Nutricionista do Sírio-Libanês alerta sobre dietas
milagrosas e explica como uma alimentação personalizada pode ser uma aliada nos
desafios do tratamento oncológico
O
cuidado com a alimentação durante o tratamento do câncer de mama é fundamental
em todas as etapas, promovendo melhor qualidade de vida e bem-estar para o
paciente. Uma dieta equilibrada auxilia na minimização dos efeitos colaterais,
fortalece o sistema imunológico e contribui para a recuperação. É o que afirma
a nutricionista do Sírio-Libanês, Janilene Medeiros, que destaca a importância
do acompanhamento especializado e alerta sobre os riscos das chamadas ‘dietas
milagrosas’, que podem prejudicar o processo terapêutico e a recuperação. “O
equilíbrio é a chave, e nenhum alimento isolado resolverá todos os
problemas", afirma a especialista.
Segundo Janilene, eliminar grupos inteiros de alimentos, como carboidratos, por
exemplo, pode comprometer a capacidade do organismo de produzir energia
suficiente para sustentar o corpo durante o tratamento. “Frequentemente, os
pacientes ficam confusos, e há uma tendência de exagerar e acreditar em
mensagens alarmantes sobre o que se deve ou não comer, o que pode levar a
escolhas alimentares prejudiciais à saúde. Não existe uma abordagem única; a
dieta precisa ser personalizada e adaptada a cada fase do tratamento",
completa a nutricionista.
O tratamento oncológico, como a quimioterapia, pode causar efeitos adversos que
afetam a relação do paciente com a alimentação, como alterações no paladar e
desconforto oral. Esses efeitos contribuem para a falta de apetite, diminuem a
ingestão de alimentos e afetam a qualidade de vida, podendo levar à
desnutrição. Para apoiar os pacientes durante o tratamento, o Hospital
Sírio-Libanês desenvolveu um Guia de Receitas especialmente voltado para
pacientes oncológicos. As duas edições desse livro de receitas, disponíveis
gratuitamente no site do hospital, oferecem pratos simples e nutritivos que
ajudam a amenizar os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer de mama.
Cinco desafios nutricionais durante o tratamento e dicas de como
contorná-los:
- Náusea e vômitos: A
quimioterapia pode causar enjoos e vômitos, dificultando a ingestão de
alimentos. A recomendação é optar por refeições leves e geladas, como
frutas, picolés e vitaminas, que trazem sensação de frescor. Gengibre e
hortelã também são aliados para amenizar os sintomas.
- Alterações no paladar:
Alguns pacientes relatam que os alimentos apresentam sabor metálico ou
amargo. "Nesses casos, sugerimos o uso de temperos e especiarias
suaves para tornar as refeições mais agradáveis", explica Janilene.
- Perda de apetite: A
falta de apetite é comum durante o tratamento. Recomenda-se consumir
refeições menores e mais calóricas, como vitaminas e sucos com frutas e
vegetais. Pratos únicos, como risotos, escondidinho de carne ou omelete
com legumes, são boas opções.
- Fadiga e falta de energia: A
exaustão causada pelo tratamento pode comprometer a disposição para se
alimentar adequadamente. É essencial garantir a ingestão adequada de
proteínas, tanto de origem animal (carne, frango, ovos e peixe) quanto
vegetal (feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico). Também é recomendável
incluir carboidratos de boa qualidade, preferindo opções integrais e
evitando o excesso de açúcares simples.
- Constipação: A constipação é um efeito colateral comum da quimioterapia, geralmente causado pela baixa ingestão de água e fibras. Além de aumentar a ingestão de líquidos, é importante consumir alimentos ricos em fibras, como aveia, frutas e vegetais, que ajudam a regular o intestino.
Além desses pontos, é importante entender que os desafios podem variar conforme a fase do tratamento. "Em cada etapa do processo, o corpo reage de uma forma diferente, e é por isso que a alimentação deve ser ajustada conforme essas necessidades", reforça Janilene.
O Guia de Receitas para o Paciente Oncológico está disponível
gratuitamente no site do Hospital Sírio-Libanês. Acesse: Link
Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
pós-graduação lato sensu
Ensino a Distância (EAD)
unidades em São Paulo e Brasília
Saiba mais em nosso site.
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