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domingo, 27 de março de 2022

Você já ouviu o termo: consciência do descanso?!

O termo vem ganhando força no mercado de trabalho e para o desenvolvimento na carreira. A mente para ser produtiva precisa do descanso dos neurônios e outras partes do cérebro.

Fazer pausas durante o dia é necessário para recarregar as energias e retornar com disposição e mente renovada durante um trabalho ou uma aula. (Imagem: Unsplash)

Uma pessoa exerce várias atividades por dia e por isso o descanso é um dos fatores essenciais para atingir mais rendimento. Todo ser humano por si, pela sua saúde e por querer obter mais resultados na escola e/ou no trabalho, precisa ter um desempenho eficiente, e para isso, os hábitos saudáveis são essenciais, incluindo a pausa para relaxar e o sono equilibrado. Cerca de 70% da população brasileira apresenta dificuldades para dormir após a pandemia, segundo um levantamento do Instituto do Sono, realizado com 1.600 pessoas de 24 estados do país por meio de um questionário virtual. 

É importante ter a consciência do descanso,o termo já é usado com frequência por médicos neurologistas, psicólogos, e consultores de carreira. Entender e respeitar o limite do corpo e da mente durante um dia é produtivo e traz qualidade de vida. O descanso serve para preparar um indivíduo a render mais nas aulas e no trabalho, favorecendo também a saúde mental. Há tempos cientistas apontam a necessidade do ser-humano a manter um equilíbrio entre a vida de estudos/trabalho versus lazer e descanso. Durante o cenário pandêmico, as pessoas não conseguiram estabelecer essa meta, pois tiveram que inserir também o trabalho e/ou aulas dentro de suas casas. 

Um dia possui 24 horas, e quem tem essa consciência sabe fazer com que o seu dia se torne mais prazeroso e feliz. Tudo que é em excesso faz mal, tanto o descanso, quanto às horas de atividades durante um dia. Portanto, o termo consciência do descanso traz a ideia de cada ser-humano saber como utilizar o seu tempo e colocar um tempo para relaxar durante as atividades: é organizar o dia para cada coisa. O termo “descanso merecido” apresentou 78% de buscas, no dia 04 de março de 2022, segundo a pesquisa do Google. 

Pesquisa do Ministério da Saúde com mais de 17 mil pessoas apontou que 86% dos entrevistados registraram sintomas de ansiedade, 45,5% de estresse pós-traumático e 16% de depressão. Não por acaso, a própria residência foi apontada como o principal local de trabalho pela maioria dos participantes, durante o isolamento. 

Esses sintomas surgem com a ausência do descanso, do relaxamento e de separar a vida profissional dos momentos de lazer, o que muitas pessoas não conseguem mais desatrelar. De acordo com o estudo “The Art of Rest” (Arte do Descanso), as respostas sobre a enquete “Como saber o que realmente relaxa a sua mente?” variou para cada pessoa, conforme as respostas de mais de 18 mil pessoas de 135 países. A pesquisa indicou que não se trata apenas de dormir, mas também fazer coisas que aliviam a cabeça e que recarregam as energias do corpo, como seguem os dados: 58% hábito de leitura; 53% ter contato com a natureza; 52% ficar sozinho; 40% ouvir música; 40% não fazer nada, apenas relaxar. 

A consciência do descanso traz uma pergunta: Você realmente sabe descansar? Para Jefferson Vendrametto, Diretor de Relações Corporativas e Institucionais do Cebrac, ter consciência de descansar está atrelado a ter hábitos saudáveis. “ Um aluno que organiza o seu tempo e sabe dividi-lo entre ‘hora de estudos’ e ‘hora de lazer’, consequentemente, terá um bom rendimento durante as aulas, mais disposição para aprender e mais felicidade na vida. Ter a consciência do descanso é ter responsabilidade com a saúde mental e física, respeitando os seus limites'', explica Vendrametto. 

Pensando nisso, o especialista Jefferson Vendrametto, do Cebrac, cita 6 dicas para seguir um ritmo de vida adequado levando em consideração a consciência do descanso que é vital para a saúde física e mental. Confira: 

1- Regule o seu sono;

2 - Pratique exercícios físicos;

3- Estabeleça uns 15 minutos no seu trabalho/ ou no curso para relaxar;

4 - Invista no seu lazer;

5 - Desfrute a sua casa - separando um ambiente de estudos do seus hobbies e do ambiente de descanso.

6 - Tenha um cronograma de estudos e/ou do trabalho a ser executado no dia!
 

A partir do descanso, um aluno/profissional relaxa, recupera a energia, tem mais vitalidade e restabelece a qualidade do raciocínio durante as aulas e/ou trabalho. 

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Saúde Mental: qual a importância de falar do assunto e como criar estratégias nas empresas para o debate do tema?


Saúde mental nas empresas é um tema muito abordado, mas você sabe o motivo? A importância desse cuidado com os colaboradores vem sendo, cada vez mais, um diferencial das organizações que retêm talentos e promovem um ambiente de qualidade favorável à produtividade e resultados acima da média. Dessa forma, o estigma que permeia o tema em nossa sociedade vem sendo desconstruído, mas ainda existe muito preconceito em relação aos cuidados com a saúde mental. 

Nosso corpo fala o tempo todo, nos avisando de como estamos, de como está nossa mente e o que precisa de atenção. Precisamos apenas aprender a ouvi-lo. Durante a pandemia de covid-19, metade dos jovens sentiu impactos na saúde mental, segundo pesquisa divulgada pelo laboratório Pfizer em setembro de 2021. Segundo o estudo, 39% das pessoas na faixa de idade entre 18 e 24 anos disseram que a saúde mental ficou ruim no período e 11% responderam que ficou muito ruim.  

