Pesquisar no Blog

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Dezembro Vermelho: conheça alguns mitos e verdades sobre HIV

Especialista em sexualidade e parceiro da WinSocial esclarece principais dúvidas sobre o tema

 

Desde 2017, o mês de dezembro marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha é instituída pela Lei nº 13.504/2017 e constitui um conjunto de atividades de conscientização, prevenção e assistência às pessoas portadoras dessas doenças, com o apoio do Sistema Único de Saúde e de diversas entidades da sociedade civil. 

Ainda que essa luta coletiva já aconteça há 5 anos por meio de inúmeras campanhas de alcance nacional, o tema ainda é considerado um tabu na sociedade e as dúvidas são muitas a respeito da prevenção, transmissão e do convívio com as infecções. 

João Geraldo, especialista em sexualidade e parceiro da WinSocial, plataforma digital de seguro de vida para pessoas com condições crônicas, explica alguns mitos e verdades sobre o tema:


  1. Todos os portadores de HIV têm Aids - MITO

HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Já a Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, causada pelo vírus HIV, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema imunológico. Portanto, ser portador do vírus HIV não é a mesma coisa que ter Aids, visto que a Aids trata-se da manifestação da infecção, que pode não ocorrer. Existem diversos soropositivos (pessoas portadoras do vírus HIV) que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.


  1. Um teste para HIV pode dar falso negativo - VERDADE

Caso a pessoa tenha feito o teste em menos de 30 dias após uma relação sexual desprotegida, existe a possibilidade do resultado ser falso negativo, ainda que haja a infecção. Isso acontece devido à “janela imunológica”, período entre a infecção e a produção de anticorpos do próprio organismo que pode comprometer o resultado do exame. Sendo assim, os profissionais da área da saúde recomendam a realização do teste três meses depois desse primeiro exame.


  1. Beijo na boca transmite HIV - MITO

O vírus do HIV não é transmitido por meio da saliva, pelo contato ou compartilhamento de objetos, alimentos ou utilizar o mesmo banheiro. O HIV está presente em fluidos como sangue, esperma e secreção vaginal. Para haver a transmissão, o fluido contaminado de uma pessoa precisa entrar no organismo de outra por meio de uma relação sexual, ou ainda através do compartilhamento de seringas, de acidentes com objetos perfurocortantes contaminados.


  1. Pessoas com HIV podem ter filhos sem o vírus - VERDADE

Casais que vivem com HIV ou casais chamados de sorodiferentes/sorodiscordantes (ou seja, uma pessoa que possui HIV e a outra não), podem ter filhos sem transmitir o vírus. Os avanços científicos e tecnológicos que temos hoje na área da saúde e medicina, sobretudo com tratamentos antirretrovirais, permitem que qualquer pessoa portadora de HIV tenha filhos que não carreguem a doença.
 

“Com tantos canais de informação de alcance das massas, é essencial trazermos cada vez mais conteúdos educativos para desmistificar, não só o HIV, mas as demais ISTs, já que essa é realmente uma luta coletiva de educação para aqueles que ainda não conhecem as doenças e como se prevenir e, também, de acolhimento para os soropositivos que, muitas vezes, encontram o preconceito como grande barreira na sociedade”, comenta João.
 


João Geraldo Netto - especialista em Sexualidade Humana. Vive com HIV desde 2001 e fez parte da “Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids”. Ativista de Direitos Humanos, desenvolveu uma estratégia de comunicação digital em saúde que reúne a "Rede Mundial de Pessoas que Vivem e Convivem com HIV" - para acolhimento, orientação, ajuda mútua e fortalecimento do autocuidado das pessoas afetadas pelo vírus - e o canal Super Indetectável no YouTube, para disseminar informações científicas e conhecimento sobre Direitos Humanos, sexualidade, saúde sexual e a pandemia de Aids. Por sete anos foi assessor técnico do Ministério da Saúde, onde atuou na produção, desenvolvimento e implantação de políticas públicas sobre infecções sexualmente transmissíveis. Atualmente, é mobilizador social, professor e consultor em projetos de organizações governamentais, iniciativa privada e terceiro setor no Brasil e exterior.
 

 WinSocial - plataforma digital de seguro para pessoas com condições crônicas, como diabetes, obesidade, hipertensão, câncer (mama, próstata e pele não melanoma) e HIV.

 

 

Neste dezembro laranja, SBOC esclarece mitos e verdades sobre o câncer de pele

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica aproveita o mês de conscientização para esclarecer dúvidas sobre a doença

 

No final de novembro, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou o novo relatório  Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil¹, que traz um levantamento sobre novos casos da doença na população brasileira. A estimativa é de que, para cada ano do triênio 2023-2025, surjam aproximadamente 704 mil novos diagnósticos para variados tipos de câncer, sendo o de pele, não melanoma, o mais incidente entre eles (31,3% do total de casos).

A pele é o maior órgão do corpo humano. Composta pela camada de epiderme (externa) e derme (interna), é também a grande responsável por proteger outros órgãos contra agentes externos, infecciosos e químicos, além de regular a temperatura do corpo. Quando exposta ao sol, de maneira constante e sem proteção adequada, a pele fica suscetível ao desenvolvimento do câncer, podendo esse ser de variados tipos. Os mais comuns são os carcinomas (com maior incidência, porém, menor gravidade), que surge nas células basais ou escamosas; e os melanomas (mais raros, mas com maior chance de evoluir para metástase), que se desenvolvem nos melanócitos, células que produzem a melanina.

