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sexta-feira, 6 de abril de 2018

Brasil registra aumento dos casos de diabetes em mulheres¹


O número de diagnósticos saltou de 6,3% para 9,9% em uma década. O dado é preocupante, pois a doença aumenta substancialmente os riscos de morte por doença cardiovascular


Apesar de não distinguir sexo e acometer homens e mulheres, levantamento recente do Ministério da Saúde apontou um dado alarmante: o número de casos de diabetes em mulheres saltou de 6,3% para 9,9%, entre 2006 e 2016, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens no mesmo período¹. Como até 80% dos pacientes com diabetes morrem em decorrência de problemas cardiovasculares (como por exemplo, infarto e derrame), a notícia preocupa por se tratar de um sério problema de saúde pública2.

"A doença de origem metabólica ainda é um pouco mais incidente nos homens3, mas, no Brasil, o cenário é diferente, remetendo a um questionamento inevitável: por que as brasileiras têm dominado os diagnósticos do diabetes?", indaga o cardiologista Rodrigo Noronha. Existe uma série de causas para essa prevalência: a maioria está relacionada ao modo de vida de cada indivíduo2. Para o médico, o fato de as mulheres acumularem funções e estarem sobrecarregadas interfere negativamente neste cenário.

Além de cuidar da família e das tarefas domésticas, mesmo que as coordenando à distância, a mulher concentra cada dia mais tarefas e ainda está inserida no mercado de trabalho. "Com essa agenda atribulada, o estresse é inevitável e vem acompanhado do aumento do consumo de comidas industrializadas, devido à própria correria do dia a dia, o que pode levar à obesidade. A falta de atividade física regular também piora a situação", informa.

Além disso, relata o especialista, quando as mulheres descobrem o diabetes, em geral, já estão com os demais fatores de risco da patologia em estágios avançados. "Além dos quilos extras e da vida sedentária, elas, em geral, já apresentam níveis alterados do colesterol e de triglicérides, quadro de hipertensão arterial e acumulam a temida gordura visceral", destaca.

Para ter uma ideia: pesquisa do Ibope Inteligência indicou que menos da metade dos entrevistados, apenas 42% das pessoas citaram as doenças cardíacas como as consequências mais relevantes do diabetes, e, mesmo entre as pessoas já diagnosticadas com a doença, somente 56% delas fizeram essa associação3.

O próprio envelhecimento, por outro lado, também pode explicar esse crescimento do diabetes entre as mulheres, afinal a expectativa de vida aumentou nos últimos anos5. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento da expectativa média de vida para o brasileiro foi de 74,9 anos para 75,2 anos, entre 2013 e 2014. E o que nem todo mundo sabe é que as alterações hormonais comuns na menopausa não só multiplicam os riscos para o diabetes tipo 2, como consequentemente tornam as mulheres mais suscetíveis ao desenvolvimento das doenças do coração4.

"Isso ocorre porque o estrógeno, hormônio feminino que sofre uma queda progressiva durante o climatério, tem efeito protetor tanto para o diabetes como para as doenças cardiovasculares. Além de função vasodilatadora, o estrógeno evita o acúmulo do LDL (colesterol ruim) e aumenta o HDL (colesterol bom)", esclarece o Dr. Noronha.

Portanto, além de incluir atividade física regular no cotidiano, e optar por uma dieta equilibrada, rica em vegetais, grãos, pouca gordura e carboidratos, as mulheres devem se informar mais sobre a patologia, procurando um médico para que possam entender a relação entre o diabetes e o coração. "Assim fica mais fácil identificar o diabetes tipo 2 o quanto antes, evitando os malefícios mais graves trazidos pela patologia, como as doenças cardíacas2", recomenda o Dr. Noronha.

Em relação ao tratamento do diabetes tipo 2, além do controle das taxas de glicemia, mudança de hábitos alimentares e distância do sedentarismo, hoje os pacientes têm opções medicamentosas modernas, com ações eficazes e até protetoras, como o caso da empagliflozina, por exemplo. O resultado do estudo EMPA-REG OUTCOMEâ com 7.020 pacientes, publicado em 2015 no Jornal de Medicina New England, mostrou que a empagliflozina reduziu o risco de mortes cardiovasculares em até 38% em pacientes com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular quando comparado com o placebo7,8.


Conheça os sintomas do diabetes

O diabetes é uma epidemia que acomete 422 milhões de pessoas no mundo², sendo 14 milhões de brasileiros2. Cerca de 90% dos casos do mundo são do tipo 2, adquirido com o tempo em decorrência de uma série de maus hábitos de vida, como a obesidade, o sedentarismo, níveis alterados de colesterol e triglicérides, além da hipertensão arterial2.

