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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Andragogia: como e por que os executivos estão aprendendo com as mãos?



Nas últimas décadas, vimos crescer o interesse geral acerca do tema da andragogia, a ciência de ensino para adultos. A realidade é que adultos e crianças aprendem de maneiras diferentes e esse conhecimento passou a ser fundamental dentro das empresas, uma vez que cresceu também o mercado de treinamento empresarial.

A palavra andragogia vem do grego Andros (adultos) + Gogos (educar). Essa ciência de educação propõem um estudo sobre o comportamento do adulto durante o processo de aprendizagem. Malcom S. Knowles, um dos maiores nomes desse campo, define a andragogia como a “arte e ciência de orientar adultos a aprender”.

Existem muitos princípios que definem a andragogia e um deles é a necessidade de saber. O adulto, diferentemente da criança, precisa entender o ganho que ele terá com o aprendizado, como ele irá usar os conhecimentos em seu dia a dia. Outro conceito importantíssimo é o papel das experiências: o adulto prefere aprender fazendo. O aprendizado será muito mais rico e valorizado se ele sentir que está co-criando, participando intensamente e contribuindo para o processo de aprendizagem dos outros.

Se analisarmos esses dois princípios da andragogia, vamos perceber porque o método Lego Serious Play (LSP) está fazendo tanto sucesso no treinamento de executivos. Além de ser uma maneira prática de aprendizagem, a técnica estimula o pensamento sistêmico aplicando a metodologia sempre para a resolução de um problema real. Essa ideia está totalmente conectada com o princípio andragógico da necessidade de saber o motivo das atividades. Outra vertente que torna o LEGO extremamente eficiente para o aprendizado dos executivos é o uso das mãos no processo.

Nossas mãos estão conectadas com 70 a 80% das nossas células cerebrais. O cérebro tem uma limitação na quantidade de informação que consegue processar de maneira consciente, no entanto, as mãos não têm esse problema com a quantidade de movimentos. Elas ajudam o cérebro a guardar informações por meio dos movimentos que fazem, auxiliando as conexões neurais a percorrerem o mesmo caminho e ajudando no processo de memorizar informações.

A técnica de aprendizagem do LSP não depende da competência verbal, típica do mundo corporativo, onde é preciso preencher “páginas em branco” com a ideia a ser desenvolvida. Ao invés disso, são usados blocos de peças de LEGO. Dessa forma, o método induz o executivo a pensar de maneira visual e literalmente com os dedos. Todo o conhecimento consegue se manifestar de maneira não verbal, por meio do movimento e do estímulo visual.

O método LSP surgiu em 1996, dentro da LEGO Company. Na época, a empresa estava perdendo mercado devido ao avanço dos jogos eletrônicos e precisava de um novo processo estratégico. Na busca por alternativas, os criadores da metodologia descobriram que poderiam usar as peças e elementos do LEGO como uma ferramenta para abordar os problemas organizacionais. Desde então, as técnicas e formas de aplicação tem sido usadas ao redor do mundo e estão conquistando cada dia mais empresas de todos os portes e grandes corporações multinacionais.

A ideia é que o método incentive o pensamento criativo, fazendo com que as peças sejam metáforas para os cenários empresariais. É possível aplicar o LSP para as infinitas demandas. Na prática, a metodologia pode ser aplicada a qualquer problema, desde relacionamento com o cliente, passando pelo planejamento estratégico, pesquisa e desenvolvimento, RH até o dia a dia da operação. Um mundo de possibilidades para o universo corporativo.





Julio Cesar Costa - fundador da Think Market e facilitador do Lego Serious Play no Brasil.





Arquiteto fala sobre os principais erros ao começar uma construção



É comum se cometer erros ao realizar uma construção, principalmente para os “marinheiros de primeira viagem”. É por isso que o arquiteto Ricardo Nunes, sócio do escritório Casa 3 Arquitetura e que possui vasta experiência na execução e gerenciamento de obras, separou uma lista com os principais erros ao se começar uma construção para que você não os cometa:


1. Abrir mão do projeto de arquitetura: há quem pense que um projeto de arquitetura é algo caro e supérfluo, o que não é verdade. Ricardo explica que o projeto, além de permitir a visualização e o entendimento do espaço proposto, contém a especificação de materiais, por exemplo, o que ajuda a evitar desperdícios e a prever custos, levando a uma economia considerável. “Além disso, ele é uma exigência da legislação que rege as construções. Abrir mão do projeto de arquitetura não só é arriscado para o processo, como também ilegal”.


2. Levar em conta só o preço ao comprar materiais: o arquiteto conta que existem vários casos em que o barato sai caro. “No projeto de arquitetura já deve constar a especificação dos materiais a serem empregados na obra, o que é fundamental para a compra. Além disso, é importante prestar atenção em todos os detalhes para saber se o produto não é só de custo e estética atrativos, como também se é de boa qualidade e se atende aos requisitos preconizados na NBR 15575, “Edificações habitacionais — Desempenho”.