Dado o cenário para os próximos três anos, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) aproveita este Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre o câncer de pele, para esclarecer algumas das principais dúvidas em torno do tema.

Abaixo, a médica oncologista e coordenadora do Comitê de Tumores de Pele e Sarcomas da SBOC, Dra. Andreia Melo, listou alguns dos principais mitos e verdades sobre o câncer de pele.

Confira:

Pessoas brancas e albinas têm maior propensão ao desenvolvimento da doença²

Verdade – por terem menos pigmentação na pele, pessoas brancas ou albinas estão mais suscetíveis ao desenvolvimento do câncer de pele.


Pessoas negras não desenvolvem câncer de pele5

Mito – ao contrário do que muitos imaginam, pessoas negras também correm o risco de desenvolver câncer de pele. Apesar de raro, nessa população a lesão costuma aparecer nas extremidades: região plantar (abaixo dos pés), nas palmas das mãos e abaixo das unhas. 


É preciso usar protetor solar em dias nublados e no inverno³

Verdade – independentemente de o céu estar ou não ensolarado, os raios ultravioletas continuam sendo constantemente emitidos. Em dias nublados, a única diferença é a de que sua incidência costuma ser um pouco menor. Mas, ainda assim, não é recomendado se expor à luz solar por longos períodos e sem proteção. O uso de protetor solar é recomendado para absolutamente todos os dias. 


Protetor solar tem papel fundamental na proteção contra o câncer de pele

Verdade – o filtro solar é um agente fundamental na proteção contra o câncer de pele, porém, seu uso deve ser feito de maneira adequada, sendo recomendado o uso de um protetor que atue contra raios UVA e UVB, com FPS 30 ou maior. É necessário aplicar cerca de 2g/cm2 na pele, ao menos 15 minutos antes de se expor ao sol e, após sair da água, repetir a aplicação a cada duas horas. Também é importante lembrar de utilizar proteção solar para os lábios. 


Não existe horário correto para tomar sol

Mito – apesar da necessidade de absorção de vitamina D, para prevenir o risco de desenvolvimento do câncer de pele, é recomendado evitar a exposição prolongada ao sol entre às 10h e 16h, pois nesse período a incidência de raios ultravioleta é maior. 


O uso de câmaras de bronzeamento é algo seguro

Mito – O bronzeamento com o uso de câmaras está relacionado ao maior risco de desenvolvimento de câncer de pele. No Brasil, o uso estético de câmaras de bronzeamento é proibido pela ANVISA.

“Se diagnosticado em estadios iniciais, o câncer de pele tem muito boas chances de cura. Alguns sintomas que podem indicar o surgimento da doença são manchas irregulares na pele, com mais de uma tonalidade, que descamam ou sangram, e feridas que não cicatrizam há mais de quatro semanas. Caso apresente qualquer tipo de sintoma na pele, procure imediatamente auxílio médico para diagnosticar e tratar o problema”, comenta a Dra. Andreia Melo.

Para mais informações sobre o câncer de pele, confira o infográfico da SBOC: https://sboc.org.br/prevencao/item/2127-dezembro-laranja.

 

Mais de 70% das crianças não vão ao dentista! Saiba a importância do acompanhamento odontológico infantil

Profissional especializada em odontopediatria explica os cuidados, a frequência das consultas, a possibilidade de alterações irreversíveis e ainda dá dicas de como incentivar o tratamento dentário

 

Uma pesquisa realizada pelo Barómetro de Saúde Oral para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) em 2021, afirmou que 73,4% das crianças menores de 6 anos nunca frequentaram o dentista. Este dado pode parecer apropriado para alguns pais, que acreditam que a primeira consulta deve ser realizada um pouco acima desta faixa etária. Entretanto, o acompanhamento odontológico deve começar muito antes do que imaginamos. 

Luisa de Mello Mattos é especialista em odontopediatria e uma das profissionais inseridas na plataforma Baby Concierge, focada em oferecer dicas, serviços e conteúdos do universo materno-infantil. A doutora afirma que a primeira consulta de uma criança, na realidade, deve acontecer ainda nos primeiros meses de vida: “Aconselhamos a primeira consulta odontológica desde o nascimento do primeiro dentinho, que ocorre aproximadamente aos seis meses de idade. Esta visita é muito importante, pois fornece aos pais orientações sobre flúor, pasta e escovação”. 

Após a primeira consulta, ainda é comum que os pais optem por estabelecer uma frequência com um intervalo de tempo extenso, o que também não é recomendado pela profissional. “A frequência de retorno ideal até os 3 anos de idade é de 4 em 4 meses”. A doutora ainda reforça a atenção dos pais sobre alterações irreversíveis na estrutura dentária, decorrentes da falta de escovação e acompanhamento médico: “Existem várias condições dentárias que podem se tornar permanentes, como alterações dos ossos da face, o desgaste das articulações, surgimento de manchas, o nascimento torto do dente ou sua impactação permanente, provocada pela perda precoce do dente de leite graças a formação de cáries”. 

