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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A cada hora, 6 pacientes morrem por erros e falhas nos hospitais no Brasil. Desses, 4 poderiam ser evitados, mostra Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar


Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa FELUMA - Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais – e pelo IESS sugere agenda para enfrentamento do problema


Somados, os hospitais públicos e privados do Brasil registraram, em 2017, seis mortes, a cada hora, decorrentes dos chamados "eventos adversos graves", ocasionados por erros, falhas assistenciais ou processuais ou infecções, entre outros fatores. Desses, mais de quatro óbitos seriam evitáveis. Os números integram o 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais. Em virtude da adequação e aperfeiçoamento metodológico, os números da segunda edição não são comparáveis à anterior. Com base na metodologia, é possível afirmar que as estimativas apontadas no trabalho são "conservadoras".

Os autores destacam que o Anuário tem o objetivo de mensurar os problemas assistenciais e gerenciais hoje vividos pelas estruturas de saúde do Brasil e, a partir daí, sugerir medidas de aperfeiçoamento do sistema. Entre os eventos adversos graves captados com mais frequência pelo Anuário estão septicemia (infecção generalizada), pneumonia, infecção do trato urinário, infecção do sítio cirúrgico, complicações com acessos, dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas como hemorragia e laceração. Além disso, entre os principais eventos adversos graves, cinco não contam com qualquer programa de prevenção ou combate, tanto no SUS quanto na rede privada: parada cardiorrespiratória prevenível; insuficiência renal aguda; aspiração pulmonar; hemorragia pós-operatória; e, insuficiência respiratória aguda.

"Os eventos adversos são inerentes a qualquer serviço de saúde, mesmo nos melhores e mais sofisticados sistemas do mundo. Não se trata, portanto, de buscar culpados, mas, de propor medidas que enfrentem o problema. Por isso, propomos agenda focada em investimentos em processos e controles e em políticas públicas de qualidade assistencial e de segurança do paciente", afirma Renato Couto, médico, professor da Pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, diretor do IAG Saúde e um dos responsáveis pelo Anuário.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, acrescenta a necessidade de se avançar em uma agenda de transparência do sistema de saúde, exatamente para que os usuários do sistema possam fazer as melhores escolhas. "No Brasil, temos proporcionalmente mais eventos adversos do que outros países e, mais grave, a falta de transparência de informações de qualidade e desempenho impede a comparação entre os prestadores, o que é ruim para o sistema e para o cidadão", analisa. "Nosso objetivo está em avançar em uma agenda de transparência para colaborar para as escolhas de quem usa o sistema de saúde", sustenta.

Considerando todo o sistema hospitalar do País, 54,76 mil mortes foram causadas pelos eventos adversos graves, sendo que 36,17 mil poderiam ter sido evitadas. A título de comparação, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública informou que, em 2017, o Brasil registrou 7 mortes violentas intencionais por hora. Portanto, as mortes nos hospitais brasileiros geradas por esses erros e falhas processuais estão em um patamar bastante próximo ao das mortes provocadas pela violência. Outro parâmetro comparativo, no caso, na área da saúde: o câncer mata de 480 a 520 brasileiros por dia, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). As doenças cardiovasculares são consideradas a principal causa de falecimento no Brasil e no mundo, ocasionando o óbito de 950 brasileiros por dia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

"O fato de os hospitais analisados no estudo serem considerados 'de primeira linha' e apresentarem esses números indica que a média nacional projetada a partir da amostra estudada provavelmente está subestimando o problema. É possível que ainda mais brasileiros morram por eventos adversos do que o detectado", pondera Carneiro.


Custo financeiro

As vidas perdidas, sem dúvida, são o principal motivo para combater os eventos adversos. Contudo, o Anuário projeta que esses eventos consumiram R$ 10,6 bilhões apenas do sistema privado de saúde. Não foi possível estimar as perdas para o SUS porque os valores pagos aos hospitais se originam das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs) e são fixados nas contratualizações, existindo outras fontes de receita não operacionais, com enorme variação em todo o Brasil.

