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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Por que o câncer de pâncreas é tão grave?


 Apesar das altas taxas de óbitos pela doença¹ devido ao diagnóstico tardio, e ao crescimento rápido da doença, o especialista do Hospital 9 de Julho explica que os avanços da medicina têm permitido a chegada de novos tratamentos que podem aumentar a expectativa de vida dos pacientes


Globalmente, o câncer de pâncreas corresponde à oitava causa de óbito por neoplasia em homens (138.100 de óbito anualmente) e a nona em mulheres (127.900 óbitos) ². O Dr. Artur Ferreira, oncologista do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, explica que a doença está entre as causas de morte mais comuns devido à sua gravidade por fatores como o comportamento da doença e ao diagnóstico tardio, reflexo de sintomas iniciais inconclusivos.

O especialista informa que a maioria dos tumores de pâncreas se referem ao subtipo adenocarcinoma (tumor maligno que se origina no tecido glandular do órgão), correspondendo a aproximadamente 85% dos pacientes diagnosticados.

Segundo o Dr. Ferreira, os sinais e sintomas iniciais da doença costumam ser inespecíficos e normalmente não chamam a atenção dos pacientes. Para isso, é importante ficar atento a sinais como:


Icterícia: coloração amarelada da pele e do fundo dos olhos devido à obstrução das vias biliares causada pelo tumor.


Dor abdominal e/ou nas costas: Dependendo do tamanho e da localização do tumor, ele pode atingir terminações nervosas que podem causar dores no abdômen ou na parte dorsal.


Perda de peso não intencional: O câncer de pâncreas pode causar a perda de apetite e episódios de vômito sem motivo aparente, o que pode ocasionar o emagrecimento não intencional somado a fraqueza.

Outro sintoma que pode ocorrer é o escurecimento da urina. “É importante lembrar que isso varia de acordo com o local de surgimento do tumor no pâncreas e deve ser avaliado pelo médico” esclarece o oncologista.

O Dr. Ferreira explica que o tratamento dos tumores de pâncreas está evoluindo. “Estudo recente apresentado mostra que entre os pacientes operados e tratados com uma nova modalidade de quimioterapia adjuvante (feita após a cirurgia de retirada do tumor), há ganhos expressivos de sobrevida, mudando o paradigma de que a doença é rápida e fatal” reforça o especialista.

O médico ressalta que, existem novas modalidades de tratamento como o uso das terapias-alvo, ainda em desenvolvimento para esse tipo de câncer - não utilizadas amplamente. “Diferentemente da quimioterapia, as terapias-alvo compreendem um grupo de medicamentos que focam o combate de moléculas específicas” esclarece o médico que reforça que ao se realizar uma abordagem mais assertiva contra o tumor, consequentemente os efeitos colaterais do tratamento tendem a diminuir.

O Dr. Ferreira reforça que algumas alternativas para tentar prevenir a doença são importantes, entre elas não fumar, manter uma rotina de exercícios físicos e controlar o peso evitando assim a obesidade. “Estas medidas ajudam o organismo a se manter mais saudável e pode evitar o câncer de pâncreas” finaliza o médico.






Fonte:
²  CA Cancer J Clin. 2011;61(2):69


Outubro Rosa: a mente da paciente com câncer de mama


 No mês de combate ao câncer de mama vamos abordar como lidar positivamente com o diagnóstico e manter a autoestima


Foi na década de 90 que a Campanha Outubro Rosa teve início, o movimento tem como foco alertar as mulheres para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, pois as chances de cura são maiores quando a doença é descoberta no início. No Brasil, esse tipo de câncer é o segundo que mais atinge as mulheres, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma.

Por isso, todos os anos essa campanha ganha mais voz para que as mulheres façam o auto exame e também mamografias frequentemente. No Brasil, 28,1% dos casos de câncer (em mulheres) são os de mama, um percentual mais elevado do que a média mundial que chega a 25%.

Alguns nódulos encontrados ou alterações não se configuram como câncer, é fato, mas apenas um médico pode dizer com certeza e indicar o melhor caminho a seguir. Mas e quando o resultado é positivo? Essa confirmação é o maior medo de grande parte das mulheres, afinal, apesar dos avanços da medicina a doença ainda não tem uma cura e o tratamento é extremamente sofrido e sem garantias de sucesso. A luta contra o câncer é uma batalha muito pesada e a mente precisa estar saudável para não padecer, além disso, é preciso controle para manter a autoestima e a vontade de lutar pela vida.

