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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A vida pós-AVC: desdobramentos e cuidados


Perdas de funções motoras, cognitivas e psicossociais são algumas das
consequências de um acidente vascular cerebral (AVC). Elas podem ser agravadas
se não tratadas devidamente. O Dr. Rubens Gagliardi, diretor científico da Academia
Brasileira de Neurologia, assegurou que é possível ter uma boa qualidade de vida
após sofrer esta emergência médica.

“Geralmente, o AVC é mais comum em indivíduos com histórico familiar da doença,
uma vez que a maioria dos fatores de risco, como hipertensão, obesidade, diabetes,
distúrbio do colesterol, dentre outros, é de cunho genético. Aspectos ambientais
e culturais ligados às características familiares também podem induzir ao seu
desenvolvimento. Somadas, estas duas vertentes respondem por uma alta
prevalência”, afirma o neurologista.

Gagliardi ressalta que é fundamental conhecer os sintomas, pois o quanto antes iniciar o tratamento, melhores as chances de sobrevida e da redução de sequelas. Paralisia de um lado do corpo e fraqueza são alguns dos sinais. “O paciente não consegue levantar o braço, a perna, e nem mesmo andar. Pode, também, ocorrer um desvio na boca, perda de visão completa ou parcial, dores de cabeça, tontura forte e dificuldades para elaborar palavras e se expressar”, explica.

Sobre o socorro ao paciente, é fundamental prestar socorro em até quatro horas, para que as funções vitais tenham uma recuperação absoluta. Quando o doente chega tardiamente ao hospital, as possíveis alternativas de tratamento são antiagregação, anticoagulação e antidematoso cerebral. No entanto, nenhuma delas tem o mesmo grau de eficácia do que um atendimento imediato.

Reabilitação
A chance de um AVC se repetir é grande, por isso se o indivíduo não fez controles antes da instalação do quadro, deve ser encaminhado para rígidos cuidados de prevenção. “Não existe um tempo estipulado para reabilitação, pois isso varia de acordo com o paciente. O ideal é começar uma reabilitação profissional ainda no período de internação hospitalar até o paciente se recuperar completamente – o que normalmente ocorre em 30% dos casos”, ressalta Dr. Rubens.

O neurologista esclarece que é preciso seguir um acompanhamento neurológico, que estipule as suas condições clínicas e risco cerebrovascular, recomendando então, sono de boa qualidade, não fumar e prática de atividade física. Nos casos em que o paciente apresente dificuldades de ingestão, alimentos líquidos ou consistentes cedem lugar às texturas mais pastosas; eventualmente, é necessário passar uma sonda enteral ou fazer gastrostomia. Quando há perda da capacidade de comunicação, a fonoterapia possibilita a reabilitação da linguagem.

“Quem sofreu um AVC pode ter de conviver com sequelas, mas isso não defasa totalmente a qualidade de vida, uma vez que é possível ter reabilitação, reestruturação física e recuperação de contato social. Um tratamento multidisciplinar é essencial para se atingir resultados mais efetivos. O apoio da família é fundamental neste processo, assim como é fundamental a prevenção”, conclui.
 


O poder da vida




Não faltam razões para que o coração seja o símbolo do amor e dos sentimentos, expresso na publicidade, na comunicação em geral e na interação entre as pessoas. Afinal, é o nosso órgão que reage imediatamente às emoções de um beijo, de um abraço fraternal, da comoção, do carinho de um filho, da alegria e da tristeza, das boas e más notícias. Dispara no peito, lembrando-nos, nos melhores e piores momentos, que estamos vivos.

O coração é, também, um trabalhador incansável. Bate, em média, 72 vezes por minuto. São quase 104 mil contrações por dia, 38 milhões por ano e cerca de 2,5 bilhões ao longo da vida. Ele envia 85 gramas de sangue a cada pulsação, o que equivale a mais de nove mil litros por dia, ou 3,3 milhões por ano. Tudo o que precisa para se manter eficiente como delator indiscreto de nossas sensações e guardião zeloso de nossa vida é que cuidemos bem dele. Dieta e rotina saudáveis, não fumar, fazer exercícios físicos com orientação médica, beber apenas socialmente e de maneira moderada e controlar periodicamente o colesterol, o triglicérides, o diabetes e a pressão arterial são medidas que reduzem muito significativamente as doenças cardiovasculares, melhoram a saúde e protegem esse amigo do peito de todas as horas.

Assim, é muito pertinente a mensagem do Dia Mundial do Coração (29 de setembro) em 2016: “Potencializando sua vida – seu coração energiza o seu corpo inteiro”, numa tradução livre do inglês Power your live – Your heart powers your whole body. A data, instituída oficialmente no ano 2000, pela Federação Mundial do Coração (WHF, sigla do inglês World Heart Federation), com a chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS), objetiva exatamente alertar sobre os riscos de negligenciar esses cuidados, o que faz com que as doenças cardíacas permaneçam como uma das principais causas de morte em todo o mundo.

