Pesquisar no Blog

terça-feira, 13 de abril de 2021

Médico desenvolve programa gratuito com exercícios e dicas práticas para aliviar a ansiedade e tensão

 Pandemia levou a aumento de relatos de crises de ansiedade, depressão e estresse


Cansaço, estresse mental, tristeza. Esses são alguns dos adjetivos que podem descrever como anda a saúde mental da população um ano após o início da pandemia. Com o aumento de casos e mortes e novos lockdowns podendo ser decretados, a esperança de que a situação pudesse mudar vai sendo adiada, gerando ainda mais ansiedade na população.

Os dados confirmam a tendência. Um estudo encomendado pela revista Veja aponta que mais de 80% da população acha que a crise está demorando mais do que esperava e cerca de 73% vêem o número de óbitos muito acima do que imaginavam. A preocupação em perder algum parente é grande para 48% dos brasileiros e cerca de 8% teme ficar desempregado. São medos que, aliados com uma rotina mais sobrecarregada de home office para muitos, abalam em muito o psicológico. É o que diz o psiquiatra Marco Abud, especialista no assunto:

"A maioria dos brasileiros estão desolados com a situação da pandemia. Além dos números assustadores, do isolamento social e do medo de perder alguém ou ficar doente, há também uma nova rotina, que mistura o ambiente de trabalho com o doméstico e pessoal, sobrecarregando ainda mais o dia a dia. Esse cansaço físico, aliado com a exaustão mental, vem aumentando o número de relatos de insônia, crises de ansiedade e depressão. Isso traz impactos para a vida como um todo, seja nos relacionamentos interpessoais (com família e amigos), no trabalho (queda no rendimento) e até mesmo com relação a si mesmo (a pessoa deixa de atentar para si mesmo)", explica ele.

Ter essas sensações, afirma o médico, é normal, especialmente em momentos como esses. Porém, é preciso ficar atento aos momentos em que esses pensamentos dominam e paralisam as pessoas. Abud comenta os três principais sinais que podem ser exibidos: o primeiro é não conseguimos nos desligar desses pensamentos, mesmo que nos esforcemos ou busquemos distrações; o segundo sinal ocorre quando essas preocupações estão direcionadas à situações catastróficas ou muito improváveis, como poder ter doenças muito raras. E o terceiro sinal é a presença de preocupações constantes, recorrentes com situações que estão fora do nosso controle. Pensando em ajudar a população em geral a lidar com os pensamentos acelerados, com a exaustão mental e a manejar a sobrecarga de tarefas Abud, que lidera o canal no Youtube Saúde da Mente - o maior do país sobre o tema, com mais de 1,4 milhão de inscritos - desenvolveu um programa com sete aulas virtuais ao vivo, incluindo exercícios que fornecem métodos e dicas práticas para reequilibrar a mente: o Acalma.mente. Entre os dias 12 e 18 de abril, ele promove a maratona virtual com explicações sobre os efeitos do momento que vivemos para a saúde mental e aplicações de técnicas que contribuem para o bem-estar emocional, incluindo exercícios de mindfulness, meditação guiada e outras práticas, como ioga. Além disso, serão ensinadas táticas para ativar a concentração e afastar pensamentos negativos que estejam prejudicando o dia a dia.

"A ideia não é eliminar os pensamentos ruins, pois eles fazem parte da vida, com pandemia ou sem. Não fingirmos que tudo é bom, tudo é perfeito, porque essa não é a realidade e é preciso viver o que está aí no mundo. O objetivo é aprender a lidar com essas angústias e ansiedades para que quando elas vierem, não deixarmos que nos dominem e que nos paralisem. Somos seres humanos, é mais do que natural sentirmos tudo isso, ainda mais em tempos como esses. Só não podemos entrar em uma espiral em que essas sensações fiquem no controle da vida, desestruturando o nosso dia a dia e conexão com nós mesmos", afirma.



Confira abaixo cinco dicas importantes do psiquiatra Marco Abud para lidar com o estresse e a ansiedade:

Não tente expulsar a ansiedade da mente a todo custo

Ao invés de insistir em mandar a ansiedade embora, tente mudar sua relação com ela. . Quando você se sentir ansioso, diga para si mesmo: "Eu não preciso fazer a ansiedade ir embora, e sim convidar a calma para sentar junto com ela". A ansiedade é como um visitante muito chato, chato: quanto mais você tenta mandar embora, mais tumulto ele causa.



Adote técnicas de respiração

Técnicas para cadenciarmos o ritmo da nossa respiração são muito bastante eficazes para diminuir o excesso de adrenalina que a ansiedade provoca no corpo. No início da prática, comece com respirações mais simples - não foque em respirar fundo se você já não treina essa técnica no dia a dia. Isso pode inclusive te deixar mais ansioso. Concentre-se apenas em soltar o ar devagar, como se estivesse soprando um canudo, até sair a última gota de ar. Isso ajuda a "resetar" o ritmo da respiração, acalma e sinaliza para o seu corpo que o ambiente está tranquilo.



Escreva no papel as suas preocupações

Adote "As Caixas de Pensamentos". Caso esteja com muitas preocupações, pegue papel e caneta e escreva tudo o que está pensando. Separe os pensamentos em duas caixas: a primeira para os acontecimentos que estão ocorrendo agora e a segunda, para o que vai acontecer no futuro. Imagine-se tampando a caixa do futuro e determine um horário para reabri-la. Até chegar esse horário, você não dará bola para a preocupação futura.


Esse é um método simples e pode ser que, isolado, não faça a ansiedade ir embora imediatamente. Mas ele pode começar a acionar o circuito de relaxamento e ajudar você a sair dessa bola de neve que a crise de ansiedade causa, devolvendo a qualidade de vida e promovendo um reequilíbrio para a saúde da mente.



Faça uma lista com as tarefas do dia

A ansiedade pode ter a ver com preocupações relacionadas às coisas que temos que cumprir ou resolver no dia a dia. Por isso, mais uma vez, a escrita se torna benéfica: a ação de passar as tarefas para um papel evita com que o pensamento foque somente nesses afazeres. É como se fosse um descanso para o cérebro, evitando com que ele gaste energia para armazenar todas essas informações.

Há pessoas que até acordam no meio da noite pensando nas tarefas do dia - é isso se tornou ainda mais comum diante da pressão do trabalho no modelo home office, que demanda concentração e muita organização pessoal, gerando a sensação de que é preciso estar a todo tempo alerta. Por isso, deixar um bloquinho de anotações ao lado da cama e listar tudo o que precisa ser feito pode trazer um conforto e aliviar a tensão imediata para que seja possível voltar a relaxar - e consequentemente pegar novamente no sono.



