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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Existe consumo consciente ou só compramos de forma inconsciente?


Este tema é bem interessante, pois a todo momento estamos nos policiando para poder comprar mais. Os cartões de crédito vão estourando, a conta ficando negativa e o desespero chegando em seguida. Atualmente, existem até coachespara você conseguir sair das dívidas e dos problemas financeiros. Para algumas pessoas, este problema acaba sendo patológico ou psicológico mesmo, aí precisam de ajuda de especialistas e, algumas vezes, de medicação e terapia.

Mas o que estamos falando aqui são daqueles consumidores que consomem de uma maneira mais ética, com parcimônia financeira, com alguns cuidados ambientais na escolha e inclusão social nas decisões. Sim, sei que não é fácil pela quantidade de informações e propaganda que recebemos a todo momento, mas é possível.

Uma das megatendências apontadas pela Ipsos em 2017, em seu documento “Global Trends Fragmentation Cohesion & Uncertaint”, mostra a sustentabilidade como um fator muito evidente com as mudanças e a pressão da sociedade, ou seja, é necessário que as empresas e os consumidores pensem juntos neste grande tema. Outra pesquisa da Nielsen de 2015, com 30 mil pessoas em 60 países, mostra que 66% pagariam mais por produtos e serviços mais sustentáveis, e ainda, se for feito um recorte por gerações e idades, a geração Z eleva esta porcentagem para 72%. Sendo quase que um modelo básico de pensamento para estas futuras gerações.

Muitos dos meus alunos e alunas ou as pessoas que assistem às minhas palestras perguntam se isso é uma realidade ou são números inventados. Existe até um movimento que comenta que esta tal da sustentabilidade é só uma nova “roupagem” para as empresas venderem mais produtos e serviços. E outros ainda dizem que é somente para obter mais lucro.

Sim, o objetivo do sistema vigente é lucrar e, para isso, que as empresas nasceram e tentam sobreviver. Se uma empresa destas começa a perder lucro durante muito tempo e tem prejuízos constantes, ela morre, chega ao seu fim. Ou seja, não existe mais.

Mas o problema é como estas empresas adquirem este lucro!

E o pensamento ou a consciência está em ganhar este lucro NÃO a qualquer custo e de qualquer jeito. É necessário um pensamento não só financeiro, mas também analisando as questões sociais e ambientais.

Mas, e o consumidor no Brasil está preparando para isso?

Segundo a pesquisa do Instituto Akatu de 2018, com 1090 entrevistados no Brasil inteiro, temos 24% destes mais conscientes. No estudo, o Akatu avalia 13 comportamentos dos entrevistados, como fechar a torneira enquanto escova os dentes, separar o lixo em casa para reciclagem, passar ao maior número possível de pessoas as informações que aprende sobre determinada empresa e produtos, planejar compras de alimentos, roupas, orgânicos, entre muitas outras ações. Muito bacana, pois tem tudo a ver com o livro que escrevi “101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo”.

Porém, a ideia aqui não é fazer propaganda do meu livro e sim mostrar que os indiferentes acabam cumprindo somente de 0 a 4 destes comportamentos. E no outro extremo, os conscientes, que fazem de 11 a 13 destes comportamentos. No meio destes dois existem ainda os iniciantes e os engajados.

Com a mesma metodologia que usou em anos anteriores 2006, 2010, 2012 e recentemente em 2018, o Akatu notou que o número dos iniciantes aumentou em 2012, de 32% para 38%, em 2018, o que mostra que as pessoas estão prestando mais atenção ao tema.

Infelizmente, em relação aos mais conscientes, os números diminuíram de 27% (2012) para 24% (2018), o que mostra que precisamos trabalhar mais com este tema e colocar outros correlatos à sustentabilidade nas nossas ações do dia a dia.
E uma das conclusões da pesquisa do Akatu é que a expectativa da população em relação às empresas é que elas façam mais do que a lei exige, cuidando das pessoas e da sociedade, o que tem tudo a ver com o que colocamos no começo do artigo. Pensar no lucro somado às pessoas e ao cuidado com o meio ambiente é algo básico a respeito do desenvolvimento sustentável e necessário à sobrevivência das empresas.







