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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Abril Azul conscientiza sobre o autismo

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, uma em cada 160 crianças no mundo tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para conscientizar a população sobre o transtorno, a Organização estipulou a cor azul para o mês de abril.  

De acordo com a psicóloga do hospital Santa Casa de Mauá, Leni Rodrigues, o autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico e ocorre em diferentes graus. Ao longo da vida, muitos pacientes vivem de forma independente e outros têm deficiências graves e necessitam de cuidados e apoio. Por essa razão, o quanto antes o diagnóstico for definido, melhores serão os efeitos do tratamento. 

Os principais sintomas são a dificuldade de interação e comunicação, hipersensibilidade sensorial, desenvolvimento motor atrasado, comportamentos repetitivos ou metódicos. Em casos mais graves os sinais são variáveis.  

A causa do autismo não é totalmente definida e alguns estudos relacionam ao estresse, exposição a substâncias tóxicas, desequilíbrio metabólico, infecções e complicações durante o período de gravidez. 

“Apesar de o autismo afetar a capacidade de se comunicar e de se relacionar, pode gerar habilidades únicas e bem diferenciadas como maior capacidade de atenção, memória e facilidade para o aprendizado de temas específicos”, explica a psicóloga Leni Rodrigues. 

O TEA pode ser detectado muito cedo, ainda no primeiro ano de vida. Porém, a partir dos dois anos de idade, a maioria dos casos pode ser corretamente diagnosticado por meio de avaliações e testes específicos com foco no desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades. 

O tratamento deve ser iniciado o quanto antes com medidas farmacológicas para controle de sintomas e comorbidades e com o tratamento não farmacológico, que visa o treinamento de habilidades com foco na capacidade de comunicação e interação social, além de refletir positivamente na qualidade de vida por meio de abordagens psicoterápicas, fonoterapia e de terapia ocupacional. 

 

Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – telefone (11) 2198-8300.

https://santacasamaua.org.br/


Descobri que meu filho é daltônico, e agora?

Dr. Hallim Feres Neto, oftalmologista, explica o que é a discromatopsia e dá dicas para descobrir e para melhor conviver com daltonismo em diferentes faixas etárias.

 

O termo “daltonismo” deve-se à primeira pessoa que reconheceu e escreveu sobre esse problema, o físico inglês John Dalton, em 1789 -- ele mesmo tinha deficiência de cores e percebia o mundo apenas como diferentes tons de azul, roxo e amarelo. Usamos em português esse termo para falar de todos os tipos de deficiência de visão de cores -- bem mais fácil do que o termo científico “discromatopsia”.

“Em todo o mundo, há aproximadamente 300 milhões de pessoas com daltonismo. Estima-se que afete aproximadamente 1 em cada 12 homens e 1 em cada 200 mulheres ao redor do mundo. O que leva a pensar que, em cada sala de aula, há uma criança com dificuldade de fazer as tarefas e não tem nem ideia da razão disso”, explica o oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia Dr. Hallim Feres Neto.

Dr. Hallim deixa dicas sobre o que observar em crianças de diferentes faixas etárias:


De 3 a 7 anos:

  • Confira se seu filho precisa de mais tempo para processar informações que usem cores, pois ele procurará por outras pistas (não coloridas);
  • Veja se ele usa cores inadequadas no desenho ou pintura -- por exemplo, folhas roxas em árvores, grama marrom, cachorro vermelho;
  • Observe se ele reluta em brincar de combinar, contar ou classificar jogos com peças coloridas;
  • Nas atividades de colorir, perceba se a criança tem um baixo tempo de atenção, mais baixo que em outras atividades;
  • Em jogos, note se existe dificuldade para reconhecer quem é da equipe pois as camisas coloridas são muito parecidas.

De 7 a 12 anos:

  • Observe se a criança usa escolhas de cores inadequadas ao completar planilhas, desenhos e diagramas - por exemplo, rios roxos;
  • Confira se, às vezes, é difícil para interpretar informações em textos online ou páginas da web coloridas;
  • Note se, raramente, a criança usa cores ou usa cores incorretas;
  • Perceba se tem dificuldade em ver cones de treinamento coloridos e marcas de linha, por exemplo, no jogo de vôlei ou futebol de salão;
  • Ao comer banana, a criança não percebe, pela cor da fruta, que ela passou do ponto;
  • E confira se há problemas em ver todas as imagens e instruções em jogos de computador ou videogame.

Adolescentes:

  • Note se há dificuldade em seguir informações codificadas por cores apresentadas em gráficos e diagramas;
  • A criança acha difícil interpretar informações em quadros interativos ou projetadas em telas;
  • Tem dificuldade em interpretar mapas, gráficos de pizza de cores e resultados de experimentos científicos;
  • Tem dificuldade de perceber qual a cor do LED do celular que está piscando;
  • Tem notas inesperadamente baixas em matérias que domina quando usa ferramentas online para entregar trabalhos.

Dr. Hallim resume: “No geral, as crianças são muito boas em esconder as próprias deficiências - elas se adaptam e acham ‘normal’ enxergar assim. As primeiras suspeitas surgem ao ver um desenho com cores estranhas”.


A maioria dos pais de daltônicos não sabe dessa característica e, na maioria dos casos, a criança também não percebe. “Um diagnóstico positivo pode ser um choque para todos e os pais não devem se sentir culpados se descobrirem isso numa idade mais avançada”, afirma.


O médico confirmou que meu filho é daltônico. O que fazer?