Interação social

As atividades sociais e a interação com outras pessoas podem diminuir os níveis de cortisol, que é um hormônio relacionado ao estresse. E ainda que de forma virtual, há boas alternativas de atividades que permitem o contato seguro, tais como cursos online de curta duração, principalmente com temas que não são relacionados a sua profissão, para aprender coisas novas. Aulas de teatro, idiomas e atividades físicas em grupo por meio das telas também podem ser opções que trarão ganhos para o controle da ansiedade e a saúde da mente.





Maratona virtual Acalma.mente com Marco Abud
Quando: de 12 a 16 de abril, às 20h00; 17 de abril às 13h00 e 18 de abril às 21h00
Professores convidados: Juliano Teles (médico especialista em cirurgia geral e do aparelho digestivo), Igor Lemos (doutor em neuropsiquiatria e ciências do comportamento, terapeuta e expert em dependências digitais) e Grace Cristina (professora e palestrante de Hatha Yoga)
Inscrições Gratuitas:
http://drmarcoabud.com.br/acalma-mente

Estudo da Unifesp revela sintomas de transtornos alimentares associados às vítimas de bullying e usuários de drogas na adolescência

Trabalho utilizou dados de 5.213 estudantes do 8.º ano de escolas públicas em três diferentes cidades brasileiras


Os adolescentes estão cada vez mais envolvidos na busca de padrões sociais, associando a magreza ao sucesso. Em busca desse ideal, muitos usam estratégias equivocadas para controlar o peso, o que resulta em danos à saúde, incluindo diversos transtornos alimentares, como a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e a compulsão alimentar. Para aprofundar entendimento sobre fatores que podem estar associados a esses males, o grupo Previna, do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), em parceria com o Departamento de Psiquiatria e com financiamento do Ministério da Saúde, realizou um estudo com mais de cinco mil estudantes brasileiros. Entre as descobertas, os pesquisadores constataram que há muitos sintomas comuns entre os transtornos e o uso de drogas, assim como transtornos em adolescente vítimas de bullying.

"Entre esses sintomas comuns entre os transtornos alimentares e o uso de drogas, inclui-se a perda de apetite e saciedade, a preocupação com comida, o comportamento autodestrutivo, além da negação e graves consequências médicas, sendo essa associação mais observada nas formas de transtornos alimentares que apresentam compulsão alimentar e/ou comportamentos compensatórios", explica Patrícia Galvão, nutricionista e doutoranda do estudo.

A pesquisadora destaca que, além disso, a insatisfação corporal costuma ser um fator importante para os jovens que sofrem com o bullying no ambiente escolar. "Alguns estudos relatam que crianças e adolescentes vítimas de bullying apresentam risco aumentado de sintomas de anorexia nervosa e bulimia nervosa. Assim, considerando que ambos os comportamentos, uso de drogas e bullying, parecem estar associados aos transtornos alimentares, vimos a necessidade de realizar uma avaliação integrada desses três comportamentos entre adolescentes brasileiros, buscando entendimento de modo mais aprofundado".

"Os resultados apontaram que meninas com idade média de 13 anos têm mais sintomas de transtornos alimentares do que meninos da mesma idade e que, para ambos os sexos, ser vítima de bullying, praticar binge drinking e usar remédios emagrecedores sem prescrição médica são fatores associados a maior quantidade de sintomas desses transtornos", ressalta Patrícia. A pesquisadora também revela que "para as meninas, ainda foi encontrada associação entre uso de drogas ilícitas e os sintomas de transtornos alimentares".

De acordo com a pesquisadora, "o fator mais associado em ambos os sexos foi o uso de medicamentos para emagrecer, sem prescrição médica. Já o sintoma de transtorno alimentar mais prevalente tanto entre meninos quanto em meninas foi a preocupação com a perda do controle sobre quanto se come."

O estudo foi orientado pela professora Zila Sanchez e recentemente publicado no International Journal of Eating Disorders. Nele, os pesquisadores utilizaram dados de 5.213 estudantes do 8.º ano de escolas públicas em três diferentes cidades brasileiras.

Para Zila, "de modo geral, esses achados sugerem que os sintomas de transtornos alimentares são mais prevalentes entre meninas e estão associados ao bullying e ao uso de drogas durante a adolescência. Isso nos faz observar quão fundamental são as intervenções escolares para promoção de saúde que se proponham a intervir em mais de um comportamento de risco, visto que eles ocorrem de forma concomitante nesta faixa etária."


Psicologa Maira Rafart responde haters que a chamam de "velha" nas redes sociai

PELO MEU DIREITO DE SER VELHA


Os prints são para sempre. Esta postagem foi feita em comentários abertos em meu feed no vídeo de meus cabelos grisalhos ao vento, portanto, posso reproduzir. Pode ser que o autor apague, mas tenho tudo registrado. Vejo com MUITA TRISTEZA que a sociedade nos impeça de envelhecer. Que destino cruel temos nós, mulheres!!! Cabelo grisalho para mim não significa só liberação de tinta, nem uma cor linda (aliás, é mais linda que qualquer cor!!). Eu nem gosto que digam que eu “pareço mais jovem” assim. EU TENHO O DIREITO DE SER VELHA. Eu posso ter uma vida amorosa depois de velha. Eu pratico esportes sendo velha. Eu ainda me tatuo sendo velha. Eu aprendo sendo velha. Eu ensino sendo velha. A minha vida é linda e eu tenho 57 anos. Ontem acordei com meu noivo @natogava , fomos correr junto à natureza , fizemos trilha e Deus estava lá conosco. O Divino sopra em meus ouvidos, através do canto de um pássaro, no latir de um cão, no vento que balança a orelha de um elefante, na folha que rasga o chão com seu chiado. O Divino sopra nos cabelos jovens de minha filha @dralaylamiguel. Todas as mulheres têm o direito de serem VELHAS. Quero que minha filha possa envelhecer sem julgamento. Nós não aguentamos mais tentar ser jovens para que um macho não nos troque por duas (no meu caso três) de vinte. Eu não quero produtos caretas para a velhice. Eu quero me vestir como me der na telha. Cabelo branco não é modismo, é a atitude que precisamos ter para gritar para o mundo que pare de encher as nossas paciências com exigências que eu não posso e não vou cumprir.

https://www.instagram.com/p/CNkodquFOaB/


A pandemia e o sentido histórico do fim do mundo.

