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sexta-feira, 7 de julho de 2023

Dia do Oncologista Clínico: evolução a caminho da cura definitiva do câncer

Os 45 anos de experiência de Fernando Medina o fazem acreditar em grandes transformações nos próximos dez anos

 

 Nove de julho, Dia do Oncologista Clínico, celebra a especialidade da medicina criada para tratar uma doença cuja história remonta séculos. O médico Hipócrates, por volta do ano de 400 a.C., viu semelhanças entre tumores alimentados por vasos sanguíneos salientes e o caranguejo. Foi então que teria surgido o termo “câncer”, segundo Siddhartha Mukherjee, autor de “O Imperador de Todos os Males: Uma Biografia do Câncer”. O livro relata os esforços contínuos atrás de tratamentos na expectativa da cura definitiva da doença, possibilidade próxima, acredita Fernando Medina, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas.

Complexa, a oncologia clínica é conduzida pelas especificidades de uma neoplasia que desafia a saúde física e envolve aspectos psicológicos, como sentimentos ligados à finitude. Se dedica ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com câncer, ou seja, é parceira de caminhada. No Brasil, a história da especialidade remonta ao início do século 20 e retrata avanços significativos ao longo das décadas.

“A oncologia clínica no Brasil continua a evoluir. Os profissionais da área buscam constantemente atualizações e novas abordagens terapêuticas. Há um enfoque crescente na medicina de precisão, que utiliza informações genômicas e moleculares para direcionar o tratamento do câncer de forma mais personalizada”, cita.

O especialista do COC dedicou os últimos 45 anos à oncologia clínica. Fundou a disciplina, a residência e a pós-graduação em oncologia clínica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia e da Sociedade Paulista, professor universitário e liderou pesquisas na área.

“Eu particularmente sou um fanático pela especialidade. Meu prazer não é exclusivamente atender um paciente com câncer. É também toda a parte de ensino e pesquisa. Me sinto bem em desenvolver esse tripé de assistência, ensino e pesquisa”, descreve Fernando Medina, também presidente do Centro de Estudos e Pesquisa de Campinas (Cepoc).

Fernando Medina acompanhou a transformação da oncologia clínica no Brasil e, com propriedade, atesta os avanços. “Quando comecei, havia poucas opções de quimioterápicos em uso, a parte de educação comunitária praticamente não existia. Naquela época, o câncer era uma doença que praticamente significava o diagnóstico de morte”, recorda.

Defensor e ator da evolução do tratamento oncológico, hoje vivencia a possibilidade de aplicar a seus pacientes a medicina personalizada, que consiste no uso de biomarcadores capazes de detectar traços genéticos e guiar as formas de abordagem, ou mesmo a imunoterapia, que leva o próprio sistema imunológico a criar meios de identificar e combater as células cancerígenas.

Diante de tudo que presenciou e empreendeu, Medina compartilha da visão positiva que norteia todos os esforços desprendidos pelos oncologistas nas últimas décadas. “Tenho certeza absoluta que nos próximos dez anos vamos conseguir a cura definitiva dessa doença, em razão da evolução que estamos tendo nos últimos anos”, acredita.


 Evolução

Fernando Medina descreve que, no início do século 20, o câncer era tratado principalmente pela cirurgia, com poucas opções terapêuticas disponíveis. “A radioterapia começou a ser utilizada na década de 1920, mas ainda de forma limitada. A quimioterapia, por sua vez, surgiu na década de 1940, com o uso do gás mostarda para tratar o câncer de linfoma”, detalha.

Nos anos 1950 e 1960, houve um crescimento no interesse pela oncologia clínica no Brasil. “O Instituto Nacional do Câncer (INCA), fundado em 1940, desempenhou um papel fundamental nessa época. Em 1953, o INCA estabeleceu a primeira clínica de oncologia no país, proporcionando atendimento especializado a pacientes com câncer”, informa.

Durante as décadas de 1970 e 1980, a oncologia clínica começou a se desenvolver de forma mais ampla. Novas técnicas de diagnóstico, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, foram introduzidas e ajudaram a aprimorar o diagnóstico e o estadiamento do câncer. Além disso, agentes quimioterápicos foram desenvolvidos, aumentando as opções de tratamento disponíveis.

“A partir dos anos 1990, houve uma expansão significativa da oncologia clínica no Brasil. O acesso a tratamentos mais avançados, como terapia-alvo e imunoterapia, se tornou mais amplo. Centros de excelência em oncologia foram estabelecidos em várias regiões do país, oferecendo tratamento multidisciplinar e integrado a pacientes com câncer”, recorda Medina.

O progresso na oncologia clínica brasileira continuou no século XXI. Houve avanços na compreensão dos mecanismos moleculares do câncer, o que levou ao desenvolvimento de tratamentos personalizados e direcionados. Além disso, o aumento do investimento em pesquisa clínica e a participação em estudos internacionais contribuíram para a introdução de novas terapias e protocolos de tratamento no país.


 Desafios

Apesar dos avanços indicados pelo oncologista clínico e da expectativa de cura, existem desafios a serem enfrentados na atualidade, como a desigualdade no acesso aos serviços de oncologia e a necessidade de aprimorar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer. “A história da oncologia clínica no Brasil é marcada por progressos significativos, que refletem o empenho dos profissionais da área. Porém, é preciso que todos possam usufruir do que foi conquistado”, assegura.

 

COC - Centro de Oncologia Campinas


Conjuntivite: mitos e verdades sobre a doença

Especialista do CEJAM desmistifica o tema e responde algumas das dúvidas mais frequentes


A conjuntivite é popularmente conhecida como uma inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente e fina que reveste a parte frontal do globo ocular, região conhecida como o branco dos olhos, e o interior das pálpebras.