Mais que falar exatamente o que fazer, é preciso relembrar os maus hábitos e, por incrível que pareça, a maioria destes acontece em decorrência de práticas do cotidiano. “Pode parecer difícil, mas o uso de chupeta deve ser evitado. Isso porque, o uso excessivo pode prejudicar a fala, a respiração e a mastigação. A ingestão de doces também ajuda no desenvolvimento de cáries e prejudica o esmalte, assim como roer as unhas. Até o uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos é extremamente danoso. Pois, pode levar ao bruxismo, resultante do estresse, da ansiedade e do acúmulo de energia mesmo nas horas de sono”. Vale lembrar que, segundo um estudo da Universidade Ceuma, uma a cada cinco crianças apresenta bruxismo noturno.

Porém, ainda que os cuidados fiquem explícitos, existe uma dificuldade entre os pais: incentivar as boas práticas. Luisa conta que a melhor maneira de fazer isto é “dando o exemplo”. “As crianças copiam muito do que veem. Então, escovar os dentes com a presença delas ou mostrar personagens de animações que frequentam o dentista, é uma ótima maneira de incentivar os hábitos convenientes de maneira lúdica e divertida”. 

Afinal de contas, qual é a verdadeira importância de ter atenção à saúde dos dentes e realizar o acompanhamento odontológico infantil? A especialista conclui: “Prestar atenção nos dentes pode prevenir muita coisa. A partir dos 4 anos, por exemplo, os pais já podem identificar a necessidade do uso de aparelho, verificando a estrutura da mandíbula e do próprio sorriso. Nesta mesma idade, já podemos iniciar o tratamento. Sendo assim, o acompanhamento odontológico é importante para prevenção e identificação de lesões e alterações. Tudo isso influencia no crescimento dos ossos da face, no funcionamento das vias respiratórias e no desenvolvimento da dentição permanente”, finaliza.

 

5 dicas para conciliar festas de final de ano e amamentação


Festas de final de ano chegando e mesmo com esse ano atípico, algumas tentações podem surgir. Tantas privações e a esperança de um ano novo instiga a relaxar e aproveitar ainda mais as festas.

Mulheres em aleitamento materno se veem frente a uma variedade de comidas e bebidas, muitas vezes não experimentadas durante o ano inteiro. Celebração, ceia e drinks… ser lactante no período de festas não é fácil, ainda mais em plena pandemia, onde as famílias ou não se encontrarão ou vão estar reduzidas.

Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra pela UNIFESP e Consultora de Amamentação lista 5 dicas de sobrevivência para o período.


DICA 1- Um pouco de álcool é aceitável.

O consumo deve ser feito esporadicamente pois ingerir a substância com frequência pode ser prejudicial uma vez que o álcool altera o estado de consciência quando consumido em doses altas, o que pode colocar em risco não somente a saúde da mulher, mas também a do bebê que necessita de cuidados da mãe.

Mulheres que amamentam podem consumir bebidas alcoólicas como vinho, champanhe e até mesmo cerveja.

Para mães de bebês menores que mamam com mais frequência a cautela deve ser maior, e o consumo associado a alimentos, já que a absorção de álcool é consideravelmente menor com o estômago mais cheio.

Para mamães com bebês maiores de 6 meses não é necessária tanta preocupação, já que crianças dessa idade costumam mamar em intervalos maioria.


DICA 2- Aproveite a comida!

Estudos mostram que bebês que não tem alergia não costumam ter mais ou menos gases por conta da dieta materna. Pelo contrário, quanto mais rica for, mais sabores e mais fácil será a introdução alimentar.


DICA 3 - Tente descansar junto com o bebê.

Dica de ouro do pós parto, ajuda muito nesse período de festas onde com certeza é normal sair da rotina e esticar um pouquinho a hora de dormir!


DICA 4- Observe o bebê

Se perceber que ele está hiperestimulado, ou irritado no colo daquela sua parente com perfume forte, saia de cena com ele, afinal, quem vai ter que aguentar um bebê extremamente irritado e choroso será você. “Tente seguir a rotina e os horários do bebê, além de trazer segurança faz os dias mais calmos”. Completa Cinthia.


DICA 5- Organize-se

Antecipe tudo que vai precisar e tenha tudo em mãos, caso saiam de casa. Se planejou ficar 4 horas, leve coisas suficiente para 8 horas, as horas passam depressa, é melhor sobrar do que faltar!

“Aproveite! Ter bebês nessa época pode ser muito legal...eles representam todo amor que esse período encerra.” Finaliza Cinthia Calsinski.

 

Cinthia Calsinski - Enfermeira Obstetra
Intagram


Gordura no fígado: uma doença silenciosa que atinge 25% da população mundial

Gastroenterologista do São Cristóvão Saúde explica gravidade dos sintomas e por que não devem ser negligenciados

 

Cerca de um quarto da população mundial adulta é afetada por uma doença silenciosa, chamada esteatoose hepática não alcóolica (EHNA). De acordo com pesquisas, essa será a maior causa de doença hepática crônica do mundo, chegando a acometer até 46% dos adultos e será ainda a maior causa de transplante hepático no mundo, superando a hepatite C. Diante de informações tão alarmantes, por que muitas pessoas negligenciam a esteatose? 