Esses dados mostram o quanto ter a mente sã é importante porque com ela debilitada não daremos conta dos compromissos diários, da agenda lotada, dos projetos e metas, ou seja, nosso rendimento no trabalho será afetado, por isso, a saúde mental nas empresas é uma estratégia a ser abordada constantemente. 

Muitas questões pessoais influenciam em nosso estado mental, mas questões relacionadas ao trabalho como estresse, lideranças abusivas, preconceito e ambientes de pressão, podem contribuir para gerar diversos tipos de transtornos mentais. Com a ajuda da psicóloga Patrícia Lenine da Zero Barreiras, abaixo estão listados as principais doenças mentais que podem ocorrer no espaço de trabalho:
 

1 - Ansiedade
A diferença entre a ansiedade normal -- que nos lembra de passar na padaria comprar o pão que acabou ou que nos apressa para chegar na hora da reunião -- e a patológica, é justamente o transtorno que ela causa em nossas vidas. O transtorno de ansiedade é uma falta de momento presente, pois o pensamento fica mais no futuro e suas possibilidades.

2 - Síndrome do Pânico
A Síndrome do Pânico é um tipo de transtorno de ansiedade aguda no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo ou sinais de perigo. Pode ser desencadeada por situações de estresse extremo, morte ou adoecimento de uma pessoa próxima, mudanças radicais ocorridas na vida ou experiências traumáticas.

3 - Síndrome de Burnout
A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e a principal causa da doença é o excesso de trabalho, ritmo intenso e falta de intervalos e momentos de descanso. Mais comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com grandes responsabilidades constantes, aparece em profissões desgastantes que demandam muita competitividade.

4 - Depressão
É uma doença psiquiátrica que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto e desesperança. Desaparece o interesse pelas atividades que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo possa ser feito para que seu quadro melhore. No trabalho ela pode aparecer como um “descaso” pelas entregas e compromissos e aquele funcionário excelente, parece não existir mais.
 

Dados coletados pela Organização Internacional do Trabalho e pela Organização Mundial da Saúde em outubro de 2021 mostram que 8% da carga global de doenças mentais são atribuídas a riscos ocupacionais. É importante o apoio e a inserção de políticas de saúde mental nas empresas e ações em direção ao bem-estar mental dos colaboradores.
 

Mas o que a minha empresa pode fazer para diminuir estes impactos?

Proporcionar um ambiente de trabalho de qualidade, esta é a resposta. Isto vai além dos elementos necessários para as atividades e segurança física dos funcionários. Algumas ações que podem ser feitas para mudar este cenário são:

  • Treinamentos com lideranças;
  • Benefícios como práticas de yoga, meditação e outras atividades de descompressão;
  • Políticas de apoio legal e emocional;
  • Realizar eventos e disponibilizar um guia de saúde mental com dicas e informações;
  • Estabelecer metas que estejam alinhadas à realidade e possibilidades das pessoas.

Lideranças humanas, compreensivas, times com bons relacionamentos, ambiente livre para ser você mesmo, com o respeito como principal valor entre as pessoas, são essenciais tanto para a saúde mental nas empresas quanto para a produtividade. Uma pessoa que pode ser ela mesma, sem receio de ser julgada, por exemplo, não perde tempo ou energia tentando esconder suas características e pode focar em ser produtiva e entregar o que se espera.

 

Danieli Closs - formada em Comunicação Social, com conhecimento avançado em marketing digital e comunicação com empregados. Busca inspirar os profissionais a transformarem a comunicação colocando as pessoas em primeiro lugar.


Os aspectos jurídicos por trás do "gaslighting", termo utilizado para o ato de silenciar mulheres configurando abuso psicológico

Advogadas contam como a violência psicológica contra a mulher pode gerar inúmeros e irreparáveis danos às vítimas

 

O assunto “gaslighting” ganhou espaço recentemente após alguns casos em meios populares serem levantados pela mídia. Nas redes sociais, discussões geram dúvidas em torno do tema e suas situações. O termo surgiu na década de 1930 e serve para descrever um abuso psicológico praticado de forma velada, onde o abusador desacredita a vítima, que chega a duvidar de si própria.

De acordo com as sócias do escritório Lemos & Ghelman, Bianca Lemos e Débora Ghelman, “o gaslighting é compreendido como uma forma velada de manipulação psicológica por um abusador, que tem o objetivo de fazer crer sua inocência, desqualificando os argumentos da vítima que acaba, muitas vezes, taxada de louca”, explicam.

Trata-se de uma violência psicológica e sutil que, quando realizada entre um casal, está no rol de formas de violência doméstica previstas pela Lei Maria da Penha. A violência doméstica e familiar contra mulher é entendida pelo art. 5° da Lei Maria da Penha como ‘qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial'. Nesse sentido, ela independe de parentesco e, na maioria das vezes, ocorre de modo combinado com outras violências abarcadas pela violência doméstica - como a física, patrimonial e emocional, encaixando-se nesse conceito o gaslighting.

A advogada Bianca Lemos explica que “o gaslighting é muito difícil de identificar, especialmente pela sua atuação ser tão sutil. Mas, normalmente, há uma culpabilização da vítima, colocando-se sempre a mulher como louca. Outra característica típica é a mentira convicta, fazendo a vítima do gaslighting até se questionar se o que pensava era isso mesmo ou se, de fato, não está ‘ficando louca’ ou ‘inventando coisas na sua cabeça’. Esse tratamento cria na vítima muitas vezes uma situação de dependência com o agressor, justamente por afetar diretamente a autoestima da vítima”.