É sabido que uma pessoa com deficiência na visão de cores tem uma vida normal e pode exercer algumas funções até melhor do que pessoas com visão de cor “normal”. Um exemplo foi o recrutamento de daltônicos na Segunda Guerra Mundial para sobrevoar o território e indicar onde o inimigo estava camuflado, porque, com treino, quem tem essa dificuldade aprende a diferenciar texturas, por exemplo, facilitando o reconhecimento da camuflagem.

“Quando recebo uma criança daltônica no consultório sempre deixo claro para a criança que isso que ela considera uma dificuldade, as outras crianças da classe vão achar superinteressante e vão querer saber como é enxergar diferente. Apesar de ser frustrante e cansativo algumas vezes, não é nada para ter vergonha”, conta o médico.

Mas, claro, elas precisam de ajuda em algumas situações. É válido seguir alguns passos:

  1. O conselho inicial de Dr. Hallim é: “Quando temos um parente daltônico e descobrimos uma criança em casa com o mesmo problema, é de grande valia e sempre o sugiro aos pais que procurem esse avô/tio/primo com a mesma condição e peça para conversar sobre isso, e também para que converse com a criança. A experiência e cumplicidade de alguém de confiança que enxerga a mesma coisa faz muito bem para as crianças”;
  2. É importante informar a escola e, de preferência, já explicando quais são as cores em que há dificuldade para que o quadro, material escolar e as atividades sejam adaptados;
  3. Identifique as canetinhas e lápis de cor da criança com os nomes das cores assim que ela souber ler;
  4. Melhore a iluminação do local onde a criança faz a lição de casa; numa boa luminosidade, fica mais fácil de perceber as diferenças;
  5. Quando a criança for mais velha e já puder escolher a roupa e se vestir sozinha, coloque na etiqueta as cores da roupa, assim ela saberá o que combinar;
  6. Encoraje a criança a, sempre que se sentir insegura com algo relacionado a isso, expor a dificuldade. Se ela não levanta a mão e pergunta na escola, apenas ela vai ficar sem aprender.


Existe cura?

Por ser uma alteração genética, ainda não existe cura para essa condição oftalmológica. Existem óculos que melhoram o contraste entre cores, facilitando diferenciá-las, mas não fazem um daltônico enxergar como uma pessoa que tem a visão de cores desenvolvida.

“O que temos de concreto até o momento é a importância de falar sobre o daltonismo para minimizar as dificuldades que uma criança possa ter, e assim ter condições de levar uma vida normal”, finaliza.

 

 

Dr. Hallim Féres Neto - Oftalmologista Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Instagram: @drhallim


SBC reforça a importância das atividades físicas para evitar doenças do coração

Em comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física (6/4), a Sociedade Brasileira de Cardiologia salienta a importância dos exercícios, principalmente para o sistema cardiovascular e cardiorrespiratório.

 

A atividade física é fundamental para o pleno desenvolvimento humano e deve ser praticada em todas as fases da vida e em diversos momentos, como preconiza o Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Em comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física (6/4), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) salienta a importância dos exercícios, principalmente para o sistema cardiovascular e cardiorrespiratório. 

A atividade física reduz a probabilidade de diabetes, melhora o controle da hipertensão arterial e a saúde mental, aumenta a força, a flexibilidade das articulações, a coordenação e o equilíbrio. “Quanto mais envelhecemos, mais benefícios temos com as atividades físicas. Por isso, elas devem fazer parte da nossa vida, diariamente”, expõe Valdir Pereira Aires, salienta Valdir Pereira Aires, membro do Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (DERC) da SBC.

 Especificamente sobre o coração, a atividade física melhora a capacidade cardiorrespiratória, ou seja, quem pratica regularmente reduz a probabilidade de doenças vasculares e aumenta a expectativa de vida. O exercício físico também aumenta a vasodilatação arterial, reduz a possibilidade de deposição de gorduras nos vasos e diminui a inflamação da parte interna dos vasos (endotélio), ajudando a evitar o processo de aterosclerose.

“O exercício físico faz com que tenhamos o coração mais saudável, com maior força de contração do ventrículo esquerdo, contribuindo, dessa forma, para a obtenção de maior longevidade e melhor qualidade de vida”, reforça Aires.

 E no caso de doenças? Elas poderão impedir a realização de atividade física? Para Aires, no caso de doenças agudas, não existe dúvida que o exercício deverá ser evitado, considerando que, no curso desse tipo de enfermidade, todas as energias do organismo se voltam para saná-la.

Sobre as doenças crônicas em geral, incluindo as cardíacas, o médico cardiologista deverá avaliar a integridade do sistema cardiovascular através de uma avaliação pré-participação para os exercícios físicos, em uma tentativa de identificar e afastar condições que sejam consideradas “gatilhos” que imporiam riscos para o desenvolvimento de arritmia cardíaca e/ou isquemia miocárdica. Portanto, é necessário realizar uma prévia avaliação cardiológica ao retorno das atividades físicas, para estabelecer limites seguros.

 Em casos de gripe ou Covid-19, o exercício físico não deve ser feito durante o curso da doença. “Geralmente após 14 dias de Covid-19 de forma leve sem sintomas, ou 14 dias após a pessoa ter tido um teste positivo e continuado sem sintomas, o retorno aos exercícios físicos deverá ser precedido por uma avaliação cardiológica, inclusive para afastar qualquer sinal sugestivo de miocardite. Confirmando a ausência de qualquer alteração cardiológica, o retorno às atividades físicas será permitido, de forma leve e gradual”, recomenda Aires.  