Segundo a endocrinologista Rosângela Roginski Réa, Professora Adjunta do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Paraná, "o diabetes tipo 2 ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina, o hormônio responsável pelo controle das taxas de glicose (açúcar) no sangue, acompanhado de uma queda na produção deste hormônio. A resistência à insulina, que dificulta a utilização do hormônio, ocorre em razão da obesidade e do envelhecimento"2.

A médica ainda destaca: "O paciente com diabetes tipo 2 costuma ser assintomático no início do quadro, e o diagnóstico precisa ser pesquisado em paciente com fatores de risco, como histórico familiar de diabetes, obesidade, idade igual ou acima de 45 anos e história de diabetes gestacional. Desta forma, a constatação de sintomas clássicos de diabetes, como fome e sede em excesso, ganho ou perda de peso, vontade de urinar com frequência, fadiga, má cicatrização, entre outros sintomas, costuma indicar que o diagnóstico está sendo feito muito tarde, quando o paciente já pode, inclusive, apresentar complicações da doença"4. Outra dificuldade: as doenças cardiovasculares não costumam ser suspeitadas em mulheres, tornando a situação mais preocupante com o aumento do número de casos de diabetes tipo 2 em mulheres".





Boehringer Ingelheim



Lilly




Referências
1. Vigitel 2016 – Ministério da Saúde. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/junho/07/vigitel_2016_jun17.pdf. Acesso em fevereiro de 2018.
2. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/ebook/component/k2/item/75-capitulo-8-atividade-fisica-no-diabetes-tipo-1-e-2-bases-fisiopatologicas-importancia-e-orientacao. Acesso em fevereiro de 2018.
3. Pesquisa Diabetes sem Complicações; 2016.
4. Diabetes UK. Disponível em: http://www.diabetes.org.uk/about_us/news_landing_page/middle-aged-men-twice-as-likely-to-have-diabetes-as-women. Acesso em fevereiro de 2018.
5. American Diabetes Association. Disponível em: http://care.diabetesjournals.org/content/40/4/440. Acesso em fevereiro de 2018.
6. World Health Organization. Disponível em: www.who.int. Acesso em fevereiro de 2018.
7. Zinman B., et al. Empagliflozin, Cardiovascular Outcomes, and Mortality in Type 2 Diabetes. N Engl J Med; 2015 10.1056.
8. European Summary of Product Characteristics Jardiance®, approved January 19, 2017. Disponível em: http://ec.europa.eu/health/documents/community-register/html/h930.htm. Acesso em março de 2018.
9. Heise T, Seewaldt-Becker E, Macha S, Hantel S, Pinnetti S, Seman L, Woerle H-J. Safety, Tolerability, pharmacokinetics and pharmacodynamics following 4 weeks' treatment with empagliflozin once daily in patients with type 2 diabetes. Diabetes Obes Metab. 2013;15:613-621.
10. Diener JRC. Calorimetria indireta. Rev Assoc Med Bras 1997; 43 (3): 245 – 253.

Cinco mitos e verdades sobre a saúde ocular


Especialista esclarece o que é mito e o que é verdade na hora de cuidar dos olhos

É verdade que pingar leite materno nos olhos do bebê ajuda a tratar conjuntivite? Entrar na piscina com lentes de contato não é recomendável? Comer cenoura pode evitar doenças oculares? Essas são algumas das muitas dúvidas que surgem quando se fala sobre saúde ocular. Por isso, a Dra. Milena Naomi, especialista do HCLOE – Oftalmologia Especializada, esclarece o que é mito e o que é verdade sobre a saúde dos olhos.

  • Poluição, stress e sol podem prejudicar a visão?
VERDADE. Segundo Naomi, são grandes vilões dos olhos no dia a dia. "A primeira pode afetar os olhos através da poeira e das pequenas partículas e impurezas suspensas no ar que ao entrarem em contato com o órgão, propiciam o surgimento de alergias oculares, irritações e lacrimejamento. Já o estresse aumenta os níveis da fadiga ocular, e pode ocasionar sintomas de visão embaçada e miopia induzida",detalha.

Quanto à exposição ao sol, o problema está na radiação solar ultravioleta, que, em níveis muito elevados pode contribuir para o aparecimento de problemas oculares como a catarata.

  • Óculos podem perder a validade?
DEPENDE. A validade de um óculos depende da mudança de grau de cada pessoa, e, para isso, não existe uma regra fixa. Algumas pessoas podem manter um grau instável por muitos anos, enquanto outras, podem ter sua visão alterada em cerca de seis meses. Dra. Milena Naomi explica que diversos fatores podem influenciar essa mudança. "Em crianças, por exemplo, o crescimento natural do olho pode afetar o grau, diminuição da acomodação da córnea, catarata, diabetes mellitus mal controlado, alteração de curvatura da córnea, entre outros. Por isso, é recomendada uma consulta oftalmológica anual para avaliar o grau e a validade do óculos", pontua.

