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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Empoderado e Autoconfiante



Que tal se autoconhecer?

O que define o que você é, segundo o terapeuta João Gonsalves, é um conjunto de sentimentos e associações daquilo que vive: quando se tem um conceito de aceitação, o ser entende aquilo o que representa e o que pode vir a representar.
Neste século há uma luta entre o empoderamento e a sociedade. Quando de um lado têm-se a liberdade de ser quem deseja, de outro tem um padrão pré-selecionado.

A pergunta que fica é: é melhor se aceitar gordo ou fazer uma mudança de concepção?

Conhecer a si, segundo o terapeuta, possibilita uma mudança gradativa e saudável que pode ser tanto mental – com a aceitação do seu corpo -, como física – buscando o corpo que deseja ter: “Aprovando-nos e reconhecendo nossa legitimidade, nossa utilidade e a mudança gradativa, a qual podemos fazer de forma saudável, nos leva a um estado de pacificação, eliminando assim muitos conflitos internos”, ressalta João em seu livro “Quem é você? Eu te ajudo a se lembrar”.

Mas é importante explicar que a mudança não anula a aceitação. Quando se tem consciência sobre si, sabe-se que a sua mente e o seu corpo precisam de cuidados, e quando se confunde que a aceitação significa permanecer igual ao que era e mudar traz uma culpa de não ser empoderado, tem algo errado. “Se colocarmos uma meta, mas nos sentimos culpados, essa culpa é uma trava. Se somos culpados, não merecemos que isso que estamos desejando se materialize. É preciso primeiro que nos coloquemos em um estado de merecimento. É preciso olharmos para nossa história com apreciação, inclusive daquilo que nós nos envergonhávamos”, explica João.

Ser empoderado, nos dias de hoje, é ir à luta. Aceitar seu corpo não necessariamente é aceitar-se gordo e permanecer deste modo. O importante aqui é se amar. Se amando, naturalmente, você procurará meios de cuidar de sua saúde física e mental. “Quando nos aprovamos, nos consideramos dignos e podemos estabelecer metas ousadas”.

O criador da Autosofia ainda diz: “Cada um age de acordo com as convicções que tem“. É importante respeitar aqueles que ao se autoconhecerem, decidiram que emagrecer é a melhor opção para se amar e cuidar de sua saúde.

“A mudança se faz por meio do amor por si e por todas as nossas facetas, que se manifestam externamente como uma fiel reprodução do que somos internamente”, ressalta o terapeuta em seu livro. Neste dia especial, escolha se autoconhecer, amar-se e mudar o modo como se enxerga. Seja consciente de quem é e corra atrás daquilo que deseja, sem medo da mudança.





João Gonsalves - Terapeuta e assessor de Autoconhecimento
Endereço: Estrada Manoel Lages do Chão, 1335 - Cotia - São Paulo


Depressão pós-parto: como identificar e tratar



Um recente estudo da Universidade de Kent, no Reino Unido, descobriu que dar à luz a um menino aumentam entre 71% a 79% as chances de a mãe ter depressão pós-parto. Segundo a pesquisa, esta estimativa cresce 174% quando há complicações durante o parto.

Define-se a depressão pós-parto como aquela que ocorre nas primeiras 4 a 6 semanas após o nascimento do bebê. No entanto, em muitos casos, a depressão começa já antes do parto, no fim da gravidez, persistindo no puerpério, o que leva alguns autores a preferir o termo peri-parto, para caracterizar esse período.


O quadro mais leve e transitório de depressão, conhecido como “maternity blues”, chega a acometer 60% das mulheres no pós-parto. Os sintomas, como tristeza, choro fácil, labilidade das emoções e desânimo; são sentidos nos primeiros dias, logo após o parto, mas desaparecem com o tempo, em questão de uma ou duas semanas.

Já a depressão é mais grave, e pode surgir antes mesmo do parto, no término da gestação. Os sintomas são similares aos da depressão comum, como tristeza, apatia, ideias de culpa, insônia e até desinteresse pelo bebê.

Nos quadros mais críticos, podem ocorrer ideação suicida, havendo também o risco de infanticídio, o que, felizmente, é raro. A frequência de ideação suicida é de cerca de 2% nos primeiros seis meses pós-parto.

A tendência à depressão pós-parto depende da interação de vários fatores, incluindo genética; alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e no pós-parto; fatores sociais e culturais; além do estresse natural da maternidade.

Mulheres que tiveram depressão pós-parto podem ter novamente em uma gestação subsequente. Sendo assim, é preciso ficar alerta aos sintomas que, possivelmente, podem se manifestar de novo.

O tratamento, dependendo do caso, pode incluir medicação antidepressiva, sempre com orientação médica, principalmente se a mãe estiver amamentando o bebê. Além da medicação, a psicoterapia pode auxiliar a mãe a lidar com as dificuldades e responsabilidades da nova vida.

Fica claro que, neste cenário, o cuidado com o recém-nascido fica prejudicado por parte da mãe. Por isso, a ajuda da família e a intervenção terapêutica são fundamentais. Reconhecer que a depressão é uma doença como outra qualquer, e incentivar o tratamento, ajuda na recuperação da mãe.





Prof. Dr. Mario Louzã - médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP 34330)




A importância de aceitar o passado para seguir em frente


O escritor de best-sellers no segmento de autoajuda, Roberto Shinyashiki, denomina a ação como "rasgar o cheque", que significa deixar o rancor de lado para conseguir caminhar rumo ao futuro


É comum que é em certo ponto da vida, uma pessoa se questione a respeito dos caminhos que seguiu, das decisões que tomou até aquele ponto de sua trajetória pessoal. Esta indagação existencial normalmente vem precedida por uma certa frustração, de fato, uma certa sensação de que alguma coisa não vai bem ou não seguiu o rumo esperado. A vontade é de dar uma guinada e mudar sensivelmente a rota. Mas, muitas vezes não se consegue fazer isso. A impressão é de que alguma coisa está te prendendo ao que é e ao que não quer mais ser.