O superintendente executivo do IESS aponta que um dos principais determinantes para esse desperdício é o modelo de remuneração de prestadores de serviço adotado no País, o fee-for-service. "Estamos premiando o desperdício", resume. "No modelo fee-for-service, as organizações inseguras, com maior incidência de eventos adversos e que apresentam piores índices de recuperação da saúde dos pacientes, são recompensadas com um aumento das receitas pelo retrabalho", analisa. "Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo não paga, desde 2008, pelos gastos gerados por 14 tipos de eventos adversos", aponta Couto. "É natural que se os gastos partiram de um erro do hospital, a entidade arque com esses custos adicionais ao invés de transferi-los ao paciente que já está sentindo o problema da pior maneira possível, na própria saúde", completa.

O Anuário aponta que uma das principais dificuldades estruturais para essa mudança está nas regras que regem o sistema de saúde suplementar. A norma definida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) restringe o descredenciamento de prestadores, exigindo substituição equivalente ou superior, inibindo a concorrência. Como não há indicadores de qualidade e transparência no setor, até mesmo esse critério pode ser aperfeiçoado a partir da publicidade dessas informações.


Custo em leitos-dia

Além das vidas perdidas por eventos adversos e dos pacientes que tiveram sua recuperação ou sua qualidade de vida afetada, esse problema ainda determina um elevado impacto em leitos-dia para o sistema de saúde brasileiro, uma vez que essas situações também impactam no tempo de recuperação dos pacientes. Impedindo que mais pacientes sejam atendidos.

De acordo com o estudo, cada evento adverso grave determina a extensão do período de internação em média em 14,4 dias (16,4 dias para pacientes no SUS e 10,5 dias para pacientes na rede privada).

Com isso, ao longo de 2017, foram consumidos 14,3 milhões de leitos-dia em função de eventos adversos. Sendo 4,7 milhões em razão de eventos adversos graves. "Considerando o período normal de internação para pacientes que não passaram por eventos adversos encontrados no estudo, de 6 dias para o SUS e 3,5 dias para a rede privada, conseguiríamos atender aproximadamente mais 7,7 milhões de pacientes (2,9 milhões relacionados a eventos adversos gerais e mais 4,7 milhões relacionados a eventos adversos graves) sem aumentar os gastos ou ampliar a rede", destaca Couto.

O médico e pesquisador do Feluma alerta, ainda, que o Brasil contou com 165,9 milhões de leitos-dia em 2017, mas só utilizou 96,6 milhões. Uma ociosidade de 41,8%. "Está claro que precisamos repensar a distribuição da rede de saúde", argumenta Couto. "O racional seria focarmos as internações em centros de excelência maiores, ao invés de distribuir leitos por todas as cidades. Isso contribuiria para a racionalidade do sistema, reduzindo custos e concentrando profissionais qualificados em ambientes com maior controle de processos. O que tende a reduzir também a ocorrência de eventos adversos", explica.


Nota metodológica

2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil foi calculado com base em uma amostra de 456.396 pacientes internados em hospitais da rede pública e privada ao longo de 2017. Os dados foram coletados junto a instituições localizadas em municípios de grande porte e com IDH acima da média nacional. Com isso, é possível que os números nacionais sejam maiores do que os encontrados.







Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.




Sobre a Feluma
A Fundação Educacional Lucas Machado – FELUMA é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que se dedica às atividades de ensino, pesquisa e assistência social por meio da prática educacional aplicada à saúde. É mantenedora da Faculdade Ciências Médicas, que há 68 atua no ensino da área médica. O Instituto Feluma será um núcleo de inovação criado para desenvolver soluções que visam apoiar a gestão de sistemas e serviços de saúde públicos e privados em todo o Brasil.



