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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

18 mitos e Verdades sobre a endometriose





1 - É fácil diagnosticar a endometriose 

Mito: não é fácil diagnosticar a endometriose. É comum que demore até cerca de 8 anos, essa é a média esperada para o diagnóstico da endometriose. Essa é uma das primeiras dificuldades na vida reprodutiva da mulher: o diagnóstico não ser feito precocemente. Uma mulher que chega ao consultório de um ginecologista reclamando de cólica, menstruação irregular e infertilidade, as chances de ter endometriose são muito altas. Se ela acrescentar cólicas muito fortes, abdômen inchado, dor ao evacuar, dor para urinar e dor durante a relação sexual, essa paciente deve ter endometriose profunda. Se o médico estiver atento, o diagnóstico não será difícil, pois a endometriose será uma possibilidade bastante provável.


2 - É normal que os períodos da menstruação sejam extremamente dolorosos 

Verdade: mulheres com endometriose se referem a cólicas fortes durante a menstruação. Portanto, se uma mulher estiver sentindo uma dor severa e que não encontra alívio com medicação, a endometriose pode, sim, ser a causa do problema. O melhor é marcar uma consulta com o ginecologista. 


3 - Os sintomas estão sempre presentes em mulheres com endometriose 

Mito: nem sempre, algumas mulheres não sentem dor alguma, elas só vão perceber que têm endometriose quando forem ao ginecologista e ele pedir um exame de ultrassom de rotina.


4 - Terapias complementares não têm lugar no tratamento da endometriose

Mito: são sempre alternativas possíveis. Porém, o tratamento da endometriose é basicamente cirúrgico, por vídeolaparoscopia, no qual se ressecam as lesões endometrióticas. Podem ser complementos, além dos medicamentos convencionais, terapias como acupuntura, naturopatia e ioga. Porém, sem o tratamento cirúrgico não haverá resultado. 


5 - Mulheres com endometriose não podem ter filhos

Mito: cerca de 30% das mulheres com endometriose têm dificuldade em engravidar. Quando se realiza uma pesquisa correta, por meio de exames complementares, como ultrassom e ressonância magnética, é possível diagnosticar em detalhes a doença e, em seguida, realizar a cirurgia ressecando esses focos de endometriose. Após esse tratamento, a mulher pode engravidar, mas é importante que não se esqueça de avaliar também outros problemas de infertilidade, como obstrução tubária, trombofilias, fator ovulatório e fator masculino. Muitas vezes se foca tanto na endometriose que se esquece de verificar a fertilidade do homem.


6 - Gravidez cura endometriose

Mito: este é um dos maiores mitos sobre o problema. Gravidez não cura endometriose. Pode amenizar os sintomas, mas a melhora só é possível com a realização da cirurgia e, mesmo assim, não há garantia de cura da doença. Isso porque os sintomas podem ser amenizados, mas se for algo provisório, a doença pode voltar com o tempo.


7 - Histerectomia cura endometriose 

Mito:  a endometriose é um tecido endometrial fora do útero. A remoção do útero e/ou dos ovários, sem remover os importantes focos de endometriose não levará à cura. Portanto, histerectomia não cura endometriose, e é um erro gravíssimo acreditar que tirar o útero será a solução para a doença.


8 - Mulheres com endometriose devem evitar exercícios físicos

Mito: pelo contrário, o exercício físico ajuda a melhorar a vascularização e a circulação sanguínea, isso pode amenizar o mal-estar e as cólicas. Mulheres com endometriose devem, sim, realizar exercícios físicos. Além disso, podem tomar outras atitudes como manter uma dieta alimentar adequada.


9 - Adolescentes não têm endometriose

Mito: muito pelo contrário. Muitas já têm sintomas de endometriose no início da adolescência e é fundamental que se faça um diagnóstico precoce para se evitar as complicações futuras, como a infertilidade e o comprometimento de outros órgãos. Isso porque, em casos de endometriose mais avançada, é necessário fazer cirurgias muito mais agressivas. O diagnóstico precoce da endometriose é fundamental e não deve ser descartado porque a paciente é adolescente.