  • Pingar leite materno nos olhos do bebê ajuda a melhorar a conjuntivite?
MITO. Este é um grande mito a respeito da conjuntivite infantil. Apesar de o leite materno ter grandes propriedades para o sistema imunológico, não é recomendada a sua aplicação nos olhos do bebê. "O ideal, nesses casos, é procurar um oftalmologista infantil para serem tomados os cuidados necessários", ressaltaa especialista. 

  • Pressão alta pode prejudicar a visão?  
VERDADE. O aumento da pressão arterial pode sim causar diversas alterações oculares importantes. A retinopatia hipertensiva é a principal doença ocular relacionada à esse sintoma, como pontua Dra. Naomi. "O aumento da pressão arterial leva a uma alteração nos vasos sanguíneos que irrigam essa estrutura. A longo prazo, após anos de hipertensão, esses vasos podem se tornar finos e rígidos, impedindo a oxigenação da retina, e em alguns casos, ocasionando até mesmo, hemorragia. O controle da pressão arterial é imprescindível para uma boa saúde ocular." 

  • Olhar para o sol pode cegar?
VERDADE. O mais perigoso nesse caso é a exposição aos raios ultravioletas, que podem causar uma espécie de queimadura no globo ocular. Esses raios, geralmente, são acentuados na areia ou na água e,por isso, é normal apresentar sintomas como lacrimação excessiva e incômodo nos olhos. Em situações esporádicas, os sintomas aparecem 36 horas após a exposição. De forma prolongada, a exposição ao sol pode causar lesão irreversível na retina, levando até mesmo, a perda da visão. Dra. Milena Naomi alerta para o risco semelhante em alguns feixes de luz. "O mesmo princípio vale para os feixes de laser artístico utilizados em shows e baladas, se forem mirados nos olhos por muito tempo", finaliza.

Presbiopia: a doença de quem chegou aos 40 anos


Pode-se dizer que a função visual é dividida em visão para longe e visão para perto. Esta última implica em imagens bem definidas até um metro de distância. A doença ocular que mais compromete a visão de perto é a presbiopia – problema muito comum em pessoas com mais de 40 anos. O sintoma mais evidente é um aumento de dificuldade em executar ações que antes não apresentavam qualquer empecilho, como fazer a barba, tirar a sobrancelha, preencher um cheque ou até mesmo analisar o cardápio de um restaurante. Ou seja, a perda de visão nessa fase da vida incomoda bastante.

Nos Estados Unidos, mais de 110 milhões de pessoas são presbíopes. No Brasil, estima-se que em torno de 75% da população adulta com mais de 40 anos apresente dificuldade para enxergar de perto. Já em termos globais, de acordo com a empresa Market Scope (2012), há cerca de 1,7 bilhões de presbíopes no mundo e esse número deve subir para 2,1 bilhões em 2020.

De acordo com Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, a maior parte das pessoas que têm presbiopia nunca ouviu falar sobre o problema ou acha que faz parte da vida – e por isso deixa de buscar ajuda especializada e conhecer as opções de tratamento. “O cristalino vai perdendo elasticidade com o passar dos anos, o cansaço visual vai tomando conta. Por isso é tão comum receitar óculos multifocais para ler e desempenhar tarefas rotineiras para quem está na ‘meia-idade’. Mas a cirurgia a laser ainda é um dos recursos mais indicados para quem quer pôr fim ao interminável troca-troca de óculos imposto pela presbiopia”.

O médico explica que, depois da cirurgia, muitos pacientes sentem como se tivessem voltado 20 anos no tempo, podendo ver filmes legendados, fazer compras e tudo quanto é atividade que exige visão de perto e meio-perto sem precisar de óculos. “Assim como qualquer outra pessoa, esse paciente só vai precisar usar óculos de sol – recomendados até mesmo para dias nublados, a fim de prevenir a agressão dos raios UV”.

O implante de lentes intraoculares para corrigir vista cansada leva menos de meia hora. Uma lente fina e circular é implantada no lugar do cristalino. “Além de corrigir vista cansada, a lente multifocal e a acomodativa corrigem problemas para enxergar de perto, média distância e de longe. Já para quem sofre de astigmatismo, as lentes tóricas são mais indicadas. E ainda existe a possibilidade de associar procedimentos refrativos, como Excimer Laser ou incisões relaxantes limbares, ao implante de lentes intraoculares. Entre seis e doze semanas após a cirurgia no segundo olho ocorre a adaptação total do cérebro e a pessoa pode desfrutar dos benefícios de enxergar bem novamente”, diz Neves.




Fontes: Dr. Renato Neves - cirurgião-oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br

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