A violência psicológica é sempre muito difícil de se provar documentalmente. Mensagens de texto e voz nas redes sociais e em aplicativos de mensagens podem ser uma boa fonte de comprovação de tortura psicológica. Infelizmente, essa tortura ocorre oralmente e no âmbito privado do casal. Débora Ghelman enfatiza que “em casos de denúncias, se possível, o arrolamento de testemunhas que tenham presenciado a violência psicológica contra a mulher também ajuda a comprovar o abuso. Uma perícia psicológica, dependendo do caso, também pode ser requerida. Vale destacar que, em casos de violência doméstica, a palavra da vítima tem muito peso e o princípio do in dubio pro réu é relativizado exatamente pelo fato dos casos desse tipo de violência se darem no âmbito privado”.

gaslighting como uma violência psicológica contra a mulher pode gerar inúmeros e irreparáveis danos às vítimas. Por exemplo, a mulher pode acabar desenvolvendo sintomas característicos da depressão, da ansiedade, além de fobias sociais, insônia, distúrbios alimentares etc. Isso tudo sem contar as consequências que esses danos por si acabam por desencadear.

As sócias da Lemos & Ghelman finalizam explicando que “gaslighting, por ser uma prática típica de violência psicológica contra a mulher, pode ser denunciado em diversos canais disponibilizados especificamente para esse tipo de denúncia como as delegacias especializadas de atendimento à mulher, o Disque Denúncia (Ligue 197), a central de atendimento à mulher (Disque 180), na defensoria pública, dentre diversos outros órgãos”.

 

Influenciadores desde o berço: quais os impactos dessa nova realidade?

Especialistas falam sobre crianças que, ainda muito novas, conseguiram fazer da internet uma fonte de renda, e pontuam as consequências positivas e negativas da atuação profissional na infância

 

Com a presença tão marcante das redes sociais no cotidiano, trabalhar com a internet se tornou algo muito lucrativo, uma vez que sua monetização fez com que muitas pessoas passassem a garantir renda através da geração de conteúdo e entretenimento. Mas o que falar dos jovens prodígios? Por volta de 20 anos atrás, com a popularização da web no Brasil, os incentivos passaram a ser mais intensos e velozes.  

Há algum tempo, tudo não passaria de um hobby, no entanto, conforme os talentos foram surgindo, novas oportunidades de fazer com que a diversão virasse profissão foram se revelando, como no caso do youtuber Felipe Molero. Conhecido em suas redes por trazer uma abordagem descomplicada para o público jovem sobre finanças, com apenas 13 anos já é produtor de conteúdo, palestrante, investidor, empresário e influenciador digital.  

Mas não para por aí, pensar no Kid Investor, nome de seu canal, como uma exceção raríssima pode ser um engano ao não levar em consideração as diversas crianças com aptidão que abordam temáticas importantes e desenvolvem entretenimento no espaço virtual. O senso de responsabilidade que está sendo formado e as diferentes maneiras de se obter conhecimento e transmiti-lo têm sido cada vez mais bem recebidas entre a juventude, pais e educadores.

 

Impactos diversos 

“O impacto que a tecnologia trouxe para essa geração causou novos estímulos, tendo efeitos tanto emocionais, quanto sociais. Hoje em dia, se pararmos para pensar nos inúmeros benefícios da tecnologia, podemos observar o despertar de novos aprendizados, desenvolvimento da independência intelectual, capacidade de networking e interação com público maior fazendo com que os jovens aprimorem sua capacidade de socialização e comunicação”, expõe o psicólogo Fernando Machado.  

A partir do estímulo correto e supervisão adequada, esse contato com o digital é certamente convertido em habilidades remuneradas e proveitosas para o desenvolvimento pessoal, indo além do financeiro, influenciando os pequenos a terem mais desenvoltura em várias áreas da vida. Com isso, vale ressaltar como pode ser relevante a visão de um adulto, familiar ou profissional para que esse desenvolvimento possa ser traçado e trilhado com excelência.  

O psicólogo do Hospital Anchieta de Brasília, ainda traz um olhar sensível também sobre as crianças que são introvertidas e os impactos negativos para saúde mental causados pela imposição dessa exposição ao mundo virtual. “Não muito raro, jovens na fase da pré- adolescência costumam ser mais introvertidos e os pais que vêem essa contenção social como algo que precisa de cura, por diversas vezes, acabam causando significativas marcas na saúde mental de seus filhos. Complexos de inferioridade, problemas de autoestima, desincentivo, são alguns dos problemas gerados a partir dessa exigência de que os mesmos sejam ativos nas redes sociais.”


PRECONCEITOS

Podemos estar livres de preconceitos? Não creio, ainda que tenhamos horror a nos identificar como preconceituosos. Afinal, como nos admitir com tais modos? Mas, antes de formular recusa ao argumento, pensemos com a ajuda do dicionário. Conforme o Houaiss, preconceito é “qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico; sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio”.

O Aurélio reitera: “Preconceito: Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; ideia preconcebida. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste. Superstição, crendice”. Quer dizer: avalio um acontecimento com posições valorativas prévias, tendo meus valores como métrica. No correr da História pessoas mataram e morreram por crenças, religiosas, sobretudo, sem controvertê-las.


Como está visto, então, se formamos sentimento ou opinião sobre algo sem o devido exame crítico, sentiremos ou opinaremos com preconceito. Exato? E se uniformizamos nossos sentimentos e opiniões, se os recebemos acriticamente do meio social em que vivemos, estaremos, igualmente, sendo preconceituosos, não é verdade? E mais: se, sem análise percuciente de posição, sentirmos e opinarmos com hostilidade, já estaremos machucando pessoas, de acordo?


O mais danoso do preconceito, contudo, não está no intolerante que ostenta com violência suas concepções ou insulta quem pensa diversamente. Quando a atitude preconceituosa é assumida pelo agente, posso identificá-la, desprezá-la ou respondê-la. O que tenho por difícil de combater é o jeito não hostil de formar, divulgar, perpetuar preconceitos. Os aparelhos ideológicos de formatação e reprodução de preconceitos são a forma sutil, sorrateira e não percebida desse mal.