O psiquiatra, palestrante e escritor de best-sellers no segmento de autoajuda, Roberto Shinyashiki, ressalta a importância de se perdoar para seguir em frente. Algo que ele chama de “rasgar o cheque”, conceito que se refere ao exercício de uma ação corajosa, a qual convida as pessoas a deixarem o rancor que as consome de lado, aceitar situação do passado, e, assim, conseguir caminhar rumo ao futuro.

Shinyashiki explica que o primeiro passo para uma mudança é conhecer-se melhor, reconhecendo que está fazendo as coisas do jeito errado. Posteriormente, pode-se partir para desenhar uma nova vida. Conforme o escrito, se a pessoa está frustrada é porque não está vivendo da maneira que deseja. “Para alguns, as escolhas foram tomadas com base na necessidade, para outros na comodidade, na ganância ou até no desejo de agradar os outros. Isso revela que as pessoas ainda não encontraram um modo de viver consciente e definido por elas mesmas, sem ser determinado por experiências do passado”, argumenta.

Para exemplificar este tipo de postura das pessoas, Shinyashiki rememora uma passagem de sua vida, contando como seus pais depositaram suas esperanças em ver o filho se tornando um médico. O que eventualmente aconteceu, mas acabou deixando-o infeliz no meio do caminho. “É bem provável que eu tenha feito medicina para agradar meus pais. Eu me lembro da alegria com que meu pai perguntava sobre minha vida nos hospitais, ¬¬¬como ele tinha orgulho daquilo tudo. Entretanto, felizmente, logo pude sair daquela rotina do hospital e montar meu consultório de terapia – que era o que eu de fato eu queria fazer”, relata.

Se uma pessoa tem a profissão que não gostaria, possui um negócio que não tem a ver com sua personalidade, não valoriza seus próprios talentos, traçou um desenho de vida que não respeita a própria forma de pensar, em suma, não tem consciência do que a faz feliz, essa pessoa, segundo Shinyashiki, precisa redesenhar a vida dela. “Quando simplesmente damos sequência à vida que vivemos, corremos o risco de perder muito tempo querendo ser quem não somos, querendo criar um talento que não temos e, sobretudo, carregando situações que não conseguimos resolver no passado”, afirma.

Para Shinyashiki, a pessoa pode ser como um pássaro, mas enquanto estiver apega àquilo que foi no passado, um amor antigo, por exemplo, será mais como uma pipa presa por uma linha, sempre tendo que lidar com aquele puxão para baixo, para que não se perca ou desprenda. “Rompa com esse fio, só assim poderá voar alto e longe e conseguir enxergar o que vida reserva a você”, sugere o escritor.


“Rasgue o cheque”

Segundo Shinyashiki, remoer o passado, é como continuar cobrando por aquele cheque sem fundos recebido há anos. O tempo passa, aquele dinheiro não faz mais falta à sua empresa, mas você decide processar legalmente o cliente caloteiro, mesmo sabendo que ele está desempregado, sem casa, e que aquele pagamento não irá ocorrer. “Nessa cobrança, já foi gasto tempo suficiente para produzir o dobro daquele dinheiro. E para quê? Só para perder tempo. É preciso encontrar o momento para rasgar aquele cheque”, afirma o palestrante.

De fato, o cheque é uma dívida emocional que se tem com alguém ou com algo e que acaba sendo mais prejudicial ao credor do que ao devedor. Trata-se de uma dívida que se está carregando e cobrando de quem não tem condições para quitá-la. Seja um filho, que foi humilhado pelo pai quando criança, gostaria de ouvir um pedido de desculpas do pai e nunca conseguiu. Seja um marido, que terminou um bom relacionamento amoroso há anos, mas fica apegado a ex- esposa e mantem os retratos dela pela casa.

Shinyashiki explica que o pai pode nunca conseguir pagar essa dívida, mas o filho continuará carregando isso, como se fosse uma nota promissória dentro de si mesmo. “Não vale a pena. Só você está perdendo o sono”, afirma. No caso do marido, os retratos da ex-mulher servirão apenas para afastar qualquer pretendente que entre na sala dele para tomar um café. Enquanto isso, a ex já tem outra família. “O que ele tem de fazer? Agradecer o período, honrar isso como parte de si, mas colocar tudo aquilo no lixo sem sentir dó”, diz.

O grande obstáculo para a transformação verdadeira, conforme o palestrante, é que as pessoas ficam apegadas a coisas que não têm mais sentido para elas. “Seja quem você quiser ser, mas você precisa jogar fora o resto. Tire o retrato de casa, esqueça o que foi a carreira antiga, não fique recitando seus prêmios se eles não valem para o que você quer agora, não carregue com você o projeto que deu errado. Não tenha dó nem piedade de jogar fora aquilo que não serve mais para a sua vida”, conclui.



Os perigos da ansiedade



Não há quem nunca tenha se sentido ansioso ao menos uma vez na vida. O dicionário Aurélio define o sentimento como uma “comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não”, ou um “sofrimento de quem espera o que é certo vir”. Provas, reuniões e apresentações importantes, a chegada de filhos, jogos de futebol e incertezas em relação ao futuro, todos causam ansiedade. Porém, se a emoção é tão natural, por que ela é conhecida atualmente como “o mal do século”? 

