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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sonolência excessiva diurna pode indicar outros problemas de saúde





 Bocejar por horas durante a aula, ter aquela vontade incontrolável de tirar um cochilo no meio do expediente e até dar aquelas “pescadas” durante uma reunião, são situações que já aconteceram pelo menos uma vez com qualquer pessoa. Porém, quando esses episódios tornam-se corriqueiros, é preciso ser investigado.

De acordo com os pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a sonolência excessiva durante o dia atinge aproximadamente 15% da população. 

Segundo a especialista do Sono, Dra. Luciane Mello, a sonolência excessiva pode ser consequência de uma noite mal dormida pelo tempo reduzido, pelos despertares frequentes, por uso de certos medicamentos, alimentos e, em casos mais sérios, por causa de problemas de saúde como, depressão, narcolepsia e apneia do sono. Tal sintoma pode gerar consequências no desempenho escolar, profissional, afetivo e social do indivíduo que vão desde irritabilidade, obesidade, falta de concentração, estresse e até risco de acidentes com veículos motorizados, além de infarto e AVC.

O tratamento mais adequado dependerá da causa da sonolência de cada indivíduo. “Existem algumas maneiras de investigarmos o paciente, para quantificar sua sonolência. Uma boa análise com dados de hábitos diurnos e noturnos, além da aplicação de questionários que avaliam a chance de dormir em determinadas situações, é muito útil nessa avaliação. Em alguns casos, as realizações de exames complementares específicos podem contribuir de maneira objetiva”, finaliza a especialista.

Dra. Luciane Mello - Otorrinolaringologista graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Especialista do Sono pela Sociedade Brasileira de Sono. Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e da Academia Americana de Medicina do Sono, é médica Responsável pelo Ambulatório do Ronco e Apneia e pelo Serviço de Polissonografia, ambos no Hospital Federal da Lagoa (RJ). www.facebook.com/dralucianemello

Tontura e Labirintite: conheça alguns mitos e verdades






Pesquisa da UNIFESP indica que a Labirintite atinge uma média de 33% da população. A Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e presidente da APIDIZ, explica que as causas são bem parecidas com as do zumbido no ouvido e o tratamento depende de uma análise minuciosa do paciente.

Cerca de 33% da população brasileira tem tontura, segundo pesquisa da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. A tontura é uma ilusão de movimento e representa genericamente todas os tipos de desequilíbrio corporal, como vertigem, instabilidade, desequilíbrio, flutuação, sensação de queda ou desvio ao andar. É um sintoma desagradável por si só, mas ainda piora quando se associa a náuseas, vômitos, zumbido, perda auditiva ou sensação de ouvido tampado.

Muitos acham que tontura é igual a Labirintite: Esse é um mito comum, pois a Labirintite significa “inflamação do labirinto”, que é a região interna do ouvido, por bactérias ou vírus. Portanto, nem toda tontura é Labirintite e o nome correto das tonturas causadas por problemas não infecciosos do labirinto é Labirintopatias.

Para a Dra. Tanit Ganz Sanchez, pesquisadora pioneira dos estudos sobre o zumbido no ouvido no Brasil há 22 anos, a labirintopatia é semelhante ao zumbido, que acomete cerca de 24% da população. “Ambos podem aparecer juntos e serem causados pelos mesmos problemas, como os erros alimentares – ingestão frequente de doces, cafeína ou gorduras -, problemas de circulação causados por diabetes, pressão alta ou colesterol, efeio colateral de medicamentes, estresse, problemas na coluna cervical ou na mastigação, entre outros. Além disso, uma pessoa pode ter duas ou mais causas associadas de tontura, portanto, precisaria de uma investigação médica detalhada”, complementa a Otorrinolaringologista.

Outro mito é que tontura é coisa de idosos. A verdade é que pode ocorrer em homens e mulheres de qualquer idade, inclusive crianças e adolescentes. De fato, é nos idosos que o problema traz algo a mais: o risco de quedas, que pode trazer consequências desastrosas. “Nas crianças, a labirintopatia é mais disfarçada e se manifesta como medo do escuro ou de altura, dores de barriga sem causa aparente, falta de atenção e concentração na escola ou recusa de brincadeiras que precisam do equilíbrio: bicicleta, pular corda ou elástico, amarelinha, parque de diversões etc”, explica a médica.