Louis Althusser é o formulador da concepção de aparelhos ideológicos como meio de produzir e reproduzir modos de pensar, ou seja, de perpetuar concepções previamente estabelecidas sobre o mundo. Althusser explica que o Estado detém meios repressivos para manter determinado status quo, mas que igualmente instituições da sociedade civil cumprem esse papel na manutenção de um determinado estado de coisas, incluindo os valores que fundamentam as nossas opiniões.


Essas instituições de “fazer cabeças” são o aparelho religioso, o escolar, o familiar, o jurídico, o político, o cultural, o de informação. No correr da vida, somos expostos a esses sistemas, que nos selecionam, premiando-nos por comportamento adequado, excluindo-nos se não seguimos a maioria. E nós nem suspeitamos disso, empenhando-nos voluntariamente a reproduzir um sistema de produção de preconceitos que nos acabam parecendo, e até sendo, tão indispensáveis.


Estamos, pois, todos nós, submetidos a uma máquina ideológica de uniformizar. Essa máquina dominadora opera formando uma unidade hegemônica que nos alcança generalizadamente; é difícil pensar criticamente sobre ela ou sobre seus efeitos, exatamente porque seus efeitos somos nós e o que nós pensamos. Seja, nós pensamos sobre o sistema social em que estamos inseridos a partir da formatação recebida do sistema social em que estamos inseridos.


Que fazer? Não há receita de salvação contra o sistema. Eu, pelo menos, não sei formulá-la. Todavia há coisas já sabidas que nos podem ser úteis. Dois pensadores iluministas colaboram. Diderot: “A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito”; Rousseau: “Prefiro mais ser um homem de paradoxos do que um homem de preconceitos”. O ignorante e o paradoxal estariam, pois, melhormente posicionados contra “verdades” que o “médio” esclarecido?


Essa é a questão: o pensamento “senso comum” lavrado nas instituições ideológicas listadas por Althusser; em regra, são uma ampla coletânea de explicações simplificadoras. Para Diderot o ignorante não sabe, já o “senso comum” sabe preconceitos, e preconceitos não são facilmente removíveis. Diderot não propõe que nos deseduquemos, está claro, mas que discutamos as origens de nossas crenças, que suspeitemos de nossos valores (Genealogia da Moral, Nietzsche).
 

Rousseau não nos almeja desbussolados, apenas sem tantas certezas: que não fixemos compromisso com o que pensamos; que desconfiemos, que troquemos nosso pensar, se não conseguirmos fundamentá-lo racionalmente. Preconceito é, mesmo, uma soberba e uma falta de posição (auto)crítica. Não sejamos, pois, hostis para com as variadas concepções de mundo. Ideias têm sido efêmeras invenções da humanidade, que sempre as vem mudando pelos tempos, logo... Né?

 

Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.


Gestão de tempo: Como otimizar a sua vida para evitar a procrastinação

Divulgação
Administrar bem o seu tempo também pode evitar problemas, como a síndrome de burnout

 

Quando falamos em gestão de tempo, a primeira coisa que pode surgir na cabeça talvez seja produtividade, trabalho. Mas a verdade é que quando lidamos com este tópico, o intuito é ao contrário: é ter mais tempo para o descanso, para o autocuidado e para uma vida mais leve e organizada. 

Portanto, a rotina do trabalho pode ser aprimorada e modificada com isso. Mas não só a profissional, como também a pessoal.

A recompensa disso, portanto, pode ser não só aumento na produtividade, mas benefícios para a saúde mental.

Para isso, podemos listar alguns pontos para que você esteja atento na hora de planejar o seu tempo. 


Ouça o seu corpo e a sua mente

Talvez a primeira coisa que você precisa fazer para gerenciar bem o seu dia seja escutar bem o seu corpo e a sua mente. O que isso significa? Bem, você precisa saber, por exemplo, quantas horas de sono por noite é preciso para ser produtivo. Qual sua capacidade em se focar em uma tarefa, por quanto tempo. Quantos minutos você precisa para desfrutar de refeições, se preparar para uma reunião, desempenhar tarefas, lidar com relatórios? Isso tudo conta.

“É importante saber em quais horários do dia você é mais eficaz em cada uma de suas atividades. Por exemplo, se você sente que seu raciocínio é mais lento pela manhã, é melhor programar para esse período tarefas mais ‘automáticas’, evitando um mau aproveitamento do seu tempo. Autoconhecimento é imprescindível para termos uma assertividade em nossa gestão do tempo”, comenta Daniel Alves, consultor empresarial e especialista em gestão organizacional.


As tarefas do dia e o planejamento são muito importantes

Planejar nunca é algo ruim. Muito pelo contrário. É um passo importante para otimizar cada vez mais o seu dia (e também a noite). Basta fazer uma lista de tarefas que você precisa realizar, seja digitalmente, seja em um caderno, lousa, post-it. Fica da maneira que seja mais fácil: com cores, destaques, classificações, quadrinhos de checagem.

Sempre priorize o que é mais importante, e procure adicionar prazos. Isso ajuda a inibir distrações. E por falar em distrações, se você participa de reuniões, procure torná-las o mais produtivo possível. Quem nunca passou por inúmeras reuniões que consomem muito do seu tempo e no final pouco tinham a acrescentar para o trabalho?

O especialista em gestão organizacional Daniel Alves dá dicas de como você pode se organizar em relação ao planejamento:

“Coloque seus afazeres no papel — o primeiro passo é visualizar todas as atividades que devem ser encaixadas em sua rotina; tenha metas e prazos — mesmo que não haja prazos externos, defina metas pessoais para concluir cada atividade. Planeje sua rotina com base na sua lista de afazeres e nas suas metas, distribua as atividades ao longo do dia, sendo realista e contando com imprevistos. Planeje pausas — falando em ser realista, é importante planejar pequenas pausas entre suas atividades para manter a disposição. Favoreça seu foco — ter um ambiente de estudo ou de trabalho organizado e longe de distrações é excelente para ter mais concentração. Evite o acúmulo de tarefas — mantenha-se fiel ao seu planejamento e não deixe para fazer nada na última hora. Use recursos de organização — agendas físicas ou virtuais, planners, softwares de gestão de projetos, aplicativos etc. Veja com qual recurso você se adapta melhor; revise sua rotina semanalmente — nos finais de semana, dedique alguns minutos para ver o que você concluiu e o que precisa ser encaixado novamente em seu planejamento. Faça da gestão um hábito — por fim, mantenha a constância e a gestão do tempo se tornará um hábito em sua rotina.”


