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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Ginecologista Erica Mantelli ressalta os cuidados e a importância da amamentação para a mãe e o bebê


No Brasil, só 41% das crianças são amamentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses, como a OMS recomenda.


O aleitamento materno exclusivo é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até os 6 meses de vida do bebê, sendo continuado após esse período por até 2 anos ou mais, com a adição de suplementos alimentares. No Brasil, só 41% das crianças são amamentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses, como a OMS recomenda.

“A amamentação é um processo importantíssimo para o bebê. Além de fortalecer os laços entre a criança e a mãe, o leite materno tem um papel fundamental para o desenvolvimento do sistema imunológico do recém-nascido, já que o protege contra doenças e alergias”, reforça a ginecologista e obstetra Dra. Erica Mantelli. 

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) confirmou que a alimentação exclusiva com leite materno no começo da vida faz mesmo muita diferença no desenvolvimento do organismo do bebê.

Algumas mães são mais sensíveis ao ato de amamentar, e podem sofrer no início por conta da mama inchada, das fissuras e do ingurgitamento mamário. É pelo leite materno que o bebê recebe fontes de nutrição, proteção, estimulação e conveniência nos primeiros meses de vida. 

De acordo com a medica, é preciso ter alguns cuidados durante a gestação para que no pós-parto essa fase seja menos conturbada. “É importante que a mulher utilize loção hidratante apenas nas mamas, evitando a aréola e os mamilos. O sutiã tem que se adequar ao novo tamanho e peso, para evitar que a mamãe sinta dor nos ombros, nas mamas e evitar o aparecimento de estrias. O indicado é usar sutiã com boa sustentação, alças mais largas e fácil de ser aberto”, ressalta. 

Para que as aréolas fiquem mais resistentes e menos propensas à rachaduras e machucados, é indicado que a gestante tome sol por cerca de 15 minutos (antes das 10h ou depois das 16h) ou um banho de luz, que pode ser feito com uma lâmpada de 40 watts com distância de 15 cm da pele. 

O processo de aleitamento pode ser bastante difícil inicialmente, porém, com o passar dos dias, as dores tendem a melhorar. “Nos casos em que a mãe sentir desconforto e dor na hora da mamada é importante que ela seja avaliada para corrigir a posição e a pega, além de receber orientações para evitar o surgimento de machucados que possam predispor às infecções como, por exemplo, a mastite. É preciso conversar sempre com o médico responsável e procurar ajuda especializada em caso de dúvidas ou dificuldades”, completa Erica Mantelli.





Dra. Erica Mantelli - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Dra. Erica Mantelli tem pós-graduação em Medicina Legal e Perícias Médicas e Sexologia/Sexualidade Humana pela Universidade de São Paulo (USP). É formada também em Programação Neurolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).


Cuidado paliativo: 5 dúvidas esclarecidas pelo especialista


Ao longo de sua carreira, o médico geriatra e paliativista do Grupo Oncoclínicas André Filipe Junqueira dos Santos se acostumou a realizar o acompanhamento de pacientes ao longo do tratamento oncológico, com foco no controle de seus sintomas, conforto e qualidade de vida.

O médico, que ganhou em 2017 o Prêmio de Educação e Desenvolvimento Internacional em Cuidados paliativos (IDEA-PC), da American Society of Clinical Oncology (ASCO), esclarece a seguir cinco dúvidas sobre os Cuidados paliativos:


No que consiste o cuidado paliativo?

A atual definição de cuidado paliativo é de 2002, feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de uma abordagem que promove a qualidade de vida para pacientes e familiares diante de uma doença que ameaça a continuidade da vida, isso através da prevenção e alívio do sofrimento.
Isso requer uma avaliação precoce para tratar a dor e qualquer problema de natureza física, social e espiritual. O cuidado paliativo integra tratamentos em qualquer área da medicina, inclusive na pediatria, mas tendo mais impacto em situações como doenças como o câncer.


Quando o cuidado paliativo deve entrar em cena?

Sempre que uma pessoa enfrente uma doença que ameace a sua vida os Cuidados Paliativos devem participar dos cuidados oferecidos a essa pessoa, sendo que em caso de piora da saúde dessa pessoa e consequentemente uma possibilidade maior dela falecer, os Cuidados Paliativos devem assumir um papel maior no tratamento oferecido.

