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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Brasil tem alto índice de alergia, diz OMS


 Sete em cada 10 alérgicos tem manifestação nos olhos e  usam colírio com corticóide por conta própria. Entenda o risco.


No Brasil 30% da população tem algum tipo de alergia e 7 em cada 10 alérgicos manifestam a doença nos olhos, segundo a ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia). Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier isso esclarece o incremento apontado pelos prontuários do hospital de 25% no uso indiscriminado de colírio com corticóide nesta época do ano.   “O ar seco da primavera concentra grande quantidade de pólen, ácaros e poluentes. Por isso facilita a manifestação de diversos tipos de alergia que desencadeiam a conjuntivite alérgica”, afirma.

Para piorar, o relatório 2018 que acaba de ser divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que no Brasil a asma entre crianças e adolescentes é uma das mais altas do mundo com 20% de prevalência. Este índice sobe para 23% na faixa etária de 18 a 54 anos, mas só 12% têm acesso a acompanhamento médico.


Risco dos colírios

Para Queiroz Neto isso explica a automedicação dos pacientes neste período do ano. Todo alérgico, observa, sabe que os corticóides aliviam rapidamente a coceira, principal sintoma de todo tipo de alergia, inclusive nos olhos. “O colírio com corticóide pode ser comprado nas farmácias sem receita, mas o uso prolongado causa glaucoma” salienta. O pior é que a pessoa não percebe que está perdendo a visão porque o processo é lento e não provoca desconforto nos olhos. Quando busca por consulta já tem comprometimento irreversível do campo visual provocado pela morte de células do nervo óptico. Invariavelmente vai ter de usar mais de um colírio/dia para evitar a perda definitiva da visão.


Grupos e fatores de risco

O oftalmologista afirma que um dos principais grupos de risco para desenvolver doenças alérgicas são as crianças. Isso porque estão com o sistema imunológico em desenvolvimento e toda alergia é uma resposta exagerada deste sistema a uma substância estranha ao organismo. Quando uma criança precisa tomar antibiótico antes dos seis meses, ressalta, também tem mais predisposição a se tornar um adulto alérgico porque o medicamento desregula a imunidade.
Outros grupos de risco são as mulheres frequentemente expostas aos cosméticos na área dos olhos e os idosos por causa da diminuição da lágrima que protege a superfície dos olhos das agressões externas.


Tratamento

Queiroz Neto ressalta que o tratamento da conjuntivite alérgica depende da gravidade. Pode incluir desde colírios estabilizadores, até anti-histamínicos, corticóides e em casos extremos ciclosporina, medicamento imunossupressor que interrompe o funcionamento do sistema imunológico.

O colírio com corticóide, adverte, nunca deve ser usado sem supervisão médica porque não pode ser interrompido bruscamente para evitar efeito rebote. É muito importante, ressalta, evitar coçar os olhos, porque a fricção pode desencadear o ceratocone, doença responsável por 70% dos transplantes no Brasil que afina e deforma a córnea. A dica do médico para aliviar a coceira é aplicar sobre os olhos fechados compressas de gaze embebida em água filtrada e fria.


Prevenção

Queiroz Neto afirma que alguns hábitos e alimentos evitam o ressecamento da lágrima e por isso podem diminuir as crises de alergia nos olhos. Os principais são:

·         Frutos e legumes ricos em vitamina A – cenoura, mamão, manga, agrião, couve.

·         Fonte de vitamina E – nozes, amêndoas, manteiga, gérmen de trigo.

·         Incluir na dieta alimentos que contém ômega 3 – semente de linhaça, sardinha, bacalhau e salmão.

·         Evitar carne bovina, carboidratos e gordura.

·         Proteger os olhos do vento, poeira, fumaça e produtos em spray.

·         Eliminar o uso de aquecedor de ambiente que retira a umidade do ar.

·         Evitar o uso de travesseiros de pena e produtos em pó.

·         Manter os ambientes livres de poeira e com vasilha de água para hidratar o ar.