 O cantor e compositor de música popular brasileira nordestina Adelmario Coelho é um exemplo de como a atividade física traz benefícios para a saúde. Ele pratica caminhada, corrida e musculação, com apoio de um cardiologista e um personal trainer. “A atividade física é minha meta de vida, é a primeira missão ao me levantar pela manhã. Se não fosse por ela, eu seria um doente. O exercício me dá muita força, disposição e entusiasmo para subir ao palco e fazer três horas de show”, conta.

 Adelmario pratica atividades físicas com a mulher e os filhos e também estimula os amigos. “Quando eu encontro alguém desanimado, brinco que vou oferecer um tênis para ele começar a caminhar ou ir para academia, porque eu conheço os resultados”, diz.

 De acordo com a OMS, para sair da faixa de sedentarismo, o ideal é praticar de 150 a 300 minutos de exercícios físicos moderados por semana, como andar na esteira a 6 km por hora ou jogar uma partida de tênis, em dupla. No caso de exercícios físicos vigorosos, a recomendação é a prática de 75 a 150 minutos por semana, como correr ou pedalar na bicicleta ergométrica por 30 minutos.

 “A periodicidade deve ser no máximo em dias alternados, mas eu aconselho que se faça pelo menos cinco vezes na semana. Importante lembrar que, além dos exercícios físicos aeróbicos, deve-se praticar exercícios físicos resistidos, chamados de musculação, que aumentam a força e a massa muscular, contribuindo para o aumento da densidade óssea e reduzindo a probabilidade de quedas e fraturas, principalmente nos idosos”, conta Aires.

 As recomendações são essas, mas o grande desafio é motivar as pessoas. “Tenho feito isso no meu consultório diariamente e, infelizmente, no próximo retorno anual, o paciente confessa que não seguiu as minhas orientações, continuando ainda na condição de sedentário. A missão da Comissão de Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC é, justamente, informar a comunidade sobre os benefícios dos exercícios físicos e os malefícios do comportamento sedentário”, ressalta o médico.

 Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o plano de ação global para a atividade física 2018-2030, cujo objetivo é fazer com que todos os países reduzam a inatividade em 15% até 2030. “As pessoas precisam avaliar se estão cuidando da sua saúde apropriadamente. Neste Dia Mundial da Atividade Física, entre outras ações, a SBC vai divulgar vídeos para levar essa mensagem à sociedade. Se a atividade física fosse praticada, muitas mortes seriam evitadas”, salienta Aires.

 

  

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA


Doença com impacto social e econômico, a Esclerose Múltipla, pode ganhar mais opções de tratamento pelo SUS

Consulta pública da Conitec decidirá sobre a expansão de opções de tratamento para a doença, que é uma das principais causas de incapacidade em jovens adultos

 

Com intuito de subsidiar o processo de tomada de decisão sobre a incorporação de mais tratamentos para Esclerose Múltipla (EM) no Sistema Único de Saúde (SUS), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec abriu, em 4 de abril, uma consulta pública para ouvir a opinião da sociedade civil sobre a inclusão de terapia para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla. A participação de especialistas, pacientes e da população em geral até o dia 25/04/2022 contribuirá para a decisão do órgão.

Alvo da consulta, a Esclerose Múltipla é uma doença rara4, particularmente no Brasil, onde a variabilidade regional da prevalência é bastante significativa: na região Sul, estima-se 27 casos a cada 100.000 habitantes, enquanto na região Nordeste, 1 a cada 100.000.5, 6 A condição é inflamatória, neurológica e degenerativa7, sendo uma das principais causas de incapacidade em jovens adultos3, com sintomas como fadiga, depressão, dor articular, alteração nas emoções, no equilíbrio, na coordenação motora, na fala e deglutição, além de comprometer os movimentos, a visão e a cognição – o que pode prejudicar seriamente a qualidade de vida dos portadores da doença.8-10

Estudos científicos têm demonstrado que, quanto mais cedo a EM for diagnosticada e tratada, melhor o prognóstico e, consequentemente, melhor qualidade e perspectiva de vida para o portador da doença.11-16 Por isso, para os sistemas de saúde, uma maior gama de tratamentos pode minimizar o avanço da doença, impactando diretamente na utilização dos recursos de saúde17 que podem ser decorrentes do tratamento em si – com medicamentos, hospitalizações e consultas – ou até mesmo de necessidades, como, por exemplo, o absenteísmo e cuidados por terceiros.2, 18-20

Seguindo a história natural da doença, em 10 anos, um a cada dois pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente (EMRR), caracterizada pelo aparecimento repentino de surtos, seguido pela remissão parcial ou total 23, 24-26, poderá progredir para esclerose múltipla secundariamente progressiva (EMSP), na qual os déficits neurológicos pioram ao longo do tempo independentemente ou mesmo na ausência, de surtos.21 Por isso, é importante que se faça um tratamento que vise reduzir o número de surtos da doença e minimizar o acúmulo da incapacidade, viabilizando uma melhor qualidade de vida ao paciente22.

 

O que é uma Consulta Pública?

A consulta pública é um mecanismo de participação social não presencial, idealizado para que órgãos públicos levem em consideração o ponto de vista da sociedade médica, pacientes, familiares e interessados no tema ao tomar determinadas decisões27. No âmbito da saúde, isso acontece no setor privado ou público, sendo este de responsabilidade da Conitec, o órgão responsável por auxiliar o Ministério da Saúde no processo de inclusão, exclusão ou modificação de tecnologias em saúde no SUS e também na elaboração ou revisão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT).