A ansiedade não é totalmente maléfica. Ela serve como uma proteção e um alerta de nossos próprios corpos para nos prepararmos para grandes desafios. O alto número de pessoas ansiosas, porém, assusta. De acordo com relatório lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na publicação “Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates”, o número estimado de pessoas que vivem com transtornos de ansiedade no mundo é de 264 milhões. Este total para 2015 reflete um aumento de 14,9% desde 2005.  O Brasil lidera o ranking de maior taxa de transtornos de ansiedade: são 18,6 milhões de pessoas afetadas, cerca de 9,3% de sua população total. 
                            
A ansiedade, quando exagerada, pode causar diversos sintomas, tanto físicos quanto psicológicos, como contrações musculares indesejadas, tonturas, formigamento e perda de sensibilidade nos membros extremos, tensão e dores musculares persistentes, necessidade frequente de urinar, dificuldade para respirar, falta de controle de pensamentos e insônia. Este último pode ser especialmente prejudicial, já que o sono está diretamente relacionado com a qualidade de vida de uma pessoa. Uma noite mal dormida pode causar, além de um maior cansaço físico, um aumento do estresse, uma porta aberta para novas complicações no futuro. Além disso, a ansiedade pode chegar a um nível no qual a pessoa não consegue mais reagir às dificuldades da vida, em uma espécie de paralisia. Aí, não restam dúvidas: é necessário buscar ajuda profissional.

Mas, afinal, quais são as causas da ansiedade? O gatilho pode ser qualquer influência externa ou interna que afete o indivíduo - ou seja, elas são extremamente variáveis e mudam de pessoa para pessoa. Assim, a verdade é que é difícil prevenir a ansiedade. Em nosso mundo atual, com demandas de trabalho, pessoais e também expectativas elevadas para todos os lados, os gatilhos são cada vez mais comuns e frequentes. Praticamente tudo pode afetar nossa psique e causar as tão temidas noites mal dormidas.

O segredo, então, é almejar sempre viver de maneira equilibrada. Excessos na alimentação e pouca atividade física são sempre nocivos à nossa saúde e podem, sim, intensificar os sintomas da ansiedade. Inclusive, alimentos com altos índices de triptofano, como banana e chocolate, são especialmente recomendados nestes casos. É importante também saber identificar seus gatilhos pessoais e buscar evitá-los.

O noticiário está causando parafusos na sua cabeça? Busque outro, talvez menos sensacionalista. O trabalho está te deixando louco? Pode ser a hora de desligar o celular após o expediente. Você perde o sono quando seus filhos saem de casa? Encontre maneiras de amenizar a preocupação, por exemplo, tentando saber melhor onde eles estão e quem os acompanha. O primordial, porém, é procurar ajuda em caso de extrapolo dos sintomas. Profissionais da psiquiatria são os mais indicados para cuidar da ansiedade e o tratamento pode, inclusive, envolver medicamentos para colocar a química do cérebro em ordem.

É importante lembrar que você não está sozinho na luta contra a ansiedade. Literalmente, centenas de milhões de pessoas no mundo sofrem com ela todos os dias, não importa o sexo, idade, cor ou credo. Busque ajuda se você acredita estar passando por alguns dos sintomas descritos aqui. O ganho em qualidade de vida será imensurável. 






Dra. Hanah Mustapha Abou Arabi - médica coordenadora de interconsultas psiquiátricas do HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São Paulo.



20 de novembro: Especialista esclarece diferenças entre crime de injúria racial e racismo

Leonardo Pantaleão destaca tipificação penal de ambas as condutas



Neste próximo dia 20 de novembro, o país celebra o Dia da Consciência Negra. A data denota uma necessidade muito grande de debater e propor soluções contra a violência que mata um jovem negro a cada 23 minutos, segundo dados de órgãos nacionais.

Apesar do racismo e da injúria racial possuírem traços em comum que podem acabar fazendo com que exista confusão para que sejam identificados, as consequências são diversas. Diante de tais fatos e com esse tema em evidência, podem surgir dúvidas a respeito dos crimes relacionados a essa temática.

Segundo o professor e especialista em Direito Penal, sócio da Pantaleão Sociedade de Advogados, Leonardo Pantaleão, injúria preconceito é um crime onde o infrator se utiliza de aspectos relativos à raça, cor, etnia e religião para atribuir qualidade negativa à vítima. Já o crime de racismo se refere a uma conduta crime com um agravante não só sob o aspecto moral, mas também na interpretação jurídico já que, diferente da injúria, é inafiançável e imprescritível.
O advogado resslata que a injúria racial possui pena de reclusão, de 1 a 3 anos e multa. Pena relativamente pequena, admitindo a suspensão condicional do processo. É um crime contra a honra subjetiva da vítima. Somente se processa mediante representação do ofendido.

Ao contrário da injúria racial, cuja prescrição é de oito anos – antes de transitar em julgado a sentença final –, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível, conforme determina o artigo 5º da Constituição Federal.





A dieta do cérebro


Alimentos e exercícios específicos podem manter o cérebro em forma. Cuidados na hora de escolher um produto e uma atividade de lazer fazem a diferença



O cérebro é um órgão poderoso, que possui uma capacidade de armazenamento e aprendizado incrível. Mas para que ele funcione no máximo de sua potencialidade, é preciso receber alguns cuidados.

Com os avanços da ciência, hoje sabemos que existem inúmeros recursos para isso: de receitas para as refeições diárias a jogos que estimulam a produção de neurônios.

