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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Golpe no WhatsApp: Camisa da seleção brasileira de futebol é utilizada em campanha maliciosa

O golpe utiliza a infraestrutura de cibercriminosos do Leste Europeu para disseminar aplicativo falso em que o criminoso ganha por cada instalação



 
Com a proximidade do campeonato mundial de futebol, que se inicia no próximo dia 14 de junho, os cibercriminosos brasileiros não perdem a oportunidade de disseminar golpes usando o tema do evento e, assim, atingir o maior número de vítimas possível. O alvo continua sendo usuários do WhatsApp, mas desta vez, a campanha maliciosa promete como brinde uma camisa oficial da Seleção Brasileira de Futebol, caso a mensagem seja compartilhada com até 30 amigos.

A mensagem chega até a vítima de 3 formas: encaminhada por um amigo (que acreditou no golpe), por notificações maliciosas configuradas no navegador (seja desktop ou mobile) ou por grupos em que os usuários participam.
 



Ao clicar no link, o usuário é direcionado para essa página, hospedada na Rússia, coincidentemente o país a receber o próximo mundial:
     

           

A falsa promoção já é ativada quando o usuário compartilha com três contatos, não sendo necessário compartilhar com 30 contatos. O que acontece na sequência depende do sistema operacional que o usuário possui no seu smartphone: se o sistema for iOS, após vários redirecionamentos, será oferecido a instalação de aplicativos legítimos, mas que participam de esquemas “pay-per-install”, em que o criminoso ganha por cada instalação, inflando programas legítimos de apps e, assim ganhando dinheiro de maneira forçada. Já se o usuário possui o sistema Android – usado em 80% dos smartphones brasileiros – será oferecida a instalação de um aplicativo malicioso.

Para convencer o usuário, é exibida uma página falsa informando que o dispositivo está infectado e que é necessário baixar e instalar um app:
 
         


 
O aplicativo malicioso oferecido na campanha utiliza nomes randômicos, ou seja, a cada download terá um nome diferente. O usuário, ao instalá-lo, estará infectando seu smartphone Android com o Adware:AndroidOS.Dnotua, que irá utilizar o dispositivo de forma maliciosa, exibindo propagandas de forma agressiva, entre outras ações danosas.
                        
  

Ligações com o Leste Europeu

O mais interessante dessa campanha maliciosa é sua clara ligação com o cibercrime do Leste Europeu, conhecido por desenvolver ataques avançados e vender suas ferramentas de ataques e alugar sua infraestrutura para grupos de cibercriminosos de outras partes do mundo. Nesse caso o ataque está utilizando domínios registrados e hospedados na Rússia, como o ru-promos.site, que também já hospedou diversas campanhas maliciosas escritas em russo.

A cooperação entre o cibercrime brasileiro e o do Leste Europeu não é nova, já acontece há alguns anos. Os brasileiros são clientes deles e, por lá, eles compram ferramentas de ataques e usam a infraestrutura para disseminar os ataques. As mensagens maliciosas dessa campanha se utilizam de domínios brasileiros e russos, escritas em português nativo, porém utilizando servidores de controle hospedados na Rússia”, afirma Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab no Brasil.

A campanha fraudulenta disseminada no WhatsApp, seus domínios e aplicativos maliciosos são bloqueados por todos os produtos da Kaspersky Lab. Se você foi vítima e instalou algum aplicativo, limpe seu dispositivo instalando o Kaspersky Mobile Antivirus para Android, que é gratuito.




Kaspersky Lab


Adesão ao “Refis Rural” termina em 30 de maio


Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu como constitucional a cobrança do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural)


O prazo final para adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural (PRR), o “Refis Rural”, encerra em 30 de maio, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por não modular os efeitos da decisão proferida no julgamento da Repercussão Geral (RE 718.874/RS – Tema 669) e considerou constitucional a cobrança do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), após a edição da Lei 10.256/01. Dessa forma, os contribuintes têm até a próxima quarta-feira para optar pelo PRR. O programa prevê a possibilidade de pagamento de débitos em até de 178 parcelas mensais, com redução de 100% das multas de mora, multas de ofício, encargos legais e juros.

“O PRR é uma oportunidade para os produtores rurais que tem dívidas tributárias e que querem regularizar suas situações com segurança jurídica”, destaca a advogada Daniela Faustino, coordenadora da área tributária da Andrade Silva Advogados.

Segundo ela, com essa última decisão, o STF encerrou a discussão sobre a exigência do Funrural, firmando a constitucionalidade da contribuição desde sua instituição pela Lei 10.256/2001.

A adesão ao programa pode ser feita na unidade de atendimento da Receita Federal do domicílio tributário do devedor por meio de requerimento e abrangerá os débitos indicados pelo contribuinte, vencidos até o dia 30 de agosto de 2017. 

A ampliação do prazo para optar pelo PRR até o final desse mês é resultado da Medida Provisória (MP) n°828, publicada em 27 de abril. A MP apenas estendeu o período de adesão, os demais dispositivos que tratam do programa foram retirados da mesma. O PRR está previsto na Lei nº 13.606/18. 