Lidar com o trabalho remoto

De acordo com a Agência Brasil, 46% das empresas adotaram o modelo home office durante o período de pandemia de COVID19 em território brasileiro. Mesmo com essa transição, 67% dessas empresas relataram ter dificuldades no início, sendo que 34% apontaram problemas nas ferramentas de comunicação e 34% no comportamento dos funcionários ao acessarem os ambientes virtuais.

Ou seja, não só você precisa gerenciar o seu tempo no ambiente de casa, como também se organizar para ter um comportamento apropriado para realizar o seu trabalho.

Muita gente não é acostumada a trabalhar em casa, e essa mudança de rotina pode ser um desafio. Conciliar trabalho com o ambiente de casa, com a família e até com as crianças exige disciplina e planejamento. 

“Para gerir seu tempo home office, separe o pessoal do profissional. Se você cadastrar suas atividades no Todoist, as atividades do dia irão aparecer na aba ‘hoje’. Se usar um aplicativo que filtre, use-o para apresentar somente atividades de trabalho durante o expediente; Utilize ferramentas de gestão de atividades”, comenta Daniel Alves.

Mais algumas dicas que você pode pensar para manter o seu trabalho em casa saudável: vista-se como se fosse trabalhar fora, isso pode ajudar a sua mente. Tenha um ambiente específico reservado para trabalhar, assim você pode treinar o seu cérebro de quando é hora de lazer, e quando de trabalho. Tenha também interrupções programadas. Procure fazer pausas ao longo do dia, seja para um café, relaxar, jogar alguma coisa, cuidar das plantas, o que for. 


Procrastinação, um grande vilão

Quando você deixa de fazer algo e fica em outras atividades que não tem a ver com o trabalho, ou subestima o tempo que você tem para realizar as suas tarefas, são alguns erros cometidos no dia a dia que levam à procrastinação. Uma maneira de lidar com isso é dividir a tarefa em diversas etapas.

“Uma das principais dicas para evitar esse hábito é justamente encará-lo, mas de uma forma  bastante curiosa. A chamada procrastinação estruturada é basicamente uma maneira de enganar o próprio cérebro, de forma que a tarefa principal passe a parecer ser a distração. Confuso? Explicamos: procrastinadores sempre encontrarão passatempos que os afastarão de sua atividade mais importante. Nesse método, a ideia é não evitar o afastamento temporário da tarefa, mas, em vez de ficar perdendo tempo descompromissadamente quando isso ocorre, o ideal é  começar imediatamente outra tarefa. Dessa forma, o objetivo inicial se tornará menos importante, e, quando você menos esperar, estará retornando a ele, para evitar concluir a nova missão. Parece brincadeira, mas esse método existe e funciona para muitas pessoas que têm dificuldade em manter a produtividade”, afirma Daniel.


Distrações e mais distrações

Não muito diferente da procrastinação, as distrações também podem exercer um papel negativo no dia a dia. Hoje temos milhares de mensagens, redes sociais, inúmeras distrações que tiram nosso foco. Isso pode atrapalhar a maneira que lidamos com as demandas, e especialmente causar ansiedade durante o dia. A ideia, portanto, é definir o que é mais importante.

Neste ponto, Daniel é enfático e objetivo: “Tente realizar um pouco de cada vez. Não deixe tudo para a última hora. Equeça a motivação.” 

A técnica Pomodoro pode ser uma aliada

Idealizada por Francesco Cirillo no final dos anos 1980, esta técnica pode servir para realizar tarefas importantes no dia que precisam de foco. Ela é bem simples. Você usa um cronômetro para dividir períodos de 25 minutos, separados por pausas de 5 minutos. E assim vai por duas horas. Fica assim:

25 minutos de foco > 5 minutos de descanso > 25 minutos de foco > 5 minutos de desconto > 25 minutos de foco > 5 minutos de descanso > 25 minutos de foco.


Cuide da sua mente

Por fim, com todas essas informações sobre como se organizar e gerenciar o seu dia, é muito importante que você cuide do seu estado mental. Sem a sua cabeça funcionando bem, nada funciona. Nem mesmo o seu trabalho.


Sete dicas para melhorar a sua vida

O consultor empresarial e especialista em gestão organizacional deixa sete dicas para que as pessoas possam alcançar um bom desempenho acima de tudo em sua vida. Seja no âmbito corporativo, pessoal ou acadêmico:

1 – Pratique exercícios regularmente

2 – Preze pela qualidade do sono

3 – Alimente-se de forma equilibrada

4 – Cultive os relacionamentos

5 – Tire um tempo para você

6 – Cuide da mente tanto quanto cuida do corpo

7 – Tire férias e se desligue totalmente do trabalho

 

A busca incessante da sociedade pelo bem-estar e pela felicidade

O terapeuta Beto Colombo, acredita que as pessoas cada vez mais se tornam especialistas em tecnologias e robôs, mas conhecem cada vez menos em relação a eles mesmos.


 
O Dia Mundial da Felicidade, que aconteceu em 20 de março, foi criado pela Organização das Nações Unidas - ONU em 2012, com o objetivo de promover a felicidade e alegria entre os povos do mundo, evitando os conflitos e guerras sociais, étnicas ou qualquer outro tipo de comportamento que ponha em risco a paz e o bem-estar das sociedades. Embora estejamos enfrentando uma pandemia que perdura por mais de dois anos e agora estamos vivenciando a guerra entre a Rússia e Ucrânia, a determinação da data, é uma forma de ressaltar a importância da felicidade na vida das pessoas em todo o mundo. 

