Expertise
de profissionais aliada aos avanços na regulamentação e novas tecnologias
diminuem efeitos adversos e complicações pós-operatórias.
No dia 16 de outubro, comemoramos o Dia do Anestesista, destacando o papel crucial desses profissionais na segurança e no sucesso de procedimentos cirúrgicos. No Brasil, essa é uma das especialidades médicas com o maior número de profissionais.1
Os anestesistas não apenas administram anestésicos, mas são verdadeiros guardiões da vida dos pacientes durante intervenções complexas. Durante uma cirurgia, o profissional é responsável por monitorar e gerenciar as funções vitais do paciente, incluindo o sistema cardiovascular, respiratório, renal e cerebral. "Cuidamos de toda a parte clínica do paciente, da volemia (sangue e líquidos) à decisão sobre reposições e transfusões sanguíneas, além de garantir a manutenção dos anestésicos e a estabilidade do paciente", explica Dr. Enis Donizetti, Médico Anestesiologista da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
A segurança do paciente é o principal foco da anestesiologia moderna, e a avaliação pré-anestésica é uma etapa essencial nesse processo. Prevista na Resolução 2147/2017 do Conselho Federal de Medicina, essa avaliação clínica detalhada, que inclui exames físicos e laboratoriais, permite ao anestesista planejar o cuidado intraoperatório, minimizando riscos. "Esse cuidado antecipado é fundamental para garantir uma cirurgia segura e tranquila", reforça o especialista.
Anualmente são realizadas em todo o mundo cerca de 310
milhões de cirurgias utilizando algum tipo de anestesia2, que pode
ser intravenosa ou inalatória. A escolha do tipo e técnica do anestésico varia
de acordo com cada caso clínico. A anestesia geral, por exemplo, envolve uma
combinação de hipnóticos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares, que podem
ser administrados de diferentes maneiras. "Muitas vezes a escolha é
pessoal do anestesista, mas existem situações clínicas que indicam a necessidade
de uma técnica ou outra", acrescenta Dr. Enis que ainda diz que o
reconhecimento de fatores que aumentam os riscos durante a anestesia levou à
criação de checklists, protocolos e regulamentos, o que elevou a segurança dos
pacientes. Novos medicamentos, usados em conjunto, melhoram o controle da dor
após a cirurgia, permitindo um pós-operatório mais confortável. Além disso, os
cuidados para prevenir náuseas e vômitos avançaram tanto que esses efeitos
adversos se tornaram raros.
Atualmente, há também monitores modernos que acompanham todas as funções vitais do paciente, alguns com tecnologia de inteligência artificial, especialmente para a monitorização cardiovascular. 3
As inovações e boas práticas anestésicas contribuem diretamente para a redução de complicações no pós-operatório. Segundo Dr. Enis, com os avanços, foi possível reduzir a ocorrência de complicações para menos de 5%, enquanto antigamente esse índice poderia ultrapassar 60% nas primeiras 24 horas pós cirurgia. Além disso, o controle rigoroso de fatores hemodinâmicos (pressão arterial e gasto cardíaco), em pacientes de alto risco e idosos, ajuda a prevenir eventos graves, como infartos e AVCs (Acidente Vascular Cerebral).
Apesar de ser um procedimento seguro, o medo da anestesia
ainda é comum entre os pacientes. No entanto, com a evolução dos medicamentos e
das técnicas anestésicas, aliadas à formação altamente especializada dos
anestesistas, o risco de complicações torna-se muito baixo. "A
anestesiologia é apontada pela Academia Americana de Medicina como uma das
especialidades médicas de maior evolução no cuidado e segurança do
paciente", conclui Dr. Enis.
No dia do anestesista, celebramos esses profissionais
cuja dedicação e competência são fundamentais para o sucesso de milhares de
procedimentos cirúrgicos realizados diariamente no Brasil e no mundo.
Baxter
www.baxter.com.br
Referências:
(1) SAESP. Número de médicos no Brasil atinge a casa de meio milhão, segundo estudo. Disponível em:
Número de médicos no Brasil atinge a casa de meio milhão, segundo estudo (saesp.org.br).
(2) Henker, R., Taki, M. (2023). Challenges to Global Access to Anesthesia and Surgical Care. In: Thomas, S.L., Rowles, J.S. (eds) Nurse Practitioners and Nurse Anesthetists: The Evolution of the Global Roles. Advanced Practice in Nursing. Springer, Cham. http://dx.doi.org/10.1007/978-3-031-20762-4_25.
(3) Vincent JL, Pelosi P, Pearse R, Payen D, Perel A, Hoeft A, Romagnoli S, Ranieri VM, Ichai C, Forget P, Della Rocca G, Rhodes A. Perioperative cardiovascular monitoring of high-risk patients: a consensus of 12. Crit Care. 2015 May 8;19(1):224. doi: 10.1186/s13054-015-0932-7. PMID: 25953531; PMCID: PMC4424585.
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