Todo mundo sabe que a tontura prejudica as atividades diárias, o trabalho e a qualidade de vida. Além de incomodar, ela assusta e deixa as pessoas com medo de fazerem as coisas sozinhas, por isso limita muito a qualidade de vida. “A tontura acontece quando algo abala a harmonia que existe entre o labirinto, a visão e a propriocepção (receptores nos músculos e articulações). Cada um fornece informações sobre os movimentos corporais para o cérebro interpretar e ajustar a postura. Problemas em um deles podem alterar o equilíbrio e causar tontura. O labirinto pode ser agredido por várias substâncias tóxicas ao ouvido, tanto alimentares (intolerância/alergia a doces, cafeína, gorduras, tabaco, álcool, lactose, glúten) como medicamentosas (antibióticos, diuréticos, antinflamatórios, quimioterápicos, anticoncepcionais ou estimulantes sexuais); infecções das vias respiratórias; diabetes; hipertensão arterial; hipotiroidismo; aterosclerose; traumatismos cranianos; alterações hormonais (TPM, menopausa, andropausa), ou ainda, problemas psicológicos. Por isso, só uma avaliação médica completa poderá identificar o(s) fator(es) causal(is) para direcionar melhor o tratamento”, complementa a Otorrinolaringologista.

O mito em relação ao tratamento é que muitos pensam que a solução está apenas num medicamento. Para a médica essa é uma das principais verdades que a população ainda precisa aprender. “Apesar de alguns medicamentos serem muito úteis para cortar as crises de tontura e restabelecer a qualidade de vida, corrigir as causas é fundamental para diminuir a recaída. Dependendo da causa, o melhor tratamento pode ser a correção de hábitos alimentares, o uso de medicamentos ou algumas manobras posturais. Nos casos mais difíceis, indicamos a reabilitação vestibular, que é uma sequência de exercícios específicos para recuperação do equilíbrio. Em paralelo, direcionar o paciente para um estilo de vida saudável (alimentação equilibrada + atividade física regular + controle de estresse) também costuma ser muito benéfico para o tratamento e prevenção”, finaliza.




Profa  Dra. Tanit Ganz Sanchez - Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez, Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), Criadora da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido (Novembro Laranja) e do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido (GANZ). Assumiu a missão de desvendar os mistérios do zumbido e é pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias. É especialista em Zumbido, Hiperacusia, Misofonia e Distúrbios do Sono.

Laser evita glaucoma em cirurgia de catarata





Pesquisa mostra que  portadores de hipermetropia e glaucoma corre menos risco na cirurgia a laser.

Estudo randomizado divulgado este mês em New Orleans (EUA) durante o Simpósio da ASCRS (Sociedade Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa) mostra que em 91 olhos submetidos à cirurgia de catarata com o laser de femtosegundo, o edema na córnea e a inflamação na câmara anterior foram bem menores do que em outros 91 olhos operados pelo método tradicional. Por isso, os pacientes tiveram a completa recuperação da transparência da córnea em apenas um dia. Os pesquisadores também afirmam que a córnea manteve a mesma espessura após  a cirurgia.

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier os resultados do estudo indicam que a técnica a laser é mais indicada para quem tem hipermetropia, dificuldade de enxergar de perto que atinge 34% dos brasileiros, alta miopia que corresponde a 10% dos míopes no Brasil  ou é portador de  glaucoma. Isso porque, tanto na hipermetropia como no glaucoma a anatomia do olho é caracterizada por  estreita câmara anterior,  espaço entre a córnea e a íris (parte colorida do olho. Este espaço, explica, é preenchido por um líquido transparente, o humor aquoso, que escoa por um canal. O edema da córnea e a inflamação da câmara anterior durante a cirurgia de catarata pode dificultar este escoamento e causar glaucoma em quem tem hipermetropia ou piorar a doença em quem já é portador.

Outros grupos de risco
Queiroz Neto afirma que o maior problema do glaucoma é a falta de sintomas que faz metade dos brasileiros só descobrirem a doença em estágio avançado. Um estudo realizado pelo médico com 540 mulheres e 420 homens de 23 a 65 anos demonstra que a doença é 30% mais frequente entre elas. O médico explica que as flutuações dos hormonais sexuais relacionadas ao ciclo menstrual e o estreitamento da câmara anterior induzida por estes hormônios explicam a maior incidência. 

Outros grupos de risco que devem consultar um oftalmologista anualmente a partir dos 40 anos, comenta, são os  descendentes de negros, quem tem casos na família, já sofreu algum trauma ocular, faz tratamento contínuo com corticóide,   portadores de diabetes ou de hipertensão arterial. A catarata, afirma, embora ainda seja a maior causa de cegueira no Brasil, pode ser eliminada pela cirurgia. Já o glaucoma é maior causa de cegueira irreversível no mundo todo. Isso porque, danifica o nervo óptico e as células nervosas são irrecuperáveis. 

Quando é descoberto em estágio avançado o tratamento feito com colírios apenas mantém a visão que restou até o diagnóstico.

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