É famosa a frase de Jesus: ‘haverá grandes terremotos, pestes e fomes; haverá também coisas espantosas.’ Em épocas de pandemia e calamidades, trechos bíblicos como esse sempre reaparecem, evocando o fim da humanidade. Foi assim, por exemplo, nas guerras mundiais, na Gripe Espanhola, nas epidemias de varíola e na Peste Negra. Portanto, trata-se de uma ideia recorrente no ocidente. 

Analisando o contexto histórico que Jesus viveu podemos compreender melhor esse versículo. A palestina do primeiro século estava sob o jugo do Império Romano, que controlava os súditos com mãos de ferro, aplicando toda forma de castigo - cruzes eram partes constantes da paisagem. Muitos esperavam que um messias ou cristo (do hebraico e grego, o ‘escolhido’) reestabelecesse o antigo reino de Israel, desaparecido há mais de 600 anos. A célebre profecia citada, proferida pouco antes da crucificação, provavelmente se referia ao Templo de Jerusalém. Ao dizer que não restaria pedra sobre pedra daquele imenso edifício, Jesus foi indagado sobre quando isso iria ocorrer. E foi com esse argumento específico que ele teceu suas previsões.

 

Há dois problemas aqui: um de caráter histórico e outro, teológico. O primeiro é de difícil resolução, posto que, como sabemos, os evangelhos foram escritos algumas dezenas de anos após a morte do profeta, o que nos impede conhecer o teor primário das suas palavras. Tendo a crer que realmente o Jesus histórico trouxe uma mensagem escatológica (do grego, ‘estudo do fim’) e que diversos trechos podem ecoar ditos originais, ainda que registrados tardiamente, como explico no livro “Jesus - um breve roteiro histórico para curiosos” (Chiado, 2021).

 

O segundo ponto tem a ver com questões religiosas. É preciso entender que o cristianismo primitivo era bem diferente do orbe cristão atual. Ainda que em ambos os mundos - o moderno e o antigo - o fim dos tempos seja uma presença constante, é na delimitação desse fim que as crenças destoam. Vários cristãos enxergaram o apocalipse no ano 70 d.C., no grande cerco romano, quando o templo foi derrubado. Aquele episódio caótico deve ter parecido como um cumprimento de velhas profecias. Quando ficou claro que não era uma hecatombe total, os cristãos começaram a postergar esse epílogo e cada época viu os últimos dias próximos de si. Foi assim com a pregação dos mártires paleocristãos ou com o frenesi religioso medieval, que via o apocalipse em qualquer guerra ou peste.

 

Portanto, muitos ansiaram o fim do mundo em diferentes períodos, ainda que pelos mesmos motivos: guerras, fome e pestes. E em qualquer momento essa tríade fez sentido. E fez sentido por causa de um costume recorrente: sempre olhamos aquela predição de forma anacrônica. Ainda que não possamos ouvir a fala original de Jesus, perdida no nevoeiro da primeira tradição oral, podemos afirmar com razoável grau de certeza: ninguém esperava que o planeta perduraria por tanto tempo.

 

Em uma ocasião difícil como a nossa, assolada por uma pandemia assustadora, não podemos esquecer: assim como antes, o mundo sobreviverá. Em cada cataclismo anunciado, a sociedade se reciclou e a mensagem cristológica também. E talvez aí esteja a beleza maior do cristianismo: a incrível capacidade de renascer e se adaptar. Hoje, o que deve importar é o amor pregado por Jesus, que aponta para uma realidade menos escatológica e mais fraterna.

 

Visto dessa forma, Jesus tinha razão: são em épocas de crises que velhos sistemas desabam e novos alicerces nascem. Que o novo período pós pandêmico seja, enfim, aquele preconizado pelo profeta da galileia: de amizade e tolerância.

 

 



Alex Fernandes Bohrer - um professor brasileiro, natural do estado de Minas Gerais. Possui licenciatura e bacharelado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, mestrado e doutorado em História Social da Cultura pela Universidade Federal de Minas Gerais. Foi historiador da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, produzindo uma série de textos sobre a história deste sítio, importante Patrimônio da Humanidade (UNESCO). Foi membro titular do Conselho de Patrimônio e do Conselho de Turismo de Ouro Preto. Foi professor da FAOP (Fundação de Arte de Ouro Preto), onde lecionou as disciplinas História da Arte, Iconografia Cristã e Barroco Mineiro. É fundador e coordenador do NEALUMI (Núcleo de Estudos da Arte Luso Mineira). Atualmente é Professor Efetivo do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais), onde leciona as disciplinas História, História da Arte, Estética e Iconografia e Simbologia. Entre outras obras, é autor dos livros “Ouro Preto - Um Novo Olhar”, “O Discurso da Imagem - Invenção, Cópia e Circularidade na Arte” e “Jesus - Um breve roteiro histórico para curiosos”.


Cinco táticas para manter o corpo saudável e em movimento durante o trabalho remoto

Simulação de ida ao trabalho, ficar em pé por períodos mais longos e se manter hidratado estão entre as recomendações de especialista do Freeletics

 

 

Há mais de um ano, o home office se tornou uma realidade para diversas pessoas - e essa alternativa chegou para ficar. Se, por um lado, há menos correria no dia a dia, o trabalho remoto tem provocado mudanças na vida diária: as pessoas estão mais sedentárias e suas cozinhas, abastecidas com aquilo que gostam, estão sempre ao seu alcance.

 

Liora Bels, especialista em bem-estar do Freeletics, aplicativo líder em exercícios físicos e estilo de vida com uso de inteligência artificial, explica por que as pessoas ficam mais preguiçosas quando trabalham em casa: “Em primeiro lugar, para começar a trabalhar, só precisamos sair da cama e sentar em frente ao computador. Não precisamos pegar metrô, ônibus ou dirigir”, destaca. “Em segundo lugar, nossa refeição já está bem ali”, completa.

 

A especialista alerta que, mesmo dentro de casa, ser ativo é essencial para o bem-estar físico e mental. Diante desse cenário, Liora listou algumas dicas de como manter o corpo em movimento, driblar algumas dificuldades da rotina de home office e aproveitar melhor o dia.


1. Reunião em movimento e simulação de ida ao trabalho

Problema: os encontros espontâneos e reuniões presenciais não estão acontecendo. “Agora que você não tem a oportunidade de encontrar seus colegas de trabalho no refeitório, é provável que tenha ainda mais reuniões. Isso ocorre porque aquelas conversas espontâneas sobre projetos em andamento foram interrompidas. E, com reuniões online, andamos menos”, pontua a especialista.

