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segunda-feira, 25 de maio de 2020

A LGPD é necessária na sua empresa


A lei n 13.709/2018. de Proteção de Dados, pode custar uma multa alta se descumprida, entenda
 
Todos os dias, o ato de navegar na internet, fazer compras online, procurar por locais no mapa, e até mesmo tirar uma foto, gera compartilhamento de dados, muitos aceitam a coleta pelo ‘li e aceito’, quando se permite que servidor do local de acesso seja aberto e seus dados absorvidos.

No ano de 2018, escândalos acerca compartilhamento de dados pessoais, foram alvos de investigações enormes, uma delas até envolvendo o Facebook. Em maio do mesmo ano, a União Europeia preocupada com a segurança dos dados, sancionou a lei 2016/679, a GDPR (General Data Protection Regulation), três meses depois o Brasil decidiu adotar as medidas por meio da lei nº 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Como apresenta o advogado Bruno Faigle “O acesso à internet passou a ser imperioso ao exercício da cidadania, como prevê a lei 12.965/2014 (Marco Civil da Internet), art, 7º. A LGPD se faz de extrema importância e necessidade, não só para pessoa física, mas também para as corporações, sejam grandes ou micro empresas.

Aquelas que descumprirem as normas podem sofrer multas altas, então se atenha a algumas informações importantes para que o seu negócio se enquadre na LGPD.

É de responsabilidade da empresa, informar ao titular a finalidade pelo qual o dado foi coletado, bem como coletar o mesmo de forma transparente e segura, garantir aos titulares livre acesso aos seus dados quando requerido e garantir que a empresa tenha as medidas técnicas e administrativas para que estes sejam devidamente protegidos.

Os dados pessoais que se enquadram são: número de documentos, e-mail, endereço físico, data de nascimento, número de telefone e idade.

Os titulares têm direito a: acesso acerca de seus dados, informação acerca da utilização, atualização, bloqueio, cancelamento e retificação, ou portabilidade.

É necessário que a companhia tenha três responsáveis para tratar destes dados, o controlador, que é responsável pelas regras do tratamento dos dados, decide como a coleta será efetuada, aonde será armazenada etc. O operador, que executa o tratamento destes em nome do profissional já citado. E o encarregado, este é o responsável pela mediação entre empresa, cliente e o governo.

O Advogado explica “Para que estas atividades sejam efetivas, também é importante, que o estabelecimento procure por um aconselhamento jurídico, para que entenda todas as normas e saiba passar a informação para seus funcionários”.

Bruno finaliza dizendo que, o planejamento é essencial, a empresa terá que administrar todas as novas normas já para o ano de 2021.





BRUNO FAIGLE - Sócio da Faigle Advocacia
 www.faigle.com.br


Salve seus funcionários para salvar o seu negócio


Em mais de 30 anos como empreendedor, passei por muitas crises. Nos anos 1990, cheguei a quebrar. Mas hoje, quando olho para trás em busca de um exemplo que possa inspirar soluções neste momento de pandemia, não encontro. Essa crise, de fato, é muito diferente das outras.

Para começar, ela chegou de modo muito rápido, sem que pudéssemos nos preparar. E, mesmo que tivéssemos tempo de preparação, creio que teríamos problemas do mesmo jeito. Não é segredo para ninguém de que nos falta a cultura do planejamento de médio e longo prazo. O empresário brasileiro, de modo geral, precisa trabalhar melhor sua gestão e seu planejamento financeiro, exatamente para estar mais bem alicerçado para enfrentar momentos difíceis como este.

Agora, porém, não é hora de o empresário em geral lamentar a falta de reservas. É preciso ser pragmático e buscar soluções para manter o negócio vivo no pós-pandemia. Não é hora de abandonar os seus sonhos.

Aqui cabe um parêntese. Em momentos de dificuldade, sempre pensei de forma objetiva: se tenho um problema, decido empacotá-lo e deixá-lo de lado para resolvê-lo mais adiante. Considero que, enquanto estiver vendendo, não tenho verdadeiramente um problema. A lógica é simples: com recursos entrando no caixa, em breve o dito problema poderá ser desempacotado e solucionado. A questão no momento é que praticamente não há venda. Logo, temos, sim, um problema. Fecha parêntese.

Para sobrevivermos a essa crise, tenho recomendado aos franqueados da SMZTO Holding de Franquias que montem um colchão de sobrevivência de 90 dias. Ou seja, reúnam recursos financeiros para bancar ao menos três meses sem a entrada de qualquer receita.