A doença pode ser classificada de diferentes formas devido à existência de subtipos, como conjuntivite infecciosa, causada por bactérias ou vírus; conjuntivite alérgica; e conjuntivite química, que ocorre pelo contato do olho com algum produto químico.

Conforme o Dr. Luis Claudio Guillaumon, oftalmologista nos Hospitais Dia Campo Limpo e M' Boi Mirim e no AME Carapicuíba, gerenciados pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com as Secretarias Municipal e Estadual da Saúde de São Paulo, sintomas como olhos vermelhos e lacrimejantes, pálpebras inchadas, sensação de areia ou ciscos nos olhos, coceira, fotofobia, visão borrada e pálpebras grudadas ao acordar são frequentes em pacientes diagnosticados com essa condição.

Apesar de comum, a infecção ainda gera dúvidas entre as pessoas, principalmente porque muitas informações são obtidas sem a orientação de especialistas. Considerando esse cenário, o oftalmologista responde a alguns mitos e verdades sobre o tema. Confira:



A conjuntivite pode ser altamente contagiosa?

Verdade! A conjuntivite pode ser altamente contagiosa, devido à sua capacidade de ser transmitida facilmente por contato direto com as mãos ou objetos contaminados, bem como pelo contato com a secreção ocular de uma pessoa infectada.


O uso de lentes de contato pode causar conjuntivite?

Verdade! O uso ou cuidado inadequado das lentes de contato pode aumentar os riscos de desenvolver uma conjuntivite. As lentes de contato têm a capacidade de acumular bactérias, vírus e outros microrganismos, o que pode levar à irritação e infecção ocular. Assim, é crucial seguir as instruções fornecidas pelo oftalmologista, a fim de reduzir o risco de contrair a doença. Além disso, é importante ressaltar que a principal causa de conjuntivite relacionada às lentes de contato é a infecção por acanthamoeba, um protozoário que vive nas águas.



A conjuntivite é transmitida apenas pelo contato direto com os olhos de uma pessoa infectada?

Mito! A conjuntivite também pode ser transmitida através do contato com as mãos contaminadas ou objetos compartilhados. Portanto, é essencial manter uma boa higiene das mãos e evitar compartilhar itens pessoais, como toalhas de rosto e lenços de papel.



No caso de conjuntivite infecciosa, a contaminação viral é mais comum do que a bacteriana?

Verdade! Os vírus são responsáveis pela maioria dos casos de conjuntivite, principalmente durante surtos epidêmicos.



A exposição às piscinas cloradas pode causar conjuntivite?

Verdade! A exposição às piscinas cloradas pode causar irritação ocular, mas nem sempre resulta em conjuntivite. O cloro utilizado nas piscinas pode irritar a conjuntiva, causando vermelhidão, coceira e desconforto nos olhos. No entanto, a conjuntivite só se desenvolverá se houver infecção ativa ou se outras substâncias irritantes estiverem presentes na água da piscina.

Nesses casos, é importante usar óculos de natação adequados ao nadar em piscinas cloradas para proteger os olhos e evitar o contato direto da água com a conjuntiva. Além disso, é recomendado lavar os olhos com água limpa após nadar, para remover qualquer resíduo de cloro ou outras substâncias irritantes. Apesar do risco, a conjuntivite causada por piscinas cloradas é menos comum que a conjuntivite viral ou alérgica.



Coçar os olhos pode piorar o quadro?

Verdade! Coçar os olhos pode agravar os sintomas da conjuntivite. A ação pode causar irritação adicional na conjuntiva inflamada, intensificando vermelhidão, irritação e aumentando a possibilidade de danos à superfície ocular. Além disso, ao coçar, há também o risco de transferir mais secreções infectadas para outras áreas dos olhos, o que pode espalhar a infecção.


A conjuntivite pode causar a perda permanente da visão?

Mito! Na maioria dos casos, a conjuntivite não causa danos permanentes à visão. Geralmente, trata-se de uma condição temporária e autolimitada, que melhora com o tempo ou com o tratamento adequado. No entanto, em casos mais raros e graves de conjuntivite viral ou bacteriana não tratada, ou em casos de tratamento tardio, podem ocorrer complicações que afetam gravemente a visão.



É permitido o uso de colírio em pessoas com a infecção?

Verdade! No entanto, o uso de colírio durante um episódio de conjuntivite varia de acordo com a causa subjacente da doença. Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso de colírios prescritos para aliviar os sintomas e auxiliar na recuperação. Já em outras situações, como na conjuntivite viral, o uso de colírios pode não ser necessário ou até mesmo contraindicado. Dessa forma, é fundamental seguir as orientações do seu médico oftalmologista.



Usar óculos de grau ou de sol ajuda a evitar a doença?

Mito! O uso de óculos de grau ou de sol não previne diretamente a conjuntivite. No entanto, óculos de sol com proteção UV podem ajudar a proteger os olhos contra a exposição excessiva aos raios ultravioleta, contribuindo para a redução do risco de irritação e inflamação ocular. Além disso, o acessório também pode ajudar a evitar a exposição a irritantes ambientais, como poeira, poluição e alérgenos, que podem desencadear uma conjuntivite alérgica.



Pingar leite materno no olho ajuda a melhorar o quadro de conjuntivite?

Mito! Embora o leite materno contenha propriedades antibacterianas e antivirais, não há evidências científicas suficientes para comprovar a eficácia de pingar leite materno nos olhos para o tratamento da conjuntivite.



Existe um período da vida mais propenso à conjuntivite?

Mito! A conjuntivite pode afetar pessoas de todas as idades, e não há um período específico mais propenso ao desenvolvimento da condição. No entanto, levando em consideração o paciente como um agente biopsicossocial, algumas formas de conjuntivite são mais comuns em determinadas faixas etárias. Por exemplo, a conjuntivite viral é mais frequente em crianças, especialmente durante surtos em escolas, enquanto a conjuntivite alérgica pode afetar pessoas de todas as idades, sendo mais comum em indivíduos com histórico de alergias ou em períodos da vida em que o sistema imunológico esteja comprometido.