 

Solução: reuniões em movimento


“Faça uma reunião caminhando. O ato de caminhar aumentará a circulação e quebrará a monotonia. Portanto, sempre que possível, pegue seus fones de ouvido e saia para uma caminhada. Você pode fazer isso durante chamadas de vídeo mais casuais, ou durante reuniões por telefone mais longas, desde que um pouco de ruído externo seja tolerável quando você falar”, destaca Liora. 

 

Outra opção é “simular a ida e volta do trabalho”. “Embora o trabalho em casa nos poupe muito tempo por eliminar nosso deslocamento diário, ele também nos tirou um importante período de transição entre nossa vida profissional e nosso tempo livre. Então, se você quer manter essa diferenciação, tente fazer uma caminhada antes e depois do trabalho. Dessa forma, você também terá mais movimento no seu dia”, completa.


2. Trabalhe de pé

Problema: permanecer sentado por longos períodos diminui a mobilidade

O home office tem outra característica diferente do local de trabalho: você não precisa sair da sua cadeira confortável com tanta frequência. “Enquanto está no escritório, talvez você tenha que deixar sua mesa para ir até a impressora, para tomar um café no corredor ou para pegar algo em outro departamento. Em casa, sua impressora pode estar bem ao lado do computador e a sua cozinha está no cômodo ao lado. Consequentemente, você vai passar ainda mais tempo sentado”, alerta a especialista. “O ato de se sentar é uma postura corporal muito estática e flexionada. Com o tempo, o corpo se adapta a essa posição fixa, fazendo com que os músculos se alonguem ou encurtem onde não deveriam, além de tornar as articulações menos móveis”, explica.

 

Solução: crie algumas opções para você trabalhar em pé

Para aliviar algumas das características negativas de ficar sentado por muito tempo, providencie uma forma de ficar de pé enquanto trabalha. Talvez você tenha um balcão de cozinha que possa usar, ou seu trabalho pode até providenciar uma mesa vertical. De qualquer forma, certifique-se deixar seu espaço de trabalho na altura ergonômica correta para você, mesmo que, para isso, tenha que usar livros ou outros objetos estáveis para fazer ajustes. “Criar uma opção para passar parte do dia em pé permitirá que você fique mais em movimento para manter a mente limpa, e para relaxar a parte superior das costas, especialmente durante aquelas reuniões longas e exaustivas”, afirma Liora. 


3. Programe sua movimentação

Problema: reuniões em movimento e trabalho em pé não são opções razoáveis

“Talvez você seja o tipo de pessoa altamente focada, que prefere sentar-se em silêncio enquanto pensa ou digita. Consequentemente, caminhar ou ficar em pé pode não ser sua melhor opção”, destaca Liora.

 

Solução: programe com antecedência um momento para se movimentar

“O que você pode fazer em vez de andar ou ficar em pé é programar pausas em intervalos regulares para se movimentar. Talvez seja necessário programar um cronômetro a cada 30, 45 ou 60 minutos e se mover por 5 minutos”, orienta a especialista. “Se você não pode fazer pausas regulares porque é difícil prever quando estará livre, sua melhor opção é programar um treino completo antes ou depois do trabalho. Se possível, você pode até programar o treino no meio do período de trabalho para quebrar um longo período sentado”, recomenda.

 

A especialista completa: trate o tempo de movimento como uma importante reunião de negócios e comprometa-se com ele com antecedência: assim, seu dia de trabalho terá um início ou fim bem demarcado. “Se você for uma pessoa matutina, faça exercícios antes de começar o dia. Se você gosta mais da noite, comece a suar depois do trabalho, antes de ir para o conforto do sofá”, destaca. “Independentemente do método escolhido, ter uma programação de movimento garante que seu corpo receba o que precisa. Assim, você terá mais produtividade no trabalho e ficará mais saudável”, complementa.


4. O segredo é a hidratação

Ser saudável vai muito além de apenas treinar. O organismo também precisa da nutrição adequada. “Isso pode ser complicado quando se trabalha em casa, porque muitas vezes somos forçados a ir de uma reunião para outra sem intervalos razoáveis. Isso pode fazer com que esqueçamos de beber água, além de corrermos o risco de adquirir o hábito de comer para aliviar o estresse”, alerta Liora.

 

Problema: a desidratação faz mal tanto para o corpo quanto para a mente

Uma desidratação de apenas 2% causa um decréscimo no desempenho em tarefas que requerem atenção e nas habilidades de memória Um suprimento constante de água é essencial para o corpo e o cérebro. “Portanto, certifique-se de não se esquecer de beber água com regularidade, entre 1,5 e.2 litros por dia”, recomenda a especialista.

 

Solução: tenha água sempre ao alcance da mão


Um truque fácil é colocar em sua mesa uma garrafa d'água de 1 litro. “Não se preocupe em sentir sede, experimente tomar um gole d'água de tempos em tempos e veja como você se sente. Aprenda a ouvir suas dicas corporais, pois agora você está se movimentando menos. Você deve esvaziar a garrafa pelo menos 1-2 vezes ao dia. Você também pode fazer o mesmo com chá ou outras bebidas sem açúcar”, indica. 


5. Obtenha o combustível certo para o seu dia de trabalho

Problema: você se esquece das refeições porque comer em casa é muito conveniente.


Segundo a especialista, a segunda metade de uma nutrição é o que a pessoa come. “Com a cozinha no cômodo ao lado, é fácil dar um pulo até a geladeira e beliscar para aliviar o estresse entre uma reunião e outra. Ou talvez você se envolva tanto no trabalho que acaba se esquecendo de comer”, destaca. 

 

Solução: estoque alimentos saudáveis e programe suas refeições

A primeira parte desta tática se baseia em evitar alimentos prejudiciais: “não leve para casa nada que possa pesar na sua consciência. Isso significa não comprar doces ou fast food. Em vez disso, tenha um suprimento constante de lanches saudáveis, e, caso aconteça de você comer por estresse, o ideal é que sejam nozes e frutas”, orienta Liora. A outra recomendação é manter uma programação regular de refeições. “Ao trabalhar em casa, é muito fácil atrasar as refeições só porque a cozinha está ao lado. Não caia nessa armadilha: não comer com regularidade deixa seu cérebro faminto por nutrientes. Isso pode levar à falta de concentração, resultando em um mau desempenho no trabalho e levando até mesmo à compulsão alimentar”, alerta. “Evite que isso aconteça agendando um intervalo adequado para o almoço. Se não for possível, programe lanches ao longo da sua jornada de trabalho. Pré-cozinhar suas refeições também pode ajudar se você não tiver tempo de prepará-las durante a semana”, pontua. 

