Diante de um cenário tão cruel para inúmeras mulheres que passam pelo procedimento, se livrar do câncer é um alívio, porém inicia-se uma nova batalha - a da autoestima despedaçada por conta da mutilação. O seio representa a feminilidade da mulher em diversos aspectos, seja através do aleitamento, tão importante entre uma mãe e um filho, seja sobre sua afirmação em relação a sua sexualidade, sua vaidade, entre outras representações tão significativas para uma mulher. Passar pelo processo de mastectomia, não é apenas a preocupação da doença em si, mas como ela vai se afirmar como mulher, sem uma parte tão importante do seu corpo.

Sabrina Rodrigues, proprietária do Sabrina Beauty Innovation, é especializada em micropigmentação facial e além de atender diversas clientes em seu espaço, também ministra cursos para pessoas que querem ingressar na profissão. Além da micropigmentação em diversas áreas da face, há alguns anos Sabrina reconstrói aréolas em mulheres que fizeram a reconstrução do seio e também oferece cursos para quem quiser se especializar no método. “Desde que iniciei esse trabalho, tenho me surpreendido com tantas histórias de superação, amor e resignação. Me emociono muito ao ver o resultado” – comenta Sabrina.

Os atendimentos gratuitos acontecem uma vez ao mês e contemplam entre 6 e 7 mulheres. Não há critérios para a realização da técnica, apenas que o seio esteja sem a área por conta do procedimento. O processo de reconstrução dura em média uma hora, e começa com uma conversa entre a profissional e a paciente para entender o quanto isso impacta na vida e como ela gostaria que fossem as novas aréolas. Após, Sabrina inicia os testes de cor, até chegar ao pigmento mais natural possível.

As tintas são um diferencial. A profissional mescla a tinta para micropigmentação e a de tatuagem em porções definidas durante o atendimento e inicia o processo de refação da auréola. Para as mulheres que precisam em apenas um dos seios, o desenho baseia-se no outro seio, quando os dois passaram pelo processo, a profissional conta com a descrição da paciente e seu talento em desenhos realistas. “É inexplicável ver a reação das mulheres ao final do procedimento. É realmente muito emocionante e gratificante. Muitas vezes elas acham que o que desenhamos está ainda mais bonito do que o original” – finaliza.

Esse é também é um serviço oferecido pela clínica para clientes que possam arcar com o atendimento e aceita agendamentos todos os dias da semana, de acordo com a disponibilidade da profissional. Para agendar o procedimento gratuito ou remunerado é simples, basta ligar no estúdio e consultar a agenda disponível. Além dos dias específicos a equipe avalia alguns casos e se há a possibilidade, incluem na agenda da profissional.

Com certeza, esse é um trabalho capaz de transformar a vida por um todo de mulheres que enfrentam a jornada do combate ao câncer. Não é apenas a luta travada a favor da sobrevivência, é também o amor-próprio, sua feminilidade e afirmação como mulher. Tão importante quanto combater a doença é dar a mulher a oportunidade de recuperar sua autoestima e vaidade, que se vê tão abalada.

 

Sabrina Rodrigues

https://www.instagram.com/sabrinabeautyinnovation/


Pandemia provoca queda significativa no total de notificações de casos novos de hanseníase no País


O impacto da covid-19 na assistência em saúde da população acende um novo alerta para o País. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aponta que nos dois últimos anos houve queda significativa no número de registros de novos casos de hanseníase no Brasil. Enquanto em 2019, o Brasil totalizou 27,8 mil notificações no exercício seguinte (2020) esse número caiu para 17,9 mil, o que significou uma redução de 35%. Em 2021, essa quantidade recuou ainda mais: foram identificados 15,1 mil novos casos (45% a menos do que no período pré-pandêmico). 

A partir de dados oficiais disponíveis no Ministério da Saúde, é possível traçar um perfil dos novos casos da doença nos últimos anos. De 155.359 notificações de 2016 a 2020, 55,5% dos registros corresponderam ao sexo masculino. Em relação à faixa etária dos afetados, 18% tinham entre 40 e 49 anos; 19%, de 50 a 59 anos e 16% correspondem a pessoas com idade entre 30 e 39 anos. 

Outro dado importante é o nível de escolaridade dos pacientes. A hanseníase não tem nenhuma relação direta com o grau de instrução dos afetados, no entanto, esse indicativo acarreta uma série de fragilidades sociais que favorecem o contágio da doença, como a precariedade em habitação, falta de informação e dificuldade de acesso aos sistemas de saúde. 

Entre 2016 e 2020, de 103,4 mil pessoas que relataram dados sobre grau de ensino, 51.789 tinham o Ensino Fundamental Incompleto, o que corresponde a 50% do total. Em contrapartida, apenas 4,6% dos casos tinham nível superior completo, um total de 4.824 pessoas. 