Quem já teve uma vez pode ter outras?

Verdade! É possível ter conjuntivite mais de uma vez. Uma pessoa que já teve conjuntivite pode ser infectada por um agente diferente no futuro ou pode entrar em contato com o mesmo agente novamente. Além disso, aqueles com predisposição a alergias podem experimentar episódios recorrentes de conjuntivite alérgica.

Práticas como lavar as mãos regularmente e evitar o contato direto com os olhos, podem ajudar a reduzir o risco de recorrência e transmissão da conjuntivite.



Procedimentos estéticos, como alongamento de cílios, podem colaborar para o aparecimento da infecção?

Verdade! A conjuntivite química, também conhecida como queimadura química, pode ser provocada pelo procedimento de extensão de cílios, embora seja um evento raro. Essa forma de infecção surge quando substâncias irritantes entram em contato com os olhos, ocasionando inflamação e irritação na conjuntiva. No caso específico da extensão de cílios, a conjuntivite química pode ser desencadeada pelo uso de adesivos ou produtos químicos aplicados na região dos olhos durante o procedimento. Em situações mais graves, é possível ocorrer o desenvolvimento de úlceras ou danos na córnea. Portanto, se surgirem sintomas de conjuntivite após o procedimento de extensão de cílios, é altamente recomendado buscar a avaliação de um médico oftalmologista para um tratamento adequado. 



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
(@cejamoficial) 


Dia Mundial da Alergia: saiba quais as mais comuns e como diagnosticá-las



Relativamente comuns, as alergias atingem cerca de 35% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A reação alérgica acontece quando os anticorpos se comportam de maneira desproporcional ao contato com alguma substância, gerando sintomas no corpo humano. Dentre os mais comuns, estão: espirros, olhos lacrimejantes, coriza, tosse e coceira. 
 

Porém, alguns níveis de alergia - a depender da substância e do grau de exposição - podem causar problemas mais sérios, como erupções cutâneas, vômitos, taquicardia e dificuldade para respirar. Por isso, é importante falar sobre prevenção, diagnóstico e tratamento, um dos objetivos do Dia Mundial da Alergia, celebrado neste dia 8 de julho.
 

"Existem vários fatores que podem desencadear uma alergia. Podemos dividir em alergias alimentares, incluindo lactose, frutos do mar e corantes, mas também outros alérgenos, como ácaros da poeira doméstica, pólens, proteínas de alimentos e princípios ativos em medicamentos, por exemplo. Todos esses casos, diagnosticáveis por exames laboratoriais", explica a biomédica e assessora científica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Gabriele Mesquita. 
 

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as alergias mais comuns são a rinite alérgica e a asma, seguidas de alergias alimentares. Em qualquer caso, a história clínica do paciente é essencial para identificar se há a presença de alergias. Observa-se, por exemplo, as condições ambientais: residência, trabalho, contato com animais etc., e antecedentes familiares, já que há predisposição genética para filhos de alérgicos. 
 

"Para auxiliar o médico no diagnóstico de alergias, podem ser realizados dois exames: o IGE Total, que identifica se há altas taxas de antígeno no sangue, um indicativo de que há um processo alérgico a algum elemento (sem defini-lo), e o IGE Específico, que testa a presença de antígenos específicos, buscando analisar qual substância está gerando a alergia. O resultado sai em cerca de quatro dias úteis", afirma a especialista.
 

“O nosso painel 'ISAC' avalia 112 alérgenos a partir de uma coleta de sangue. Dentre os principais, estão: proteínas do leite, camarão, nozes, amendoim, trigo, pólens, animais, fungos, ácaros, baratas e alguns venenos de insetos, como os que as abelhas inoculam com o ferrão nas pessoas. O resultado leva, em média, 17 dias úteis para ficar pronto”, informa Gabriele.
 

Existem ainda testes que observam a reação de pacientes ao serem expostos a substâncias. Um é o de contato de pele e o outro é o de provocação, normalmente mais utilizado para alergias alimentares. Devendo ambos os testes serem feitos por profissionais e em ambientes controlados, como hospitais. 


 

Cuidados
 

Com o resultado dos exames em mãos, é possível saber exatamente qual o alérgeno causador de reações. Desta forma, o principal aspecto da prevenção passa a ser o de evitar o contato com o elemento. Já o tratamento é voltado para medidas que podem amenizar os sintomas, o que pode incluir uso de medicação, a depender de indicação médica. 
 

“É fundamental que o paciente tenha acompanhamento médico desde o início, até mesmo para que haja a orientação correta para o diagnóstico e tratamento. É comum que um médico alergista faça esse atendimento, mas posteriormente, com o alérgeno identificado, pode incluir também pneumologistas e dermatologistas”, explica a biomédica.


 

Grupo Sabin

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Nem sempre a cirurgia plástica das pálpebras é apenas por motivos estéticos

Especialista explica a funcionalidade do procedimento


A Blefaroplastia é conhecida por ser a cirurgia plástica das pálpebras superiores e inferiores, sendo indicada para pessoas que possuem excesso de pele e bolsas de gordura nas pálpebras. Muitas vezes estes sinais causam um aspecto de envelhecimento, olhos tristes, caídos e aparência de cansaço. Estes, por sua vez, incomodam e afetam a autoestima. Apesar de ser mais comum em pessoas com idade avançada, pode ocorrer em pessoas mais jovens também, por causas constitucionais e familiares. Quando há a falta de força no músculo que eleva a pálpebra, a indicação cirúrgica pode ir além da estética.  

