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terça-feira, 13 de abril de 2021

Outono deixa olhos vulneráveis à COVID-1

Estação aumenta o olho seco que surge antes da COVID-19 em 23% dos casos segundo pesquisa. Entenda.

 

Mal começou o outono e o relatório do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) mostra que entre 12 e 19 de abril, apesar das chuvas, a umidade mínima do ar em grande parte do País fica abaixo de 40%, menor índice considerado saudável pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Só escapam do ar seco nesta semana a região norte e o leste do nordeste. 

De acordo com o oftalmologista, Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier e membro titular do CBO (Conselho Brasileiro da Oftalmologia) a baixa umidade pode funcionar como veículo de novas infecções pelo coronavírus. Isso porque, afirma, aumenta os casos de olho seco. “A deficiência da lágrima torna a superfície do olho mais exposta às agressões externas. Resultado: O vírus chega às vias respiratórias através do canal lacrimal que interliga o olho ao nariz”, esclarece.

 

Pesquisa

O especialista ressalta que isso explica o resultado de uma pesquisa realizada no Reino Unido com 83 participantes que tiveram COVID-19. De acordo com os pesquisadores o olho seco é a alteração mais frequente antes de contrair o coronavírus. Dos participantes, 23% tiveram diagnóstico três semanas antes dos primeiros sintomas de infecção respiratória – tosse seca, falta de ar e febre.  A segunda queixa mais frequente antes da infecção foi coceira nos olhos que atingiu 14% do grupo e a fotofobia com incidência de 13%. Queiroz Neto afirma que estes outros sintomas são característicos do olho seco que também causa vermelhidão, sensação de areia nas pálpebras e visão embaçada. 

 

Fatores de risco

Queiroz Neto afirma que a deficiência da lágrima é um distúrbio multifatorial. Além da baixa umidade pode ser causada pelo uso intenso de computador e celular que aumentou na pandemia com as aulas online e o trabalho home office, permanecer muito tempo em ambientes climatizados, menopausa, fazer tratamentos com antialérgicos, diuréticos, antidepressivos ou reposição hormonal, doenças alérgicas, autoimunes, inflamação da pálpebra ou da córnea.

 

Diagnóstico

O oftalmologista esclarece que a lágrima tem três camadas: aquosa, lipídica e proteica. Hoje o diagnóstico é automatizado, indolor e permite acompanhar a melhora do filme lacrimal através das imagens dos exames. “A disfunção mais frequente acontece na camada lipídica que aumenta a evaporação da aquosa”, salienta.

 

Tratamento

Nos casos mais leves o tratamento pode ser feito com colírios lubrificantes, mas sempre sob supervisão médica. Isso porque, a substância ativa difere de um lubrificante para outro e insistir no uso de um colírio impróprio agrava o problema. O médico ressalta que para os casos mais avançados o mais indicado e a luz pulsada que desobstrui uma pequena glândula na borda da pálpebra responsável pela produção da camada gordurosa da lágrima.

 

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para prevenir o olho seco e, portanto, a COVID-19 são: beber bastante água, descansar os olhos das telas digitais olhando um ponto distante, piscar voluntariamente durante o uso dos equipamentos, incluir na dieta peixes gordurosos e castanhas para garantir a produção da camada lipídica da lágrima, colocar vasilhas com água nos ambientes.

 

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