Beto Colombo, terapeuta especializado em filosofia clínica explica que cada um direciona o modo como quer levar a vida, a partir das suas escolhas. Segundo ele, durante a jornada da vida podemos encontrar flores ou pedras, lugares calmos, barulhentos, com sombras, chuvas ou sol, a felicidade está em apreciar o caminho. 

O terapeuta relata que uns buscam ter e outros ser, por isso é fundamental entender o que te traz felicidade e bem-estar emocional. Colombo afirma, que a população entende de tudo, mas não compreende a si mesma. “Muita gente sabe muito sobre quase todos os assuntos, são profundos entendedores de como as tecnológicas funcionam, mas são analfabetos existenciais em relação a eles mesmos. Se, existencialmente, você não se sente bem no seu lugar, possivelmente aquele não é o seu lugar”.

 

1- Conecte seu corpo a mente para desacelerar o pensamento

Saia um pouco do mundo das ideias. Com o isolamento social, desenvolvemos a tendência de ficar idealizando muito as coisas, pensando mais e agindo menos.
 

2- Viva o presente e respeite o tempo das coisas

A ansiedade, na grande maioria das vezes, é gerada por pessoas que vivem no futuro. Essas pessoas costumam acelerar a mente para chegar naquela busca que está elaborando.
 

3- Confie no seu caminho

Há quem diga que ainda não encontrou um caminho na vida. Porém, essas são pessoas que se perderam de si, querendo dar uma resposta à sociedade. Elas vivem pautadas na opinião alheia, e acabam pagando um preço muito alto, já que a sociedade exige sempre mais e mais.
 

4- Não seja um escravo da razão

No meu novo livro, ‘Todo Caminho é Sagrado’, eu falo muito sobre respeitar a nossa intuição, e não se deixar guiar tão somente pela razão, pelo que é lógico. Nós vivemos em uma sociedade que dá muito valor as coisas e se esquece da humanidade, preferindo dar ouvidos somente à razão. Então em ‘Todo Caminho é Sagrado’, eu falo de respeitar aquilo que nós somos, e não ser um escravo da razão. O livro trata disso, do desapego de cargos, de coisas, de pessoas, de pensamentos, da ditadura da razão. 

“Há uma grande diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho. Não existe caminho errado, todo caminho leva a algum lugar, a felicidade não está na chegada, a felicidade está na jornada”, assegura Beto.

Vamos aproveitar o dia da felicidade para lembrar que apesar de todas as dificuldades, sempre haverá novas possibilidades de viver momentos de muita alegria.


Queda de máscaras aumenta "Síndrome da Cabana"

O esperado fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, tão comemorado por muitos, tem sido também o gatilho de medo para outros. O professor de psicanálise Ronaldo Coelho revela que a experiência clínica mostra que algumas pessoas vêm apresentando um medo excessivo de sair do modo em que viveram nos últimos dois anos, ainda que agora o momento seja assegurado pelas autoridades de saúde.  

Esse receio mais extremo de ressocialização é conhecido como “Síndrome da Cabana”. O termo remete à dificuldade de socialização após longos períodos em isolamento, sem contato com pessoas. “Trata-se de uma ansiedade ou angústia que neste momento aparece associada ao fato de encontrar com outras pessoas sem o uso da proteção e segurança que as máscaras representavam”, explica o psicanalista. 

O psicanalista adverte que certo receio ou desconforto neste momento onde a socialização passa a ser novamente demandada, sobretudo para aqueles que estavam contentes por não ter que se haver com a obrigação de estar em contato com outras pessoas e que viam a pandemia como providencial, é bastante esperado. A grande questão, contudo, é quando esses sentimentos ganham o caráter de fobia, passando a desencadear crises e deixar a pessoa rendida, com medo de si mesma, sentindo-se incapaz de retornar à vida social.  

Neste sentido, a atitude mais importante é reconhecer o grau de sofrimento que este momento está produzindo e o quanto está verdadeiramente limitando a vida. “O ‘termômetro’ sobre o momento em que é preciso buscar a ajuda de um psicólogo ou de um psicanalista está em perceber o quanto esta angústia ou receio limita as ações na vida de uma pessoa. Se essa postura tira coisas importantes da vida, acabará por tirar tanto que uma hora a própria vida pode começar a perder o sentido. É fundamental que a pessoa não deixe chegar a este ponto. Em qualquer nível de dificuldade de socialização, a terapia pode ajudar, mas, quando se percebe que a vida está muito limitada, aí temos um indicador importante para sabermos que é preciso buscar ajuda profissional”, afirma.

 

Ronaldo Coelho - idealizador e professor do curso Análise do Discurso na Clínica Psicanalítica, que tem por objetivo formar psicólogos e psicanalistas para realizarem uma análise consistente de seus pacientes desde a primeira sessão. Atua como psicanalista em seu consultório particular e mantém o canal Conversa Psi no YouTube.  Graduado em Psicologia (USP) e Mestre em Psicologia Institucional (USP). @ronaldocoelhopsi


O QUE PRECISAMOS PARA SER FELIZ?

O relatório "World Happiness Report" 2021, Relatório de Felicidade Mundial divulgado anualmente pela ONU, mostra que o Brasil cai pelo 7º ano consecutivo no ranking de países mais felizes. Em 2015, ele estava na 16ª posição e agora se encontra em 39º lugar.

O que está acontecendo com o Brasil não é exclusividade do nosso país, uma série de fatores influenciam para que a felicidade esteja cada vez mais longe da realidade.