O cérebro precisa de energia para funcionar e consome 20% da energia de todo nosso corpo. Podemos, inclusive, gastar 30 calorias por hora somente pensando.
Mas com as prateleiras lotadas de industrializados, isso acaba sendo muito pouco: está difícil seguir uma dieta que contribui tanto para a forma física quanto para a saúde do cérebro. O corpo e o cérebro estão cada vez mais preguiçosos.

De acordo com a nutricionista e especialista em brain food do Método SUPERA, Silvia Kalil, a alimentação, a atividade física e os desafios são três fatores importantes para o bom funcionamento do cérebro.

“Alguns alimentos fazem bem para a saúde do cérebro, principalmente os ricos em ômega 3. Troque massas e pães por frutas, que são excelentes fontes de energia e fibras. Evite excesso de gordura e invista em fartas porções de legumes e verduras, porque eles suprem sua necessidade de vitaminas”, afirma Silvia Kalil.

Para que os neurônios e os músculos funcionem bem, inclua em sua dieta algumas vitaminas hidrossolúveis, que estão presentes nas frutas, como a vitamina C, as vitaminas do complexo B, vitaminas A e E.
O ovo, que por muito tempo foi visto como um vilão da dieta, é essencial para manter o funcionamento da memória, por meio da colina, nutriente presente na gema.

Confira abaixo uma lista de alimentos com nutrientes que fazem bem para o cérebro:

Peixes - Principalmente os de água fria (salmão, anchova, sardinha, atum, arenque), são fontes de ácidos graxos ômega 3, poderoso antioxidante.

Frutas e vegetais amarelos – Mamão, manga, pêssego, cenoura, abóbora. São alimentos fontes de betacaroteno, antioxidante que combate o envelhecimento celular.

Frutas vermelhas - Morango, cereja, framboesa, amora, pitanga, melancia e tomate, também possuem pigmentos antioxidantes que combate os radicais livres e ajudam a memória.

Oleaginosas - castanhas, nozes, amêndoas, avelãs, amendoim. Ricas em vitamina E e selênio, também fontes de antioxidantes.

Carnes, aves, grãos integrais, leguminosas, leite e derivados – Estes alimentos são fontes de vitaminas do complexo B. Ajudam a regular a transmissão entre os neurônios. Na carne vermelha você encontra também o ferro que pode colaborar com a boa memória.

Blueberry: ameniza os efeitos de doenças do cérebro relacionadas à idade, melhora a capacidade de aprendizagem, melhora a memória e a concentração, estimula o fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro.

Banana: Fornece energia e eletrólitos para o cérebro, melhora as funções cognitivas, protege o cérebro de danos oxidativos, ajudam a melhorar o humor e a manter o equilíbrio.

Amêndoa: ajuda a prevenir declínio cognitivo relacionado à idade, melhora a memória e o aprendizado, aumenta a atenção.

Canela: Aumenta a atividade do cérebro, alivia a tensão nervosa e evita perda de memória, reduz riscos de doença do Alzheimer.

Linhaça: rica em gorduras do cérebro saudável, constrói e protege os neurônios, regula o ambiente do cérebro, e melhora as funções cognitivas.
Adotar uma dieta saudável ajuda a prevenir desde pequenos lapsos de memória até graves doenças neurológicas degenerativas. Somado à isso, praticar exercícios físicos e cerebrais também devem estar incluídos no dia a dia.

A ginástica cerebral é uma forma saudável e já comprovada pela ciência de manter a saúde do cérebro, pois preserva a memória e melhora a capacidade de atenção, concentração e raciocínio lógico.

As atividades desenvolvidas no SUPERA - rede de mais de 300 escolas de ginástica para o cérebro no Brasil - estimulam o aumento das conexões entre os neurônios por meio de jogos e uma metodologia inovadora, que impõem desafios ao cérebro. As aulas são voltadas para alunos de todas as idades. Os jogos aumentam a sociabilização, trabalham a estratégia, melhorando a agilidade, aliviam estresse e ansiedade, gastam energia, ativam o cérebro através de sinaptogênese e neuroênese, a produção e novas conexões neuronais e de novos neurônios no cérebro. Quanto mais conexões entre os neurônios, melhor será seu funcionamento.

Além dos jogos, as ferramentas utilizadas nas salas de aula do SUPERA são a prática do ábaco - instrumento oriental utilizado para fazer contas - dinâmicas, apostilas pedagógicas e uma plataforma online, com jogos e exercícios de lógica.

Baseado na neurociência,  o Método SUPERA trabalha habilidades cognitivas como a atenção, a memória, raciocínio lógico e o foco; além de habilidades socioemocionais, como autocontrole e autoestima. Tem como base o conceito de plasticidade do cérebro, onde novas conexões neuronais se formam e se fortalecem através do estímulo ceberal. Há 12 anos atuando no Brasil, o SUPERA já treinou mais de 100 mil alunos.



O que a filosofia tem em comum com a educação infantil?



Quando pensamos em Educação Infantil, logo nos vem em mente a criança pequena atrelada aos cuidados mais básicos da primeira infância. E apontamos aqui que realmente é isso, é impossível dissociar o educar aos cuidados da mais tenra infância. O nosso enfoque aqui é articular esse cuidado à filosofia. Mas como isso é possível? Pois bem, me explico.

