Especialista alerta para medidas de segurança e prevenção
Uma
das maiores dúvidas dos pais no início das aulas é com a compra do modelo
adequado da mochila escolar. Conciliar conforto, praticidade e beleza é
importante, mas a saúde das crianças sempre deve ser prioridade. Tanto o uso
inadequado do equipamento quanto a sobrecarga de peso podem afetar seriamente a
coluna dos menores.
Um
estudo publicado na SPNE, no ano de 2009, aponta os impactos da mochila na
coluna das crianças através da ressonância magnética feita em pé. De acordo com
a pesquisa, a compressão nos discos intervertebrais aumenta conforme o aumento
do peso nas mochilas. Além disso, a sobrecarga causa desvios na coluna conforme
os ajustes que a criança faz em sua postura. Uma mochila que exceda 10-15% do
peso corporal força a criança a curvar a coluna pra frente, consequentemente,
reduzindo a lordose lombar natural e as propriedades amortizantes da coluna. No
entanto, o maior impacto na postura é produzido pela posição errada do corpo, e
não só pelo peso da mochila, revela a pesquisa.
Neste
caso, uma das regiões mais afetadas é a cervical - que consiste na parte mais
alta da coluna vertebral e que atravessa o pescoço. “A criança tensiona os
ombros e curva o tronco pra frente, mudando também a curvatura normal da coluna
cervical e podendo causar dor. A sobrecarga pode levar a alterações
degenerativas no futuro”, afirma o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em
endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.
Uma
alternativa viável para minimizar esse problema é a utilização da mochila de
rodinhas, no entanto, é preciso educar para o uso da mochila convencional. A
maneira mais adequada é utilizar as duas alças, respeitando o peso da mochila
em no máximo de 10% do peso corporal, observando a postura da criança ao
carregar a mochila e incentivando a realização de exercícios compensatórios que
tragam equilíbrio à musculatura envolvida.
Ações educativas
O
Dr. Amato alerta para alguns problemas que podem prejudicar à saúde das
crianças na rotina escolar. ‘Além da imposição de carregar peso nas costas que
interfere na postura corporal da criança, as atividades físicas espontâneas são
restringidas durante os anos escolares obrigatórios. Segundo o especialista, as
escolas devem incluir exercícios de compensação nas aulas de educação física,
assegurando desenvolvimento físico ideal, encorajando atividade física
espontânea e equilibrada durante o dia (atividades recreativas). Pais e
escolas devem ajudar a monitorar o peso da mochila e a correta postura ao
carregá-la.
Dr. Marcelo
Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e
doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista
em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna.
Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista
em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela
Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de
Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010.
https://www.instagram.com/dr.marceloamato/
Nenhum comentário:
Postar um comentário