A divulgação deste levantamento feito com base em dados oficiais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde ocorre às vésperas dos Dias Nacional e Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase, que serão comemorados neste ano em 29 e 30 deste mês. As datas encerram as atividades do Janeiro Roxo, mês em que o Governo, com o apoio da SBD, promove ações de conscientização sobre essa doença. 

Para os especialistas da SBD, os números registrados em 2020 e 2021 sugerem que muitos casos de hanseníase continuam sem diagnóstico. Consequentemente, pessoas infectadas, mas sem tratamento, correm o risco de transmitir a doença para outros indivíduos de seu círculo próximo e têm maiores possibilidades de desenvolver sequelas. O quadro abaixo revela queda significativa no registro de novos casos de hanseníase em todos os estados país e no Distrito Federal durante a pandemia. 

Estado e Região

2019

2020

2021

Região Norte

5261

3278

2822

.. Rondônia

465

352

318

.. Acre

110

83

99

.. Amazonas

407

240

286

.. Roraima

87

39

43

.. Pará

2.548

1.643

1.370

.. Amapá

117

63

31

.. Tocantins

1.527

858

675

Região Nordeste

11.561

7.631

6.648

.. Maranhão

3.189

1.891

1.658

.. Piauí

877

534

505

.. Ceará

1.575

1.149

1033

.. Rio Grande do Norte

192

195

163

.. Paraíba

616

399

336

.. Pernambuco

2.517

1.591

1.276

.. Alagoas

282

218

229

.. Sergipe

323

249

217

.. Bahia

1990

1.405

1231

Região Sudeste

3.729

2.578

2.307

.. Minas Gerais

1.108

749

711

.. Espírito Santo

508

304

259

.. Rio de Janeiro

931

579

568

.. São Paulo

1.182

946

769

Região Sul

806

558

527

.. Paraná

571

388

343

.. Santa Catarina

143

106

108

.. Rio Grande do Sul

92

64

76

Região Centro-Oeste

6.506

3.934

2.847

.. Mato Grosso do Sul

493

265

222

.. Mato Grosso

4.424

2.519

1.7326

.. Goiás

1.421

932

767

.. Distrito Federal

168

218

126

Total

27.863

17.979

15.151


“Ao contrário do que poderia parecer, o fato das estatísticas indicarem uma queda acentuada no número de novos casos em 2020 e 2021 não indica que o Brasil está avançando na luta contra a hanseníase. Infelizmente a realidade é bem diferente. Isso indica que há grande subnotificação no País, o que pode impactar no esforço que tem sido realizado ao longo das últimas décadas. Nos preocupa muito a possibilidade de que mais pessoas estejam sendo afetadas e que outras tantas, mesmo depois de curadas, não tenham acesso às assistências médica e fisioterápica continuadas para o tratamento das sequelas da doença”, ressalta o vice-presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves. 

Mesmo sem estudos específicos que ajudem a traçar o cenário, para a SBD a covid-19 tem um papel importante no processo. A coordenadora do Departamento de Hanseníase da entidade, Sandra Durães, lembra que a pandemia gerou dois fenômenos que contribuíram para a queda no volume de notificações. “Em primeiro lugar, houve mudança no fluxo de funcionamento dos serviços de saúde, que reduziram sua rotina de atendimento e passaram a dar prioridade aos casos de coronavírus. Em segundo lugar, a população, mesmo com sinais e sintomas de adoecimento, evitou a busca de ajuda médica com medo de estar em ambientes onde supõe que o risco de contágio pela covid-19 é maior”, aponta. 

Além dessas questões diretamente relacionadas à pandemia, outros fatores têm prejudicado o combate à hanseníase. Apesar de todos os esforços do Governo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e de vários outros movimentos organizados, esse problema ainda integra o rol das doenças consideradas negligenciadas. Isso se reflete na aposta limitada de alguns gestores na formação adequada das equipes que atuam nos postos de saúde e no baixo investimento da indústria farmacêutica na produção de medicamentos para tratar os casos diagnosticados. 

Historicamente estigmatizada, a hanseníase acometeu 334.772 pessoas nos últimos 11 anos no Brasil, principalmente nos estados do Nordeste (142.555 casos, ou seja, 42% do volume que consta nas bases oficiais). Esse número mantém o País em segundo lugar no ranking mundial de casos da doença, atrás apenas da Índia. A maioria dos pacientes notificados no Brasil são homens (55% dos casos registrados no SUS); se divide nas faixas etárias de 50 a 59 anos (18,4% do total registrado) e 40 a 49 anos (18,2%). 

“O enfrentamento da hanseníase deve ser um compromisso de todos nós. Especialmente por se tratar de um problema de saúde pública que se identificado de forma precoce é curável com tratamento simples e barato. Estamos falando de milhares de pessoas que podem ter suas vidas transformadas se os gestores, a indústria, os profissionais da saúde e a população unirem suas forças”, destacou Mauro Enokihara, presidente da SBD.


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