PÉ DIABÉTICO, UM PROBLEMA GRAVE QUE ATINGE MAIS DE 27 MILHÕES DE DIABÉTICOS


Segundo a Internacional Diabetes Federation (IDF), a amputação é 10 a 20 vezes mais comum na população com diabetes do que na população geral


O diabetes é uma doença silenciosa que, quando não tratada e controlada, gera inúmeras complicações. Segundo dados publicados na oitava edição do Diabetes Atlas, desenvolvido pela Federação Internacional de Diabetes, existem 435 milhões de diabéticos no mundo e a previsão é que até 2045 esse número suba para 629 milhões. Só no Brasil, quinto país em número de indivíduos com diabetes acima de 65 anos, já são 12,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença.

A quantidade de pessoas com a doença no país e no mundo é um dado preocupante. Porém, quando avaliamos os números de mortes causadas por complicações do diabetes, a situação fica ainda mais alarmante. Só no ano de 2017, foram registrados 4 milhões de mortes causadas por problemas de saúde relacionados ao diabetes.Dentre as complicações mais sérias estão: a retinopatia diabética (perda de visão), a nefropatia (lesão ou doença nos rins), a neuropatia (quando os nervos não funcionam corretamente) e o pé diabético (feridas de difícil cicatrização nos pés que podem levar a desbridamentos ou até mesmo amputação do membro).

O pé diabético, apesar de parecer mais simples, é uma complicação que atinge cerca de 27 milhões de pessoas. Definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma infecção, ulceração ou destruição dos tecidos profundos dos pés, associada a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica, a complicação se não tratada corretamente pode infeccionar e evoluir para amputação. Pesquisas apontam que a amputação do membro inferior é de 10 a 20 vezes maior na população com diabetes do que na população geral.

O paciente diabético precisa tomar muito cuidado com a “saúde dos pés”. Além da dificuldade de cicatrização, ele pode sofrer com a neuropatia diabética - uma complicação que causa formigamento, fraqueza e perda de sensibilidade. “A neuropatia dificulta a percepção do calor, frio e até mesmo de pequenos traumas. Quando o paciente percebe, ele já pode estar com uma lesão grande e evoluída”, alerta Dr. Matheus Cavichioli, cirurgião vascular na clínica Endovascular São Paulo.
O caso de um paciente atendido pelo doutor Cavichioli, mostrou a importância de se falar sobre o assunto e alertar as pessoas, principalmente os diabéticos, sobre os riscos que um simples ferimento nos pés pode causar e como é necessário um tratamento rápido e eficiente para conseguir uma boa recuperação e evitar a amputação.

“Tratei de um paciente, de 72 anos, com histórico de hanseníase na juventude. Como sequela da doença, ele perdeu a sensibilidade dos pés e desenvolveu uma grande ferida no local. Fizemos várias cirurgias e curativos intensivos para tentar fechar a ferida, porém quando ele voltava a andar ou, simplesmente, apoiar o pé no chão, a feriada abria novamente. Só conseguimos uma cicatrização total quando optamos pelo tratamento com bota ortopédica TCC –EZ logo após a cirurgia. A bota evita atrito e sobrecarga no ponto de maior pressão da ferida, interrompendo o ciclo da úlcera e possibilitando um resultado de 100% de cura. ”, relata o cirurgião vascular.
A boa notícia é que esse novo produto, já muito utilizadas no exterior, está chegando ao Brasil e poderá ser utilizada em tratamentos de pacientes pés diabéticos ou qualquer outra doença que envolva lesões graves nos membros inferiores. Um produto novo no mercado brasileiro, de alta tecnologia, que visa evitar a amputação.

Sua utilização diminui a pressão plantar em até 69% no início do tratamento. Sua aplicação dura cerca de 10 minutos e o paciente deve ficar com o curativo, assim conhecido popularmente, durante 7 dias. Após este período, o médico faz uma nova avaliação e verifica a necessidade de realizar a troca por uma espécie de “refil” da bota.