Neste momento está aberta uma consulta pública sobre a inclusão de uma nova terapia para o tratamento da esclerose múltipla, no SUS. Se quiser participar e acompanhar, confira mais informações no site de consultas públicas da Conitec.


Como contribuir com uma consulta pública do Sistema Único de Saúde?

Para contribuir com as consultas públicas em vigência, é necessário estar logado no Gov.br, acessar o site da Conitec e procurar pela consulta pública pelo seu número ou nome da doença. Médicos, profissionais da saúde, pacientes e a população em geral podem se engajar nesse processo.

1) Primeiramente, faça login no cadastro do Gov.br (www.gov.br/participamaisbrasil/acesso).

2) Em uma nova aba, acesse o portal da Conitec (http://Conitec.gov.br/consultas-publicas) e confira as atuais consultas públicas. Cada uma delas acompanha um relatório técnico e um relatório para a sociedade.

3) Após decidir para qual(is) consulta(s) pública(s) deseja contribuir, acesse o formulário eletrônico* correspondente para dar a sua opinião.

 

*Cada consulta possui dois tipos de formulário, dentre eles: 


Formulário de experiência ou opinião – geralmente utilizado pela população de forma geral e pacientes, visto que não é necessário conhecimento científico para realizar a contribuição. 

Formulário técnico-científico – utilizado por profissionais da saúde e profissões correlatas. Este tipo de formulário requer embasamento científico para realizar a contribuição.

 Após o fim da consulta pública, todas as participações são organizadas e inseridas em relatórios técnicos para análise da Conitec. A decisão final é do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE), que recebe todos os pareceres e os usa como base para decidir o que será incorporado ou não ao SUS. Para acompanhar o resultado, basta seguir acompanhando o site da Conitec.

 

 

 

Referências: 

1 Cassiano DP, Esteves DDC, Cavalcanti IC, Rossi M De, Sena MS, Souza RDO. Brazilian Journal of health Review. 2020;(june 2019):19850–61.

2 Id GK, Teich V, Cavalcanti M, Canzonieri AM. Burden and cost of multiple sclerosis in Brazil. 2019;1–12.

3 Who Gets MS? | National Multiple Sclerosis Society. Disponível em https://www.nationalmssociety.org/What-is-MS/Who-Gets-MS. Acesso em março de 2022.

4 O que é uma doença rara? AME - Amigos Múltiplos pela Esclerose. Disponível em https://amigosmultiplos.org.br/noticia/o-que-e-uma-doenca-rara/. Acesso em março de 2022.

5 da Gama Pereira ABCN, Sampaio Lacativa MC, da Costa Pereira FFC, Papais Alvarenga RM. Prevalence of multiple sclerosis in Brazil: A systematic review. Mult Scler Relat Disord [Internet]. 2015 Nov;4(6):572–9. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S2211034815001212

6 Vasconcelos CCF, Thuler LCS, Rodrigues BC, Calmon AB, Alvarenga RMP. Multiple sclerosis in Brazil: A systematic review. Clin Neurol Neurosurg [Internet]. 2016 Dec;151:24–30. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0303846716302505

7 ESCLEROSE múltipla (EM). Einstein. Disponível em https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla. Acesso em março de 2022.

8 MS Symptoms | National Multiple Sclerosis Society. Disponível em https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms. Acesso em março de 2022.

9 Ziemssen T, Derfuss T, de Stefano N, et al. Optimizing treatment success in multiple sclerosis. J Neurol.2016;263(6):1053-1065.

10 Giovannoni G. Can we afford not to prevent MS-related disability? Mult Scler. 2017 Jul;23(8):1048-1049

11 Kavaliunas A, Manouchehrinia A, Stawiarz L, Ramanujam R, Agholme J, Hedström AK, et al. Importance of early treatment initiation in the clinical course of multiple sclerosis. Mult Scler J [Internet]. 2017 Aug 17;23(9):1233–40. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1352458516675039

12 Stankiewicz JM, Weiner HL. An argument for broad use of high e ffi cacy treatments in early multiple sclerosis. 2020;0.

13 Ontaneda D, Tallantyre EC, Raza PC, Planchon SM, Nakamura K, Miller D, et al. Determining the effectiveness of early intensive versus escalation approaches for the treatment of relapsing-remitting multiple sclerosis: The DELIVER-MS study protocol. Contemp Clin Trials [Internet]. 2020 Aug;95:106009. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1551714420300872

14 Traditional versus Early Aggressive Therapy for Multiple Sclerosis (TREAT-MS) Trial [Internet]. [cited 2021 Jul 29]. Available from: https://www.hopkinsmedicine.org/neurology_neurosurgery/centers_clinics/project_restore/project-restore-newsletter/traditional-versus-early-aggressive-therapy-for-multiple-sclerosis-treat-ms-trial

15 Simpson A, Mowry EM, Newsome SD. Early Aggressive Treatment Approaches for Multiple Sclerosis. 2021;1–21.

16 Zwibel HL, Smrtka J. Improving Quality of Life in Multiple Sclerosis : An Unmet Need. 2011;139–45.

17 Nicholas J, Zhou H, Deshpande C. Annual Cost Burden by Level of Relapse Severity in Patients with Multiple Sclerosis. Adv Ther [Internet]. 2021;38(1):758–71. Available from: https://doi.org/10.1007/s12325-020-01570-0

18 Orlewska E, Mierzejewski P, Zaborski J, Kruszewska J, Wicha W, Fryze W. A prospective study of the financial costs of multiple sclerosis at different stages of the disease. 2005;31–9.