É do imaginário de todos que a Filosofia é uma ciência humana, abstrata e quase que inalcançável aos que ainda não se apropriaram da educação escolar. Porém, ao mergulhar no universo filosófico, percebemos que ela é a base para o pensar. Através do pensamento filosófico que os seres humanos alcançam as funções superiores do pensamento, nome este dado pelo estudioso Lev Vygotsky. Em sua obra, “Pensamento e Linguagem”, o autor aponta que para que o pensamento alcance níveis superiores, é necessário que a criança tenha como suporte a linguagem. Quando apontamos aqui a questão da linguagem, destacamos a importância das múltiplas linguagens principalmente na educação infantil, sendo elas, linguagem artística, linguagem corporal, linguagem oral e escrita, linguagem matemática, entre outras.

E é aqui que entra aquilo que consideramos o foco da educação infantil: o brincar. A base para todo desenvolvimento está no brincar, pois será nesse momento que a criança, ao explorar, torna-se uma grande investigadora, e assim, alcança níveis superiores de pensamento, sendo atravessadas necessariamente pela linguagem.

A médica e estudiosa Emmi Pikler dedicou-se a observar bebês na mais tenra infância, ressaltando a importância do primeiro ano de vida de crianças pequenas. Ao observá-las, Emmi Pikler percebeu que os mais básicos cuidados como o banho, a troca, a alimentação, tudo isso influencia no desenvolvimento da criança. A criança pequena descobre o mundo e se descobre por meio de seus sentidos. É através dos sentidos que estabelecemos contato entre o mundo interno e o mundo externo. Tudo o que vemos, ouvimos, tocamos, experimentamos exerce um reflexo físico, uma ação pequena, e um reflexo psíquico, sensações e sentimentos.  Os sentidos nos informam sobre o mundo externo e transformam nosso mundo interno, o que acontece dentro de nós.

E o brincar é nada mais do que isso, explorar, conhecer um objeto a fundo, sua funcionalidade, e assim criar e (re)criar novas possibilidades. O constante movimento do brincar potencializa a aprendizagem.

O papel do adulto nesse processo de significações é fundamental para a construção do simbólico no pensamento infantil. Ademais, ressaltamos a importância para a construção de vínculos, do afeto, da criação de memórias que ecoam no imaginário das crianças, possibilitando um desenvolvimento sadio e integral.  O educador ao assumir esse papel de mediador das relações, faz com que a criança pequena perceba a essência do pensamento do outro, possibilitando assim uma melhor socialização e melhor organização do próprio pensamento. É aqui que lembramos do papel filosófico do ato de educar. A criança ao manipular, explorar, vivenciar, investiga tudo que está a sua volta, e assim seu pensamento vai se constituindo.

Poderíamos ficar aqui tecendo mais e mais sentidos sobre tal assunto, porém faz-se necessário um ponto final. Enfatizamos, portanto, a importância do ato de brincar, de experimentar, sentir, explorar, investigar na educação infantil, criando assim a base para o pensamento filosófico e investigativo, sustentado pelo vínculo e afeto, tão essenciais para o desenvolvimento infantil sadio.






Ana Paula Alberto Lopes - Professora regente na Educação Infantil do Colégio Marista Champagnat




Um novo olhar da aviação para a tecnologia e experiência do viajante



O mercado de aviação está em constante evolução. Seja com foco no transporte de passageiros de lazer ou de eventos e negócios, a transformação é rápida e constante. Hoje, em um rápido giro pelas principais companhias aéreas nacionais e internacionais é possível identificar um ponto cada vez mais comum: a importância que a tecnologia desempenha para uma experiência positiva do serviço oferecido pela aérea.

As companhias pensam em serviços diferenciados que possam aprimorar a vivência do cliente, seja qual for a idade. Em salas Vips, por exemplo, é possível encontrar espaços kids desenvolvidos para que famílias tenham no tempo de espera de embarque, um espaço de lazer e diversão para as crianças. Durante o voo, muitas companhias desenvolvem menus especiais e canais interativos de conteúdo para entretenimento das crianças.

Mas é no público corporativo que vemos uma grande movimentação das companhias aéreas para que, cada vez mais, esse viajante tenha acesso a serviços que possam ir além do voo tranquilo e em segurança, rumo às reuniões de negócios e compromissos profissionais. Aqui, muito além da experiência figuram as facilidades tecnológicas que as companhias desenvolvem para proporcionar a informação precisa e em tempo real.

Os aplicativos desenvolvidos pelas companhias aéreas, por exemplo, permitem que em apenas um toque, o passageiro – hoje com um perfil muito mais digital e multicanal –, possa obter informações sobre o voo, tráfego de trânsito até o aeroporto, conferir e escolher o menu a bordo ou checar as informações dos filmes que estarão disponíveis durante a rota.

A funcionalidade do check-in online é outro fator que facilita a vida desse viajante, que passa tempo relevante em processo de espera entre o embarque ou uma conexão. Embora as companhias aéreas busquem alternativas para agilizar e aperfeiçoar os processos de embarque ou desembarque, vide as salas Vips, que vamos falar a frente, há ainda um ponto muito sensível no que se refere à infraestrutura de certos aeroportos: mesmo com toda a revolução tecnológica e mudança do comportamento do consumidor, os trâmites burocráticos obrigam o viajante a aguardar por horas pelo embarque, por exemplo, que criam uma certa ociosidade.

Entretanto, aqui vale ressaltar que a segurança do ambiente aeroportuário e dos voos sempre prevalecerão. Por isso, as companhias se curvam a essa necessidade das autoridades, recebendo o viajante com até três horas de antecedência (ou até mais, em alguns casos).

A longa espera para embarque e conexão nos leva à realidade das salas Vips. Antes, um local reservado aos executivos e passageiros Premium, hoje recebe esse público com serviços personalizados. Exemplos disso, são salas Vips que congregam academias, cinemas, espaços de bem-estar e massagem, salas de reunião, ambientes para cochilo, banho e serviços de alimentação para àqueles que preferem dormir durante o voo e se alimentam antes do embarque. E até simuladores de golfe e piscinas.