O que sabemos é que, conforme envelhecemos, o corpo perde muitas de suas características físicas. Com os olhos, ocorre a mesma coisa, e já a partir dos 30 anos, o excesso de pele e a gordura na região periocular tornam-se mais proeminentes, alterando o contorno natural das pálpebras superiores e inferiores, podendo afetar o campo de visão. A redução do campo de visão é uma realidade para a grande maioria dos pacientes que sofre com perda da elasticidade da pele das pálpebras. “A Revista Brasileira de Cirurgia Plástica publicou um estudo onde aponta que com o envelhecimento, as pessoas acima de 65 anos podem apresentar hipertensão arterial, cardiopatia, diabetes, glaucoma e catarata associadas ao peso palpebral”, explica André Borba, especialista em cirurgia ocular pela UCLA, Los Angeles.

A blefaroplastia tem se tornado um procedimento cada vez mais comum com o passar do tempo, especialmente após o conhecido efeito Zoom, que permitiu que fossemos mais críticos em relação a nossa autoimagem. Os principais fatores que fazem homens e mulheres procurarem um especialista em cirurgia das pálpebras são: excesso de pele nas pálpebras superiores, flacidez na região dos olhos, presença das bolsas de gorduras nas pálpebras inferiores, olheiras, inchaço palpebral, ptose palpebral ou pálpebra caída além do incomodo coma as linhas de expressão na região da testa e ao redor dos olhos, como os pés de galinha, por exemplo. 

Em geral o pós-operatório da blefaroplastia e dos procedimentos associados, como laser de CO2 e elevação das sobrancelhas, é relativamente tranquilo, mas requer os cuidados de qualquer cirurgia plástica, como: repouso relativo e principalmente a realização de compressas frias por 48 a 72 horas após o procedimento, seguindo as orientações médicas. Os pontos são retirados de 5 a 7 dias. À medida que o inchaço e os pequenos hematomas regridem, os benefícios e o nível de satisfação aumentam. Nos primeiros dias oriento aos meus pacientes a relaxarem, ouvirem música, assistirem a um bom filme e diminuírem as atividades no celular e computador para recuperarem-se rapidamente”, conclui o especialista. Considera-se que o resultado final se completa em até 6 meses, quando o aspecto da cicatriz cirúrgica tende a ficar inaparente. Além disso, cada condição prévia, cada anatomia e cada caso é um caso, e deverão ser tratados sempre de maneira personalizada.

“A confiança no especialista é fundamental para que ele possa orientá-lo com tranquilidade e segurança sobre a necessidade e indicação adequada de forma personalizada. Para tanto, é fundamental a realização de um exame detalhado da região periocular para tratar todos os pontos funcionais e/ou estéticos que levam a insatisfação do estado atual”, conclui Dr. Borba, relator do livro “Desenhando Um Novo Olhar: A tão Sonhada Cirurgia Plástica das Pálpebras — Guia Médico Completo Sobre a Blefaroplastia”, de 2022.


Dr. André Borba - doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorando pela Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Fellowship em Oculoplástica pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA/ EUA). Professor Assistente do Setor de Oculoplástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Autor do livro Técnicas de Rejuvenescimento Facial com Toxina Botulínica e MD Codes TM, relator do livro Oculoplástica e Oncologia ocular, tema oficial do Conselho Brasileiro de Oftalmología 2021. Autor, com o Dr. Mateus Rodrigues, de Periorbital Filling With The MD Codes™ Algorithm: A Narrative Review and a Practical Guide, publicado pelo Journal of Cosmetics and Dermatology (Sep.2021). Membro da Sociedade Brasileira e da Portuguesa de Medicina Estética, e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO), da Sociedad Panamericana de Oculoplastía (SOPANOP), e das sociedades norte-americana e europeia de cirurgia plástica oftálmica e reconstrutiva. (ASOPRS e ESOPRS, nas siglas em inglês).

 

Saúde respiratória no inverno: dicas práticas para além do básico

 Especialista ensina a prevenir doenças típicas desta época

 

Com a chegada do inverno, surgem preocupações em relação à saúde respiratória devido ao aumento no número de casos de doenças como gripes, resfriados, bronquites e, mais recentemente, a covid. Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que durante o inverno ocorra um aumento de até 30% nos casos de doenças respiratórias, comparado às demais estações do ano. As infecções respiratórias agudas, incluindo a pneumonia, são responsáveis por uma parcela significativa das internações hospitalares nessa época. Esses números reforçam a importância de adotar medidas preventivas para proteger a saúde respiratória. 

O pneumologista Irinei Melek, do Hospital Angelina Caron, explica que as doenças respiratórias se tornam mais comuns devido às condições climáticas favoráveis à propagação de vírus e bactérias. "A gripe, por exemplo, é uma das principais enfermidades dessa época, podendo levar a complicações sérias, especialmente em grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido. Além disso, condições como resfriados, bronquites e sinusites também podem se agravar no inverno." 

Para o especialista, é essencial reforçar que certos grupos estão mais suscetíveis a doenças respiratórias no inverno. "Crianças, devido à imaturidade do sistema imunológico, e idosos, devido ao envelhecimento e possíveis condições de saúde preexistentes, são mais propensos a complicações graves. Além disso, pessoas com doenças crônicas, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e diabetes, têm maior risco de desenvolver problemas respiratórios nessa época." 

"As baixas temperaturas, o ar seco e a maior concentração de pessoas em ambientes fechados contribuem para a disseminação de vírus respiratórios. Por isso, é fundamental adotar medidas preventivas para reduzir o risco de infecções", completa. 

Diante desse cenário, é imprescindível conhecer e implementar medidas práticas para prevenir doenças respiratórias durante o inverno. Além de promover cuidados pessoais, essas medidas também ajudam a proteger a saúde de familiares, amigos e colegas de trabalho, contribuindo para a redução do impacto dessas doenças no cotidiano das pessoas. 