19 Karampampa K, Gustavsson A, Munster ETL Van, Hupperts RMM, Sanders EACM, Mostert J, et al. ( TRIBUNE ) in Multiple Sclerosis study : the costs and utilities of MS patients in The Netherlands Original article Treatment experience , burden , and unmet needs ( TRIBUNE ) in Multiple Sclerosis study : the costs and utilities of MS patients in The Ne. 2013;6998.

20 Patwardhan MB, Matchar DB, Samsa GP, McCrory DC, Williams RG, Li TT. Cost of multiple sclerosis by level of disability: a review of literature. Mult Scler J. 2005;11(2):232–9.

21 Types of MS | National Multiple Sclerosis Society. Disponível em https://www.nationalmssociety.org/What-is-MS/Types-of-MS. Acesso em março de 2022.

22 American Academy of Neurology. Evidence-based guideline: Assessment and management of psychiatric disorders in individuals with MS. 2013.

23 Lublin FD, Reingold SC, Cohen JA, Cutter GR, Sorensen PS, Thompson AJ, et al. Defining the clinical course of multiple sclerosis: The 2013 revisions. Neurology [Internet]. 2014 Jul 15;83(3):278–86. Available from: http://www.neurology.org/cgi/doi/10.1212/WNL.0000000000000560

24 Klineova S, Lublin FD. Clinical Course of Multiple Sclerosis. Cold Spring Harb Perspect Med [Internet]. 2018 Sep;8(9):a028928. Available from: http://perspectivesinmedicine.cshlp.org/lookup/doi/10.1101/cshperspect.a028928

25 Reich DS, Lucchinetti CF, Calabresi PA. Multiple Sclerosis. Longo DL, editor. N Engl J Med [Internet]. 2018 Jan 11;378(2):169–80. Available from: http://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMra1401483

26 Sá MJ. Physiopathology of symptoms and signs in multiple sclerosis. Arq Neuropsiquiatr [Internet]. 2012 Sep;70(9):733–40. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2012000900016&lng=en&tlng=en

27 Consultas públicas. CONITEC. Disponível em http://Conitec.gov.br/consultas-publicas. Acesso em março de 2022.


Síndrome de Burnout no Pós-Pandemia. Vamos falar sobre isso?

Como Está a Nossa Saúde Mental Hoje?

 

Depois dos dois últimos anos vivendo isolados e sob um medo constante de contaminação pela covid19, voltamos aos poucos para a nossa vida de antes; o nosso trabalho fora e casa, o encontro com familiares e amigos, e a vida social como um todo, ainda que algumas restrições continuem. No entanto, a população ainda sente as consequências da pandemia na saúde mental e isso está longe de acabar. Para muitos, o trabalho home office permanece como suas atuações principais no meio profissional.

Com o trabalho home office, os desafios aumentaram, fora do ambiente tradicional de trabalho, as cobranças aumentaram, os horários extrapolaram e uma vez que se está em casa, as reuniões virtuais podem acontecer a qualquer momento, a qualquer horário, sendo difícil dividir o tempo entre o trabalho e a família.

A Dra. Gesika Amorim, Mestre em educação médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento, diz - Praticamente todo mundo viveu ou ainda está vivendo algum nível de Burnout durante a pandemia e mesmo atualmente, no pós-pandemia. E para os pais que estão em casa é pior, pois eles estão sendo obrigados a se desdobrar para cuidar dos filhos, da casa e do trabalho para sustenta-los.

Quando os pais ou cuidadores passam por um esgotamento físico, emocional e mental devido ao estresse por conta da criação dos filhos, é porque eles desenvolveram o quadro de Síndrome de Burnout Parental.

Trata-se de uma exaustão que faz com que os pais sigam com a sensação de cansaço; mesmo depois de um boa noite de sono eles levantam sentindo-se esgotados como no dia anterior; é uma sensação de exaustão que parece não ter fim. Lembrando que é um cansaço geral, com dores no corpo, nervosismo, ansiedade, desânimo e desgaste emocional.

Além disso, as tensões aumentaram porque todos estão confinados em um mesmo espaço. Os pais não conseguem a concentração necessária para um bom desenvolvimento do trabalho, uma vez que os filhos, principalmente se são crianças, acabam interferindo de mil maneiras possíveis. Por outro lado, os pais acabam não cumprindo as multitarefas exigidas e nem dando o mínimo de tempo e atenção para estes. E a própria relação casal/família acaba sofrendo um esgotamento.

Os pais já não têm mais a divisão de tarefas e nem a divisão de horários para o seu dia, o que gera uma desorganização emocional, uma exaustão extrema. As complicações de toda essa situação acabam gerando um aumento do desenvolvimento dos transtornos mentais. Essa fadiga extrema leva ao aparecimento de ansiedade, depressão, esgotamento físico e mental, também ao aumento do consumo de álcool e substâncias ilícitas e o aumento da violência familiar de forma geral – Adverte a Dra. Gesika Amorim.