·         Beba água com frequência para hidratar o corpo.




Obesidade infantil: um passo para a doença renal crônica


A criança obesa de hoje pode ser o adulto com doença renal crônica de amanhã. Além de todos os problemas físicos e sociais que o excesso de peso acarreta, ele ainda pode ser o "abre-alas" para patologias sérias, como o diabetes e a hipertensão, que danificam órgãos e acarretam doenças renais crônicas. O mau funcionamento dos rins exige tratamento com implicação em vários aspectos da vida, desde mudança da dieta e medicamentos de uso contínuo e, em casos extremos, pode levar à necessidade de diálise e transplante do órgão, comprometendo a qualidade de vida dessas pessoas. A associação entre obesidade infantil e possíveis danos renais foi alertada já em artigo datado de 2006, por pesquisadores da Johns Hopkins University. Ao longo dos anos, novos grupos de crianças somaram-se a este grupo de risco para doença renal crônica. Com novas conquistas tecnológicas, vários recém-nascidos prematuros com menos de 1 kg também começaram a apresentar sobrevida mais longa, o que mostrou-se em vários estudos como fator predisponente tanto para obesidade futura como para doença renal crônica.

De acordo com o Censo de 2017, divulgado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), temos 126 mil pacientes em diálise no país e, em média, 35 mil pacientes novos entram em tratamento e cerca de seis mil são transplantados. Infelizmente, a taxa de mortalidade é elevada e se mantém constante, devido à concomitância de complicações cardiovasculares nestes casos.

A preocupação da SBN em relação aos dados divulgados à imprensa pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apontando que o número de crianças e adolescentes acima do peso entre 5 e 19 anos chega a 124 milhões, e existe uma grande chance de essas pessoas manterem o sobrepeso ou a obesidade ao chegar à idade adulta caso nada seja feito. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, há cerca de quatro décadas, em 1975, esse número era de 11 milhões. Mantendo-se a tendência, até 2022, o mundo terá mais crianças e adolescentes acima do peso do que desnutridos.
Portanto, a sociedade moderna terá que encontrar ferramentas para lidar com um problema de saúde pública, que onera o sistema e cria uma geração de pessoas doentes sob o ponto de vista físico e emocional, uma vez que o excesso de peso está associado à disfunção de diversos órgãos e também pode levar a consequências sobre a saúde mental, como perda de autoestima e depressão.

Quando se trata de mulheres, a questão torna-se ainda mais aguda. Durante a gestação, aumenta-se o risco do desenvolvimento de patologias como hipertensão e diabetes na mãe. Se há um histórico desse tipo de doença promovido anteriormente pelas doenças relacionadas à obesidade precoce, engravidar poderá exigir uma série de cuidados mais intensivos, tanto por parte da gestante quanto pela equipe de saúde.

É fato que a genética contribui para futuras gerações de obesos, mas a falta de atividade física e a alimentação desregrada e hipercalórica são os maiores promotores dos problemas sérios com a balança. A grande oferta de alimentos ricos em gordura e açúcares e o excesso de sal, principalmente nos alimentos processados associados à tendência à inatividade física induzida por excesso de uso de computadores, celulares e tablets, contribuem para o ganho de peso progressivo. As comidas mais calóricas – hambúrgueres, refrigerantes, salgados fritos e doces, dentre outros, – estão sempre à disposição, podendo ser compradas rapidamente, por valores acessíveis e em qualquer lugar. As famílias precisam chamar para si a responsabilidade de supervisionar a alimentação e de estimular a prática de exercícios e esportes. As famílias devem ser conscientizadas para limitar o tempo diário em TVs, celulares e tablets. Mudar a rotina, criando valores em relação ao que é colocado à mesa, estabelecendo uma relação mais saudável com a comida e com o corpo não é apenas uma filosofia de vida. É um divisor de águas entre ser saudável e assumir o risco de comprometer toda uma história de vida e de futuras gerações.