Os novos hábitos dos viajantes de negócios, que se intensificou a partir de 2016, movimentam em terra o mercado de turismo com a proposta do Bleisure (Businness + Leisure). Exigentes com o passar dos anos, estes passageiros tem um leque de benefícios e opções a perder de vista. Vemos um constante empenho das companhias em oferecer produtos diferenciados por um preço mais adaptado ao budget de viagens das empresas, por exemplo, uma classe Econômica intermediária (ou Econômica Premium), serviços e amenidades que agreguem valor, conforto e, além de boas experiências, degustações inusitadas.

Mas o bleisure também tem impacto na ocupação das aeronaves. Segundo estudo divulgado pela Phocuswright: Global Travel Market Research Company, 64% dos viajantes corporativos estendem os dias de viagens e permanecem nos destinos visitados por até quatro dias. 60% desses viajantes estendem as viagens acompanhados de outra pessoa.

Não à toa, os principais centros de negócios como Nova Iorque, Boston e a própria cidade de São Paulo têm campanhas agressivas junto a este público, incentivando a prática. 

Adaptar-se, inovar e trabalhar para essas novas demandas, exige um olhar cuidadoso e contínuo. Na China, por exemplo, já é possível pagar as passagens com o QR-Code. A inteligência artificial traz, em tempo real, informações sobre a viagem, greves que possam impactar o horário do voo, ocorrências meteorológicas, entre outras informações. E o que será dos Blockchains? Ainda não existe um estudo que fale em números sobre essa realidade. Porém, a compra de produtos e serviços por meio de moedas digitais será uma realidade em pouco tempo. Assim, como são os programas de milhagens.

Olhar para frente e vislumbrar as oportunidades, é fator crucial neste processo de conquista e de avanço junto aos clientes. Companhias aéreas estão fazendo a lição de casa com ações interessantes e pertinentes aos diferentes públicos e em uma velocidade compatível com a tecnologia que cerca o segmento.






Adriana Cavalcanti - presidente do Conselho Consultivo da WTM Latin America e atuou por mais de 30 anos no mercado de aviação comercial

Você sabia? Sua identidade digital pode estar à venda por menos de US$ 50


Pesquisa da Kaspersky Lab sobre a Dark Web mostra que poucos usuários sabem quanto valem as informações roubadas


Muitos de nós já ouviram falar ou até foram vítimas de cibercrimes, como o roubo de dados e de identidade. Mas, aparentemente, poucos sabem quanto valem as informações roubadas. Um novo estudo da Kaspersky Lab mostrou que, mesmo com um valor monetário acessível, as identidades são ativos importantes para os criminosos e que eles focam o roubo de contas de serviços populares, como credenciais de mídias sociais e sites de jogos. O desconhecimento dos usuários com relação ao valor dos seus dados pode resultar na falta de cuidado com a segurança e facilitar o roubo de dado e os cibercrimes.


O valor dos dados roubados não está em seu preço de revenda, que pode ser até baixo, mas está em seus diversos usos. E é nas aplicações que residem os reais problemas para as vítimas, como perda de recursos financeiros, danos à reputação, cobranças desconhecidas ou até acusação de crimes cometidos pelos criminosos utilizando a identidade roubada.

A Kaspersky Lab investigou os mercados da Dark Web para descobrir quanto valem os dados pessoais e como eles são usados pelos criminosos. Os pesquisadores da empresa identificaram que a vida digital completa de uma pessoa custa menos de US$ 50, o que inclui contas de mídias sociais, credenciais bancárias, acesso remoto a servidores ou computadores e até contas de serviços populares, como Uber, Netflix e Spotify – em alguns casos há informações para acesso a sites de jogos, aplicativos de encontros e sites de pornografia, pois eles podem conter informações de cartões de crédito. Ao mesmo tempo, os pesquisadores viram que o preço de uma única conta hackeada é menor: a maioria das ofertas é de aproximadamente US$ 1 por conta e os criminosos dão descontos nas compras em combo.





Os métodos mais usados pelos criminosos para o roubo de dados são as campanhas de spear phishing e a exploração de vulnerabilidades web em software. Após um ataque bem-sucedido, o criminoso obtém um estoque de senhas, que contêm a combinação de e-mails e palavras-chave dos serviços invadidos. E, como muitas pessoas usam a mesma senha em vários serviços, os invasores tentarão utilizar a credencial para acessar outras plataformas.

Curiosamente, alguns criminosos que vendem dados pessoais oferecem uma garantia vitalícia aos compradores. Ou seja, se eles deixarem de ter acesso a uma conta, receberão uma nova gratuitamente.

Fica claro que o roubo de informações por hackers é uma ameaça para todos nós, indivíduo e como sociedade, pois os dados roubados financiam diversas injustiças sociais. Felizmente, podemos evitar isso aumentando a consciência sobre os riscos que corremos ao fornecer nossas informações de graça para alguma empresa, em especial os dados que publicamos abertamente em nossos perfis nas redes sociais”, explica David Jacoby, pesquisador sênior em segurança da Kaspersky Lab.

Além de conhecimento, os riscos podem ser evitados tomando várias medidas de segurança simples, que devem fazer parte da vida digital dos usuários:


• Para ficar a salvo de mensagens de phishing, antes de clicar em qualquer link, sempre verifique a veracidade do endereço de destino e e-mail do remetente. Uma solução de segurança como o
Kaspersky Security Cloud simplifica a vida ao usuário ao alertar caso ele tente acessar uma página maliciosa. 