A insônia, a falta de apetite e até o aumento de consumo de bebidas, cigarros e outras drogas também são sintomas associados. Essa quebra de rotina na vida de todos, o medo de ser infectado pelo vírus, a ansiedade causada pelas incertezas do futuro, todos esses elementos somados, acabam potencializado não apenas a Síndrome de Burnout Parental, mas inúmeros transtornos mentais. As consequências da Síndrome de Burnout Parental podem ser as mais desastrosas, indo desde a negligência dos filhos às agressões verbais, psicológicas e físicas. Mas afinal, como lidar com tudo isso?

O ideal é não tentar ser perfeccionista e querer carregar o mundo nas costas. É preciso ter uma noção exata dos nossos limites e aprender a conviver com eles. Adaptação e resiliência; vamos fazer o que é possível da melhor maneira possível. Estabelecer metas e horários. Será preciso também responsabilizar e delegar certas responsabilidades para as crianças, segundo a idade de cada uma, para terem mais autonomia. O mais importante é estabelecer horário para cada coisa, tentar manter a rotina o mais próximo do normal e procurar ajuda se for preciso – Finaliza a Dra. Gesika Amorim.


Por que o uso da mochila escolar afeta a coluna das crianças?

Especialista alerta para medidas de segurança e prevenção


Uma das maiores dúvidas dos pais no início das aulas é com a compra do modelo adequado da mochila escolar. Conciliar conforto, praticidade e beleza é importante, mas a saúde das crianças sempre deve ser prioridade. Tanto o uso inadequado do equipamento quanto a sobrecarga de peso podem afetar seriamente a coluna dos menores.   

 

Um estudo publicado na SPNE, no ano de 2009, aponta os impactos da mochila na coluna das crianças através da ressonância magnética feita em pé. De acordo com a pesquisa, a compressão nos discos intervertebrais aumenta conforme o aumento do peso nas mochilas. Além disso, a sobrecarga causa desvios na coluna conforme os ajustes que a criança faz em sua postura. Uma mochila que exceda 10-15% do peso corporal força a criança a curvar a coluna pra frente, consequentemente, reduzindo a lordose lombar natural e as propriedades amortizantes da coluna. No entanto, o maior impacto na postura é produzido pela posição errada do corpo, e não só pelo peso da mochila, revela a pesquisa.

 

Neste caso, uma das regiões mais afetadas é a cervical - que consiste na parte mais alta da coluna vertebral e que atravessa o pescoço. “A criança tensiona os ombros e curva o tronco pra frente, mudando também a curvatura normal da coluna cervical e podendo causar dor. A sobrecarga pode levar a alterações degenerativas no futuro”, afirma o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.

 

Uma alternativa viável para minimizar esse problema é a utilização da mochila de rodinhas, no entanto, é preciso educar para o uso da mochila convencional. A maneira mais adequada é utilizar as duas alças, respeitando o peso da mochila em no máximo de 10% do peso corporal, observando a postura da criança ao carregar a mochila e incentivando a realização de exercícios compensatórios que tragam equilíbrio à musculatura envolvida.

 

 

Ações educativas

 

O Dr. Amato alerta para alguns problemas que podem prejudicar à saúde das crianças na rotina escolar. ‘Além da imposição de carregar peso nas costas que interfere na postura corporal da criança, as atividades físicas espontâneas são restringidas durante os anos escolares obrigatórios. Segundo o especialista, as escolas devem incluir exercícios de compensação nas aulas de educação física, assegurando desenvolvimento físico ideal, encorajando atividade física espontânea e equilibrada durante o dia (atividades recreativas). Pais e escolas devem ajudar a monitorar o peso da mochila e a correta postura ao carregá-la. 

 

 

Dr. Marcelo Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010.

www.neurocirurgia.com

https://www.instagram.com/dr.marceloamato/

http://bit.ly/MarceloAmato


Confira dicas para facilitar a rotina de pessoas com a doença de Parkinson

Divulgação
Estima-se que quatro milhões de pessoas no mundo viva com a enfermidade e, com aumento da expectativa de vida, o número pode dobrar até 2040

 

Segundo dados retirados da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, a doença de Parkinson é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Estima-se que há aproximadamente quatro milhões de pessoas no mundo vivendo com a enfermidade, o que representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com o aumento na expectativa de vida, este número pode dobrar até 2040. Para as famílias que já convivem com entes nesta condição, a coordenadora técnica da Home Angels, rede de cuidadores de pessoas supervisionadas, Janaína Rosa, preparou algumas dicas para facilitar as tarefas diárias, levando em consideração as manifestações e nível da doença:

  • Antes de iniciar uma atividade, peça que o idoso planeje mentalmente as atividades que serão realizadas. Desta maneira, ele terá maior segurança no movimento que irá fazer. Vale ressaltar que esta organização não será tão eficaz se o ambiente sofrer com mudanças contínuas, por isso, deve-se evitar a troca de móveis, por exemplo. 
  • Quando a atividade apresentar certo risco ou esforço para o idoso, evite conversar com ele, pois, assim, a atenção não é dividida e o foco fica apenas no que está sendo feito. Lembre-se, no Parkinson, os movimentos deixam de ser automáticos e passam a ser pensados antes de serem realizados. Este entendimento ajuda  a compreender porque as atividades são realizadas uma a uma e não duas ao mesmo tempo. 
  • Durante as refeições, evite deixar a televisão ligada, para que a concentração esteja apenas na atividade do momento. O idoso precisa estar em uma posição confortável e o ambiente deve contar com uma boa iluminação. Os utensílios usados para a refeição podem ser adaptados.
  • Tenha sempre por perto uma cadeira, pois em casos de fadiga extrema, o idoso tem onde descansar. A cadeira, em um determinado estágio da doença, se torna um item importante para o idoso que já apresenta instabilidade postural.
  • Priorize roupas confortáveis, evitando botões ou zíper; caso tenha, deixe o idoso sentado para abri-los e fechá-los. Pode ser que sejam necessários comandos verbais para ajudar na construção do movimento que será realizado, portanto, observe o idoso para ver se este já é o caso.
  • A fadiga é uma característica muito comum e é até mesmo esperada na doença, que causa muito impacto na condição geral do enfermo. Existem técnicas para o gerenciamento desse estágio e os profissionais de saúde envolvidos nos cuidados podem te ajudar. Além das técnicas, uma boa noite de sono e um cochilo, 40 minutos no máximo, no meio da tarde, pode ajudar bastante. 

