Em comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física (6/4), a Sociedade Brasileira de Cardiologia salienta a importância dos exercícios, principalmente para o sistema cardiovascular e cardiorrespiratório.
A atividade física é fundamental para o pleno desenvolvimento humano e deve ser praticada em todas as fases da vida e em diversos momentos, como preconiza o Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Em comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física (6/4), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) salienta a importância dos exercícios, principalmente para o sistema cardiovascular e cardiorrespiratório.
A atividade física reduz a probabilidade de diabetes,
melhora o controle da hipertensão arterial e a saúde mental, aumenta a força, a
flexibilidade das articulações, a coordenação e o equilíbrio. “Quanto mais
envelhecemos, mais benefícios temos com as atividades físicas. Por isso, elas
devem fazer parte da nossa vida, diariamente”, expõe Valdir Pereira Aires,
salienta Valdir Pereira Aires, membro do Departamento de Ergometria, Exercício,
Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (DERC) da SBC.
Especificamente sobre o coração, a atividade
física melhora a capacidade cardiorrespiratória, ou seja, quem pratica
regularmente reduz a probabilidade de doenças vasculares e aumenta a
expectativa de vida. O exercício físico também aumenta a vasodilatação
arterial, reduz a possibilidade de deposição de gorduras nos vasos e diminui a
inflamação da parte interna dos vasos (endotélio), ajudando a evitar o processo
de aterosclerose.
“O exercício físico faz com que tenhamos o coração
mais saudável, com maior força de contração do ventrículo esquerdo,
contribuindo, dessa forma, para a obtenção de maior longevidade e melhor
qualidade de vida”, reforça Aires.
E no caso de doenças? Elas poderão impedir a
realização de atividade física? Para Aires, no caso de doenças agudas, não
existe dúvida que o exercício deverá ser evitado, considerando que, no curso
desse tipo de enfermidade, todas as energias do organismo se voltam para
saná-la.
Sobre as doenças crônicas em geral, incluindo as
cardíacas, o médico cardiologista deverá avaliar a integridade do sistema
cardiovascular através de uma avaliação pré-participação para os exercícios
físicos, em uma tentativa de identificar e afastar condições que sejam
consideradas “gatilhos” que imporiam riscos para o desenvolvimento de arritmia
cardíaca e/ou isquemia miocárdica. Portanto, é necessário realizar uma prévia
avaliação cardiológica ao retorno das atividades físicas, para estabelecer
limites seguros.
Em casos de gripe ou Covid-19, o exercício
físico não deve ser feito durante o curso da doença. “Geralmente após 14 dias
de Covid-19 de forma leve sem sintomas, ou 14 dias após a pessoa ter tido um
teste positivo e continuado sem sintomas, o retorno aos exercícios físicos
deverá ser precedido por uma avaliação cardiológica, inclusive para afastar
qualquer sinal sugestivo de miocardite. Confirmando a ausência de qualquer
alteração cardiológica, o retorno às atividades físicas será permitido, de
forma leve e gradual”, recomenda Aires.
O cantor e compositor de música popular
brasileira nordestina Adelmario Coelho é um exemplo de como a atividade física
traz benefícios para a saúde. Ele pratica caminhada, corrida e musculação, com
apoio de um cardiologista e um personal trainer. “A atividade física é minha
meta de vida, é a primeira missão ao me levantar pela manhã. Se não fosse por ela,
eu seria um doente. O exercício me dá muita força, disposição e entusiasmo para
subir ao palco e fazer três horas de show”, conta.
Adelmario pratica atividades físicas com a
mulher e os filhos e também estimula os amigos. “Quando eu encontro alguém desanimado,
brinco que vou oferecer um tênis para ele começar a caminhar ou ir para
academia, porque eu conheço os resultados”, diz.
De acordo com a OMS, para sair da faixa de
sedentarismo, o ideal é praticar de 150 a 300 minutos de exercícios físicos
moderados por semana, como andar na esteira a 6 km por hora ou jogar uma
partida de tênis, em dupla. No caso de exercícios físicos vigorosos, a
recomendação é a prática de 75 a 150 minutos por semana, como correr ou pedalar
na bicicleta ergométrica por 30 minutos.
“A periodicidade deve ser no máximo em dias
alternados, mas eu aconselho que se faça pelo menos cinco vezes na semana.
Importante lembrar que, além dos exercícios físicos aeróbicos, deve-se praticar
exercícios físicos resistidos, chamados de musculação, que aumentam a força e a
massa muscular, contribuindo para o aumento da densidade óssea e reduzindo a
probabilidade de quedas e fraturas, principalmente nos idosos”, conta Aires.
As recomendações são essas, mas o grande
desafio é motivar as pessoas. “Tenho feito isso no meu consultório diariamente
e, infelizmente, no próximo retorno anual, o paciente confessa que não seguiu
as minhas orientações, continuando ainda na condição de sedentário. A missão da
Comissão de Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC é, justamente, informar a
comunidade sobre os benefícios dos exercícios físicos e os malefícios do
comportamento sedentário”, ressalta o médico.
Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
lançou o plano de ação global para a atividade física 2018-2030, cujo objetivo
é fazer com que todos os países reduzam a inatividade em 15% até 2030. “As
pessoas precisam avaliar se estão cuidando da sua saúde apropriadamente. Neste
Dia Mundial da Atividade Física, entre outras ações, a SBC vai divulgar vídeos
para levar essa mensagem à sociedade. Se a atividade física fosse praticada,
muitas mortes seriam evitadas”, salienta Aires.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
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