Confira as dicas práticas do pneumologista para prevenir essas condições e manter a saúde respiratória em dia durante o inverno.

 

1. Lavagem nasal frequente 

A lavagem nasal é uma técnica eficaz para limpar as vias respiratórias superiores, reduzir a congestão nasal e prevenir infecções respiratórias. Utilize uma solução salina isotônica de cloreto de sódio 0,9%. Incline a cabeça para um lado e coloque a solução na narina superior, deixando-a escorrer pela narina inferior. Repita o processo do outro lado. Essa prática ajuda a eliminar impurezas, alérgenos e resíduos, proporcionando alívio e proteção para as vias aéreas.

 

2. Alimentação para fortalecer a imunidade 

Uma alimentação saudável desempenha um papel fundamental na manutenção do sistema imunológico. Durante o inverno, é importante incluir alimentos ricos em vitaminas e minerais. Frutas cítricas, como laranja, acerola e kiwi, são excelentes fontes de vitamina C. Alimentos ricos em vitamina D incluem peixes gordurosos, como salmão e sardinha, além de ovos e cogumelos. Nozes, sementes e vegetais folhosos são boas opções para obter vitamina E. Além disso, consuma alimentos quentes e nutritivos, como caldos, sopas, legumes assados, frutas cozidas e chás claros, para manter o corpo aquecido, saciado, aquecido e hidratado.

 

3. Caderneta de vacinação em dia 

As vacinas desempenham um papel crucial na prevenção de doenças respiratórias, principalmente durante o inverno. Certifique-se de manter sua caderneta de vacinação atualizada. Algumas vacinas recomendadas para essa época incluem a vacina contra a gripe, que deve ser administrada anualmente, e a vacina pneumocócica, que protege contra a pneumonia. Consulte seu médico para verificar se você está em dia com as vacinas recomendadas para sua faixa etária e condição de saúde.

 

4. Hidratação e a importância da água 

Manter-se hidratado é essencial para a saúde respiratória. No inverno, muitas vezes negligenciamos a ingestão de água por não sentir tanta sede quanto nos meses mais quentes. No entanto, o ar seco e o uso de aquecedores podem causar desidratação das vias aéreas, tornando-as mais suscetíveis a infecções. Beba água regularmente ao longo do dia, mesmo quando não estiver com sede. Além disso, utilize umidificadores de ar para aumentar a umidade em ambientes internos.

 

5. Cuidados com mudanças bruscas de temperatura 

Evite exposição a mudanças bruscas de temperatura, pois isso pode irritar as vias respiratórias e diminuir a imunidade. Ao sair de ambientes aquecidos para o frio intenso, proteja-se adequadamente com roupas adequadas e evite respirar ar frio diretamente. Além disso, evite ambientes com ar-condicionado com temperaturas excessivamente quente ou fria, pois o contraste térmico pode afetar a saúde respiratória.

 

6. Manter a casa arejada e eliminar ácaros 

No inverno, é comum passarmos mais tempo em ambientes fechados, o que aumenta o risco de exposição a alérgenos, como ácaros. Mantenha a casa arejada, abrindo as janelas diariamente para permitir a circulação de ar. Lave regularmente roupas de cama, cortinas e tapetes para evitar acúmulo de ácaros. Utilize capas antiácaros em colchões e travesseiros e aspire os ambientes com frequência.

 

7. Higienização das mãos e objetos pessoais 

A higienização das mãos continua sendo uma das medidas mais importantes para prevenir a propagação de doenças respiratórias. Lave as mãos com água e sabão regularmente, especialmente ao chegar em locais públicos ou ao tocar superfícies compartilhadas. Além disso, evite tocar o rosto, nariz e boca sem antes higienizar as mãos. Lembre-se de higienizar objetos pessoais, como celulares e teclados, com lenços umedecidos ou álcool 70%.

 

Hospital Angelina Caron


Por que interromper a menstruação pode contribuir para a qualidade de vida das mulheres?

Prevenção de doenças está entre os motivos


A menstruação é, sem dúvida, um período que costuma causar desconforto para as mulheres. Cólicas, dor de cabeça, irritabilidade, inchaço e dor nas mamas e mudanças de humor são alguns dos sintomas que acompanham o ciclo menstrual que, normalmente, ocorre no intervalo de 28 a 30 dias, e que consiste no espaço de tempo entre uma menstruação e outra e que faz parte do processo reprodutivo da mulher.

É durante o ciclo menstrual que o corpo se prepara para a gravidez. A menstruação corresponde ao processo de descamação do endométrio -membrana interna do útero - quando não há a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. A camada espessa, formada durante o período de preparação da gestação desprende-se da parede uterina ocasionando o sangramento.

É ainda nesta fase que ocorrem importantes mudanças no organismo feminino devido às oscilações hormonais. Para o Dr. Walter Pace, Professor Doutor em Ginecologia e Titular da Academia Mineira de Medicina, os hormônios trazem, muitas vezes, uma série de manifestações clínicas que podem propiciar alterações emocionais. “Como eles (hormônios) vão mudando durante o mês, os níveis aumentam e diminuem, o que faz com que haja alternância de comportamento da mulher e de sensibilidade a esses hormônios”, afirma Pace.

Esse é um dos fatores que tem incentivado mulheres a buscarem tratamento para suspender a menstruação, pois o bloqueio do ciclo menstrual favorece o equilíbrio no comportamento feminino que, naturalmente, é afetado por conta de intensas variações hormonais que ocorrem desde a fase ovulatória até o período pré-menstrual.

 

Entenda os benefícios da supressão menstrual para a saúde da mulher 

Para muitas mulheres, a supressão da menstruação, que significa interromper a menstruação, ainda é um assunto que envolve alguns tabus. Resistência associada a fatores culturais e a falta de informação podem influenciar na decisão da mulher de bloquear ou não a menstruação, mesmo quando surgem sintomas que interferem na qualidade de vida.