Marcus Nakagawa - especialista em empreendedorismo e sustentabilidade


Feminicídio cresce 12% de janeiro a agosto deste ano em São Paulo


Especialista em Direito Penal explica o crime e defende maior rigor penal


A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os registros de homicídio com a agravante "feminicídio" aumentaram 12% de janeiro a agosto deste ano em todo o estado, não apenas na Grande São Paulo, sendo 75 em 2017 e 84 em 2018. Segundo a pasta, entre janeiro e agosto de 2018, houve 84 registros de homicídio com a agravante 'feminicídio'". Somente no último feriados, de Dia das Crianças, cinco mulheres foram assassinadas em São Paulo. 

Nesse período os conflitos interpessoais entre casais representaram 8,1% dos homicídios dolosos, mesma proporção de 2017, segundo a SSP.

Feminicídio, ou homicídio de mulheres, acontece quando o crime envolve discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. Humilhação e menosprezo a simples condição de ser mulher.

A lei 13.104/2015 altera o art. 121 do Decreto Lei número 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. Primeiro da Lei número 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.

"A criação da Lei Maria da Penha, por exemplo, é bastante positiva à medida que traz luz e uma atenção especial acerca de uma problemática que, infelizmente, ainda é bastante comum, trazendo maior segurança e vigilância nos casos de violência doméstica e familiar. Evidente que ainda são necessários avanços e aprimoramentos. Mais do que física, a violência abrange abusos sexuais, psicológicos, morais e patrimoniais entre vítima e agressor – que não precisa, necessariamente, ser cônjuge, bastando que tenha algum tipo de relação afetiva", destaca o especialista em Direito e Processo Penal, sócio do escritório Cury & Cury Sociedade de Advogados, Rogério Cury.

O especialista destaca a importância da legislação e reforço na educação e conscientização para sua efetividade. "A violência contra a mulher é uma infeliz realidade, e o que vivemos hoje, infelizmente, são as consequências de um caráter cultural ultrapassado, onde tínhamos raízes que reforçavam a violência de gênero, a força masculina e a hierarquia patriarcal conservadora", afirma.

Em nota, a SSP informou que "vem adotando políticas públicas para o combate da violência contra mulher, como o Protocolo Único de Atendimento, que desde o ano passado estabelece um padrão de atendimento nos casos de violência contra a mulher, seja física ou sexual, para melhor acolher as vítimas".


Feminicídio X Femicídio

O especialista Rogério Cury esclarece que o Feminicídio é um termo atual que qualifica o homicídio contra a mulher, em razão do gênero da vítima, em violência doméstica e familiar, além de menosprezo, ligado à condição de gênero. Ele alerta para as diferenças com o femicídio. "Essa definição de sexo feminino não é completamente adequada porque se confunde o que é feminicídio e femicídio. O primeiro trata do crime tendo como motivação o menosprezo, desrespeito à condição da mulher; já o segundo, também aborda o crime contra a mulher, sem, no entanto, a conexão direta ao fato de a vítima ser do sexo feminino".


Denúncias: 

As denúncias podem ser feitas pelo telefone 180 ou diretamente em uma Delegacia da Mulher.


6 dicas de estudo para se preparar para o ENEM

Para se preparar para o maior vestibular do país, o ideal é treinar a inteligência e o cérebro, potencializando o raciocínio e a concentração nos estudos



Uma das principais vias de acesso às universidades brasileiras e oportunidade para milhares de estudantes no país, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) está prestes a acontecer. A prova será realizada nos dias 4 e 11 de novembro e a expectativa é que mais de 7 milhões de pessoas façam a prova do ENEM, que é dividida em duas fases.

Faltando duas semanas para as provas, o ideal é que os estudantes estejam preparados. Criar uma rotina de estudos e treinar o raciocínio e a concentração através da ginástica cerebral são itens fundamentais para aqueles que desejam bons resultados no ENEM. Fazer exercícios, estudar itens específicos de cada matéria, criar um plano de estudos e treinar a redação são algumas das atividades que deve ser rotina dos candidatos.

Para isso, o Método SUPERA, rede de escola de ginástica para o cérebro, listou 6 dicas valiosas para aqueles que desejam garantir uma vaga na universidade dos sonhos através do ENEM:


- Faça um plano de estudo organizado

Organize um cronograma diário de estudos; de acordo com a assimilação do conteúdo. Faça um plano de estudos que compreenda até três disciplinas diferentes por dia. O ideal é mesclar conteúdos de diferentes áreas; humanas ou exatas; e aquelas matérias que tenha mais afinidade com aquelas que tem mais dificuldade, mantendo sempre o equilíbrio. O ideal é sempre iniciar os estudos com as matérias e disciplinas que possui mais dificuldade, que exigirá mais tempo, atenção e dedicação. Lembre-se; um ambiente organizado te ajudará a se concentrar mais, priorizando sempre locais organizados e tranquilos, sem barulhos ou distrações. A partir do momento em que criamos um plano, ativamos as funções executivas do nosso cérebro. As funções executivas são fundamentais para criarmos mais disciplina e ativarmos as conexões neurais, trazendo mais rapidez de raciocínio e concentração para realizar as tarefas propostas. 