 

Para Liora, em momentos desafiadores como esse, é preciso disciplina para permanecer bem e ter uma vida saudável. “Ao fazer um esforço consciente para caminhar, beber mais água, planejar suas refeições e treinar, você seguirá no rumo de se tornar a sua melhor versão”, finaliza.

 



Freeletics

 www.freeletics.com

aplicativo Freeletics, visite a App Store ou a Google Play Store

Entenda como funciona a ECMO, terapia com órgãos artificiais utilizada no tratamento de Paulo Gustavo

 Tratamento, indicado a pacientes graves, promove a sobrevida nos casos em que o funcionamento dos pulmões ou coração está comprometido


Considerado um equipamento de alta complexidade, a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) funciona como um coração ou pulmões artificiais. Com o avanço dos casos de Covid-19 no Brasil, o aparelho se tornou uma alternativa importante no tratamento de pacientes graves, como no caso do humorista Paulo Gustavo, submetido ao procedimento.

Segundo a Dra. Fernanda Masteguim, responsável médica pelas UTIs do Hospital Guilherme Álvaro, gerenciado pelo Centro de Estudos “João Amorim” (CEJAM), em Santos (SP), quando há uma lesão pulmonar grave, o ventilador mecânico não consegue gerar a oxigenação adequada do sangue. Nestes casos, a ECMO é a opção recomendada.



Como funciona?

A médica ressalta que a ECMO é uma modalidade de suporte de vida indicada para situações em que ocorre a falência respiratória ou cardíaca. “Através de um sistema de tubos acoplado a uma bomba e um oxigenador, o sangue venoso é retirado e oxigenado em uma membrana, para depois ser injetado novamente no paciente.”

Dra. Fernanda explica que a ECMO pode funcionar em duas modalidades: veno-venosa ou veno-arterial. “A primeira é recomendada em casos de insuficiência respiratória, quando há uma deficiência na oxigenação ou retenção de gás carbônico, que podem ocorrer em pacientes com Covid-19 ou H1N1, por exemplo, ou ainda em condições crônicas.”

Já a ECMO veno-arterial é aplicada quando há falência cardíaca, em casos de infarto no miocárdio ou embolia pulmonar maciça, por exemplo.



Quem pode receber a técnica?

A técnica, que pode ser utilizada em pacientes de qualquer idade, permite a sobrevida enquanto a equipe realiza outras intervenções terapêuticas nos órgãos afetados, a fim de aumentar as expectativas de retomar seu funcionamento adequado, ampliando as chances de cura.

“ECMO é uma alternativa de suporte de vida transitória, ou seja, deve ser aplicada quando há chances de recuperar o funcionamento destes órgãos, nunca como um tratamento definitivo”, afirma a médica.

Esse foi um dos critérios que permitiu a realização da técnica pelo SUS no Hospital Guilherme Álvaro. Um dos pacientes, de 55 anos, em tratamento de Covid-19, recebeu o equipamento após avaliação coordenada entre as equipes da unidade e o InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da FMUSP, que realizou o procedimento e acompanhou a evolução do caso.

“O processo foi muito rápido, cerca de 12 horas após o início da discussão do caso o paciente já estava com a ECMO em funcionamento”, exemplifica a especialista.



Há riscos?

Além do risco de infecção comum a todos os procedimentos que utilizam tubos acoplados ao corpo, pode ocorrer a formação de coágulos ou bolhas de ar, causando hemorragia ou lesões em outras partes do corpo.

“O monitoramento é fundamental para que, nesses casos, a intervenção seja imediata”, destaca a Dra. Fernanda.

Por ser um método de alta complexidade, a aplicação da tecnologia ECMO requer uma equipe de profissionais qualificados e muito bem treinados, incluindo cirurgião cardíaco ou torácico, enfermeiros e um time de intensivistas. Dessa forma, é necessário que o hospital conte com uma estrutura avançada de intervenção para garantir maior segurança e precisão no alcance de resultados favoráveis.




CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


Abril Azul: Como auxiliar as crianças com autismo na pandemia

No Mês de Conscientização do Autismo, especialista explica que em crianças com autismo, interrupções de rotinas e no tratamento podem exacerbar os problemas de comportamento


O surto de coronavírus (COVID-19) está mantendo pais e filhos em casa - e longe de outras pessoas - para ajudar a impedir a propagação do vírus. Esse delicado momento em que estamos vivenciando tem sido desafiador a todos e, por vários motivos, é preciso cuidar e refletir sobre esse tempo com as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Para crianças com autismo, que prosperam com rotinas e previsibilidade, as interrupções diárias e a incerteza da pandemia podem ser especialmente estressantes. E nesse período de pandemia, ocasionada pelo Covid-19, o que mais tivemos foram essas mudanças. O cuidado com tais questões é fundamental para o desenvolvimento e saúde da criança, como também da sua família.

Horários que eram seguidos/ planejados mudaram durante a noite, o isolamento dentro de suas residências e certas terapias e apoios profissionais podem ter diminuído ou simplesmente não existem mais.

“As famílias que têm uma criança com autismo estão enfrentando grandes desafios durante essa pandemia”, afirma a psicopedagoga Edilaine Geres, coautora do livro “Autismo: um olhar por inteiro”. De acordo com a especialista, “pessoas com autismo se sentem mais confortáveis com rotinas, o que pode tornar qualquer mudança um evento estressante”.

Segundo Edilaine, as famílias podem estar vendo uma regressão em comportamentos desafiadores ou colapsos à medida que as crianças lidam com as mudanças e podem não saber como comunicar as frustrações. E isso pode ser difícil para todos.

Nesse sentido, algumas medidas tomadas pela família da criança com TEA são extremamente válidas e necessárias para colocar em prática nesse período, “pois em alguns casos essas alterações e/ou falta de rotina podem acarretar alterações emocionais e comportamentais como alteração no sono, ansiedade, irritabilidade, comportamentos agressivos, alteração na alimentação, desregulação, etc”, explica a psicopedagoga. Lembrando também que o tratamento e intervenção com as crianças TEA vão além das terapias. A continuidade do ensino no ambiente familiar é fundamental e não pode ser interrompido.