A OMS revela que as doenças cardiovasculares matam 17,5 milhões de pessoas por ano em todo o planeta. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) presume que ocorram 720 paradas cardíacas no Brasil todos os dias. Em média, há uma morte a cada minuto e meio, estimando-se que, de janeiro a setembro deste ano, 251 mil óbitos por doenças cardiovasculares tenham acontecido no Brasil. 

Entretanto, pelo menos 80% desses óbitos poderiam ser evitados pela prevenção, o tratamento de fatores de riscos modificáveis e as terapias adequadas depois da ocorrência de um ataque cardíaco ou de um acidente vascular cerebral, conhecido como derrame. Governos, sociedades, famílias e cada um de nós podem fazer muito para reduzir a letalidade e melhorar a qualidade da vida!

Isso ficou muito claro em ato paralelo à 71ª Assembleia Geral da ONU, realizada no dia 22 de setembro, quando a OMS e vários organismos lançaram a iniciativa "Global Hearts", ou Corações Globais. As propostas são amplas e incluem sugestões como a maior tributação do tabaco, redução do sal nos alimentos (pois a substância é uma causadora da hipertensão, que é um dos fatores que provocam derrame e  insuficiência cardíaca), identificação e tratamento de pessoas com alto risco, fortalecimento dos serviços de saúde primária e educação para a saúde, estimulando a adoção de hábitos de vida saudável.

 Segundo a OMS, tais medidas resultaram na redução de 40% das mortes por doenças cardiovasculares nos Estados Unidos e de 80% entre a população masculina da Finlândia.
As doenças cardiovasculares não são um mal dos países ricos, como se costumou, equivocadamente, disseminar. Trata-se de um problema mundial, que afeta cada vez mais as nações em desenvolvimento. Por isso, é decisivo que cada pessoa, independentemente das políticas públicas, cuide muito bem do seu coração, numa demonstração de amor e responsabilidade perante si própria, filhos, pais, irmãos parentes e amigos!



Ibraim Masciarelli - cardiologista e presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP0


Nova opção de tratamento para doença de Alzheimer é incorporada ao SUS





O Diário Oficial da União (DOU) publicou, no dia 20 de setembro, a aprovação de incorporação de rivastigmina adesivo transdérmico (Exelon® Patch) no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento representa mais uma opção de tratamento para pacientes com Doença de Alzheimer.

A rivastigmina é usada no tratamento de distúrbios de memória e demência em pacientes com doença de Alzheimer (DA). Países como Inglaterra, Escócia e Austrália já recomendam o uso dos adesivos de rivastigmina, cujos resultados do estudo clínico2 realizado com mais de 1000 voluntários demonstraram que a apresentação transdérmica é tão eficaz quanto à apresentação oral, e que os adesivos podem apresentar redução de efeitos adversos gastrointestinais.

O estudo incluiu também um questionário visando avaliar a preferência do cuidador ao tratamento com o medicamento via oral ou transdérmica. Dados publicados revelaram que dos 1.059 cuidadores que preencheram o questionário AD Caregiver Preference Questionnaire (ADCPQ)2, mais de 70% demonstraram preferência pelo uso do adesivo. Entre os fatores de preferência registrados pelos participantes estão as facilidades de uso e de seguir uma programação, além de satisfação geral e menor interferência com as atividades diárias.

Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico1. A idade é o principal fator de risco para a Doença do Alzheimer. Após os 65 anos, por exemplo, o risco de se desenvolvê-la dobra a cada cinco anos3. Para saber mais, acesse: http://promemoriaonline.com.br/

 
Novartis - www.novartis.com.br


Disclaimer
As informações contidas neste texto têm caráter informativo, não devendo ser usadas para incentivar a automedicação ou substituir as orientações médicas. O médico deve sempre ser consultado a fim de prescrever o tratamento adequado.


Referências

1.      Portal ABRAz – O que é Alzheimer? Disponível em
http://www.abraz.org.br/sobre-alzheimer/o-que-e-alzheimer. Acesso em 5 de setembro de 2016
2.      CONITEC. Consulta Pública: Rivastigmina Via transdérmica (adesivo)Para o tratamento de pacientes com demência leve e moderadamente grave do Tipo Alzheimer. Disponível em <http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2016/Relatorio_Rivastigmina_Alzheimer_CP15_2016.pdf. Acesso em 5 de setembro de 2016.
3.      Qiu C, Kivipelto M, von Strauss E. Epidemiology of Alzheimer's disease: occurrence, determinants, and strategies toward intervention. Dialogues Clin Neurosci. 2009;11(2):111-28.

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