- Atualize-se e escreva

Assim como em todos os vestibulares, a prova do ENEM é baseada em fatos da atualidade; principalmente, o tema da redação. Por isso, esteja atento; assista e leia aos jornais, que irão te ajudar a articular um bom texto. O ideal é ter a prática de fazer uma redação por semana, com temas que foram destaques na mídia. Quanto mais bagagem cultural, melhor será sua escrita.


- Adapte o seu método de estudo


Cada pessoa se dá melhor e se torna mais produtivo com um método de estudo. Seja fazendo resumos, leituras em voz alta, lembretes e post-its, associações mentais, músicas com fórmulas, grupo de estudos... enfim, escolha o método que mais se adapta e aplique em sua rotina de maneira efetiva. De nada adianta decoreba; é preciso entender cada matéria para que o cérebro assimile a informação de uma vez. Cada método específico exige atenção; e por isso é fundamental estarmos com nossa mente ativa para termos um bom êxito na rotina de exercícios e estudos diários.


- Vá no seu ritmo

Muitos acreditam que estudar até o último segundo antes da prova trará bons resultados e fará com que o conteúdo esteja fresco na nossa mente. Mas não é bem assim. O aluno que intensificar os estudos até o dia da prova, estará cansado e esgotado até novembro. Faltando alguns dias para o exame, nenhuma medida irá melhorar o seu desempenho de forma imediata. O ideal é evitar tudo aquilo que possa prejudicar o resultado: não tentar aprender em cima da hora o que não foi aprendido, praticar alguma atividade física leve, manter uma alimentação saudável e, principalmente, ter boas noites de sono.


- Faça ginástica para o cérebro

A prática da ginástica cerebral aliada aos estudos poderá potencializar sua performance e trará grandes benefícios no raciocínio e na concentração. O Método SUPERA, rede de academia de ginástica para o cérebro, oferece um curso com diversas ferramentas específicas para a melhoria das funções cognitivas; como jogos de raciocínio, uso do ábaco e exercícios mentais, chamados de neuróbicas. 

A estimulação cognitiva é capaz de potencializar as habilidades cerebrais por meio de desafios variados, constantes e gradativos. O resultado dos exercícios para o cérebro é refletido em mais autoestima e autoconfiança, que influencia positivamente o processo de aprendizado e, consequentemente, bons resultados na hora da prova.


- Divirta-se e relaxe

Sabemos que ter o máximo de atenção e disciplina nos estudos é fundamental para conseguir o objetivo de conseguir a tão sonhada vaga em uma faculdade.

 Porém, o cérebro pode ficar sobrecarregado e não assimilar os conteúdos da forma adequada. É por isso que as horas de lazer são fundamentais; praticar esporte, ter interações sociais com família e amigos, praticar algum hobbie, assistir filmes... atividades que relaxam e proporcionam bem-estar ao cérebro. São nesses momentos que o cérebro assimila os conteúdos em nossa memória; até porquê, qualidade de vida é sinônimo de saúde cerebral.

Então, não perca tempo; prepare-se para o ENEM e conquiste o seu objetivo! Com um cérebro ativo e de alta performance, os resultados são positivos e podem trazer benefícios tanto para a vida profissional como pessoal; proporcionando qualidade de vida e saúde mental!



Fábrica de Médicos

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo – CREMESP, acabou de divulgar o resultado do exame de proficiência médica 2018, aplicado aos egressos dos cursos de medicina e candidatos a se inscreverem naquela autarquia regional. O resultado, tal qual em anos anteriores, é assustador, embora nada surpreendente.

Mais de 38% dos inscritos não atingiram a nota mínima, ou seja, erraram mais de 50% das questões. Dos examinandos 69% não sabiam os parâmetros para se medir a pressão arterial, coisa que qualquer socorrista ou técnico de enfermagem ou mesmo um cuidador de idosos, deveria saber e interpretar sem qualquer dificuldade. A abordagem à vítima de acidente de trânsito foi realizada de forma equivocada por 86% dos candidatos e 68% deles não souberam qual a conduta adequada para pacientes infartados. O que nos assusta é que as questões submetidas ao candidato não exigem grandes esforços de raciocínio e se configuram em conclusões diagnósticas de mínima simplicidade. São condutas ensinadas em cursos de primeiros socorros, que a rigor, todo o cidadão deveria ter conhecimento, porquanto sejam situações com as quais podemos nos deparar a qualquer momento em nosso cotidiano.