“Muitos pais estão tentando promover a aprendizagem e a saúde emocional de seus filhos sem o apoio ou estrutura usual do dia escolar, ao mesmo tempo em que provavelmente administram seu próprio estresse com a situação”, diz Edilaine.

Mas há esperança e ajuda. A psicopedagoga dá algumas dicas para auxiliar as famílias nesse período:

  • Manter horários e rotinas familiares como: horários das refeições;
  • Manter horários e rotinas do sono: respeitando horários para dormir e acordar;
  • Manter rotina de atividade física em casa: andar no quintal, brincar com animais de estimação etc.;
  • Manter atividades prazerosas: ler livro, cozinhar juntos etc.;
  • Manter e criar rotina diárias para as crianças, substituindo alguma atividade que foi suspensa;
  • Manter um espaço específico para as atividades da escola;
  • Manter horários específicos para brincar e de horário livres;
  • Manter diálogos diários com as crianças conversando sobre esse momento em que estamos vivendo;
  • Manter atividades diversas, diminuindo o tempo de telas nesse período de isolamento;
  • Manter a rotina da criança para as atividades escolares: mesmo horário e, se possível, coloque o uniforme, arrume-a como se ela fosse à escola;
  • Manter e planejar atividades motoras e sensoriais para a criança “gastar” energia: pular, dançar, dar cambalhotas, pular cordas etc.;
  • Manter contato com seu(sua) psicopedagoga e equipe de especialistas para orientações e o trabalho/intervenção em casa.

“O mais importante é cuidar do excesso de estímulos que a criança tem em casa nesse período”, explica Edilaine, que complementa: “como muitos brinquedos, por exemplo. É preciso determinar quais e quando serão ofertados determinados brinquedos, visando estimular o desenvolvimento e criar desejo pelos novos brinquedos ofertados em cada semana”.

Além disso, também é positivo experimentar também atividades calmantes, música ou assistir a um vídeo favorito ao longo do dia. Os exercícios também podem ajudar a aliviar os sentimentos de ansiedade.

Segundo a especialista, esse momento de pandemia estabeleceu novos padrões, que precisam ser adaptados. “Isso se faz mais necessário ainda mais com as crianças e famílias, que necessitam de equipe multidisciplinar para tratamento e intervenção, pois não podemos perder e/ou retroceder esse desenvolvimento”.


Análise da saliva é eficaz para detectar a COVID-19 em crianças sintomáticas

A obtenção da amostra é muito mais fácil e menos invasiva. E, dependendo da idade, pode ser feita até mesmo por autocoleta. Pesquisadores defendem testagem em larga escala para monitorar a circulação do vírus quando as escolas reabrirem (foto: Pedro Wroclaw/Pixabay )


A testagem molecular da saliva, como método eficiente para diagnóstico da COVID-19 em crianças sintomáticas, foi validada por pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), em colaboração com o Serviço Especial de Saúde de Araraquara (SP).

O estudo foi coordenado por Paulo Henrique Braz-Silva, professor da Faculdade de Odontologia (FO-USP), e Camila Malta Romano, pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM-USP) – ambos também vinculados ao IMT-USP –, e contou com apoio da FAPESP.

Artigo a respeito encontra-se disponível na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares.

“Obtivemos a mesma performance diagnóstica, com sensibilidade de aproximadamente 90%, para amostras de saliva e esfregaço [swab] de nasofaringe”, diz Braz-Silva à Agência FAPESP.

No estudo, foram investigadas 50 crianças que procuraram atendimento em Unidade Básica de Saúde (UBS) com sintomas leves relacionados à COVID-19. Os pesquisadores coletaram amostras e secreção nasofaríngea e de saliva e submeteram ambas ao teste de RT-PCR, considerado padrão-ouro para o diagnóstico da doença. “Dez crianças apresentaram resultados positivos para o SARS-CoV-2. E o diagnóstico por amostras de saliva mostrou-se tão eficaz quanto o diagnóstico por esfregaço de nasofaringe”, informa Braz-Silva.

O resultado valida uma forma de testagem em larga escala muito mais simples e menos invasiva – especialmente desejável no contexto pediátrico.

“O uso da saliva para diagnóstico da COVID-19 em crianças abre uma perspectiva de entendimento de como a circulação do SARS-CoV-2 se dá nessa faixa da população, ainda mais com a reabertura de escolas. A obtenção da amostra é tão simples que, dependendo da idade, pode inclusive ser adotada a autocoleta”, comenta o pesquisador.


Testagem em massa

A testagem molecular em larga escala tem sido uma das estratégias mais bem-sucedidas no controle da pandemia, pois permite a identificação precoce de casos positivos e o rastreio da rede de contatos. Em adultos, a análise da saliva já havia apresentado uma sensibilidade variando de 80% a 100%. Mas ainda não havia um estudo que corroborasse tal procedimento em pediatria – o que foi proporcionado agora pela equipe do IMT-USP.

O artigo Saliva as a reliable sample for COVID-19 diagnosis in paediatric patients pode ser lido em www.medrxiv.org/content/10.1101/2021.03.29.21254566v1.full-text.

 

 


José Tadeu Arantes

 Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/analise-da-saliva-e-eficaz-para-detectar-a-covid-19-em-criancas-sintomaticas/35603/


Equipe multidisciplinar auxilia na melhoria da qualidade de vida de pacientes sem perspectiva de cura

 Profissionais de cuidados paliativos asseguram o bem-estar de quem tem uma doença incurável, respeitando os limites do paciente, sua autonomia e crenças


Quando já não é possível realizar intervenções médicas que possam curar a doença de uma pessoa, entram em campo os profissionais de cuidados paliativos. Essa metodologia busca minimizar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam os problemas associados a doenças incuráveis. Ao acolher essas pessoas, a equipe mostra que cuidar é tão importante quanto curar, proporcionando bem-estar para se viver até o fim com dignidade. Para isso, faz-se necessário um tratamento multidisciplinar, com o objetivo de facilitar a aceitação da doença e reduzir os efeitos negativos da adaptação à nova rotina. É por isso que, além do acompanhamento médico, os cuidados paliativos incluem o acompanhamento de enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistente social e, até mesmo, conselheiro espiritual. 

Nessa mudança de paradigma, em que o foco é cuidar, o enfoque não se trata apenas do controle dos sintomas físicos, mas inclui todo o apoio do ponto de vista psicológico, para lidar com a angústia e ansiedade, por exemplo; além da abordagem das necessidades espirituais de cada paciente e as demandas dos familiares, oferecendo uma forma mais humanizada de lidar com o problema. “É o entendimento da morte como um processo natural da vida, entendendo que, mesmo não sendo possível a cura de uma doença, o cuidado é sempre uma possibilidade, e ainda há muito que pode ser feito", afirma a enfermeira, pós-graduada em saúde pública, Lívia Nishimura, gestora do Contigo —programa gratuito de cuidados paliativos da operadora de saúde Vitallis.