10 - Mulheres com endometriose sofrem dor somente durante o período menstrual.

Mito: a dor pode ser intermitente ou contínua. Ela é mais frequente nos períodos menstrual e pré-menstrual. Às vezes, pode ocorrer durante ou após a atividade sexual, o que é mais comum quando houver um comprometimento do intestino ou bexiga, ou regiões próximas ao fundo da vagina.


11 - Endometriose é mais comum entre mulheres caucasianas na faixa dos 20 e 40 anos.

Mito: até meados do século 20, pensava-se que o problema existia apenas em mulheres brancas. Isso acabou sendo resultado da falta de cuidados médicos contínuos para muitas mulheres afrodescendentes. Hoje, inclusive, se entende que qualquer mulher, de qualquer etnia, adolescente ou mais velha, pode ter endometriose.


12 - A endometriose não tem cura

Verdade: infelizmente, não há cura. Quando a endometriose é diagnosticada criteriosamente e existe o mapeamento da doença por meio de exames complementares, como ressonância magnética eultrassom, e um bom exame ginecológico, pode se realizar uma cirurgia bem detalhada para que se ressequem todos os focos da endometriose. Mulheres que passaram por uma cirurgia bem indicada e pelas mãos de profissionais qualificados, alcançam uma cura provisória por muitos anos. E pode ser até que nunca mais tenham endometriose, mas não de pode descartar que existe chance de a doença voltar.


13 - A endometriose afeta apenas os órgãos pélvicos.

Mito: embora a endometriose encontra-se principalmente na região pélvica, pode ser descoberta em outros órgãos, como diafragma, pulmão, parede abdominal, estômago e até mesmo nos olhos. 


14 - Qualquer ginecologista pode efetivamente tratar a endometriose.

Parcialmente verdade: os ginecologistas, de um modo geral, estão preparados para o diagnóstico e para o tratamento, desde que estejam atentos aos sintomas e saibam mapear a doença. Porém, o tratamento cirúrgico, feito por laparoscopia, deve ser realizado por profissionais qualificados que tenham experiência em laparoscopia e em cirurgia pélvica. Encontrar um especialista em endometriose pode ser fundamental para o sucesso do tratamento.


15 - A endometriose sempre piora.

Parcialmente verdade: para algumas mulheres, sim, pode piorar. Isso porque muitas vezes a endometriose se comporta como uma doença benigna, progressiva e invasiva. Ou seja, ela vai invadindo os órgãos com o passar do tempo. Por isso o diagnóstico precoce é fundamental.


16 - Menopausa cura a endometriose.

Mito: a diminuição dos níveis hormonais pode amenizar a endometriose, porém, os focos vão permanecer. No caso de uma reposição hormonal, comum na menopausa, esses focos poderão retroceder a endometriose, abrandar a dor, diminuir o inchaço, amenizando os sintomas, mas não cura a doença.


17 - É comum confundir a endometriose com a síndrome do intestino irritável (SII)

Verdade: pode acontecer em uma fase inicial, pois os sintomas intestinais podem ser confundidos. Faz parte do diagnóstico diferencial verificar se a dor pélvica é uma endometriose, um problema intestinal ou até mesmo um problema urinário. Entretanto, com os exames complementares de ultrassom e ressonância magnética, é possível diferenciar uma da outra. 


18 - A endometriose pode ser prevenida

Mito: não existe uma maneira de se prevenir. Porém, ter bons hábitos, boa alimentação e rigor no estilo de vida pode amenizar sintomas ou diminuir a chance dela surgir.







Fonte: Arnaldo Schizzi Cambiaghi - diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. Também é autor de diversos livros. 

Pacientes com câncer podem fazer parte de pesquisas clínicas


Em Itajaí, há estudos aplicando medicações em pessoas com  metástase, câncer de pulmão e colorretal


A ciência e a tecnologia têm buscado soluções que possam facilitar e resolver problemas do mundo moderno. Na medicina não é diferente. O setor procura alternativas que tratem e curem doenças. Neste segmento, surge o estudo clínico, processo que aplica - em fase de testes - novas medicações em pacientes, antes das mesmas serem lançadas no mercado. Um processo seguro, com acompanhamento médico, e de graça.  

