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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Mais de 70% das crianças não vão ao dentista! Saiba a importância do acompanhamento odontológico infantil

Profissional especializada em odontopediatria explica os cuidados, a frequência das consultas, a possibilidade de alterações irreversíveis e ainda dá dicas de como incentivar o tratamento dentário

 

Uma pesquisa realizada pelo Barómetro de Saúde Oral para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) em 2021, afirmou que 73,4% das crianças menores de 6 anos nunca frequentaram o dentista. Este dado pode parecer apropriado para alguns pais, que acreditam que a primeira consulta deve ser realizada um pouco acima desta faixa etária. Entretanto, o acompanhamento odontológico deve começar muito antes do que imaginamos. 

Luisa de Mello Mattos é especialista em odontopediatria e uma das profissionais inseridas na plataforma Baby Concierge, focada em oferecer dicas, serviços e conteúdos do universo materno-infantil. A doutora afirma que a primeira consulta de uma criança, na realidade, deve acontecer ainda nos primeiros meses de vida: “Aconselhamos a primeira consulta odontológica desde o nascimento do primeiro dentinho, que ocorre aproximadamente aos seis meses de idade. Esta visita é muito importante, pois fornece aos pais orientações sobre flúor, pasta e escovação”. 

Após a primeira consulta, ainda é comum que os pais optem por estabelecer uma frequência com um intervalo de tempo extenso, o que também não é recomendado pela profissional. “A frequência de retorno ideal até os 3 anos de idade é de 4 em 4 meses”. A doutora ainda reforça a atenção dos pais sobre alterações irreversíveis na estrutura dentária, decorrentes da falta de escovação e acompanhamento médico: “Existem várias condições dentárias que podem se tornar permanentes, como alterações dos ossos da face, o desgaste das articulações, surgimento de manchas, o nascimento torto do dente ou sua impactação permanente, provocada pela perda precoce do dente de leite graças a formação de cáries”. 

Mais que falar exatamente o que fazer, é preciso relembrar os maus hábitos e, por incrível que pareça, a maioria destes acontece em decorrência de práticas do cotidiano. “Pode parecer difícil, mas o uso de chupeta deve ser evitado. Isso porque, o uso excessivo pode prejudicar a fala, a respiração e a mastigação. A ingestão de doces também ajuda no desenvolvimento de cáries e prejudica o esmalte, assim como roer as unhas. Até o uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos é extremamente danoso. Pois, pode levar ao bruxismo, resultante do estresse, da ansiedade e do acúmulo de energia mesmo nas horas de sono”. Vale lembrar que, segundo um estudo da Universidade Ceuma, uma a cada cinco crianças apresenta bruxismo noturno.

Porém, ainda que os cuidados fiquem explícitos, existe uma dificuldade entre os pais: incentivar as boas práticas. Luisa conta que a melhor maneira de fazer isto é “dando o exemplo”. “As crianças copiam muito do que veem. Então, escovar os dentes com a presença delas ou mostrar personagens de animações que frequentam o dentista, é uma ótima maneira de incentivar os hábitos convenientes de maneira lúdica e divertida”. 

Afinal de contas, qual é a verdadeira importância de ter atenção à saúde dos dentes e realizar o acompanhamento odontológico infantil? A especialista conclui: “Prestar atenção nos dentes pode prevenir muita coisa. A partir dos 4 anos, por exemplo, os pais já podem identificar a necessidade do uso de aparelho, verificando a estrutura da mandíbula e do próprio sorriso. Nesta mesma idade, já podemos iniciar o tratamento. Sendo assim, o acompanhamento odontológico é importante para prevenção e identificação de lesões e alterações. Tudo isso influencia no crescimento dos ossos da face, no funcionamento das vias respiratórias e no desenvolvimento da dentição permanente”, finaliza.

 

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