 

Home Angels


Dois anos de pandemia: taxa de positividade de testes de Covid-19 na Dasa foi de 31,25%, na média nacional

Para as praças de SP, RJ e DF, as médias foram 25,38%, 27,22% e 24,73%, respectivamente, em um total de mais 9 milhões de exames realizados ao longo dos dois anos

 

Levantamento divulgado pela Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, revela que a porcentagem de testes positivos para Covid-19 realizados na rede nos dois anos de pandemia, em todo o país, atingiu média de 31,25% no período. Em 2020, a média de positividade nacional para a doença foi de 27,33%, e 32,46% no ano passado. No primeiro bimestre de 2022, a média de positividade alcançou 49,94%, índice justificado pela circulação da variante ômicron no país.


Índices de positividade para Covid-19 -Brasil (exames realizados pela rede de saúde integrada Dasa) (Fev/2020-Fev/2022).

Fonte: Dasa Data & Analytics 


Resultados positivos em 2020 

Em 2020, primeiro ano da pandemia, a média de positividade para a doença no Brasil foi 27,33%. O pico de casos positivos identificados na rede aconteceu em dezembro, alcançando 34,01% dos testes realizados pela Dasa. Excluindo o primeiro trimestre de 2020 – início da pandemia - o mês com menor taxa de positividade no país foi setembro, com 23,57%.

Em São Paulo, a média de positividade em 2020 foi de 25,36%, com pico de 33,55% em abril, enquanto fevereiro foi o mês com menor taxa de positividade (17,50%) (excluindo janeiro, antes do início da pandemia).  No Rio de Janeiro e Distrito Federal, os índices foram igualmente altos, alcançando média de 27,06% e 23,52%, respectivamente.  Em outras regiões, a média dos índices foram de 19,56% (Paraná); 22,62% (Goiás); 27,43% (Pernambuco) e 20,67% (Bahia). 

Segundo o virologista da Dasa, José Eduardo Levi, os picos identificados em 2020, 2021 e no começo deste ano são coerentes com a disseminação das variantes do SARS-CoV-2. “O pico de dezembro de 2020, que se manteve no início de 2021, foi consequência da variante gama, identificada no Brasil em novembro de 2020. A gama foi substituída pela variante delta no decorrer de 2021, mas felizmente não causou aumento no número de casos em nosso país, diferentemente de outras regiões do mundo. Por outro lado, com a chegada da ômicron no final do ano passado, vimos um crescimento intenso no número de casos, o maior pico de toda a pandemia até o momento”, afirma Levi.

 

Resultados positivos em 2021 

Em 2021, a média de positividade nacional para Covid-19, em testes realizados na rede, foi de 32,46%. O pico de testes que detectaram positivo para doença (37,35%) ocorreu em janeiro. O menor índice de positividade foi registrado em dezembro de 2021 (11,78%). 

Por regiões, os índices foram: São Paulo (22,21%); Rio de Janeiro (25,42%) e Distrito Federal (20,95%). Os picos de positividade foram atingidos em janeiro de 2021, no Rio de Janeiro (30,64%) e São Paulo (31,26%). Já o Distrito Federal registrou pico de pico da doença em março, com 29,54% de casos positivos. 

Em outras regiões, os índices para o ano foram de 24,76% (Paraná); 21,65% (Goiás); 23,80% (Pernambuco) e 15,70% (Bahia).

 

 Janeiro e fevereiro de 2022 – novo aumento de positividade 

A Dasa também identificou uma nova alta nos índices de Covid-19 no primeiro bimestre deste ano, logo após o registro do menor índice de casos positivos em dezembro/21. Para os dois primeiros meses de 2022, a média nacional foi de 49,94%, causada principalmente pela circulação da variante ômicron. Em janeiro e fevereiro deste ano os índices nacionais foram de 51,94% e 45,10%, respectivamente. 

Pelas regiões, a Dasa registrou as seguintes médias de positividade para Covid-19 em sua rede: São Paulo (42,90%), Rio de Janeiro (43,18%) e Distrito Federal (42,42%). Em outras regiões, a médias do primeiro bimestre deste ano foram de 44,16% (Paraná); 37,15% (Goiás); 48,17% (Pernambuco) e 51,25% (Bahia).

 

Dados atuais 

Levantamento da Dasa divulgado no dia 30 de março aponta estabilidade no percentual de resultados positivos dos exames para SARS-CoV-2 na comparação desta semana (23 a 29 de março) com a anterior (16 a 22 de março). A taxa de positividade nas mais de 900 unidades de diagnóstico da rede ficou em 6,06%. 