Prof. Dr. Marcelo de Sousa Tavares - nefrologista pediátrico titular da Sociedade Brasileira de Nefrologia

Tabu ainda é principal obstáculo para combate ao suicídio


Setembro Amarelo: especialistas da Doctoralia analisam as principais questões envolvendo a depressão

 
Para marcar o Setembro Amarelo – mês da campanha brasileira de combate ao suicídio – a Doctoralia, plataforma que conecta profissionais de saúde e pacientes, conversou com especialistas para desvendar os principais estigmas sobre esse assunto. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2016 o Brasil registrou 11.433 mortes por suicídio, número 2,3% maior do que o registrado no ano anterior. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, transtorno mental mais associado ao risco de suicídio, sendo 11,5 milhões de brasileiros – deixando o país em quinto lugar do mundo entre os mais afetados e em primeiro quando se fala de América Latina.

Entre as principais questões, o tabu e o preconceito existente em relação aos transtornos mentais ainda são as principais barreiras ao tratamento. “É possível observar uma mudança de mentalidade, mas ainda precisamos melhorar muito. Esse cenário não está tão ruim como era há 20 anos, mas na prática vemos muito preconceito, às vezes isso vem do próprio paciente”, destaca o psiquiatra e membro da Doctoralia, Rafael Dias Lopes. “Por ser uma doença de ordem mental, acontece de a pessoa ser subestimada, questionada e até ter seu problema minimizado e relativizado”, completa a psicóloga especialista em saúde mental e membro da Doctoralia, Tatiane Paula Souza.

Os profissionais são unânimes dizendo que o primeiro passo do tratamento é acolher a pessoa que se encontra em situação de risco. “Ela precisa sentir que pode falar sobre o que está sentindo, que não será julgada por isso e nem terá seu problema tratado como frescura”, pontua Dr. Rafael Dias Lopes. “A pessoa que está em sofrimento e chega a verbalizar que tem vontade de sumir ou que não aguenta mais viver, precisa se sentir acolhida, o que não acontece geralmente. É preciso entender que não se trata de uma pessoa fraca, pelo contrário, ela é corajosa e está buscando ajuda”, completa Tatiane.

 

Dúvidas comuns

Dentro da plataforma, a Doctoralia dispõe do serviço “Pergunte ao Especialista” - que permite tirar dúvidas sobre saúde, de forma gratuita e anônima. A maior parte das dúvidas relacionadas a esse assunto são sobre as medicações para o tratamento da depressão. Entre elas é possível observar questionamentos sobre quais são os riscos de dependência e os efeitos colaterais de medicamentos para tratamento dessa patologia. 

Os especialistas esclarecem que existem diversos transtornos mentais que podem estar associados ao suicídio e a necessidade de medicação varia de acordo com o caso, portanto somente um médico pode avaliar o paciente e medicar de acordo com o quadro de cada um. “A depressão é a causa mais conhecida para o suicídio, mas não é a única. A pessoa precisa passar por uma avaliação para se estabelecer o diagnóstico, depois disso é possível discutir a medicação, dosagem e duração necessária de tratamento. Também é importante unir o acompanhamento do psiquiatra com o tratamento psicológico”, pontua Dr. Rafael.

De forma geral, todos os profissionais sinalizam que é essencial observar os sinais que podem indicar mudanças comportamentais de uma pessoa com risco de suicídio e buscar ajuda profissional é fundamental. “O isolamento, por exemplo, pode ser um forte indício. Se a pessoa muda muito o seu comportamento habitual, abandonando as coisas do dia a dia, não quer conversar, chora muito, fala sobre morte ou faz referências ao suicídio, é essencial consultar um profissional o quanto antes”, aponta Dr. Rafael. A psicóloga Tatiane sinaliza ainda que os sinais podem ser discretos e não verbais. “A pessoa pode apresentar bastante ambivalência, pois existe um conflito interno. De modo geral, o comportamento é marcado por um sofrimento intenso, com traços de desesperança e desamparo”.








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