Em um mundo cada vez mais pluralizado, as
empresas precisam combater a homofobia para se estabelecerem em uma sociedade
diversificada
O
dia 17 de Maio, Dia Internacional do Combate a Homofobia, é icônico para a
comunidade LGBTQ (gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e queer). Nessa
mesma data em 1990, a homessexualidade foi retirada da Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde
(CID), classificação ligada à ONU (Organizações das Nações Unidas). Esse marco
foi significativo contra a homofobia, mas o combate à intolerância com relação
à orientação sexual e a identidade de gênero está presente até hoje. Para dar
cada vez mais visibilidade à temática, a Eureca, consultoria especializada em
processos de educação e seleção, aponta como as empresas podem melhorar na
inclusão e representatividade.
Segundo
o Center For Talent Innovation, 61% dos colaboradores LGBTQ escondem sua
sexualidade ou identidade de gênero. "Isso é um reflexo do temor que as
pessoas sentem de terem seus méritos diminuídos por conta da sua sexualidade.
As empresas devem se atentar a isso. Como ter um colaborador produtivo e
engajado se ele se sente acuado?" reflete Dario Neto, CEO da Eureca.
Muitas vezes, essa omissão começa desde o processo seletivo pelo medo de ser
rejeitado por um recrutador preconceituoso. O primeiro passo de uma empresa
pode ser analisar os processos seletivos feitos e refletir em como a
receptividade com o público LGBTQ vem sendo feita.
Os
processos seletivos são a porta de entrada do futuro colaborador e é nesse
primeiro contato que ele tem uma real proximidade com a cultura e valores da
empresa. Atualmente há a valorização de uma cultura empresarial altruísta e
empática. A inclusão de maior diversidade no quadro de colaboradores pode
ajudar a empresa a aumentar sua visão de mercado. E além do impacto social, há
a perspectiva mercadológica e a intolerância custa muito caro: a homofobia
custa pelo menos U$ 405 bilhões à economia brasileira, segundo o site Out Now
Global.
Melhorar
esse contato e fazer com que pessoas LGBTQ conquistem seus espaços faz com que
a empresa se reinvente e se torne atraente para a juventude no geral. Por
exemplo, a seção de RH pode investir em projetos e ações que mostrem que esse
público tem voz dentro da empresa. "A maioria dos jovens não querem apenas
trabalhar, mas também almejam sentir que estão fazendo a diferença no
mundo" afirma Dario. Em 2012, a cidade do Rio de Janeiro fez um processo
seletivo chamado "Rio Sem Homofobia", o projeto visava contratar 26
profissionais e durante todo o projeto houveram mais de 600 interessados.