Para que essas necessidades sejam atendidas, e o cuidado seja integral, os profissionais lançam mão de uma relação empática com os pacientes, fundamentada no ouvir e tornar-se sensível às necessidades dos pacientes, mais do que em habilidades técnicas para diagnosticar e tratar a doença. Segundo Nilmar Niz e Sousa, enfermeiro do programa Contigo, o cuidado paliativo propõe o desafio de cuidar com competência científica sem, no entanto, esquecer-se da valorização do ser humano. “Esse olhar humano, voltado para o cuidado, é uma qualidade ímpar para os profissionais da assistência paliativa", afirma. Ele conta que a equipe de enfermagem são os profissionais de primeiro contato com os pacientes e familiares. “Nós temos esse contato diário, vivemos a rotina dos pacientes. Temos que estar sempre atentos para, se for o caso, encaminhar a demanda para o psicólogo ou conselheiro espiritual”, conta.

Os profissionais envolvidos no cuidado paliativo não medem esforços para melhorar a qualidade de vida de quem tem uma doença incurável, mas todas as ações respeitam os limites do paciente, sua autonomia e crenças. “Sempre é necessário enxergar a pessoa inteira —seus valores, trajetória, medos e desejos— e não apenas a sua doença”, analisa o conselheiro espiritual do programa Contigo, Reinaldo Orício da Silva. Até porque, afirma ele, a iminência da morte e da perda de um ente querido é uma situação que pode causar um enfrentamento com a espiritualidade, com o que é justo ou não, em casos de doenças severas. “Esse processo independe de crença religiosa. A espiritualidade é algo muito particular e pessoal; meu trabalho é construir uma ponte para trazer conforto a pacientes e familiares de modo que eles aceitem o processo que estão vivendo”, complementa. 

No processo de cuidar da morte do outro, esses profissionais fazem descobertas, sofrem, adquirem autoconhecimento, mas mantêm a possibilidade da reconciliação da vida com a morte. “Meu trabalho me mostrou que nada é mais humano do que estar perto e cuidar de quem se ama na hora da morte”, declara Silva. Os cuidados paliativos consideram, ainda, a família uma unidade de cuidado, que também deve receber assistência durante todo o tempo de acompanhamento de seu paciente, prosseguindo até depois de seu óbito, no período de luto.  Para os familiares de pacientes do Contigo, por exemplo, o acompanhamento segue até três meses após o falecimento do paciente. Como símbolo dessa trajetória de ressignificação da vida, a família recebe uma semente de girassol para plantar e manter viva as boas lembranças.

No entanto, para que esses profissionais consigam desenvolver seu trabalho com sucesso, torna-se imprescindível também o cuidado com a saúde mental de cada integrante da equipe. “É um trabalho de condução das dificuldades subjetivas dos pacientes e familiares, mas também dos nossos colegas de equipe. Sempre temos que estar muito atentos para filtrar a carga emocional do trabalho em si, e, se for o caso, encaminhar esse colega para também receber um suporte emocional”, avalia Flávia de Fátima Galdino Pereira, psicóloga do Contigo. Segundo ela, o profissional de cuidados paliativos representa uma figura de segurança, de respeito à vida, o que se une perfeitamente com o trabalho de um psicólogo. “É preciso ter um olhar humanizado para aquela família, para aquele paciente. Olhar o paciente de uma forma mais humana e individualizada, entendendo suas dores", afirma.

A equipe multidisciplinar de cuidados paliativos deve ter qualificação técnica, empatia, preparação física e psicológica para lidar com as situações, atuando com humanidade e compaixão. A função é complexa e exige treinamento aprofundado. Motivo pelo qual a Vitallis investe na qualificação de seus profissionais e fornece para a equipe treinamentos e pós-graduação na área. Segundo Lívia, ainda é preciso desmistificar o conceito de que cuidado paliativo é para pacientes que estão destinados a morrer. “A principal dificuldade, hoje, é a cultura brasileira que ainda entende o cuidado paliativo como manejo a ser adotado somente nos casos em que os pacientes estão à beira da morte. Nosso principal desafio é esclarecer o que são e por que devem ser feitos precocemente, com um atendimento integrado”, afirma.


Qual faixa etária tem mais prejuízo cerebral com a Covid-19?

Em diferentes faixas etárias a reserva cognitiva é decisiva na resposta do cérebro à doença.


Há pouco mais de ano, quando a pandemia foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o alerta de risco à vida foi dado sobretudo à população acima de 60 anos. No segundo ano de pandemia, os cientistas já sabem que a idade dos pacientes não tem sido determinante em casos graves da doença e a reserva cognitiva – capacidade do cérebro de criar conexões ao longo da vida para responder a diversas situações, está diretamente ligada a esta resposta.

Idosos x jovens - De acordo com o neurointensivista Marco Paulo Nanci – que atua na linha de frente do Covid– 19 em Taubaté (SP) e São Paulo (SP), as pessoas com idade avançada, de forma geral, têm o cérebro mais vulnerável ao vírus. Isso acontece porque as pessoas com mais idade têm uma tendência natural a possuir uma menor reserva cognitiva, ou reserva funcional. “Tendemos a pensar que as pessoas de maior idade, justamente por terem um cérebro mais acometido pelo avanço da idade, têm maior propensão a desenvolver sintomas com a Covid-19. É aquela questão da reserva funcional. O paciente de mais idade tem uma tendência a ter uma reserva funcional neurológica menor, com isso a agressão pela Covid -19 tende a ser maior”, disse o médico. No entanto, passado mais de um ano de observação médica, o neurologista chama a atenção para uma mudança de padrão da pandemia, também trazendo prejuízo cognitivo para pacientes jovens.

Estamos percebendo uma mudança no padrão da pandemia: ela tem acometido em maior número pacientes jovens e também notamos que, mesmo nesse grupo, os sintomas neurológicos podem acontecer. Assim, destacamos o papel relevante da reserva funcional e a importância do cérebro estar preparado para uma agressão que pode vir a acontecer”, alertou o médico.  Assim como a situação física do paciente no momento do contágio pelo vírus (comorbidades, sobrepeso, sedentarismo, tabagismo, entre outros) tem sido determinante na evolução ou não da doença no corpo, no caso do cérebro, a lógica é a mesma: as conexões e estímulos feitos no cérebro antes do contato com o vírus tem feito grande diferença na resposta desses pacientes, segundo o especialista. “Apesar do paciente de mais idade, ter maior chance de desenvolver sintomas, o paciente jovem também pode apresentar sintomas, e quanto mais preparado esse cérebro estiver, quanto mais ativo esse cérebro for, mais fácil vai ser passar por essa fase de infecção”, alertou.