Gastroenterologista no São Cristóvão Saúde, Dra. Tabata Cristina Alterats Antoniaci explica que a definição científica para essa doença é o acúmulo de lipídeos (substato da quebra da gordura) nos hepatócitos (células do fígado) e, por tal razão, possui o nome popular de “gordura no fígado”. Dentre as causas, estão obesidade, dislipidemia, diabetes mellitus (DM) e Síndrome Metabólica e tais alterações podem impactar na glicemia e até a evolução para fibrose, levando a hepatopatia crônica, conhecida como cirrose hepática. 

“É uma doença silenciosa, que pode evoluir sem nenhum sintoma e, quando descoberta, geralmente por meio de sintomas como aumento da sede ou manchas negras em locais de dobras no corpo, nos diabéticos, ou aumento da circunferência abdominal em pacientes com síndrome metabólica, o quadro já estar avançado”, exemplifica Dra. Tabata. Desse modo, o diagnóstico ocorre incidentalmente em exames de rotina, como laboratoriais e sanguíneos periódicos. Assim, sempre enfatizamos aos pacientes a importância de um “check up” de rotina”, salienta a especialista.

 

Grupos de risco

O grupo de risco é vasto e está crescendo, por ser associado ao “combo” de mal do século: a má alimentação, sedentarismo e obesidade e suas complicações.  


  • Causas primárias (causam efeito direto no fígado):

- obesidade

- resistência a insulina ( popularmente chamado de “pré- diabetes”

- dislipidemia ( colesterol e triglicerídeos alterados)

- diabetes

- hipertensão arterial sistêmica

- síndrome metabólica -- presença de 3 ou mais dos seguintes fatores ( obesidade central (aumento da gordura no abdômen), hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes).


  • Causas secundarias (afetam indiretamente o fígado):

- Medicamentos: amiodarona, corticosteroídes, estrógenos, tamoxifeno.

- Toxinas ambientais: produtos químicos

- Esteroides anabolizantes

-Cirurgias abdominais: bypass jejuno-ileal, derivações bilio-digestivas.

 

Em casos mais graves, quando há hepatopatia crônica, já na fase final da esteatose, é quando a fibrose hepática já esta instalada no fígado. “Hemorragias podem ocorrer principalmente pela boca, chamada hemorragia digestiva alta, que de um modo geral, é causada pela ruptura de varizes de esôfago ou gástricas; devido ao aumento da pressão das veias e inclusive esôfago e estomago, e essa pressão leva a hemorragia”, pontua a gastro. A confusão mental também é um dos sintomas e acontece pelo acúmulo de amônia e sua dificuldade em ser eliminada pelas fezes. “Para evitar essas complicações, o paciente hepatopata deve ser acompanhado de perto por uma equipe multidisciplinar, guiada pelo gastroenterologista ou hepatologista”, complementa a médica.

 

Tratamento 

Não existe medicamento que reduza a gordura do fígado. Desse modo, de acordo com Dra. Antoniaci, o tratamento deve ser individualizado e baseado nos achados dos exames realizados durante o diagnóstico, primeiramente com foco no fator desencadeante da doença, resultando em uma possível regressão da doença. “A base do tratamento é a mudança de hábitos e estilo de vida, com melhora do padrão alimentar e atividade física, levando a perda de peso, diminuição da circunferência abdominal e estabilização dos níveis dos exames alterados”, finaliza a especialista do São Cristóvão Saúde.

 

Grupo São Cristóvão Saúde


Como evitar lesões durante a prática do beach tennis?

Ortopedista separou três dicas que vão ajudar os praticantes da modalidade

 

O beach tennis vem se consolidando e ganhando espaço no país. De acordo com a Federação Internacional de Tênis (ITF), houve um aumento de 12% no número de brasileiros praticantes do esporte, entre janeiro e abril de 2022. Atividade com baixa exigência de condicionamento físico e democrático, podendo ser praticada por todas as idades e pessoas, as lesões causadas pelo beach tennis tendem a acometer mais os membros superiores (ombro, cotovelo e punho).

De acordo com o ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo e sócio da Clínica Larc, Dr. Layron Alves antes de iniciar qualquer atividade física é preciso passar por uma avaliação.

"No caso do beach tennis, por ser um esporte de fácil aprendizagem, as pessoas acreditam que não é necessário fazer essa análise. Porém, é imprescindível identificar as condições musculoesqueléticas”, comenta o especialista.

Se o corpo não estiver preparado para essa prática, a pessoa pode ter uma lesão, como a tendinopatia. Também conhecida como “Ombro de Tenista”, esse é um problema que atinge o tendão, sendo a mais comum a tendinite do ombro, que ocorre em função do uso excessivo (ombro e do cotovelo) ou à movimentação errada destas estruturas.

O impacto a cada salto e os arranques para alcançar a bola também podem desencadear patologias como epicondilites (inflamação dos tendões do cotovelo), bursites, síndrome do impacto e até mesmo entorses de tornozelo e joelho.

Como ninguém está imune de se machucar, o Dr. Layron Alves destaca três cuidados que podem reduzir as chances de lesão:

- Comece com a ajuda de um professor: a prática do beach tennis exige o conhecimento de técnicas de batida e movimentos do quadril, portanto, se você está iniciando no esporte, a presença de um professor é indispensável. Ele vai te orientar em relação aos movimentos e corrigir possíveis vícios.

- Equipamento adequado: o uso de equipamentos inadequados é uma das principais causas de lesão no cotovelo e no punho. Procure por raquetes de boa qualidade e com peso adequado para a prática do esporte.