• Para evitar que um vazamento de dados comprometa todos seus serviços online, nunca repita a mesma senha. Para facilitar a criação de senhas fortes e, principalmente, para lembrar delas, use um aplicativo de gerenciamento de senhas, como o
Kaspersky Password Manager.

• O uso da tecnologia patenteada de segurança adaptativa, que se ajusta ao estilo de vida do usuário, também oferece uma proteção extra ao verificar e alertar sobre vazamentos de dados em serviços online que podem afetar o usuário. 

• E para descobrir quem tem seus dados pessoais, utilize serviços como o
PrivacyAudit.me, que pesquisa automaticamente os dados do usuário em várias fontes (a versão beta está disponível no Reino Unido e sua distribuição mais ampla acontecerá em 2019).

Para saber mais sobre o estudo sobre o valor dos dados no mercado negro, acesse o relatório completo em
Securelist.com.






Kaspersky Lab

Consultoria jurídica evita dano societário em empresas


É preciso estar atento aos tributos que sua empresa deve pagar


Diante da complexa legislação brasileira e também de atitudes de má fé, não são raras as vezes que as empresas, diante de algumas dificuldades enfrentadas no dia a dia, deixam de pagar os tributos incidentes sobre suas operações, sejam eles federais, estaduais ou municipais. Quando isso acontece, uma vez constatada a inadimplência de um tributo (taxas, impostos e contribuições), a Fazenda Pública inscreverá esse debito na dívida ativa, momento no qual também inscreve o devedor no cadastro de inadimplentes, e a Procuradoria irá ajuizar um processo de execução fiscal para cobrar esses valores. É aí que chegam as dores de cabeça que podem comprometer um trabalho sério ou uma grande carreira profissional.

Por isso, é necessário estar muito atento. A Dra. Beatriz Dainese, da Giugliani Advogados, conta que um dos clientes do escritório que atua com assessoria e Consultoria em Informática, desenvolvimento, análise e elaboração de software, havia sido Executada pela Fazenda Pública Municipal(ou seja, recebido a citação de um processo de execução fiscal) para pagamento de ISS que foi declarado e não pago pela empresa. "No entanto, a Fazenda não localizou a empresa e seus bens, após inúmeras tentativas de citação bem como de pesquisas na Arisp, Renajud, Bacen, e foi realizada a intimação dos sócios para pagamento desta dívida. Então, uma das sócias entrou em contato conosco para apresentar sua defesa", conta.

Após 9 meses, o caso foi dado como ganho pelo escritório. "Estas medidas vêm sendo adotadas por cada vez mais juízes e tem sido mais uniforme", explica ela. A decisão final então determinou que não fossem realizados quaisquer atos constritivos contra o patrimônio desta sócia, uma vez que foi comprovado que ela não realizava atos de administração da empresa executada, bem como foi considerada a [ínfima] quota que a cliente possuía na sociedade executada, o que não justificaria ser responsabilizada pelo adimplemento total do débito. Assim sendo, o caso seguiu na justiça produzindo seus regulares efeitos apenas contra a empresa e os demais sócios.

É muito importante que todos os empresários estejam atentos para os momentos em que não conseguem arcar com o pagamento de todos os tributos a que se submetem, porque podem ter seus nomes indicados nos cadastros de devedores (CADIN), ou em diversos casos, não há razão e nem fundamento legal para que os sócios sejam, desde logo, cobrados pelas dívidas das empresas. É importante dizer que as empresas, pessoas jurídicas, são entes autônomos e devem responder com seu patrimônio pelos débitos constituídos, e somente nas hipóteses previstas em lei, é que os sócios responderão pelas mesmas. Por isso a consultoria jurídica deve estar sempre alinhada para que não sejam contraídos débitos indevidos.



Casas Abrigo: O provisório refúgio de vítimas da violência doméstica


No ano passado, Catarina* se viu obrigada a faltar 12 dias no trabalho. As explicações eram várias, mas relacionadas ao mesmo motivo: as sucessivas agressões do ex-marido. Um dia era a agressão propriamente dita; no outro, o medo de sair de casa. Depois, um dia inteiro prestando novas queixas na delegacia ou fazendo exames de corpo de delito.

Em dois anos de separação, foram mais de 10 boletins de ocorrência (B.Os) contra o agressor, pai de seus dois filhos menores de idade. Estes também sofreram o impacto do inconformismo do pai em relação à separação e, sistematicamente, eram obrigados a faltar à escola por causa da confusão em casa. Enquanto a Justiça não decide o que fazer com o agressor, a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) da cidade onde vivem propôs uma medida radical: encaminhar mãe e filhos a uma das 155 Casas Abrigo em funcionamento no país.

Pioneiras no acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil, as Casas Abrigo existem desde 1986, quando a primeira foi inaugurada em São Paulo pela Secretaria de Segurança Pública (cujo titular era o atual presidente da República Michel Temer), e, desde então, mulheres e crianças vítimas de violência doméstica já viveram nesses espaços de acolhimento sigilosos,  previstos na Lei 11.340/2006 (Maria da Penha).

A história de Catarina é semelhante à de muitas brasileiras que vivem relacionamentos marcados pelas violências física, verbal e psicológica.
Catarina e as crianças vivem sem contato com a família, com amigos ou qualquer rede social. Catarina deixou de trabalhar e os filhos deixaram a escola. No abrigo, mãe e filhos dormem no mesmo quarto e seguem rígidas regras de segurança. Não vão ao cinema, não passeiam pela vizinhança, só saem do abrigo acompanhados. Quando precisam falar ao telefone, a conversa é monitorada. Nenhuma informação que possa identificar o local do abrigo pode vazar. As crianças perguntam diariamente à mãe quando sairão de lá. 