A cidade de Itajaí sedia o local referência nessas aplicações no sul do país, é o Centro de Novos Tratamentos, que está com três pesquisas abertas recrutando pessoas, maiores de 18 anos, com diagnóstico de  câncer e queiram fazer parte desse método. O grande diferencial desses tratamentos é a busca pela redução do efeito colateral, garantindo qualidade de vida inclusive no processo de aplicações dos remédios. Além dos excelentes resultados alcançados no que se refere a diminuição de tumores e  possibilidade de elevação da sobrevida do paciente.

O mais comum de todos os tumores malignos, o câncer de pulmão, tem medicação disponível. As doses são efetuadas no Centro de Novos Tratamentos Itajaí que recebe até a próxima sexta-feira, dia 17/08/2018, interessados em fazer parte dos estudos e receber, sem custo, as aplicações por meio de protocolo de pesquisa clínica. A técnica utiliza o próprio sistema imunológico para destruir o tumor, aumentando a expectativa de vida. As pesquisas comprovam que indivíduos que ainda não passaram por quimioterapia têm resultados ainda mais eficazes. Esse tipo de câncer aumenta 2% por ano em todo o mundo. Neste ano, segundo o INCA - Instituto Nacional do Câncer - , serão 31.270 brasileiros com o diagnóstico. 

O INCA afirma também que em 2018, o Brasil terá 36.360 casos de câncer Colorretal, tumores no intestino grosso e no reto. E a região Sul é a segunda com maior número de pacientes com diagnóstico, serão 6.730. Para tratar a doença, o Centro de Novos Tratamentos Itajaí também está com estudos abertos recrutando de graça homens e mulheres com esse tipo de neoplasia. Os testes da medicação iniciaram em 2016 e encerram em julho do ano que vem. No mundo, 645 pessoas receberão as doses que combatem a doença, que é a 4ª principal causa de morte por câncer no país.

Para as pessoas com metástase, uma patologia que causa muita dor, o Centro de Novos Tratamentos, do mesmo modo, está chamando os pacientes para fazerem parte do estudo - que está na 3ª fase e busca diminuir o sofrimento. O medicamento utilizado na pesquisa age juntamente com a morfina ou outros medicamentos desta classeporém ele é oferecido em doses aplicadas de 2 em 2 meses, enquanto na morfina o uso é diário e muitas vezes não é eficaz para tratamento total da dor. No Brasil há somente 8 lugares que fornecem, sem custo e com acompanhamento médico esse medicamento e o único de Santa Catarina é o Centro de Novos Tratamentos Itajaí. Os outros ficam: 6 no estado de São Paulo e 1 no Rio Grande do Sul.

Todo medicamento que hoje está no mercado, nas prateleiras das farmácias, já passou por testes e estudos, como estes citados. O processo é fundamental para comprovar o quão eficaz é o produto. Mas o Brasil ainda precisa evoluir neste item, mesmo tendo o 6º maior mercado mundial de medicamentos. Entraves e burocracia fizeram com que o país perdesse, nos últimos 7 anos, 242 estudos clínicos, ou seja, cerca de 12.844 pacientes deixaram de ser atendidos, segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa - Interfarma. Uma perda grande para a sociedade, que poderia ter curado muitos doentes e para a medicina que deixou de evoluir.

Uma ideia de quanto precisamos crescer, é que no Brasil leva-se, em média, 12 meses para aprovação de pesquisa, enquanto nos Estados Unidos o tempo é de menos de três meses. 

No mundo há 390,25 mil estudos em andamento. Para mantê-los ativos é necessário, além de apoio do governo, que os pacientes recorram aos tratamentos disponíveis na pesquisa clínica, para que os investimentos prossigam na área e a evolução na saúde aperfeiçoe  cada vez mais.



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