O tema ganhou notoriedade no Brasil e no mundo a partir dos estudos do Dr. Elsimar Coutinho, Professor Doutor em Ginecologia e cientista renomado que com pioneirismo defendeu a ideia de que a menstruação é um sangramento desnecessário ou inútil. Entre as suas contribuições para a ciência destacam-se “Is Menstruation Obsolete?” (A Menstruação é Obsoleta?”), publicado pela Oxford University Press, e “Menstruação, a sangria inútil” - em que revelou como a supressão menstrual pode contribuir para a saúde das mulheres.

Manter a estabilidade em relação ao nível de hormônios no organismo é uma das principais vantagens da supressão menstrual e que colabora, sobretudo, para minimizar impactos do ponto de vista comportamental. Outro fator que merece ser destacado é que a menstruação pode causar consequências à saúde   quando o sangramento ocorre em excesso, nesses casos não é raro o surgimento de anemias e doenças infecciosas.

É importante dizer que existe uma série de doenças que são hormônio dependentes, ou seja, quando não há o equilíbrio dos hormônios elas podem ficar mais prevalentes ou evoluírem mais rapidamente., principalmente, o estrogênio, que estimula a formação e o agravamento de doenças tais como, a endometriose, a miomatose, hiperplasia doenças de mama, entre outras.

A supressão menstrual deve ser indicada nos casos em que a mulher apresenta sintomas que inviabilizam ou pioram a sua qualidade de vida, a exemplo de sangramento excessivo, tensão pré-menstrual (TPM), oscilações significativas de humor e as doenças hormônio dependentes – já mencionadas.

O Dr. Walter Pace explica que suspender a menstruação não tem correlação com prejuízos à saúde da mulher, ao contrário, interromper esse processo pode prevenir doenças que prevalecem quando as mulheres menstruam. Além disso, diferente do que muitas pessoas pensam, não interfere na fertilidade da mulher, e, em algumas situações, protege.

 

Quais são os métodos para interromper a menstruação? 

Há muitas formas de suspender a menstruação, a mais conhecida é por meio da utilização de pílulas anticoncepcionais. Em muitos casos, as mulheres recorrem a esse tratamento com o intuito de se livrar dos sintomas característicos dessa fase, com as cólicas e a tensão pré-menstrual, a TPM. No entanto, também há situações em que a supressão menstrual é indicada com o propósito de reduzir os riscos de doenças hormônio dependentes mais graves, como por exemplo, a endometriose, o câncer de útero e de ovário.

Hoje existem inúmeras alternativas medicamentosas capazes de diminuir os efeitos colaterais proporcionado pelo uso diário das pílulas. Os mais eficazes são os implantes hormonais e o DIU, que possuem medicamentos que não passam, inicialmente, pelo fígado, minimizando os riscos e efeitos colaterais.

“Os implantes hormonais nada mais são do que uma via de administração de hormônios”, afirma o Dr. Walter Pace. É comum a utilização desses hormônios para bloquear a ovulação, tratar desequilíbrios hormonais, assim como nos casos de doenças hormônio dependentes. Ademais, os tratamentos podem ser individualizados, com substâncias e doses específicas para cada paciente.

“Quando se fala de anticoncepção e supressão da menstruação utilizamos os progestágenos (progesterona sintéticas) com características diferentes e que podem ser adaptadas a situação clínica de cada mulher. A quantidade de hormônios é infinitamente menor e há uma constância na liberação desses hormônios quando os implantes são inabsorvíveis”, reitera Pace. 



Dr. Walter A. P. Pace - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Reprodução Humana – Assistant Ètranger pela Universidade Paris V René Descarte e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor-doutor e Coordenador Geral da Pós Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Titular da Academia Mineira de Medicina – Vice Presidente do PHD Pace Hospital e ginecologista do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana – SP.


Nariz escorrendo? Aprenda a identificar possíveis causas e como amenizar o incômodo

Crédito: Envato
De origem alérgica, viral ou bacteriana, é possível tratar e prevenir a secreção de acordo com os sintomas associados a ela


É só esfriar um pouco e aquela secreção incômoda que teima a escorrer do nariz começa a aparecer com maior frequência. De acordo com a médica pediatra do Departamento de Saúde Escolar dos colégios do Grupo Positivo, Andrea Dambroski, a coriza ocorre devido à inflamação na mucosa do nariz, uma resposta do organismo para eliminar e combater alérgenos, vírus e bactérias presentes no trato respiratório.

Segundo ela, a coriza está presente tanto em infecções, como em gripes, resfriados e rinossinusites, quanto em quadros alérgicos, como a rinite. “No caso da gripe e do resfriado, a coriza geralmente vem acompanhada de outros sintomas, como febre, dores de garganta, dores de cabeça, tosse e dores no corpo e nas articulações. No entanto, é essencial estar sempre atento, pois a coriza pode ser a primeira manifestação e aparecer de forma isolada no início do quadro”, explica. “Nas rinites alérgicas, além da coriza, é comum haver coceira nos olhos e no nariz, espirros frequentes e lacrimejamento ocular. Geralmente esses sintomas não vêm acompanhado daquele mal-estar e febre como nas gripes e resfriados”, exemplifica.

Mas é importante salientar que o aspecto da coriza, seja ela transparente e fluida, ou mais espessa, amarelada ou esverdeada, não permite identificar a causa ou o micro-organismo presente. Segundo a especialista, não se pode afirmar que se trata de uma infecção ou apenas sintomas alérgicos. “Em ambos os casos, o aspecto da secreção pode variar e mudar de acordo com a evolução do quadro. A análise precisa ser feita considerando os demais sintomas, o estado geral do paciente e, preferencialmente, com a realização de um exame físico”, pondera a pediatra.


