Sociedade
Brasileira de Oncologia Clínica aproveita o mês de conscientização para
esclarecer dúvidas sobre a doença
No final de novembro, o Instituto Nacional de
Câncer (INCA) divulgou o novo relatório Estimativa
2023 – Incidência de Câncer no Brasil¹, que
traz um levantamento sobre novos casos da doença na população brasileira. A
estimativa é de que, para cada ano do triênio 2023-2025, surjam aproximadamente
704 mil novos diagnósticos para variados tipos de câncer, sendo o de pele, não
melanoma, o mais incidente entre eles (31,3% do total de casos).
A pele é o maior órgão do corpo humano. Composta
pela camada de epiderme (externa) e derme (interna), é também a grande
responsável por proteger outros órgãos contra agentes externos, infecciosos e
químicos, além de regular a temperatura do corpo. Quando exposta ao sol, de
maneira constante e sem proteção adequada, a pele fica suscetível ao
desenvolvimento do câncer, podendo esse ser de variados tipos. Os mais comuns
são os carcinomas (com maior incidência, porém, menor gravidade), que surge nas
células basais ou escamosas; e os melanomas (mais raros, mas com maior chance
de evoluir para metástase), que se desenvolvem nos melanócitos, células que
produzem a melanina.
Dado o cenário para os próximos três anos, a
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) aproveita este Dezembro
Laranja, mês de conscientização sobre o câncer de pele, para esclarecer algumas
das principais dúvidas em torno do tema.
Abaixo, a médica oncologista e coordenadora do
Comitê de Tumores de Pele e Sarcomas da SBOC, Dra. Andreia Melo, listou alguns
dos principais mitos e verdades sobre o câncer de pele.
Confira:
Pessoas brancas e albinas têm
maior propensão ao desenvolvimento da doença²
Verdade – por terem menos pigmentação na pele, pessoas brancas ou albinas estão
mais suscetíveis ao desenvolvimento do câncer de pele.
Pessoas negras não desenvolvem
câncer de pele5
Mito – ao contrário do que muitos imaginam, pessoas negras também correm o
risco de desenvolver câncer de pele. Apesar de raro, nessa população a lesão
costuma aparecer nas extremidades: região plantar (abaixo dos pés), nas palmas
das mãos e abaixo das unhas.
É preciso usar protetor solar
em dias nublados e no inverno³
Verdade – independentemente de o céu estar ou não ensolarado, os raios
ultravioletas continuam sendo constantemente emitidos. Em dias nublados, a
única diferença é a de que sua incidência costuma ser um pouco menor. Mas,
ainda assim, não é recomendado se expor à luz solar por longos períodos e sem
proteção. O uso de protetor solar é recomendado para absolutamente todos os dias.
Protetor solar tem papel
fundamental na proteção contra o câncer de pele
Verdade – o filtro solar é um agente fundamental na proteção contra o câncer de
pele, porém, seu uso deve ser feito de maneira adequada, sendo recomendado o
uso de um protetor que atue contra raios UVA e UVB, com FPS 30 ou maior. É
necessário aplicar cerca de 2g/cm2 na pele, ao menos 15 minutos
antes de se expor ao sol e, após sair da água, repetir a aplicação a cada duas
horas. Também é importante lembrar de utilizar proteção solar para os lábios.
Não existe horário correto
para tomar sol
Mito – apesar da necessidade de absorção de vitamina D, para prevenir o risco
de desenvolvimento do câncer de pele, é recomendado evitar a exposição
prolongada ao sol entre às 10h e 16h, pois nesse período a incidência de raios
ultravioleta é maior.
O uso de câmaras de
bronzeamento é algo seguro
Mito – O bronzeamento com o uso de câmaras está relacionado ao maior risco de
desenvolvimento de câncer de pele. No Brasil, o uso estético de câmaras de
bronzeamento é proibido pela ANVISA.
“Se diagnosticado em estadios iniciais, o câncer de
pele tem muito boas chances de cura. Alguns sintomas que podem indicar o
surgimento da doença são manchas irregulares na pele, com mais de uma
tonalidade, que descamam ou sangram, e feridas que não cicatrizam há mais de
quatro semanas. Caso apresente qualquer tipo de sintoma na pele, procure imediatamente
auxílio médico para diagnosticar e tratar o problema”, comenta a Dra. Andreia
Melo.
Para mais informações sobre o câncer de pele,
confira o infográfico da SBOC: https://sboc.org.br/prevencao/item/2127-dezembro-laranja.
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