A psicóloga e pós-graduada em neurociência Shana Wajntraub, analisa essa posição hoje do Brasil relacionando com o momento que vive o mundo. Nem saímos de uma pandemia e já estamos em uma guerra. "A lição a ser tirada do Relatório Mundial da Felicidade ao longo destes dez anos é que o apoio social, a generosidade mútua e a honestidade dos governos são cruciais para o bem-estar" explica Shana.


SOBRE O RELATÓRIO

Recentemente, foi divulgado o "World Happiness Report" 2021, para medir o grau de felicidade entre os países do mundo. O Brasil ficou na 39ª posição, o terceiro país latino-americano melhor colocado, atrás da Costa Rica (23ª) e do Uruguai (30º). A Venezuela (108º) é o país latino-americano de pior posição, ficando atrás inclusive do Iraque. Para este ranking, é emitida uma nota que vai de 0 a 10 e o país que atingiu a maior nota foi a Finlândia, com 7,82, sendo o país mais feliz do mundo.

Para chegar a esta avaliação, a ONU leva em consideração, além do PIB, um grau de medição específico chamado Felicidade Interna Bruta (FIB), que auxilia na medição do grau de desenvolvimento dos países. Para isso, são levadas em consideração nove dimensões: Bem-Estar Psicológico; Saúde; Educação; Cultura; Gestão do Tempo; Vitalidade Comunitária; Governança; Padrão de Vida e Meio Ambiente.


Neste estudo, o Brasil cai pelo 7º ano consecutivo no ranking de países mais felizes. Em 2015, ele estava na 16ª posição e agora se encontra em 39º lugar.

Segundo Shana Wajntraub "O bem-estar psicológico tem a ver com segurança, com qualidade de vida, com um governo que também passa segurança. Essas pessoas que chegam ao Brasil precisam de muito apoio e ajuda psicológica para seguir em frente.” analisa Shana CEO da Eleve Consulting.

“A pandemia trouxe um grau de ansiedade muito alto, essa ansiedade não diminuiu nos países onde a vacinação ainda não é total. A pandemia deixou o mundo inseguro, e agora essa guerra na Ucrânia novamente deixa o mundo todo inseguro. Não é uma questão só de Russos e Ucranianos afeta o mundo todo. E nesse quesito poder ajudar de alguma forma é um fator que mantém o equilíbrio das pessoas, faz bem pra quem recebe, não só pra quem é ajudado.” explica Shana Wajntraub da Eleve Consulting.
 

“Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de meio milhão de refugiados que fugiram da Ucrânia para a Polônia precisam de apoio para problemas de saúde mental, e estima-se que 30.000 tenham graves problemas. “O relatório indica bem que saber formatar políticas públicas para conseguir obter um crescimento de felicidade social entre a população de cada país é muito importante.” Finaliza Shana. 

 

Shana Wajntraub - psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Tedx speaker, speaker coach e curadora dos palestrantes do TEDx Campo Grande, professora da HSM. Palestrou no CBTD em 2020e 2021e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, vivo, Amil, Magazine luiza, Camil..

@shana.eleve


Desenvolvimento psicomotor e controle emocional: a importância das atividades físicas na educação infantil

Atividades físicas ajudam no desenvolvimento de habilidades
Especialista diz que crianças da educação infantil, de 0 a 5 anos, estão na fase ideal para o desenvolvimento de habilidades motoras. Prática também auxilia no controle emocional

 

O conceito de psicomotricidade é muito importante para o desenvolvimento da criança em seus primeiros anos de vida, porém poucas pessoas sabem o que é. Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, essa é a ciência que estuda o ser humano através do movimento, relacionando também suas ações com o mundo interior e exterior. Trata-se da capacidade da pessoa em determinar e executar mentalmente seus movimentos corporais. O conceito está intimamente relacionado ao processo de maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

Na educação, por exemplo, sobretudo na etapa infantil, tal conceito contribui ativamente com a formação dos esquemas corporais, estimulando a prática dos movimentos ao longo das fases. Tais estímulos são propostos através de atividades lúdicas e divertidas. Enquanto brincam, as crianças aprendem na prática como se relacionar com o mundo e o espaço nos quais vivem. 

Ou seja, a questão vai muito além de brincar. É o que reforça o professor de educação física da Escola Canadense Maple Bear, Filipe Ribeiro. “As crianças da educação infantil estão em um momento muito importante para o desenvolvimento das habilidades motoras. Todo o projeto de ensino da instituição é bastante lúdico e colabora de forma geral com brincadeiras, desafios, jogos, coisas que tragam esse desenvolvimento por meio de atividades interativas, algo que elas possam se divertir”, afirma ele.

Segundo Filipe, o momento em que vivemos atualmente, com o retorno das atividades escolares de forma presencial, ressalta de forma mais evidente a importância das atividades de educação física para esse público específico.  

“Em razão da pandemia da Covid-19, as crianças ficaram muito tempo dentro de casa. Nesse ambiente também é possível praticar algumas coisas, mas não é como na escola, em que temos espaço, materiais adequados, o convívio com os colegas. O retorno dos alunos para a escola tem sido muito positivo, pois durante o período de aulas remotas, as aulas de educação física tiveram uma dinâmica muito diferente do que eles estão acostumados. Os encontros eram virtuais, com materiais adaptados, o espaço muitas vezes reduzido, por muitas vezes não tinham com quem realizar as atividades e faziam sozinhos. Eles voltaram com mais vontade de participação”, ressalta o professor. 

 

Aspectos da psicomotricidade

Conforme o professor, durante as aulas de Educação Física, para trabalhar e estimular esse desenvolvimento de habilidades, são utilizadas diversas estratégias. “É importante compreender que nem tudo é lúdico. Existe muita intencionalidade nesse  processo de estímulo”, diz Filipe Ribeiro. “Utilizamos de muitas brincadeiras, muitos jogos, mas o trabalho cognitivo é feito por meio das interações, para que a criança sinta as atribuições, pense e se desenvolva por meio dessas atividades. Quando elaboramos algum jogo ou brincadeira, o objetivo sempre vai além. A ideia é que a criança consiga se organizar, compreender as regras, pensar e criar soluções para os problemas que ela vai encontrar ao longo desse percurso”, destaca o professor.