Um ponto essencial a ser esclarecido é que a morte é um evento que vai ocorrer para todos, porém como desejamos morrer é algo que evitamos falar. A visão de cuidado paliativo está na mudança da maneira de morrer. Às vezes não é possível evitar a morte do paciente. Mas quando o cuidado paliativo é bem feito, consegue modificar o fim de vida para que ele tenha o menor sofrimento possível e possa trabalhar outros aspectos, vivenciar outros momentos que a pessoa não teve a oportunidade de realizar.

A chave de tudo é entender que os cuidados continuados envolvem uma serie de fatores e que a doença continuará sendo tratada para que o paciente viva da melhor forma possível com essa condição - e apesar dela. Isso não significa uma sentença de morte, é apenas um complemento das estratégias para uma vida plena. E o momento de buscar essa alternativa depende de uma decisão particular do paciente, apoiada por toda a equipe multidisciplinar envolvida no tratamento.


No caso do paciente com câncer, há uma recomendação específica relativa ao cuidado paliativo?

O objetivo maior de qualquer tratamento é curar o paciente, com o menor impacto possível das terapêuticas adotadas em sua vida. Quando falamos de Cuidados paliativos e câncer, a American Society of Clinical Oncology (ASCO) recomenda cuidados paliativos para todos os pacientes com câncer avançado ou em caso de sintomas de difícil controle, sendo que esse atendimento deve ser feito por uma equipe interdisciplinar, concomitante ao atendimento oncológico, sendo o ideal ser iniciado em até oito semanas depois do diagnóstico da doença em fase avançada.

Inicialmente o Cuidado Paliativo pode atuar no controle de sintomas e apoio emocional, porém caso a doença infelizmente progrida, ela irá crescer dentro do tratamento, procurando conciliar o tratamento oncológico disponível com os desejos da pessoa acometida por uma doença em fase avançada. O cuidado paliativo precoce na oncologia já foi provado em ter impacto na qualidade de vida e em alguns casos aumentar também a sobrevida.

Dessa maneira, a chave do paliativo é o equilíbrio. Unir o conhecimento do médico e de toda a equipe com os valores do paciente. Por exemplo: qual o benefício diante de uma quimioterapia para tratar um câncer em estágio avançado? O tratamento pode ajudar a ganhar tempo de vida, mas eventualmente resultar em efeitos colaterais que o paciente não quer.


Basta um médico com formação em cuidado paliativo para cuidar de um paciente?

O cuidado paliativo é muito novo no Brasil. E infelizmente ainda não temos regulamentação juridica e nem suporte financeiro. Independente disso, ele é considerado desde 2012 pelo Conselho Federal de Medicina como área de atuação e já existem cursos no Brasil que oferecem capacitação.

É um trabalho que exige uma relação de confiança plena e é impossível ser feito apenas pelo médico. É preciso de uma equipe com vocação e treinamento para atuar nesse trabalho. Esse grupo é formado geralmente por um médico, enfermeiro e psicólogo como equipe mínima, sendo sempre possível ter a presença de nutricionista, fisioterapeuta e outros profissionais de saúde.

Isso porque não existe um ser humano capaz de lidar sozinho com uma pessoa nessa condição. Oferecer o cuidado paliativo requer uma visão de fortalecimento.

Dentro do Grupo Oncoclínicas, no modelo de Cuidados Continuados, o atendimento é feito sempre em conjunto, com a presença em um mesmo ambiente de todos os profissionais. Esse é o grande diferencial: ter uma equipe inteira à disposição do paciente e da família num lugar só e ao mesmo tempo. É uma forma de acolhimento maior e permite uma interação muito maior entre a equipe, o paciente e a família.


Existem dados que mostrem o quanto os cuidados paliativos influenciam na resposta do paciente, seja no aumento da vida ou na aceitação da morte?

No Brasil não temos grandes trabalhos que avaliem isso e contribuam para a criação de uma forma de medir o impacto dessa atividade no país. Mas na literatura internacional já existem trabalhos que comprovam três resultados comuns no momento em que a equipe agrega o paliativo ao tratamento do paciente: aumento da qualidade da vida, alívio dos sintomas e melhora do gerenciamento dos recursos de saúde.

Ou seja, você evita a realização de tratamentos que para aquela pessoa não estão adequados as suas expectativas e valores. Uma frase que sempre falamos em cuidado paliativo é: "Não é que não existe mais nada que fazer, o que muda é a maneira de fazer". Ao invés de apontar a cura como único tratamento, trabalhamos com outras opções para essas pessoas.