O TCC-EZ possui um sistema Total Contact Cast, capaz de proporcionar maior proteção ao ferimento. Ele cria uma câmara de cicatrização natural, o que garante a cicatrização ativa da ferida e proporciona um ambiente seguro para o pé, interrompendo o ciclo da úlcera, e possibilitando um resultado de 100% de cura. Há pouco tempo no mercado brasileiro, o TCC –EZ está sendo distribuído pelo Grupo Suprimed e sendo utilizado por renomados médicos e hospitais de todo o país. 


15.08 Dia Mundial de Conscientização sobre o Linfoma: doença pode ser diagnosticada precocemente com ajuda da Medicina Nuclear


Mês de agosto foi escolhido para tirar dúvidas e conscientizar a população sobre a condição


O linfoma é um câncer que afeta o sistema imunológico e se divide em dois grupos: linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin, que abrange mais de 40 tipos de tumores - as diferenças entre eles está nas características das células malignas e essa diferenciação só é possível após a biópsia e análise das células cancerígenas.

No Brasil, a condição ainda causa muitas dúvidas e por isso a Campanha Agosto Verde foi criada para conscientizar a população sobre a doença, além de reforçar a importância do diagnóstico precoce e as opções de tratamento e cura disponíveis. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência de novos casos permaneceu estável nas últimas cinco décadas, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 70 devido aos avanços no tratamento.


Como a Medicina Nuclear pode ajudar

O aumento indolor dos linfonodos (ou ínguas) em diversas partes do corpo como pescoço, porção superior do peito, interior do tórax, axilas, abdome ou virilha, estômago, pele, cavidade oral, intestino delgado e sistema nervoso central (SNC), é um sintoma do linfoma. Mais comum na idade adulta jovem (entre 25 e 40 anos), a doença tem tratamento e chances de cura, principalmente com um diagnóstico precoce.

A Medicina Nuclear tem um papel fundamental na identificação e tratamento dos linfomas, pois permite a caracterização funcional de tecidos, informações úteis no seguimento e avaliação de resposta terapêutica dos pacientes. Um dos principais métodos utilizados é um exame conhecido como PET/CT.

"Ao permitir a caracterização funcional e metabólica dos tecidos, a Medicina Nuclear complementa os dados anatômicos de outros métodos de imagens e, desta forma, auxilia no diagnóstico, acompanhamento e otimização do tratamento dos pacientes com linfoma", explica o médico nuclear e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Barberio Coura Filho – responsável clínico da Dimen SP (www.dimen.com.br).


PET/CT com rádiofármaco 18F-FDG

O exame de PET/CT reúne uma Tomografia por Emissão de Pósitrons e uma Tomografia Computadorizada com radiofármacos que são captados pelas células cancerígenas. Com isso, o PET/CT consegue localizar os sítios de concentração do câncer, pela incidência do radiofármaco no organismo.

Para a identificação do linfoma, o radiofármaco utilizado é o 18F-FDG, administrado na veia do paciente, que é constituído por uma molécula com estrutura química muito semelhante à glicose, sendo o radiofármaco mais utilizado em oncologia, uma vez que as células da maior parte dos tumores malignos expressam aumento da concentração de glicose.

De acordo com George Coura, o PET/CT pode ajudar a avaliar se a doença evoluiu para determinar qual o melhor tratamento para combater o câncer e garantir maior qualidade de vida ao paciente. "Esta tecnologia nos permite conhecer a localização exata do câncer e determinar sua extensão, o que possibilita escolher o tratamento correto para o tipo de lesão", explica o especialista. O tratamento do linfoma de Hodgkin, por exemplo, consiste em quimioterapia e radioterapia. Já para o linfoma não-Hodgkin pode ser tratado com o uso de um anticorpo monoclonal em combinação com quimioterapia (esquema conhecido como R-CHOP).






Fonte: DIMEN


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