É claro que este é um cenário negativo. Mas o lado bom de se trabalhar com um cenário negativo é que, caso a crise dure menos – e tenha impactos menores – do que o esperado, sairemos dela com uma visão otimista. Não uma visão de terra arrasada, mas sim a visão de quem, mesmo diante de tamanhas dificuldades, conseguiu organizar-se financeiramente e, ufa, seguir vivo no mercado.

Tínhamos grandes objetivos para 2020. Mas, no atual cenário, se igualarmos os resultados de 2019, poderemos considerar isso um excelente desempenho. Aos empreendedores brasileiros, sugiro que trabalhem com esta meta. E o que vier além disso será muito bem-vindo.

Na minha opinião, a primeira medida a ser tomada por qualquer empresário agora é “sentar em cima do caixa” e cortar todos os gastos possíveis. É preciso estudar os pacotes de incentivo financeiro do governo – cortes de impostos, empréstimos a juros baixos etc. –, protelar (quando possível) os contratos com fornecedores e renegociar aluguéis com os shoppings e com os donos de lojas de rua.

Ressalva importante: é o momento de todos se ajudarem e não pensarem em tirar proveito da situação. Assim, quando for renegociar o aluguel, por exemplo, não peça logo de cara seis meses de carência. O dono do imóvel também tem suas despesas. Negocie mês a mês, à medida em que a crise for avançando. Assim, a renegociação será positiva para todos os atores envolvidos – não só para um lado.

Além de reduzir as despesas, é a hora da criatividade para tentar manter alguma receita – ainda que muito inferior à de tempos normais. E cada segmento precisa buscar uma solução que lhe seja mais adequada. Fazer promoções, oferecer entrega grátis e ligar para o cliente para cultivar o relacionamento são ações que podem fazer a diferença.

Quem presta serviços pode acionar os canais virtuais de venda para seguir negociando – é claro que o serviço propriamente dito só será prestado após a pandemia. Mas o importante é manter um fluxo de entrada de recursos em caixa. Redes de ensino podem apostar na educação à distância. Já as redes de alimentação precisam apostar no delivery. Ainda que o faturamento seja muito menor do que em meses normais, o valor que ingressar ajudará a manter a folha de pagamentos.

Aliás, de todos os itens da coluna “despesas” que qualquer empresário mantém em sua contabilidade, o salário dos colaboradores é o mais importante e precisa ser priorizado. Mantendo os funcionários será possível retomar a operação daqui a um, dois ou três meses, quando a crise for embora e a economia começar a andar novamente.

A decisão de demitir colaboradores nesse momento seria uma catástrofe não só pelo aspecto social, mas também para a saúde das empresas pós-pandemia. Afinal, uma rede conseguirá voltar a operar normalmente daqui a 60 ou 120 dias sem o seu capital maior, que são os profissionais treinados e altamente capacitados nas mais diversas funções? Definitivamente, a resposta é não.

Profissionais capacitados não são como peças de um carro, que podem ser trocados da noite para o dia sem qualquer efeito negativo. Ou seja, salvar as pessoas hoje significa salvar o seu negócio depois da crise. Então, salve as pessoas para salvar seu negócio.





José Carlos Semenzato - Presidente do Conselho da SMZTO e um dos investidores do programa de empreendedorismo Shark Tank Brasil, do Canal Sony.

Filósofo analisa perdas e ganhos da sociedade pós covid-19


O filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu faz uma análise sobre as transformações que a pandemia da covid-19 trouxe aos nossos costumes e hábitos e quais serão os reflexos disso no futuro.


Ainda longe do fim, a pandemia do novo coronavírus já causou transformações profundas em nossa sociedade e no seu modo de vida. No entanto, alguns estudiosos acreditam que após o desenvolvimento da vacina e a derrota desta doença, muitas destas transformações serão perenes.

O filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu têm conduzido uma série de estudos teóricos sobre os impactos da covid-19 na sociedade de agora e os possíveis desdobramentos no futuro: “Em uma sociedade pós pandemia ganharemos novos costumes e moldaremos antigos comportamentos. Nosso organismo já sofria com os efeitos de uma inadaptação à essa brusca virada em nossa chave cronológica.”