De olho nos sinais

Nas crianças, a diminuição significativa do apetite ou uma mudança no comportamento, como falta de interesse em brincar, sonolência, irritabilidade ou choro frequente, são alguns sinais de que algo não vai bem. “Apesar da maioria das crianças apresentarem sintomas leves e se recuperarem sem complicações, é preciso ficar atento a qualquer sinal de alarme, como febre alta persistente que não cede mesmo com medicamento”, alerta a pediatra. “Procure um médico caso perceba a criança abatida, pálida, com dificuldade respiratória, sem fome ou sem sede, com vômitos frequentes ou sintomas persistentes”, aconselha.


Lavagem nasal: um santo remédio

A lavagem nasal com solução fisiológica é recomendada em todos os casos de coriza. Entre os principais benefícios, a médica destaca a limpeza do muco, a remoção de partículas e micro-organismos, além da redução da inflamação das vias aéreas. “Ela também melhora o funcionamento dos cílios na mucosa nasal, aliviando a coriza, a congestão nasal e a coceira”, indica. “O que muitas pessoas não sabem é que também é muito importante lavar o nariz diariamente, não apenas quando os sintomas se apresentam. Limpar as fossas nasais ajuda na prevenção de doenças infecciosas e quadros alérgicos, e deve ser um hábito adotado por todos, principalmente por aqueles que sofrem com problemas respiratórios", revela.


Cuidados básicos de prevenção

Segundo a pediatra, é fundamental manter a carteirinha de vacinação da criança atualizada, pois a imunização previne doenças e reduz o risco de complicações. “Além disso, sempre que possível, os pais devem orientar as crianças a lavar as mãos com frequência, evitar colocar a mão no rosto e não compartilhar objetos pessoais. Evitar aglomerações e manter os ambientes abertos e arejados também reduz muito a transmissão de doenças infecciosas”, orienta Andrea.

Para fortalecer o sistema imunológico, é necessário fazer uma alimentação balanceada, evitando alimentos processados e açúcar, beber bastante água, fazer a lavagem nasal com soro fisiológico frequentemente, ter um sono adequado e praticar atividade física regularmente. “Todos esses fatores contribuem para o bom funcionamento do organismo, ajudando a criança e até mesmo o adulto a não adoecer com tanta frequência ou a apresentar sintomas mais leves quando isso acontecer.”

 

Colégio Positivo

 

Você já ouviu falar em ataxia-telangiectasia?

A doença apresenta predisposição à câncer

                     Até o momento, o tratamento é paliativo

 

Na primeira infância, os pacientes apresentam ataxia cerebelar progressiva, que é um distúrbio de movimento. Mais tarde, eles desenvolvem telangiectasias conjuntivais, quando os vasinhos ficam a mostra, outras degenerações neurológicas progressivas, infecção sinopulmonar e malignidades, principalmente as leucemias e os linfomas. Esses são os sinais da ataxia-telangiectasia (AT), doença autossômica recessiva, caracterizada por ataxia cerebelar, telangiectasias, defeitos imunológicos e predisposição à malignidade.

 

A AT é um defeito imunológico e os pacientes portadores podem apresentar síndrome metabólica e disfunções hepáticas, além de triagens frequentes para doenças oncológicas.

 

A Dra. Carolina Aranda, membro do Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) comenta que o exame genético é considerado padrão ouro para fazer o diagnóstico, já que avalia as mutações no gene ATM. O aumento da alfafetoproteína, uma proteína sérica, pode ajudar no diagnóstico combinado às manifestações clínicas.

 

 “O gene ATM está envolvido na estabilidade cromossômica. Mesmo que a pessoa não tenha dois alelos afetados ("o chamado portador"), existe a possibilidade que o gene interfira na estabilidade do material genético, e, com isso, predispondo os portadores, principalmente ao câncer de mama e ovário. Nos painéis de investigação para câncer hereditário, o gene ATM se encontra presente, em conjunto com outros genes”, explica Dra. Carolina, e complementa que até os 12 anos de idade, a incidência de leucemias e linfomas é aumentada nessa faixa etária, após isso tumores de órgãos sólidos são possíveis.

 

A especialista da ASBAI conta que a equipe multidisciplinar é essencial no acompanhamento do paciente com ataxia-telangiectasia. O aporte de nutrientes é diferente, pois a ataxia exige maior energia, que resulta na avaliação e acompanhamento do nutricionista. Os pacientes têm disfagia, e o fonoaudiólogo é essencial. A terapia ocupacional e fisioterapia também são necessárias.

 

Infelizmente, até o momento, o tratamento é paliativo. “O uso de imunoglobulina pode ser indicado em alguns pacientes, assim como algumas medicações para melhora da ataxia. O acompanhamento nutricional é o que permite melhor desfecho”, finaliza Dra. Carolina Aranda. 



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Infiltrações articulares: mitos e verdades

 Especialista em joelho e medicina esportiva explica os limites do procedimento e os diferentes medicamentos utilizados no procedimento

 

Férias, uma viagem em vista ou uma competição importante e, de repente, uma inflamação e muita dor. O que fazer? Algumas medidas rápidas podem parecer a solução para estes problemas. É o caso das infiltrações, tidas hoje como a solução de problemas crônicos, acidentes em treinos ou até mesmo para a recuperação rápida de atletas. Como num passe de mágica a dor e a inflamação vão embora e tudo volta a ser como era antes. Mas será que é isso mesmo? 

Para explicar um pouco melhor o que são as infiltrações e como agem no organismo, o médico ortopedista e traumatologista Dr. Antonio Masseo de Castro, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) e International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Sports Medicine (ISAKOS), aponta as principais indicações e os riscos da realização deste procedimento sem a correta indicação. 