Aquisição de reserva cognitiva: você pode começar agora - A pandemia explicitou, entre outras coisas, que, pessoas mais saudáveis, física e mentalmente, têm maior chance de responder a ataques sistêmicos no corpo humano. Estimular o cérebro constantemente é criar conexões que ajudem o nosso órgão mais importante a responder a todas essas situações quando elas se apresentam. A reserva funcional, ou reserva cognitiva é criada através de estímulos cerebrais  feitos ao longo da vida.  Ela pode ser adquirida com o engajamento em atividades cognitivas estimulantes ou ginástica para o cérebro, ocupação profissional mais intelectualizada, vida social ativa, atividades de lazer de cunho intelectual, entre outros. Esses estímulos criam conexões em nosso cérebro que, por sua vez, estará mais preparado para tolerar ou lidar melhor com alterações cerebrais. O conceito científico de reserva cognitiva é aplicável tanto a pessoas saudáveis, quanto às que têm um determinado dano cognitivo, segundo o neurologista. “Aquela pessoa que tem um processamento cerebral mais lentificado e têm menor reserva cognitiva, tem uma tendência maior a desenvolver sintomas cerebrais com a infecção pelo Covid-19. A pessoa que não tem a reserva, ou já está tudo consumido, em caso de infecção, o vírus vem e acaba lesando o pouquinho que a pessoa tem, então a tendência é que se tenha uma piora evolutiva. Já quem se preparou ao longo dos anos e tem um cérebro ativo, por mais que haja uma lesão pelo vírus, ele está apto, está mais preparado para responder a essas lesões. Isso não acontece só no Covid-19. Podemos pensar em outras doenças, como Alzheimer”, disse o médico.

Como a ginástica para o cérebro estimula o seu cérebro?

O conceito de neuroaprendizagem, aplicado há 15 anos pelo Supera– Ginástica para o cérebro, utiliza como fundamento o conceito de neuroplasticidade, já comprovado pela ciência, que consiste na ideia do cérebro se modificar de acordo com estímulos. Por meio  de atividades que envolvem novidade, variedade e grau de desafio crescente, o cérebro se desenvolve de maneira equilibrada e harmoniosa, em diferentes faixas etárias, contribuindo com a formação de reserva cognitiva e desenvolvendo habilidades como memória, concentração, raciocínio e criatividade. “A base da ginástica cerebral está na novidade, na variedade e nos desafios crescentes. Incentivamos os alunos a vencerem desafios, encontrarem soluções criativas para seus problemas e a pensar de forma diferente. O cérebro, apesar de ser um órgão requisitado o tempo todo, ele tem tendência a ser preguiçoso, a funcionar no piloto automático. Por isso, é importante fazer exercícios que exigem pensamento, raciocínio”, concluiu Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica Nacional do Supera.

Outono deixa olhos vulneráveis à COVID-1

Estação aumenta o olho seco que surge antes da COVID-19 em 23% dos casos segundo pesquisa. Entenda.

 

Mal começou o outono e o relatório do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) mostra que entre 12 e 19 de abril, apesar das chuvas, a umidade mínima do ar em grande parte do País fica abaixo de 40%, menor índice considerado saudável pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Só escapam do ar seco nesta semana a região norte e o leste do nordeste. 

De acordo com o oftalmologista, Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier e membro titular do CBO (Conselho Brasileiro da Oftalmologia) a baixa umidade pode funcionar como veículo de novas infecções pelo coronavírus. Isso porque, afirma, aumenta os casos de olho seco. “A deficiência da lágrima torna a superfície do olho mais exposta às agressões externas. Resultado: O vírus chega às vias respiratórias através do canal lacrimal que interliga o olho ao nariz”, esclarece.

 

Pesquisa

O especialista ressalta que isso explica o resultado de uma pesquisa realizada no Reino Unido com 83 participantes que tiveram COVID-19. De acordo com os pesquisadores o olho seco é a alteração mais frequente antes de contrair o coronavírus. Dos participantes, 23% tiveram diagnóstico três semanas antes dos primeiros sintomas de infecção respiratória – tosse seca, falta de ar e febre.  A segunda queixa mais frequente antes da infecção foi coceira nos olhos que atingiu 14% do grupo e a fotofobia com incidência de 13%. Queiroz Neto afirma que estes outros sintomas são característicos do olho seco que também causa vermelhidão, sensação de areia nas pálpebras e visão embaçada. 

 

Fatores de risco

Queiroz Neto afirma que a deficiência da lágrima é um distúrbio multifatorial. Além da baixa umidade pode ser causada pelo uso intenso de computador e celular que aumentou na pandemia com as aulas online e o trabalho home office, permanecer muito tempo em ambientes climatizados, menopausa, fazer tratamentos com antialérgicos, diuréticos, antidepressivos ou reposição hormonal, doenças alérgicas, autoimunes, inflamação da pálpebra ou da córnea.

 

Diagnóstico

O oftalmologista esclarece que a lágrima tem três camadas: aquosa, lipídica e proteica. Hoje o diagnóstico é automatizado, indolor e permite acompanhar a melhora do filme lacrimal através das imagens dos exames. “A disfunção mais frequente acontece na camada lipídica que aumenta a evaporação da aquosa”, salienta.

 

Tratamento

Nos casos mais leves o tratamento pode ser feito com colírios lubrificantes, mas sempre sob supervisão médica. Isso porque, a substância ativa difere de um lubrificante para outro e insistir no uso de um colírio impróprio agrava o problema. O médico ressalta que para os casos mais avançados o mais indicado e a luz pulsada que desobstrui uma pequena glândula na borda da pálpebra responsável pela produção da camada gordurosa da lágrima.

 

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para prevenir o olho seco e, portanto, a COVID-19 são: beber bastante água, descansar os olhos das telas digitais olhando um ponto distante, piscar voluntariamente durante o uso dos equipamentos, incluir na dieta peixes gordurosos e castanhas para garantir a produção da camada lipídica da lágrima, colocar vasilhas com água nos ambientes.

 

Posts mais acessados