Aceleração das mudanças

Abreu ressalta que é preciso um período de milhares de anos para nos adaptarmos a certas mudanças e que a agora estamos presenciando a aceleração deste processo: “por exemplo, a internet, chegou e nos mudou de forma abrupta. Como consequência o sentimento de solidão nos acompanhava. Já vínhamos nos sentindo sós, em meio a tantos rostos virtuais, forçosamente nos vemos impelidos a um tipo de interação dentro de uma nova realidade que é a virtual. São milhares de rostos que podemos conectar a qualquer momento, mas sentíamos e ainda sentimos que nenhum deles consegue nos enxergar como somos verdadeiramente, ou até mesmo, quando fingimos ser quem não somos, e forjamos um perfil que gostaríamos que fosse real. A força da presença física traz uma outra dimensão à comunicação humana, para além da palavra dita ou escrita, ela causa um impacto emocional que traduz a essência singular de cada um de nós, através do nosso comportamento.”

Vida alternativa

O filósofo aponta que agora, onde somos forçados ao isolamento social para conter a pandemia, a vida virtual tentou esconder a nossa humanidade: “enquanto pensávamos que as nossas fragilidades e a nossa humanidade poderia ser manipulada através de uma tela de um gadget, ganhamos voz em forma escrita e falada, e percebemos que a nossa voz tinha e ainda tem o poder de percorrer o mundo em frações de segundos, tanto para o bem, quanto para o mal.

Mesmo que alguns se sentissem protegidos pela tela que nos separa, as agressões e as fake news demonstraram o poder que possuem, e nós nos tornamos seus reféns. Mas na vida não há crime sem castigo, estão nas consequências das nossas ações.”

Fim das vidas perfeitas de mentirinha

Para Fabiano de Abreu, a pandemia fez muitos caírem na real e sairem do conto de fadas das redes sociais: " a pandemia nos forçou a solidão e modificou o nosso olhar para a importância do virtual e para o futuro das relações humanas. De maneira impositiva e literal, tivemos que deixar um pouco as “selfies” de lado, a exposição e ostentação das nossas vidas “perfeitas”, para enaltecer o “self”, ou seja, o Si mesmo. Somos nós mesmos a maior ameaça à nossa própria sobrevivência, mais do que o vírus. A pandemia nos fez iguais. O vírus não atinge apenas os pulmões dos pobres e não imuniza os ricos, para ele, ninguém é melhor que ninguém.”

Abreu admoesta que nunca tivemos a percepção tão exata do quanto somos finitos: “A finitude é um axioma e é totalmente democrática. Se já nos sentíamos perdidos, ao perdermos momentaneamente o contato físico, passamos a valorizá-lo como nunca antes, pois é o que dizem: Só damos valor às coisas e as pessoas quando as perdemos. Dessa perda surgiu a necessidade de amor ao próximo, surgiu também a certeza de que dependemos uns dos outros para viver, e mais forte ainda, dependemos uns dos outros para que possamos sobreviver ao vírus.”

Um novo normal 

O estudioso aponta que países que obedeceram as determinações de isolamento social, em respeito a própria vida e a vida dos demais, aos poucos, estão se abrindo para um novo normal, onde tudo parece estar bem diferente: “Aquelas sociedades que ainda não tomaram consciência da gravidade da pandemia e de sua força, e que não respeitaram o isolamento social, estenderão os seus dias de sofrimento e demorará ainda mais até que possam experimentar esse novo estilo de vida. Perdemos vidas, perdemos recursos financeiros, perdemos o contato com a família e com os amigos, perdemos a oportunidade de lazer, de diversão e confraternizar, perdemos a liberdade de ir e vir. Mas ganhamos tempo com a família, ganhamos a oportunidade de dar atenção de qualidade aos nossos filhos, ganhamos uma maior consciência planetária, ambiental, e principalmente, constatamos, finalmente, a importância do autoconhecimento e do desenvolvimento da inteligência emocional.”

As principais transformações com a covid-19 já se podem sentir, e devem perdurar: “o consumismo desenfreado deu lugar a um senso de necessidade, de reaproveitamento, de consciência. Ganhamos também tempo para valorizar o que não valorizávamos como deveríamos.

Ganhamos tempo para repensar, projetar, reinventar e aproveitar a vida interior. Passamos a nos preocupar com o próximo, com o vizinho, com o sem teto, com os profissionais da saúde, com os idosos, que antes, nos faltava tempo e compaixão. Muitas destas mudanças irão refletir nas próximas gerações, pois a evolução não espera a vontade do homem, nós é que precisamos adquirir conhecimento para nos adaptar a essa nova realidade, o quanto antes, essa será a base para uma vida em equilíbrio. E para nos sentirmos felizes nesse novo que já chegou, precisaremos uns dos outros, precisaremos nos unir, precisaremos cuidar uns dos outros.”


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