Assusta mais ainda é que tal exame não foi aplicado a médicos egressos de pequenos cursos, mas sim a médicos que se formaram no Estado de São Paulo, a mais rica e mais bem aparelhada unidade federativa.

Lamentavelmente, todavia, esse exame, não tem respaldo legal e, embora seja obrigatório para se obter o registro no CREMESP, não é classificatório e, em consequência, no dia seguinte, mesmo os que não lograram os acertos mínimos, receberam a sua licença para clinicar e exercer a medicina em qualquer uma de suas 54 especialidades e em qualquer que seja de suas 53 áreas de atuação. Isso porque não há uma lei federal que preveja a exigibilidade de um exame de proficiência, como ocorre com os advogados (Lei 8.906/94) e com os contadores (Lei 12.249/10).

Tramita perante o Senado Federal o PLS 165/17, de autoria do Senador Pedro Chaves, sob as relatorias dos senadores Ronaldo Caiado e Otto Alencar, que cria o exame de proficiência médica, à semelhança do exame de ordem e do exame de suficiência contábil.  Aprovado tal projeto, o exame passará a ser obrigatório e somente poderá exercer a medicina o egresso da faculdade que lograr êxito em tal exame. A solução, porém, ainda está muito longe de se efetivar. O próprio PLS estabelece que a lei somente entrará em vigor dois anos após a sua sanção e se aplicará apenas aos alunos entrantes nos cursos de medicina após a vigência da mesma. Em miúdos, a lei somente passará a ser aplicada oito anos após a sua sanção. Se tomarmos em conta que, depois de um ano e meio, o projeto ainda claudica perante a primeira comissão no Senado, sendo muito otimista, levará mais, pelo menos cinco anos para tramitar pelas duas casas legislativas. Concluímos, então, que a eficácia de tal lei somente ocorrerá na década de 2030.

Mesmo depois da moratória decretada pelo Ministério da Educação (Portaria 328, de 06/04/18), que suspende por cinco anos a criação de novas faculdades, os editais anteriormente publicados não serão prejudicados, foram criadas sete novas faculdades (Contagem, Vilhena, Itabuna, Guarapuava, Itumbiara, Trindade e Guanambi) e 40 ainda estão em fase de reconhecimento, o que significará 3.153 novas vagas para o primeiro ano, além das 34.800 já existentes.

Em termos comparativos, os Estados Unidos, com 320 milhões de habitantes, têm 147 cursos de medicina e a China, com 1,4 bilhão de habitantes, tem 150 escolas médicas. Enquanto as escolas médicas americanas formam 18.000 médicos por ano, as nossas já formam quase 35 mil e chegarão a quase 40.000 após a instalação das faculdades em fase de reconhecimento pelo MEC.

Vale lembrar que, de acordo com o 2º Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, elaborado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, em agosto deste ano, os hospitais públicos e privados do Brasil registraram, em 2017, seis mortes por hora, decorrentes dos chamados “eventos adversos graves”, ocasionados por erros, falhas assistenciais ou processuais ou infecções, entre outros. De acordo com o estudo, cerca destes quatro óbitos seriam evitáveis.

Outros dados que ratificam e alarmam sobre as condições de saúde no Brasil foram divulgados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) que indicam o crescimento de 101% nas ações judiciais, entre 2013 e 2017, referentes a erros médicos apenas na cidade de São Paulo. De acordo com o TJ, a capital paulista registrou, em 2017, 489 ações; no estado foram 1.700. No primeiro semestre de 2018 foram contabilizados 294 novos casos na cidade e mil em todo o estado.

Isto nos faz concluir que o Brasil está criando verdadeiras fábricas de médicos, preocupadas exclusivamente com a quantidade e não com a qualidade. Este foi um erro crasso do programa Mais Médicos. Imaginar que aumentar o número de médicos vai resolver o problema da saúde no Brasil seria o mesmo que formar milhares de novos chefes de cozinha para resolver o problema da fome.






Raul Canal - Presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), advogado especialista em Direito Médico e Odontológico e autor das obras “O pensamento jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico” e “Erro médico e judicialização da medicina".

 

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