De acordo com o especialista, a infiltração é um procedimento simples, no qual a medicação é aplicada diretamente no local afetado, por meio de uma injeção, que pode ser feita em consultório, por um médico especialista neste tipo de procedimento. Devem ser tomados alguns cuidados importantes para que não haja risco de contaminação, de levar uma infecção para uma articulação que previamente não tem uma infecção, ou até mesmo de realizar um procedimento contraindicado para aquela situação ou paciente. 

“As infiltrações musculoesqueléticas, em geral, podem ser feitas no ambiente ambulatorial, em consultório. Mas algumas articulações, como o quadril ou o ombro, são mais difíceis infiltrar e é importante que haja aparelho de ultrassom para guiar a agulha até o local correto. Já em regiões como o joelho, basta o conhecimento do especialista para que a infiltração chegue ao local desejado e seja obtido o melhor resultado possível”, explica o Dr. Antonio. 

 

Principais tipos e indicações 

Diferentes tipos de medicamentos podem ser injetados no organismo em um procedimento de infiltração, cada qual com uma ação diferente. 

De acordo com o Dr. Antonio, as infiltrações articulares são realizadas sobretudo quando há inflamação ou desgaste na cartilagem, e há dois tipos mais utilizados atualmente no país.

“A infiltração de cortisona é feita em casos de inflamação, dentro da articulação, nas bursas, em caso de bursites, e em alguns tendões. No caso de tendões, como o de Aquiles ou o tendão patelar, que são os chamados tendões nobres, não costumamos fazer, pois há aumento do risco de ruptura. Em tendões menos vulneráveis, do trato do tibial no joelho ou tendão da musculatura glútea do quadril, podem ser feitas”, explica o especialista. 

O segundo tipo de infiltração bastante utilizado no país é com ácido hialurônico. 

“Mais recente na história da ortopedia, feito de 20 anos para cá e mais difundido na última década, é voltado a situações de desgaste da cartilagem, como nos casos de artrose, condromalácia e condropatias, e nas articulações.” 

Há uma terceira infiltração, menos comum, realizada com um ácido hialurônico um pouquinho diferente, que oferece ação anti-inflamatória e regenerativa, para uso em tendões. 

“Esta infiltração pode ser utilizada em cotovelos, ombros, pés, entre outros, e oferece bons resultados anti-inflamatórios e regenerativos, melhorando sintomas de tendinopatias”. 

Além da cortisona e do ácido hialurônico, há a infiltração com plasma rico em plaquetas e outra, com aspirado de medula óssea, ambas ainda em aprovação para o uso no Brasil. Estas versões já estão disponíveis nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Por enquanto, revela o Dr. Antonio, especialistas no Brasil aguardam a autorização para ampliar a oferta a seus pacientes, pois oferecem grande ação regenerativa.

 

Paliativo ou tratamento? 

As infiltrações, em geral, são paliativas, ou seja, em um primeiro momento a indicação é feita para resolver de maneira rápida uma inflamação, que causa dor, redução de mobilidade e, consequentemente, da qualidade de vida do paciente. Mas a infiltração pode ser resolutiva. 

“No caso de uma bursite, em que é infiltrada a cortisona, pode acontecer de desinflamar e acabar com o problema. No entanto, de um modo geral, as infiltrações não são capazes de resolver as causas das inflamações, sejam elas bursite, tendinite, artrite, sinusite, entre outras, e elas podem voltar. Por este motivo, mesmo que haja a indicação da infiltração, não se deve deixar de investigar a causa da inflamação”, orienta o especialista.

 

Prós e contras das infiltrações 

Assim como há diversas possibilidades para as infiltrações, é preciso que haja uma avaliação bastante criteriosa e uma indicação correta para cada caso. Seja na coluna, articulação temporomandibular da boca, ombro, quadril, joelho ou articulações em geral, o especialista alerta que é sempre importante avaliar prós e contras. 

“Não podemos esquecer que é sempre uma agressão colocar uma agulha em um tendão. O ácido hialurônico tem um espectro grande de possibilidades, assim como a cortisona, mas há efeitos deletérios a curto e médio prazos. Tanto um, como outro, devem ser usados com parcimônia, observando todas as restrições existentes, inclusive condições pré-existentes de cada paciente”, alerta. 

Um exemplo importante é o fato da cortisona ser um hiperglicemiante. 

“No caso de paciente com diabetes, é preciso muito cuidado e, se mesmo assim houver a indicação, deve haver um controle rigoroso do diabetes nos dias subsequentes”, explica. 

Uma importante contraindicação da infiltração com cortisona é em caso de suspeita de infecção bacteriana ou fúngica, porque pode agravar a situação. Por isso, antes de realizar a infiltração, é importante averiguar a existência de infecção.

 

Os limites das infiltrações 

Assim como qualquer medicamento, também nas infiltrações é preciso observar os limites e dosagens para não haver exagero em sua utilização. 

De maneira geral, não há regra, cada caso deve ser avaliado pelo especialista. Há casos de pacientes que não podem operar, algumas vezes por uma idade avançada, por exemplo. Para estes, a única solução podem ser as infiltrações. Para outros, de condromalácia, ou condropatia, o ácido hialurônico pode ser utilizado por décadas, apenas para preservar a articulação. 

O ideal, no entanto, é que o ácido hialurônico seja realizado anualmente, a cada seis ou quatro meses no máximo. Ainda assim, quando a necessidade se torna muito frequente, é preciso reavaliar a indicação da infiltração. 

“Se há a necessidade de realização tão frequente, talvez a efetividade não esteja sendo conforme o esperado para este tipo de tratamento. Nestes casos, o melhor pode ser buscar outra modalidade terapêutica, como a cirurgia”. 

No caso da cortisona, há o efeito deletério que deve ser sempre considerado. 

“Naquele caso em que o paciente sequer consegue fazer a fisioterapia, a infiltração permitirá a redução da dor, do desconforto, para que seja possível seguir com o tratamento.”


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