Grupo oncoclínicas 


Somente o planejamento urbano viabiliza a mobilidade


O ritmo de crescimento das cidades ao redor do mundo e os problemas dele decorrentes, como falta de saneamento, habitação precária, degradação do meio ambiente e insegurança, têm sido objeto frequente dos mais variados debates, com o propósito de se encontrarem soluções técnico-financeiras que levem mais bem-estar aos cidadãos.

Um dos assuntos mais falados atualmente refere-se à mobilidade urbana. O tema está na moda! Morar numa cidade grande onde o sistema de transporte coletivo não atende às necessidades de seus habitantes é um ônus insuportável a médio e a longo prazo. Perder horas no trânsito por excesso de veículos, estar sujeito a assaltos e às intempéries ou ser surpreendido por falha dos ônibus e trens são situações que ninguém está mais disposto a enfrentar. Daí as inúmeras propostas, públicas e privadas, novas e antigas, que têm pautado o desenvolvimento e crescimento das cidades brasileiras, como o metrô, corredores de ônibus, Uber, carros e bicicletas pay-per-use, patinetes elétricos e aplicativos GPS.

O metrô é o meio de transporte mais seguro, veloz e eficiente, mas o mais caro. Um quilômetro custa algumas centenas de milhares de dólares, podendo chegar a um bilhão, dependendo das circunstâncias e dificuldades da obra (no caso da Linha 4 de São Paulo, o valor médio é de U$S 220 milhões). Ademais, trata-se de um investimento de longo prazo. Portanto, é uma solução somente para cidades de grande porte, com forte adensamento demográfico e recursos financeiros.

Os corredores de ônibus são bem mais viáveis, face à rapidez da implantação e custo menor (US$ 10 milhões por quilômetro, em média). O BRT (Bus Rapid Transit), como é chamado, tem sido adotado em alguns municípios, como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Não obstante ser uma alternativa mais econômica, ainda assim exige o aporte de volumosos recursos.

Outra solução é o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), recém-inaugurado nas cidades do Rio de Janeiro e Santos. Trata-se de um modelo intermediário entre o metrô e os corredores de ônibus, mas de certa forma limitado, devido à rigidez de percurso e interferência nas ruas e equipamentos públicos de superfície. É uma opção urbanística para curtos trajetos e com forte impacto turístico.

Excetuando-se os sistemas de transporte de massa, restam propostas acessórias como o Uber, carros e bicicletas pay-per-use. Um exemplo foi o recente investimento que São Paulo realizou na construção de mais de 400 quilômetros de ciclovias (diga-se que mais de 90% referem-se a ciclofaixas, inseguras e de difícil manutenção). Embora conceitos simpáticos e de apelo tecnológico-ambiental, como já dito, são individuais e elitistas.

Em São Paulo, uma das cidades mais afetadas pela precariedade dos deslocamentos urbanos, teríamos, ainda, uma alternativa sequer cogitada: a navegabilidade dos rios Pinheiros e Tietê. O seu uso agregaria imenso potencial para desafogar o trânsito, proporcionando meio seguro, barato e rápido de transporte coletivo.

Não há solução fácil e imediata para a mobilidade. Mas, sem dúvida, um dos mais importantes fatores para diminuir as viagens, apesar de muito pouco abordado, é o planejamento urbano, em especial de longo prazo. Cidades compactas, onde as distâncias entre os locais de moradia, trabalho, escolas, comércio e serviços são mais curtas, o adensamento populacional mais intenso e o uso do solo mais diversificado, apresentam melhores condições de deslocamento, melhor saúde de seus moradores, que andam mais a pé e de bicicleta, vencendo o sedentarismo, e menos poluição pelo não uso do automóvel.

O Centro de São Paulo poderia servir como bom exemplo de cidade compacta. Há anos, o município luta para melhorar a região, mas sem êxito. Uma sugestão seria instituir potenciais construtivos muito superiores aos hoje existentes, tanto para uso residencial, como comercial e de serviços, privilegiando o uso do transporte coletivo já existente (metrô e ônibus) e tornando a área amigável durante o dia e a noite. Com inovação e criatividade, podemos achar soluções de mobilidade mais econômicas e de curto prazo. O planejamento urbano pode ser um grande aliado.






Luiz Augusto Pereira de Almeida - diretor da Fiabci/Brasil e diretor de Marketing da Sobloco Construtora.

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