A estabilidade nos resultados foi observada em todas as regiões, exceto na Região Sudeste, que apresentou uma queda de 3 pontos percentuais na positividade. A Região Sul não apresentou alteração e manteve a positividade em 15,27%, esta semana (23 a 29 de março). No Centro-Oestes a redução foi de 1 ponto percentual no período. 

No Distrito Federal, os casos diminuíram 2 pontos percentuais e passaram de 7,06% para 4,75% na comparação de 23 a 29 de março com a semana anterior, de 16 a 22 de março. O Rio de Janeiro apresentou leve alta na positividade e saiu de 5,01% para 5,55% nesta semana (23 a 29 de março).  Na cidade de São Paulo, a positividade se manteve estável na casa dos 5% no período.

 

  

Dasa

www.dasa.com.br


O que são as LERs e como podemos tratá-las

Lesões ficaram ainda mais em evidência depois da pandemia 

 

Você sabe o que é LER? Essa é a sigla utilizada para as Lesões por Esforços Repetitivos, um grupo de afecções do sistema musculoesquelético - formados por estruturas como tendões, nervos, músculos, ossos e articulações -, devido ao excesso de atividades repetidas e sobrecarga mecânica. Entre elas estão:

  • Tendinite (principalmente no punho, cotovelo e ombro);
  • Cotovelo de tenista (epicondilite lateral);
  • Bursite;
  • Síndrome do túnel do carpo;
  • Dedo em gatilho;
  • Dor na região lombar;
  • Dores musculares.

É notório o aumento de pacientes com essas lesões no último ano. O trabalho remoto, em ocorrência a Pandemia de Covid-19, pode ter influenciado no agravamento da situação. No home office, ou seja, trabalho realizado em casa, muitas pessoas não têm o espaço adequado para o exercer suas funções laborais, como cadeira, mesa e iluminação. E essa falta de infraestrutura mínima pode levar a dores nas costas, ombros, tendinites e outras LERs. As principais causas dessas lesões, além da execução das funções de trabalho em lugares inadequados, são: postura incorreta, excesso de movimentos repetitivos, ausência de pausa e descanso, falta de preparo físico e longas jornadas de trabalho.

Entre os principais sintomas estão a dor localizada, formigamento nas extremidades, perda funcional, inchaço local, entre outros. Eles podem variar de pessoa para pessoa e costumam atingir principalmente os membros superiores.

A Sociedade Brasileira de Reumatologia, introduziu o termo “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho”, DORT, para relacionar estas lesões com a atividade laboral, pois grande parte dos trabalhadores com esses sintomas, não apresenta evidência de lesão em qualquer estrutura. Além do esforço repetitivo, outros tipos de sobrecargas no trabalho como a sobrecarga estática também podem ser nocivas ao trabalhador.

O tratamento das LERs e DORTs varia de acordo com a origem dos sintomas, e várias medidas terapêuticas podem ser seguidas. Repouso da região afetada e medicamentos como anti-inflamatórios e corticoides podem ser recomendados, além de  sessões de fisioterapia  e até mesmo em casos mais severos, a realização de cirurgias.

Para evitar uma lesão por esforço repetitivo é importante  trabalhar em lugares adequados e evitar posturas indesejáveis no sofá ou na cama. Uma cadeira confortável, com apoio para os braços, pode ser um bom investimento. 

Se você tiver dores musculoesqueléticas, não ignore, busque um médico reumatologista para te indicar o melhor tratamento.

  

Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.


Páscoa, alergia a cacau, existe? Alergista explica

 Alergia e intolerância alimentar ao chocolate, Brianna Nicoletti Alergista pela USP indica investigação médica para evitar a restrição de consumo

 

Médica alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP), Dra. Brianna Nicolletti, traz um alerta, faltando poucos dias para celebrarmos a Páscoa em que há troca de bombons e presentes preparados à base de chocolate, como os ovos de Páscoa. 

É mais comum do que se imagina a procura por um alergista por conta de sintomas de alergia a chocolate/cacau. Mas, Dra. Brianna garante que a alergia a esse alimento é muito incomum. “Alergia a castanha, noz, macadâmia, amendoim, ovo, soja, trigo e leite são bem mais frequentes que a alergia a cacau, e estes, sim, são ingredientes presentes no chocolate, dependendo de sua marca, e podem estar envolvidos em casos de alergia ao produto”, explica a alergista.

 

Alergia X Intolerância 

Vale recordar que a alergia alimentar é uma resposta imunológica anormal do organismo que ocorre após a ingestão e/ou o contato com um determinado alimento. 

“É a perda (por algum motivo) do que chamamos de mecanismo de “tolerância” ao alimento. E existe, sim, uma relação com hábitos de vida e consumo maior de alimentos processados, assim como uma tendência genética, familiar”, conta Dra. Brianna. 

Diferentemente, “a intolerância alimentar é um processo secundário à deficiência da enzima responsável pela digestão do alimento e, também, pode acontecer por inflamação da mucosa intestinal e, por este motivo, surge a dificuldade de absorção do alimento e, por consequência, os sintomas da intolerância, como cólicas, vômitos, dores de cabeça, entre outros”, exemplifica a médica. 

“No caso do chocolate, a intolerância, muitas vezes, está ligada ao açúcar do leite, a lactose, um açúcar composto que precisa da enzima chamada de lactase para sua absorção”, detalha. 

Brianna deixa ainda um conselho: “Neste momento de maior consumo de chocolate, não fique na dúvida se pode comer ou não. Vale a investigação para evitar a restrição”, finaliza.

  

Dra Brianna Nicoletti - alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP)


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