“Não posso me queixar do atendimento aqui. As pessoas são gentis, nos acolheram muito bem. Mas também não posso deixar de comparar minha situação com a dele (o ex-marido). Fui condenada com a falta de liberdade e não cometi crime algum. Estamos privados do direito de ir e vir enquanto ele segue livre, ameaçando meus parentes, amigos, ex-colegas de trabalho”, desabafa a profissional de Marketing, há 8 meses no abrigo. 

As Casas Abrigo têm como objetivo prestar atendimento psicológico e jurídico e encaminhar para programas de geração de renda, e até fornecer acompanhamento pedagógico às crianças, uma vez que não poderão frequentar uma escola comum enquanto estiverem ali. Mas é uma fase traumática, afirma a psicóloga Branca Paperetti, que coordenou,por 25 anos, o Centro de Referência à Mulher Casa Eliane de Grammont, em São Paulo. “É um momento em que a mulher sai de circulação, rompe com tudo, laços, vínculos, para não correr o risco de ser morta”, diz.  

Mesmo previsto na Lei Maria da Penha, o acolhimento de mulheres ameaçadas de morte em Casas Abrigo, entre os 5.570 municípios brasileiros, só é possível em 155 casas de 142 cidades (2,5 % do total), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2014. A maioria dessas Casas se concentrava na região Sudeste (45) e a minoria na Região Norte (9). Não há dados que permitam um retrato da situação jurídica das mulheres em abrigos. Após a Lei Maria da Penha, imaginou-se que a demanda por abrigamento diminuiria com a possibilidade de oferecimento de medidas de urgência que limitariam os agressores. No entanto, não é o que os operadores da Justiça percebem na prática.

No Distrito Federal, o juiz coordenador do Centro Judiciário da Mulher do DF, Ben-Hur Viza, avalia que houve aumento na procura pelos serviços de atendimento no sistema de Justiça. “As mulheres estão denunciando mais e isso aumentou a necessidade de protegermos maior número de vítimas. No entanto, minha percepção é de que o número de Casas existentes é insuficiente”, diz o juiz, que é titular do Juizado de Violência Doméstica do Núcleo Bandeirante (DF).

Para evitar que o isolamento da mulher na Casa abrigo seja prolongado, Ben-Hur conta que, assim que chega em suas mãos um processo de violência de uma mulher abrigada, decreta a imediata prisão do ofensor. “Decreto prisão do agressor simultaneamente ao encaminhamento da mulher à Casa. Reconheço que esse tempo na Casa é uma medida extrema, devido ao forçoso isolamento exigido. Mas, não tenho dúvidas: ele é fundamental para salvaguardar a integridade de mulheres ameaçadas e, de fato, salva muitas vidas”, diz o magistrado. 

“A Casa foi minha salvação, mas queria que minha vida não estivesse parada. Queria meus filhos brincando com os primos, livres e seguros. Me sinto meio abandonada aqui. Escondida de todos, da vida”, chora a vítima, que ainda aguarda ser chamada para a primeira audiência.


UTI

Em geral, o tempo de acolhimento nas Casas abrigo é de até 90 dias. Mas o prazo pode ser prorrogado. Há mulheres e famílias que ficam apenas um dia; outras vivem muitos meses no abrigo, como acontece com Catarina. A avaliação da gravidade dos casos de violência contra as mulheres deve ser realizada por um serviço especializado no atendimento de mulheres em situação de violência visto que o limite entre a ameaça e o risco iminente de morte pode ser bastante tênue.

A supervisora da Casa do Caminho para Mulheres em Situação de Violência Doméstica no Ceará, Jaqueline Pinheiro, compara esse processo ao atendimento emergencial de saúde. “Você não entra em um hospital e vai direto à UTI. Primeiro deve passar pela triagem. Aqui também funciona assim, mas quem faz a triagem é a rede de atendimento”, diz, referindo-se às DEAMs, delegacias comuns, Centro de Referência da Mulher, Centros de Referência em Assistência Social (CREAS) e Casas da Mulher Brasileira (CMB). Mas, ressalva, faltam programas de renda, moradia e emprego voltados a esse público. “Sem apoio, fica mais difícil ela sair da condição de vítima”, afirma Jaqueline Pinheiro.


Atuação do CNJ

O combate à impunidade nos casos de violação de direitos humanos e a busca pela melhoria e agilidade no atendimento de mulheres vítimas de violência têm sido um dos focos do CNJ. Desde 2007, o Conselho realiza uma vez por ano a Jornada Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), que auxiliou na implantação das varas especializadas nos estados brasileiros. O órgão promoveu a criação do Fórum Permanente de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid), bem como incentivou a uniformização de procedimentos das varas especializadas em violência doméstica e familiar contra a mulher. Em 2017, o CNJ instituiu a Política Nacional de Combate à Violência contra Mulheres por meio da Portaria 15/2017.


Lei Maria da Penha

Marco legal em relação a um crime considerado até 2006 de menor potencial ofensivo e punido com pagamento pecuniário, a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) mudou a ideia de que violência doméstica deva ser tratada no âmbito privado. A norma estabelece que todo caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime e deve ser apurado por meio de inquérito policial e remetido ao Ministério Público.

A lei tipifica as situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social. Esses crimes são julgados nos Juizados Especializados de Violência Doméstica contra a Mulher, criados a partir dessa legislação, ou nas Varas Criminais em casos de cidades em que ainda não existe essa estrutura
*Nome verdadeiro preservado por motivo de segurança 






Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias



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