Clique aqui para compartilhar sua fake news do dia


O termo fake news, que até recentemente se apresentava como conceito novo para grande parcela da população, tornou-se jargão comum em conversas cotidianas, sites e noticiários.

Dificilmente encontraríamos hoje, ao caminharmos pelas ruas, alguém que desconheça do que se tratam as famigeradas fake news, ainda que sua definição exata seja imprecisa.

Não se trata de mera mentira enluvada em uma roupagem jornalística. Já não é novidade que o ramo do humor tem explorado tal vertente, com sites como o Sensacionalista ou The Onion, que se utilizam de inverdades para extrapolar um fato real para a produção do riso, sempre com um leve viés de crítica ao veicular suas “notícias”.

Apesar de essa também poder ser uma de suas definições, sua utilização mais comum, como exemplificado pelo Dicionário Cambridge, é apropagação de histórias falsas que aparentam ser notícias, na internet ou outras mídias, usualmente criadas para influenciar pontos de vista políticos.

Aqui encontramos a principal e mais perigosa faceta das fake news.

Por trás da propagação das referidas notícias falsas, quase sempre temos determinados grupos que, por meio de sua veiculação, buscam alcançar objetivos que dificilmente seriam atingidos sem a utilização de tal ferramenta.

É da natureza da fake news que um maior número de interlocutores seja atingido por sua propagação, em um espaço curto de tempo, usualmente de forma passional o suficiente para que a checagem posterior desse fato fique prejudicada.
Se considerarmos que o alvo principal da propagação é a população média, dificilmente um terceiro ou mesmo o próprio divulgador da fake news conseguirá operar uma retratação eficiente depois da notícia chegar aos feeds ou causar algum tipo de comoção. O estrago já terá sido causado.

E o fenômeno das correntes, extremamente populares em redes como o Whatsapp e Facebook, auxiliam na rápida e irrestrita propagação desse tipo de notícias, de modo que uma vez lançada a um determinado grupo de pessoas, não necessita mais de qualquer impulso por parte do criador do conteúdo, ganhando força e vida própria a cada novo compartilhamento.

Muitos acreditam que foi por meio da propagação de fake news que as eleições presidenciais dos Estados Unidos da América foram definidas, uma vez que grande parte do eleitorado norte americano teria acreditado na propagação de factoides divulgados a respeito da candidata derrotado. Como exemplo, temos a absurda notícia de que a candidata Hillary Clinton era apontada como líder de uma rede de prostituição e tráfico infantil em 2016, operada no porão de uma pizzaria em Washington: o Pizzagate, como ficou posteriormente conhecido.

No Brasil, as fake news já estão sendo colocadas em prática para as eleições presidenciais de 2018 e, certamente, terão um impacto determinante em seu resultado. Os partidos políticos já contam com o apoio de colaboradores cuja única função é a criação desse tipo de notícia visando a promoção do candidato patrocinado ou a ruína dos concorrentes.

O atual poder executivo, atuando junto ao Congresso, visa conseguir o apoio da população com a veiculação de notícias que propagam ideias de progresso e melhora de nosso cenário político e econômico, como podemos verificar nas propagandas governamentais que são exibidas pelas emissoras de rádio e televisão, bem como outros meios de mídia impressa.

Com isso, o descontentamento geral da população e do eleitorado é amenizado, permitindo que o poder legislativo possa continuar votando projetos de leis que, apesar de impopulares, são de interesse da aprovação de determinados grupos e elites dominantes.

Como exemplo, temos hoje propagandas governamentais que visam convencer a população de que as reformas trabalhistas e da previdência seriam urgentes e necessárias para a economia e progresso nacional. Por outro lado, pesquisas acadêmicas sobre o tema não necessariamente corroboram com a tese propagada. Afinal, a previdência é deficitária ou superavitária? Certamente você já se deparou com essa questão.

Vivemos em um estado que flerta cada vez mais com o Estado Orwelliano.

A mídia tradicional e mesmo os meios mais modernos de comunicação (como o próprio Facebook) têm percebido o potencial lesivo das fake news e incorporado em suas políticas institucionais o combate às malfadadas práticas, como, por exemplo, a criação de departamentos de checagem de fatos e de denuncias de conteúdo inverídico pelos próprios usuários.

Resta saber se todo o esforço do mundo será efetivo para reverter essa tendência a ponto de reduzir ou eliminar eventuais consequências nocivas da propagação de noticias falsas.

Sem uma conscientização da população geral sobre a importância de ser cético e de verificar todo fluxo de informações que nos bombardeiam diariamente, estaríamos diante de um cenário muito mais catastrófico do que otimista, principalmente com a ampliação do acesso à informação entre a população com baixa escolaridade .

É necessário aprendermos a duvidar, questionar, verificar e negar aquilo que nos é imposto sem qualquer sorte de filtro. Precisamos ser esse filtro. Do contrário, não somos muito diferentes do botão de compartilhar, que não permite qualquer margem ou discussão, mas apenas a decisão do clique.






Breno A. B. Nascimento - advogado especialista em Direito do Trabalho do escritório Marins Bertoldi.


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