- Fortalecimento e mobilidade: é necessário fortalecer os braços e os ombros, especialmente na área do manguito rotador, para prevenir lesões por movimentos repetitivos. Trabalhe também a mobilidade articular, pois isso irá ajudar na execução dos movimentos.

O ortopedista ainda alerta que estalos ou qualquer outro sintoma nas articulações e tecidos, de forma isolada, devem ser observados e se persistirem um médico deverá ser consultado. Se constatada uma lesão, o tratamento poderá ser feito com repouso e fisioterapia indicados pelo especialista.

 

Dr. Layron Alves - ortopedista e especialista em tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC. Instagram: @drlayronalves

 

Centro Especializado em Obesidade e Diabetes recruta pacientes com nefropatia avançada para estudo científico


O Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz está recrutando pacientes com diagnóstico de obesidade e diabetes tipo 2 que apresentem nefropatias graves para participar do OBESE-DKD, estudo científico que tem por objetivo avaliar a eficácia e segurança da cirurgia metabólica (bypass gástrico em Y de Roux) versus o melhor tratamento clínico na progressão da doença renal por diabetes. 

A nefropatia diabética, é uma das principais comorbidades do diabetes e se manifesta vários anos após o paciente ser diagnosticado com o tipo 2 da doença e não apresenta sintomas precoces. Além de assintomático, o processo de danificação dos rins é irreversível e pode progredir para a falência total da função renal, levando o paciente a necessitar de terapia renal substitutiva, a hemodiálise, e até transplante de rim. Dados de 2021 do Atlas da Federação Internacional apontam o Brasil como o 6º país no ranking das 10 nações com mais casos de diabetes, sendo que 16,8 milhões de brasileiros vivem com a condição no país. Já o Censo de Diálise da Sociedade Brasileira de Nefrologia, realizado em 2018, apontou que cerca de 40% dos pacientes com diabetes apresentavam também nefropatia diabética. 

Podem participar do estudo aberto, randomizado e unicêntrico, pacientes com obesidade e diabetes tipo 2 que apresentem nefropatia diabética grave, que tenham entre 30 e 70 anos. A pesquisa prevê alguns critérios de exclusão, como: diabetes tipo 1, cirurgias mal absortivas e restritivas prévias, doença hepática e neoplasias recentes, entre outros.

De acordo com o pesquisador principal, Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital, a nefropatia diabética, relacionada ao diabetes tipo 2 é a forma mais prevalente de doença renal crônica no mundo e está associada a altas taxas de complicações clínicas e risco de óbito desta população. 

“Queremos com o estudo, desenvolver novas opções de tratamento para a principal comorbidade do diabetes, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e propor, com isso, alternativas seguras para a redução de custos associados à doença”, ressalta o especialista. 

Ainda segundo o Dr. Cohen, a principal hipótese da pesquisa é que a cirurgia bariátrica em pacientes com nefropatia diabética avançada e obesidade possa ser feita com segurança e, preferencialmente, retardar a progressão da doença renal em comparação ao melhor tratamento clínico. “Além disso, o estudo irá avaliar fatores que incluem a remissão do diabetes tipo 2 e da hipertensão, as duas causas mais comuns de doença renal terminal”, destaca o pesquisador. 

Pelos critérios do estudo, um grupo de pacientes será submetido à cirurgia metabólica e o outro terá acesso ao melhor tratamento medicamentoso disponível para o controle do diabetes e da nefropatia avançada. A pré-seleção está sendo feita a partir do preenchimento de um formulário de pré-seleção disponível online: Link. 

Mais informações também podem ser obtidas pelos telefones (11) 9-9206-0055 (inclusive mensagem de WhatsApp) ou (11) 3549-0579, 3549-0331.


Crianças devem manter rotina de cuidados com os dentes nas férias escolares

Guardiões devem estar atentos à saúde bucal de crianças nas férias
DIVULGAÇÃO
Coordenadora do curso de Odontologia da Anhanguera apresenta cinco dicas para manter a saúde bucal no período de final de ano


O descanso das férias escolares de verão é o mais aguardado entre crianças e adolescentes que terminam o ano letivo. O intervalo nos estudos é importante para a saúde mental, porém, acompanhado por viagens e passeios, pode desregular a rotina de alimentação e os cuidados com higiene bucal dos jovens. Especialistas recomendam atenção redobrada aos pais e guardiões.

De acordo com a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, professora Cristiana Maria Bertozzo, a tendência dessa época é de alta no consumo de doces e guloseimas e, com a agenda focada em brincadeiras e diversão, pode ocorrer relaxamento nos hábitos de limpeza bucal. “Com atividades que deixam os mais novos cansados, a disciplina costuma ficar em segundo plano, o que permite o surgimento de problemas na boca”, afirma.

A especialista elenca cinco dicas para manter os cuidados com os dentes durante esse período:


ALIMENTAÇÃO. O cardápio de crianças não pode sofrer alterações severas nas férias. Uma estratégia indicada para incluir guloseimas no dia a dia, sem o prejuízo das refeições tradicionais, é servi-las como sobremesa logo após o almoço. Pela noite, não é aconselhado oferecer leite ou bolachas antes de dormir, como técnica para estimular o sono -- a prática pode provocar o surgimento de cárie.