3. Não se planejar: este é um erro recorrente cometido por leigos que acaba levando a custos não previstos, pois começar a construção e parar costuma encarecer a obra. Por conta disto, o planejamento é fundamental. A elaboração e o respeito ao cronograma base, assim como sua reavaliação periódica, minimizam bastante os riscos com custos extras e acréscimos de prazos. Obra parada por muito tempo significa deterioração e perda do já executado, além de retrabalho. “Isso exigirá novos gastos e tempo, o que nunca é o ideal”, explica Ricardo.


4. Contratar profissionais desconhecidos para trabalhar na obra: buscar por indicações de empresas reconhecidas no mercado é uma boa opção, assim como solicitar atestados de capacitação e visitar obras já realizadas. Quem tem um arquiteto desenvolvendo o projeto da construção com certeza terá mais facilidade em encontrar empresas capacitadas para a construção. “É comum que arquitetos conheçam várias empresas e equipes as quais possam indicar para a execução da obra”, conta Ricardo.


5. Não fazer contratos: o contrato é uma formalidade necessária, que com certeza irá contribuir para o bom andamento da obra e uma entrega dentro do prazo. “É no contrato que constam detalhes como valores, prazos, etc. Se acontece algo de errado e o proprietário não tem nem o projeto e nem o contrato, não há como verificar e comprovar o erro, podendo assim ficar com o prejuízo. Por isso, sempre recomendo ter contratos com todas as empresas e equipes envolvidas na obra”, finaliza o arquiteto.






Compliance estratégico: prevenindo ativos para não remediar passivos



Não é de hoje que a gestão empresarial é considerada um desafio aos empresários. Isso porque diversos são os empecilhos rotineiramente enfrentados por profissionais da área para que o objetivo almejado pela companhia seja cumprido. Metas, planos de ação, estratégias e resultados são constantemente delegados aos funcionários de determinadas organizações, os quais devem envidar seus maiores esforços para atingi-las.

Mas, o que necessariamente significa envidar seus maiores esforços quando lidamos com ativos e passivos de empresas? Essa resposta é simples e ao mesmo tempo delicada. Simples, pois sob o contexto particular de cada colaborador há um limite, seja jurídico ou pessoal, de até onde pode-se ir. Delicado, pois a saúde financeira da empresa depende do cumprimento de metas e da apresentação de resultados;  logo, há uma cinzenta zona entre a prática do correto e do “quase correto” quando os trâmites operacionais refletem lucros ou prejuízos à empresa.

Atualmente, o Brasil passa por uma significativa crise de credibilidade, a qual impactou, impacta e ainda impactará diversas empresas que depositaram em nosso país a confiança para aqui instalarem os seus negócios. Os episódios recentemente vivenciados pelos brasileiros trouxeram à discussão um assunto antigo, mas, até então, pouco falado e aplicado no Brasil: o famigerado compliance .

A palavra compliance é derivada do verbo inglês “to comply”, que significa atuar em conformidade com as regras e procedimentos. Sua função está ligada ao fortalecimento dos controles internos definidos por uma instituição, com o objetivo de pulverizar as boas práticas da empresa e mitigar os riscos.

Mas afinal, qual é a importância da estruturação de um programa de compliance para as empresas?

Em sua essência, o compliance empresarial pode ser considerado o reflexo dos princípios e valores de uma empresa. A sua estruturação deverá possuir um papel educacional com o objetivo de fomentar as boas práticas da companhia, que deverão ser conhecidas, cultivadas e prezadas por todos os seus funcionários e colaboradores, incluindo diretoria e presidência.

As atribuições do programa de compliance buscam, portanto:  implementar princípios éticos e normas de condutas na empresa; certificar e monitorar o seu conhecimento, cumprimento e aderência pelos respectivos colaboradores; promover a conscientização sobre a importância do cumprimento das políticas e controles internos da empresa;  atualizar normas, procedimentos e regulamentos internos para prevenir futuros dissabores legais e/ou administrativos; evitar impactos no fluxo de caixa da empresa que sejam oriundos de atos fraudulentos e/ou ilegais.

Tais medidas trazem maior segurança nas tomadas de decisão, reduzem os riscos de danos à imagem e à reputação da empresa e mitigam a ocorrência fraudes, tudo com a intenção de preservar a receita e a atratividade da empresa perante seu mercado atuante.

É relevante pontuarmos, por fim, que ao lidar com a estruturação de um programa de compliance não há um padrão pré-definido nem um número mínimo de colaboradores para sua instituição, pois cada empresa possui suas próprias peculiaridades, que devem ser tratadas especificamente pelos agentes do compliance.





Laura Enge de Wolf - advogada do escritório Novoa Prado Consultoria Jurídica. 








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