“Quando penso em uma aula, já tenho que pensar também no aspecto a ser trabalhado. Por exemplo, posso trabalhar a lateralidade, movimentos com as mãos esquerda e direita em crianças na faixa etária de 7 e 8 anos. Nesse caso, poderia colocar um alvo e cada criança faria um arremesso com cada mão. Essa seria uma atividade simples, no entanto, pouco atrativa. Agora, colocando esse mesmo objetivo dentro de uma brincadeira, a dinâmica muda. Posso usar da mesma estratégia em um jogo de queimada, ir alterando as regras, para estimular o uso das duas mãos. Dessa forma, eu atingiria o mesmo objetivo, mas de uma forma mais divertida para eles e que traria outros benefícios, gerando interatividade com os colegas, trabalho em grupo, entre outras questões”, completa Filipe. 

É importante esclarecer ainda que o desenvolvimento mal estruturado da criança pode trazer problemas na escrita e na leitura, entre outros relacionados ao mau desempenho. Cabe aos profissionais e às instituições auxiliarem de maneira favorável, dando recursos, além de apoio e suporte para os estudantes, pois a má formação é muito grave para a formação da criança, gerando atrasos na formação organizacional do indivíduo. 

 

Controlando emoções

Com o retorno para a escola, mais espaço, contato direto com o professor, com os colegas, os alunos ficaram muito animados e empolgados para a aula de Educação Física. Eles esperam muito pelas dinâmicas da aula, por poder correr. Sabemos que eles se divertem de forma geral na instituição, mas agora depois da pandemia, isso está ainda mais forte”, afirma o professor Filipe Ribeiro. 

De acordo com ele, a disciplina também trabalha diversos aspectos emocionais. Filipe destaca que as atividades físicas propostas são gastos de energia importantes para os alunos. “No momento da aula as crianças podem correr, brincar, isso é muito atrativo para eles, mas além disso, gera diversos sentimentos”, afirma. 

“Com a prática das atividades físicas, os alunos gastam energia, conseguem extravasar, conseguem vivenciar o sentimento de perdas, vitórias, superação de desafios. São diversas emoções que auxiliam no desenvolvimento do aluno de forma geral, inclusive nas atividades extracurriculares ou no convívio familiar e social”, completa o profissional.

 

Curando e acolhendo, emocionalmente: a rede de apoio do autista

Psicanalista lembra que autismo não é uma doença, mas sim um transtorno mental que pode ser trabalhado e tratado

 

 

O material científico relacionado ao Transtorno do Aspecto Autista é muito vasto e disponível para todos que querem se informar sobre causas, sintomas, características e tratamento sobre o tema.

 

Um Transtorno que afeta muitas pessoas em todo mundo e que certamente, exige muito das famílias e pessoas que convivem com o autista.

 

Neste sentido, como fica o responsável, amigos, e as pessoas mais próximas, ao portador do transtorno? Como saber lidar com esse cuidado e acolhimento do indivíduo, de forma natural e assertiva?

 

A promoção do respeito e do cuidado para com quem sofre com esse transtorno é uma necessidade real. Visto que, uma das maiores dificuldades é identificar o espectro, entender seus níveis e se adaptar ao aparato acolhedor que é exigido dentro do universo autista.

 

Cada paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado, que engloba a participação da família e de seus cuidadores, juntamente com uma equipe profissional multidisciplinar visando à reabilitação global do paciente. Este cuidado e acompanhamento neurológico e/ou psiquiátrico pode sim, ser necessário acompanhar o paciente por toda sua história de vida, com alterações de intensidade e frequência, conforme o nível do espectro.

 

Além disso, se faz extremamente necessária a presença e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar designada para atendimento de autistas ou portadores do Espectro, que é formada por um psiquiatra, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.

 

Essa rede de apoio, somada aos familiares e responsáveis, fará intervenções terapêuticas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, saúde e bem-estar do paciente. Profissionais que juntos irão avaliar as capacidades e necessidades do indivíduo, de forma a discriminar as melhores técnicas que podem propiciar cientificamente, maiores chances de melhoras.

 

E quem cuida de quem cuida? E quem acolhe esse familiar que sofre por querer melhores condições para esse paciente? Em primeiro lugar o que precisa ser feito é se municiar do máximo de informações sobre o Transtorno. A ignorância aumenta o preconceito.

 

Pois, quanto mais se entende, se conhece, menos insegurança será instaurada na família. Ao saber identificar as etapas, os níveis e os processos vivenciados pelo portador do transtorno, mais fácil será auxiliar e cuidar. Além disso, quem convive com um autista também precisa estar bem emocionalmente. Se eu não estou bem comigo mesmo, como posso cuidar do outro. Se eu não estou equilibrado como posso oferecer ajuda e acolher quem vive para se equilibrar a cada segundo da vida?

 

 É necessário reforçar o respeito, o amor e a tolerância para que esse indivíduo desfrute de uma vida, com saúde e maior autonomia, uma vez que ainda não temos a cura para esse transtorno. Mas quem cuida também merece e precisa se alimentar de sentimentos bons, positivos e otimistas para acreditar que a cada dia é uma batalha a ser vencida. Para o autista é um dia de cada vez.

 

Enfim, o autismo não é uma doença, mas sim um transtorno mental que pode ser trabalhado, reabilitado, modificado e tratado para que o convívio social seja o mais tranquilo e menos traumático possível. Não é uma sentença. Ele não se cura, mas se compreende e a aceitação e o autocuidado de quem protege e cuida fará muita diferença.

 



Dra. Andrea Ladislau  - Psicanalista (SPM); Doutora em Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras –cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras - Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte

 

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