ESCOVAÇÃO. É importante escovar os dentes, pelo menos, três vezes ao dia. Utilizar escovas coloridas e cremes dentais de sabor e com personagens lúdicos podem ser um incentivo para esse momento, caso haja relutância vinda dos mais jovens. Em passeios longos, como idas a parques de diversão, os pais podem levar kits de viagem com escovas portáteis para manter a higiene nas horas certas e evitar desconfortos.


HIDRATAÇÃO. O hábito de tomar água deve ser encorajado para manter a hidratação e evitar o aparecimento de lesões dentro da boca. Sucos e refrigerantes têm taxas elevadas de açúcares e de acidez, o que contribui para a o desgaste do esmalte dos dentes e pode provocar sensibilidade, dores e outros problemas.


CONSULTAS. Aproveitar o período de férias escolares para fazer consultas a um dentista pode ser conveniente para muitas famílias. As visitas a um profissional devem acontecer, pelo menos, a cada seis meses e o acompanhamento desde os primeiros anos de vida é importante para manter a manutenção do bem-estar e saúde bucal.


ACIDENTES. Em casos de acidentes como traumatismos dentários, é imprescindível procurar pelo serviço de pronto-atendimento nas primeiras horas e acionar o dentista da criança para informar o ocorrido. Em casos de quebras, é necessário guardar o fragmento em um frasco com água e levar ao consultório para aumentar as chances de restauração.


Anhanguera
https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/

Kroton
www.kroton.com.br

 

Além da estética: 40% das cirurgias plásticas são com objetivo reconstrutor

Função do cirurgião plástico vai além da estética e ajuda pacientes a recuperar a autoestima
Freepik

Dia do Cirurgião Plástico é nesta quarta-feira (7) e destacamos que as operações reparadoras também estão no cotidiano desse profissional

 

A cirurgia plástica não é exclusiva para deixar as pessoas mais bonitas ou simplesmente mudar algo que não gosta no corpo. O procedimento também é usado para cuidar da saúde. É o caso da cirurgia plástica reconstrutora, cujo método atende o paciente a reconstituir partes do corpo e corrigir deformidades causadas por doenças, terapias extensivas ou congênitas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, cerca de 40% das operações realizadas no Brasil são feitas com objetivo reparador. Essa também é uma das funções do cirurgião plástico, cujo dia é celebrado nesta quarta-feira, 7 de dezembro. 

O cirurgião plástico Paulo Renato Simmons de Paula, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca que esse tipo de cirurgia é algo que sempre existiu. “A cirurgia plástica é tão antiga quanto a própria medicina e ela foi desenvolvida baseada em reconstruções. Então a cirurgia plástica vai muito além da parte estética, nós temos exemplos de reconstruções de mama (pós câncer de mama), pacientes que sofreram acidente de carro e tiveram uma destruição de partes da face (traumatismo facial). Pacientes com deformidades congênitas como exemplo quem nasce sem uma orelha, com os dedinhos da mão colados ou lábio leporino, entre tantos outros. Existem inúmeras situações que a cirurgia plástica age que não é só a estética”. 

As cirurgias plásticas reparadoras costumam auxiliar as pessoas não apenas na estética, mas também em problemas, como a blefaroplastia, que corrige alterações nas pálpebras. “É indicada quando há uma quantidade muito grande de pele na pálpebra superior, bolsas ou uma queda da sobrancelha, que o termo correto é supercílio. Isso pode, sim, incomodar e gerar um comprometimento do campo visual. Ou seja, essa queda do supercílio, junto com excesso de pele e bolsas pode comprometer a visão lateral das pessoas. No final do dia isso pode provocar um incômodo, um peso e desconforto nessa região”, destaca o especialista.

 

Outros exemplos

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 650 crianças no Brasil nasce com fissuras labiopalatinas, popularmente chamadas de lábio leporino. Para corrigir essa questão, também entra em cena o cirurgião plástico para um procedimento reparador. “Ajuda a melhorar no convívio social desses pacientes, porque a presença do lábio leporino pode chamar atenção e essa pessoa se sentir extremamente inibida perante a sociedade. Sua correção, na melhoria da parte estética, ajuda essa pessoa no seu convívio social, familiar e até mesmo de trabalho. E na parte funcional pode auxiliar na fala e na alimentação”, explica Paulo Renato. 

Ajudar na recuperação após queimaduras também é uma das possibilidades das cirurgias reparadoras. “Esse é um tratamento que vai depender se será necessário apenas curativo ou se haverá procedimento com necessidade de enxerto de pele, que é a colocação de pele no local, ou retalhos, que é do próprio organismo. Pacientes que ficaram com alguma sequela fazem também o que chamamos de reconstrução. São realizadas cirurgias para abrir esse tecido e melhorar através de enxertos. Todas melhoram a parte funcional da pessoa, assim como a estética”, ressalta o cirurgião plástico.  

Outro exemplo interessante é a associação de cirurgia estética e reparadora. Como exemplo podemos citar a cirurgia de nariz. “Muitas vezes podem existir alterações funcionais nasais (desvio de septo, hipertrofia de cornetos…) e que podem ser corrigidos no mesmo ato cirúrgico, melhorando a estética bem como a parte respiratória”, salienta o cirurgião plástico. “Importante frisar que toda cirurgia plástica estética tem um fundo reconstrutor, bem como uma cirurgia reconstrutora tem também como objetivo uma melhora estética”, completa Paulo Renato de Paula.