Para Freud a forma como nos relacionamos com nosso corpo tem uma história, que a própria história da nossa formação. Muitas vezes pudores adquiridos na família ou na escola em relação aos seios ou à condição de ser mulher são extremados no período da doença. Ás vezes por educação religiosa ou às vezes por falta de informação ou pudor, muitas mulheres estigmatizam determinadas áreas do corpo como sendo proibidas ou restritas a determinadas utilidades, isso dificulta o autoexame (já que muitas não se tocam com atenção) e torna o tratamento mais doloroso do que ele seria por si só.

Muitas mulheres com câncer de mama encontram na doença um descanso para suas vidas sexuais insatisfatórias. Hoje em dia sexo é uma prática obrigatória, signo de saúde mental e bem-estar, e muitas mulheres se veem socialmente obrigadas a cumprirem papéis (desinibida, sexy, ativa) nos quais não se sentem à vontade. Reconhecer esses ou outros traços de ambivalência na doença é o papel da clínica psicanalítica.

“Na clínica, a mulher é convidada a refletir sobre o lugar da sua feminilidade: para além de seios, cabelos e cílios longos, o que é ser mulher? Essa resposta, sempre individual e única levará essa mulher a possibilidade de se reconhecer e se amar, na saúde e na doença”, explica a psicanalista Debora Damasceno, coordenadora da Escola de Psicanálise de São Paulo.

Muitas vezes, após o tratamento e até mesmo durante, as mulheres sentem muita vergonha do corpo, não se olham no espelho e não deixam seus parceiros olharem. Algumas tentam recuperar a autoestima e a feminilidade de outras formas, chamando a atenção na maquiagem, nos colares, nos lenços e perucas, assim, fazendo com que a atenção não fique voltada aos seios.

“A Psicanálise é uma disciplina que nos convida a viver a vida tal qual ela se apresenta e não a partir do que ela deveria ser no ideal. Entender que a doença não é fruto de nenhum mal pensamento e de nenhuma má ação, mas uma contingência que vai acometer um certo número de pessoas, se responsabilizar pelo próprio tratamento e se comprometer com o cuidado de si são, por assim dizer, as competências que queremos desenvolver durante o processo de tratamento. E também depois, no período da cura” reflete Débora.

“Depois do tratamento vem a vida e suas angústias. É um mecanismo normal da nossa mente construir como medos futuros situações dolorosas do passado. O papel da Psicanálise nesse momento é reestabelecer a percepção temporal junto com o reconhecimento da própria capacidade de suporte e superação tanto da doença quanto de condições insatisfatórias de vida cotidiana”, conclui Débora Damasceno.



Mulheres jovens com histórico familiar de câncer de mama devem ficar atentas


Apesar de a incidência de câncer de mama em mulheres antes dos 35 anos ser rara, hábitos preventivos que auxiliam no diagnóstico precoce não devem ser esquecidos. De acordo com o oncologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Emerson Neves dos Santos, como os registros indicam que há poucos casos nesta faixa etária, a consequência é que, na maioria das vezes, a doença acaba sendo descoberta em fase avançada.

Por esse motivo, é importante a observação e o conhecimento das mamas, como explica o especialista. "É indicado que a mulher, sempre que confortável, apalpe as mamas com o objetivo de conhecê-las. Assim, é possível identificar se algo foge do normal, e com isso identificado, busque um especialista para iniciar a investigação diagnóstica, que pode ser feita com uma ultrassonografia mamária e a ressonância magnética".

Diferentemente das mulheres com mais de 50 anos, quando já o aumento do risco de desenvolver a doença, a ocorrência em jovens está, na maioria dos casos, relacionada a fatores genéticos e hereditários, ou seja, às mutações que se encontram em genes transmitidos na família, especialmente o BRCA1 e BRCA2, como exemplifica o médico.

"A idade eleva o risco do surgimento do câncer, pois apresenta maior período de exposição aos fatores de risco que podem ativar as alterações celulares. Já em mulheres com menos de 35 anos, esse aspecto não é tão presente, sendo mais comum o fator genético como desencadeador", conclui.

Por conta dessa prevalência, Santos enfatiza a importância dos cuidados, principalmente em mulheres que têm um histórico familiar. "Mesmo que não seja comum o surgimento do problema em jovens, quem apresenta casos de câncer de mama na família, deve ficar atenta", adverte.






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