Mitos e verdades sobre a creatina

Muito utilizada por quem pratica musculação, esse elemento já teve a fama de ser um grande causador de retenção de líquido


A creatina é um conhecido suplemento alimentar para atletas. A substância é produzida pelo corpo e pode ser encontrada naturalmente em carnes. Usada pelas células como uma fonte de energia de ação rápida, auxilia no desempenho de treinos intensos e de força, o que a faz ser considerada um componente muito importante para vários praticantes de musculação. A dose diária recomendada é de 3 a 5g, o que é difícil de ser adquirida numa dieta comum. Por isso, muitos aderem à opção de buscá-la por outras fontes. 

Mesmo com todos os benefícios gerados ao corpo, a creatina foi, por muito tempo, conhecida por ser causadora da retenção de líquido. Segundo a nutricionista e professora do UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Recife, campus Graças, Flávia Ribeiro, a substância mexe com as reservas de água do corpo, dentro das células. “Muita gente acaba pensando que a retenção de líquido da creatina é que nem a causada por uma dieta desequilibrada e um consumo de água ineficiente, mas a forma que essa substância age é diferente. A verdade é que a creatina ‘puxa’ a água para dentro das células, o que as faz aumentar de tamanho, e isso é muito bom para quem busca a hipertrofia”, explica. 

Outro mito da creatina é o da falência renal. As pessoas acreditam que, pelo fato da creatina ‘puxar água’ para as células, ocorre um aumento da necessidade hídrica do corpo. “Não existe comprovação científica de dano nos rins por uso de creatina. Apesar de haver relatos de atletas consumidores de creatina com problemas nesses órgãos, isso não acontece pela substância em si, e sim porque eles não estavam bebendo água o suficiente para suprir a demanda de seus corpos. Se você bebe mais de 3 litros diários de água, não tem com o que se preocupar”, continua Flávia. 

Dos diversos tipos de creatina disponíveis no mercado, Flávia afirma que a versão monoidratada é uma das mais populares, e as alegações dessa versão ser mais fraca não são comprovadas. “As creatinas mais comuns são a monoidratada e a micronizada. A primeira passa por uma filtragem simples e leva água, o que faz sua absorção ser mais lenta, ou seja, o ganho de força demora mais para aparecer. A creatina que não é aproveitada pelo corpo é eliminada como outra substância, chamada creatinina. Lembrando que é importante consultar um profissional nutricionista antes de usar qualquer suplemento alimentar”, conclui.

 

Mário Vasconcelos

 

Limpeza das lentes de contato é fundamental para evitar alergias oculares

Em caso de desconforto com o uso, é preciso buscar assistência oftalmológica

 

Quem começa a usar e se adapta bem às lentes de contato geralmente não retorna para os óculos. No entanto, todo cuidado é pouco para tirar o melhor proveito do produto sem comprometer a saúde ocular. Em caso de olhos vermelhos, dor intensa e baixa na visão, por maior que seja a prática, o paciente deve entrar em contato com o oftalmologista responsável pela adaptação. 

Quem dá o alerta é a médica oftalmologista especialista em córnea e lentes de contato, preceptora de Córnea e Lentes de Contato do programa de Residência Médica em Oftalmologia do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, vice-presidente da Academia Brasileira de Controle da Miopia e Ortoceratologia (ABRACMO) e coordenadora nacional da Educação Continuada a Distância e representante internacional da Sociedade Brasileira de Córnea, Lentes de Contato e refração (SOBLEC), Izabela Godinho. 

“Pacientes usuários de longa data de lentes de contato, na maioria gelatinosas, podem, em algum momento, desenvolverem alergias oculares. Elas podem ser postergadas ou até mesmo evitadas quando são observadas as recomendações do oftalmologista em relação ao uso, limpeza e descarte”, destaca. 

Um dos casos comuns é a conjuntivite alérgica induzida por lentes de contato. Diferente daquela modalidade comum em crianças e em alguns adultos, essa doença se inicia com quadro de desconforto ocular precisamente associado ao uso do tipo gelatinoso e costuma atingir usuários que já fazem uso contínuo por 5, 10, 15 ou mais anos. No estágio inicial, pode ser abordada com tratamentos específicos e fazendo uma revisão sobre soluções de limpeza e período de uso e, principalmente, sobre o descarte das lentes. 

“Quando são quadros mais graves, já requerem outras medidas, como suspensão das lentes, tratamentos mais longos e revisão sobre o tipo de material e periodicidade de descarte. As alergias induzidas por lentes de contato, quando negligenciadas, podem predispor os olhos a infecções mais graves”, conforme a médica. 

Como se trata de um corpo estranho que se coloca sobre a superfície ocular e estabelece relação direta com os olhos, a limpeza das lentes é uma etapa importante para evitar alergias oculares. Izabela Godinho ressalta que o mercado tem produtos com tecnologia para promoverem a desinfecção e desproteinizacão adequadas, sem causar efeitos para os olhos e que a higiene do produto nunca deve ser feita com água da pia.

 

Indicação

As lentes de contato têm diversas indicações. A clássica é a substituição dos óculos pelas lentes para as correções refracionais. Também podem ser usadas para promover melhor acuidade visual em casos irregularidades de córnea causadas por ceratocone, pós-traumas, pós-cirurgias. “Se há indicação do uso das lentes, seja por benefício visual ao paciente ou mesmo por ganho estético e prático ao mesmo, o processo de adaptação ocorrerá no tempo de cada paciente. A indicação para o tipo de lente, seja pelo material ou melhor desenho, é um processo que cabe inteiramente ao oftalmologista e essa indicação é personalizada para cada paciente”, informa a especialista. 

Uma etapa importante é a adaptação ao uso, o que passa pela vontade e persistência do paciente. Diferente de tirar e colocar os óculos a qualquer momento, a lente de contato demanda certos cuidados para que garanta boa visão, conforto e, sobretudo, respeito à fisiologia dos olhos.

 

HE –Hospital Evangélico de Belo Horizonte


Dezembro Laranja

Câncer de pele é o tipo mais evitável, mas em contrapartida, é o de maior incidência no Brasil

Estamos no Dezembro Laranja e como oncologista eu faço um apelo: pais, não deixem suas crianças e adolescentes por períodos prolongados sob a radiação solar. O dano na pele é cumulativo e o câncer pode não aparecer imediatamente, mas a habitual exposição exagerada ao sol eleva muito a chance de a doença surgir anos depois. 

O apelo se estende às escolas, que não devem programar a grade de aulas de educação física em espaços descobertos no período de 10h às 16h. Os pequenos e os jovens não têm a consciência de que precisam ter essa responsabilidade, por isso os adultos devem educar os mais novos sobre a importância de se ter esse cuidado. Entre praticar exercício físico no sol usando protetor solar ou se exercitar na sombra sem o protetor, prefira a sombra. 

A observação é ainda mais fundamental nesta época de férias escolares, verão, de passeios ao ar livre e de viagens para o litoral. 

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o de pele é o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. O índice é alarmante, ainda mais quando refletimos sobre o fato deste tipo de tumor maligno ser o mais evitável de todos. 

É simples. É só não se expor diretamente ao sol por horas seguidas e nem por períodos menores com assiduidade. Mas é muito difícil pedir para a pessoa deixar de fazer o que contraria a sua vontade ou o que lhe dá prazer. E ainda existe a questão cultural de que o bronzeado remete à beleza e conota status. 

Quem tem esse conhecimento deve medir as consequências das suas escolhas. Porque permanecer tomando sol perseverantemente, mesmo que usando protetor solar, tem o seu preço. Vale mesmo a pena? Admito que é de se estranhar uma pessoa que passou a vida esturricando no sol chegar ao meu consultório e ficar surpresa com a notícia de que tem câncer de pele. Afinal, isso é o esperado e um dia o corpo pode cobrar pela conduta. 

Falando em protetor solar, é preciso ressaltar que há uma falsa sensação de segurança na saúde com o uso do produto. Evidentemente que é essencial que se utilize porque ele protege contra queimaduras solares, bolhas, descascados e ardência. Mas não evita o câncer por completo devido ao efeito cumulativo da radiação na pele! 

O protetor solar de qualidade com fator 30 e acima é eficaz na diminuição de 95% dos raios UVA e UVB. Mas os 5% que ele não bloqueia a radiação, com a constância do banho de sol na rotina, os riscos do surgimento do câncer são elevados, bem como aumenta a probabilidade do envelhecimento precoce. 

E a proteção de 95% ainda depende do quanto a pessoa repassa o produto na pele. O suor, a entrada na água do mar ou da piscina e o contato com o tecido de roupas ou da toalha geram a perda da eficácia da solução.

As roupas feitas com tecidos tecnológicos oferecem eficácia comprovada, mas infelizmente esses modelos são caros e não são acessíveis para a maior parte das pessoas. 

Assim como os outros tipos de câncer, o de pele, quando diagnosticado no início, tem menos chance de deixar sequelas severas ou de se expandir para outras partes do organismo, podendo inclusive ser fatal. Para isso, é necessário ficar de olho na pele e acompanhar se não há o aparecimento de pintas, verrugas ou mudanças no aspecto das marcas que já existem, mesmo as de nascença. 

Uma boa fonte para comparação da aparência das pintas benignas e malignas criada pela Organização Mundial de Saúde para ajudar as pessoas leigas a reconhecer o perigo é a “Regra do ABCDE”. Assimetria, Bordas irregulares, Coloração, Diâmetro e Evolução são tópicos que devem ser notados visualmente quando se tem dúvida quanto a pinta. A Regra do ABCDE é de fácil acesso pela internet e há fotografias que podem ser úteis neste confronto. 

E se perceber uma pinta nova ou transformação em uma marca antiga, não espere para confirmar se ela está mudando mesmo. Procure um dermatologista o quanto antes. A Regra do ABCDE já salvou muita gente.

 

Dr. Paulo Pizão -  profissional global. Por ter trabalho como docente em faculdade, como pesquisador na indústria farmacêutica, gestor em instituições de saúde e por atuar no atendimento clínico, tem uma visão geral do setor e conhece o mecanismo desse segmento. Coordena o Serviço de Oncologia Clínica do Hospital da PUC Campinas; coordena a equipe médica da Oncologia Vera Cruz Hospital; é pesquisador no Centro de Pesquisa Clínica São Lucas (PUC-Campinas) e coordena a disciplina de Oncologia Clínica no Curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas-SP.


Posts mais acessados